IBGE disponibiliza ferramenta que permite pesquisar os nomes brasileiros quanto à quantidade de homônimos por estado e a distribuição dos na...
IBGE disponibiliza ferramenta que permite pesquisar os nomes brasileiros quanto à quantidade de homônimos por estado e a distribuição dos nascimentos ao longo das últimas décadas.
O Projeto Nomes do Brasil é um banco de dados com mais de 130 mil nomes diferentes e usou como base o Censo de 2010, que contabilizou 200 milhões de brasileiros.
Mas o que há por trás de um nome? O que leva os pais a denominarem sua prole por essa ou aquela alcunha? Por que algumas regiões preferem mais certos nomes do que outras? Não temos as respostas. Mas essa ferramenta online do IBGE vai mapear a distribuição dos nomes com base nos seus dados censitários e promover uma maior conscientização da cultura nada homogênea da denominação das pessoas.
Os Melhores do Mundo já brincaram com o estereótipo arábe-muçulmano (e terrorista, era uma peça de humor :P) onde todos se chamavam Mohamed. Isso não difere muito dos brasileiríssimos Maria e José. Ambos advêm da tradição religiosa como o Mohamed islâmico. Mas por que não Jesus? Cristo? Seria um forma, indesejável no inconsciente coletivo, de não invocar o sofrimento do Jesus original? O nome não soa tão bem quanto José? Seria por causa da tradição cristã que devemos ser humildes e, portanto, fazer tal homenagem soaria antes uma prepotência?
Esse é só um pequeno kit de questões que podemos proferir diante dos dados que a ferramenta "batizada" de Nomes do Brasil é capaz de nos oferecer. E apesar de não termos acesso aos logs de acesso da página, podemos inferir que ela faz bastante sucesso, tamanho é o tempo de espera para conseguirmos fazer uma busca.
Além disso, dentre as limitações da experiência, temos que não se pode pesquisar por nomes próprios (não há como saber quantas Anas Marias temos no país) e nem se leva em consideração acentos nem outros sinais diacríticos (como cedilha ou trema). Por isso, Cauã e Caua contam como um mesmo nome.
Também só são exibidos os nomes cuja frequência seja igual ou maior que 20 para o total do Brasil e pelo menos 15 para Unidade da Federação (UF). Já para os municípios a frequência deve ser ao menos de 10 nomes. O que pode levar a uma diferença no total do Brasil em relação à soma das UFs e destas em relação à soma de seus municípios. Ainda assim, apesar de seus limites e características, é uma forma quase lúdica de explorar o inconsciente coletivo da nação, e o IBGE mereceu nossos aplausos pela iniciativa.
O fato é que quando se trata da escolha de nomes não podemos afirmar nada com 100% de certeza. Mas algumas suposições são plenamente plausíveis. Como ocorreu com a súbita popularização de Romário, na década de 1990, certamente devido à imagem de grande craque da Copa de 1994 do atual Senador Romário.
O movimento inverso também pode ser observado. O nome Bráulio, que vinha em vertiginosa ereção, teve seu ponto de inflexão na década de 1980, caindo para menos da metade na década de 1990. A explicação para o súbito decremento pode ser atribuída à veiculação de campanha publicitária pelo uso da camisinha deflagrada pelo ministério da Saúde no final de 1995. Na peça exibida na TV, um sujeito conversava com seu pênis, chamado Bráulio, sobre a adoção da camisinha. A repercussão negativa entre os Bráulios foi enorme.
O resultado: Há menos da metade de Bráulios nascidos na década de 1990 do que na década anterior. E vale a pena ressaltar que a escolha do Bráulio foi resultado de uma votação feita pela Master, a agência que criou a polêmica campanha. Os outros nomes mais votados foram: Tião, Zequinha, Tonhão, Bimbo, Juquinha, Onofre e Godofredo.
O curioso é que os poucos Adibs brasileiros também experimentaram uma queda considerável nos registros de nascimento nos anos posteriores. Seria a maldição dos Bráulios?
Realmente, escolher um bom nome que resista às intempéries sociais ao longo do tempo é uma arte.
Quer saber mais sobre o seu nome no contexto do censo? Acesse aqui.
Obs.: Nos nossos testes funcionou melhor no navegador Firefox.
Fonte: Nomes do Brasil (IBGE)
[Visto no Brasil Acadêmico]
Mas o que há por trás de um nome? O que leva os pais a denominarem sua prole por essa ou aquela alcunha? Por que algumas regiões preferem mais certos nomes do que outras? Não temos as respostas. Mas essa ferramenta online do IBGE vai mapear a distribuição dos nomes com base nos seus dados censitários e promover uma maior conscientização da cultura nada homogênea da denominação das pessoas.
Um país de nomes religiosos: Maria quase perdeu o posto para Ana na década de 1990. Mas ainda é a preferência nacional. |
Os Melhores do Mundo já brincaram com o estereótipo arábe-muçulmano (e terrorista, era uma peça de humor :P) onde todos se chamavam Mohamed. Isso não difere muito dos brasileiríssimos Maria e José. Ambos advêm da tradição religiosa como o Mohamed islâmico. Mas por que não Jesus? Cristo? Seria um forma, indesejável no inconsciente coletivo, de não invocar o sofrimento do Jesus original? O nome não soa tão bem quanto José? Seria por causa da tradição cristã que devemos ser humildes e, portanto, fazer tal homenagem soaria antes uma prepotência?
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Os melhores do Mundo em grande performance brincam com o nome Mohamed (Fonte: Youtube) |
Esse é só um pequeno kit de questões que podemos proferir diante dos dados que a ferramenta "batizada" de Nomes do Brasil é capaz de nos oferecer. E apesar de não termos acesso aos logs de acesso da página, podemos inferir que ela faz bastante sucesso, tamanho é o tempo de espera para conseguirmos fazer uma busca.
Além disso, dentre as limitações da experiência, temos que não se pode pesquisar por nomes próprios (não há como saber quantas Anas Marias temos no país) e nem se leva em consideração acentos nem outros sinais diacríticos (como cedilha ou trema). Por isso, Cauã e Caua contam como um mesmo nome.
Também só são exibidos os nomes cuja frequência seja igual ou maior que 20 para o total do Brasil e pelo menos 15 para Unidade da Federação (UF). Já para os municípios a frequência deve ser ao menos de 10 nomes. O que pode levar a uma diferença no total do Brasil em relação à soma das UFs e destas em relação à soma de seus municípios. Ainda assim, apesar de seus limites e características, é uma forma quase lúdica de explorar o inconsciente coletivo da nação, e o IBGE mereceu nossos aplausos pela iniciativa.
Romário, no gráfico, bem como Ronaldo, já foram mais populares. |
O movimento inverso também pode ser observado. O nome Bráulio, que vinha em vertiginosa ereção, teve seu ponto de inflexão na década de 1980, caindo para menos da metade na década de 1990. A explicação para o súbito decremento pode ser atribuída à veiculação de campanha publicitária pelo uso da camisinha deflagrada pelo ministério da Saúde no final de 1995. Na peça exibida na TV, um sujeito conversava com seu pênis, chamado Bráulio, sobre a adoção da camisinha. A repercussão negativa entre os Bráulios foi enorme.
Campanha do governo de 1995 pode ter afetado a popularidade do nome Bráulio. |
Ao ser apresentado numa audiência como 'senhor Bráulio', as pessoas vão começar a rir. Como posso representar meu cliente depois disso?
Bráulio Monte Jr., advogado e professor, em 1995, para a revista Veja.
Apogeu e queda do nome Bráulio ao longo dos anos. |
O resultado: Há menos da metade de Bráulios nascidos na década de 1990 do que na década anterior. E vale a pena ressaltar que a escolha do Bráulio foi resultado de uma votação feita pela Master, a agência que criou a polêmica campanha. Os outros nomes mais votados foram: Tião, Zequinha, Tonhão, Bimbo, Juquinha, Onofre e Godofredo.
A ira dos Bráulios (e dos parentes dos Bráulios) voltou-se então contra o médico Adib Jatene, o ministro da Saúde. Com a campanha no ar, ele declarou: "Pode haver reações contrárias, não tem problema". Teve sim. Uma vez que o ministro afirmava que não se importava, os Bráulios furiosos sugeriram então que se batizasse o bicho de Adib. Imagine: Adib! O desgaste do governo com a polêmica acabou mesmo fazendo com que a campanha tivesse vida curta. Mas não sem deixar rastro marcante. Quem é da área admite: o "grosso, metido e safado" comercial foi um divisor de águas na publicidade oficial do Brasil.
O curioso é que os poucos Adibs brasileiros também experimentaram uma queda considerável nos registros de nascimento nos anos posteriores. Seria a maldição dos Bráulios?
Adib já não vinha bem: Nunca chegou nem a uma centena no Brasil. |
Quer saber mais sobre o seu nome no contexto do censo? Acesse aqui.
Obs.: Nos nossos testes funcionou melhor no navegador Firefox.
Fonte: Nomes do Brasil (IBGE)
[Visto no Brasil Acadêmico]
Essa postagem é gozação, né?
ResponderExcluirÉ tudo verdade.
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