SSD do James Webb tem apenas 68 GB de capacidade de armazenamento, entenda.

Será que os cientistas do projeto de telescópio espacial de 10 bilhões de dólares foram displicentes na hora de especificar a capacidade de ...

Será que os cientistas do projeto de telescópio espacial de 10 bilhões de dólares foram displicentes na hora de especificar a capacidade de armazenamento do "disco" do telescópio espacial James Webb?

Parafraseando um governista que duvidou da análise de dados de satélite quanto às queimadas na amazônia, neste caso de possível amnésia digital caberia um pergunta retórica: “Tem certeza, NASA?” E a resposta certamente seria: Claro que sim!

Pode até parecer pouco, quando comparado com unidades de armazenamento com capacidade bem maior usadas em smartphones atuais. Só para exemplificar, o iPhone 13 Pro Max tem uma versão com 1 TB de armazenamento custando pouco mais de R$ 10 mil no pix. Quando lembramos que o projeto do JWST custou mais de 10 bilhões de Bidens, é justo que surja a dúvida.

Sendo assim, o que explicaria essa escolha? Simples. É mais do que suficiente. Pois sempre que você pensar em missões espaciais tenha sempre em mente a eficiência. Não se deve enviar um equipamento para o espaço se ele ocupar espaço, pesar e custar mais do que o necessário. Pois cada quilo a ser enviado para lá custa muitos milhares de dólares em combustível e outros serviços relacionados. E essa configuração consegue armazenar mais do que 24 horas de coleta de dados das observações feitas pelo JWST.

O James Webb coleta diariamente 57 GB de dados, o que pode ser armazenado com folga nesse SSD – como comparação, o telescópio espacial Hubble, ainda em operação, coleta apenas 2 GB diariamente. 

Alex Hunter, engenheiro de sistemas de voo no Space Telescope Science Institute, diz que até o final da vida da missão de 10 anos do JWST, apesar de toda proteção projetada para o aparelho, espera-se que essa capacidade caia para cerca de 60 GB por causa da radiação do espaço e desgaste. Ainda assim, será suficiente.

Isso porque o James Webb transmite seus valiosos dados em janelas de comunicação pré-estabelecidas (programadas com 12 a 20 semanas de antecedência) com a Deep Space Network (DSN) - um recurso compartilhado com as sondas Voyager e todo o conjunto de rovers e orbitadores de Marte, para ficar apenas em alguns dos exemplos. 

O DSN consiste em três complexos de antenas: Canberra, na Austrália; Madri, na Espanha; e Barstow, Califórnia. O JWST precisa compartilhar o tempo da antena com muitas dessas outras missões no espaço profundo, cada uma com necessidades e horários de comunicação exclusivos.

Essa missão usou, pela primeira vez, a banda K de 25,9 GHz, como canal de comunicação do telescópio, além de dois outros canais na banda S. 

Com isso, o JWST consegue apagar constantemente dados de seu "disco", após o protocolo de confirmação incorporado – somente depois que o JWST obtiver a confirmação de que um arquivo foi recebido com sucesso pela Terra que ele excluirá sua cópia dos dados para liberar espaço. Assim, quem de fato armazena os dados da missão é o controle da missão na Terra. Sendo a memória do satélite apenas um meio temporário para receber comandos, enviar dados de telemetria e os dados das observações científicas.

Isso faz com que o sistema de armazenagem seja adequado à missão, não exigindo maior alimentação de eletricidade ou maior custo em combustível na hora do lançamento e posicionamento do satélite, sem necessidade. Além de ser robusto e confiável para uma missão de uma década.

Fonte:  IEEE Spectrum
Visto no Brasil Acadêmico