Implante de rim artificial é premiado como promissor avanço na área de terapias nefrológicas que poderá substituir diálises e transplantes r...
Implante de rim artificial é premiado como promissor avanço na área de terapias nefrológicas que poderá substituir diálises e transplantes renais.
Quando os cerca de dois milhões de minúsculos néfrons, as unidades funcionais de filtragem, nos rins de um paciente falham, o tratamento com diálise ou um transplante renal é necessário. Nas duas formas da diálise - hemodiálise ou diálise peritoneal - aparelhos são ligados aos pacientes em sessões de várias horas de duração com o intuito de remover resíduos e fluido extra do sangue.
Durante a hemodiálise, tratamento ao qual o paciente recorre de 3 a 4 vezes por semana, seja em casa ou em um centro de diálise, seu sangue é bombeado através de uma máquina de diálise, uma espécie de rim artificial, onde é limpo e devolvido ao seu corpo. Todo o processo dura cerca de 4 horas.
Já na diálise peritoneal, o sangue do paciente é filtrado dentro de seu corpo todos os dias através do revestimento do abdômen (peritônio), usando um fluido especial que é periodicamente trocado. O aparelho que realiza esse processo é chamado de cicladora e fica na casa do paciente, que pode realizar o procedimento enquanto dorme. A diálise peritoneal também pode ser feita no trabalho, na escola ou mesmo durante as viagens.
Ou seja, em ambos os casos trata-se de um processo moroso, desconfortável, arriscado e que restringe bastante a liberdade dos pacientes afetando milhões de indivíduos. Só no Brasil, segundo o censo de diálise de 2019, cerca de 140 mil pacientes com insuficiência renal estavam em diálise.
Um transplante de rim, por outro lado, coloca um rim saudável em seu corpo de um doador falecido ou vivo, como um parente próximo, cônjuge, amigo ou um estranho generoso. Um transplante renal, entretanto, é um tratamento, não uma cura. Os imunossupressores e outros medicamentos são necessários para manter o transplante, de acordo com o Kidney.org.
Após compreendermos a realidade dos tratamentos para a insuficiência renal, conseguimos entender melhor a importância de uma iniciativa como o Kidney Project.
O Kidney Project, uma colaboração nacional liderada por Shuvo Roy, PhD da UC San Francisco e William Fissell, MD do Vanderbilt University Medical Center (VUMC), combinou as duas partes essenciais de seu rim artificial, o hemofiltro e o biorreator, e implantou com sucesso o dispositivo para avaliação pré-clínica.
O promissor rim bioartificial implantável (iBAK) do Kidney Project é do tamanho de um smartphone e objetiva libertar pacientes com doenças renais das máquinas de diálise e listas de espera para transplante;
O rim artificial do Kidney Project não apenas replicará a alta qualidade de vida observada nos receptores de transplante renal - o "padrão ouro" do tratamento de doenças renais, de acordo com Roy - mas também os poupará da necessidade de tomar imunossupressores, no combate à rejeição.
Em sua primeira demonstração de um protótipo funcional de implante de rim artificial conquistou um importante prêmio, no valor de US$ 650.000 do KidneyX - uma parceria público-privada entre o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS) e a Sociedade Americana de Nefrologia (ASN) fundada para "acelerar a inovação na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças renais".
"A visão para o rim artificial é proporcionar aos pacientes mobilidade completa e melhores resultados fisiológicos do que a diálise. Ele promete uma qualidade de vida muito mais alta para milhões de pessoas em todo o mundo com insuficiência renal."Shuvo Roy. Membro da faculdade do Departamento de Bioengenharia e Ciências Terapêuticas, um departamento conjunto das Escolas de Farmácia e Medicina da UCSF.
A equipe recebeu o Prêmio KidneyX de Rim Artificial de Fase 1 por este avanço, e foi uma das seis equipes vencedoras selecionadas.
"Nossa equipe projetou o rim artificial para apoiar de forma sustentável uma cultura de células renais humanas sem provocar uma resposta imunológica. Agora que demonstramos a viabilidade de combinar o hemofiltro e o biorreator, podemos nos concentrar na ampliação da tecnologia para testes pré-clínicos mais rigorosos e, por fim, testes clínicos".
Shuvo Roy
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- Como funciona?
- O Kidney Project combinou as duas partes essenciais do rim artificial, o hemofiltro e o biorreator, implantando um dispositivo do tamanho de um smartphone para avaliação pré-clínica. Enquanto o hemofiltro remove resíduos e toxinas do sangue, o biorreator replica outras funções renais, como o equilíbrio de eletrólitos no sangue.
Para a premiação, a equipe uniu as duas unidades em uma versão reduzida do rim artificial e avaliou seu desempenho em um modelo pré-clínico. As unidades funcionavam em conjunto, alimentadas apenas pela pressão arterial, sem a necessidade de diluidores do sangue ou medicamentos imunossupressores. - Principais vantagens
- O primeiro rim artificial irá dispensar a necessidade de imunossupressores para pessoas com transplante renal, além de significar uma grande melhoria na qualidade de vida das pessoas que dependem da hemodiálise para sobreviver.
Fonte: Scielo, FMB, Kidney.org, UCSF
Visto no Brasil Acadêmico
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