No século 20, a maioria das vacinas demorava mais de uma década de pesquisas, testes e produção. Mas as vacinas contra COVID-19 estavam pron...
No século 20, a maioria das vacinas demorava mais de uma década de pesquisas, testes e produção. Mas as vacinas contra COVID-19 estavam prontas para uso emergencial em menos de 11 meses. O segredo? Por trás dessa velocidade há uma tecnologia médica que vem sendo desenvolvida há décadas: a vacina de RNAm. Como funcionam essas vacinas revolucionárias?
No século 20, a maioria das vacinas demorava mais de uma década de pesquisas, testes e produção. Mas as vacinas contra COVID-19 estavam prontas para uso emergencial em menos de 11 meses. O segredo por trás dessa velocidade é uma tecnologia médica que vem sendo desenvolvida há décadas: a vacina de RNAm. Esse novo tratamento usa o maquinário celular do corpo para desencadear uma resposta imunológica, nos protegendo do vírus sem entrar em contato com ele. E, no futuro, essa abordagem pode ser capaz de tratar novas doenças quase tão rápido quanto surgem. Então, como funcionam essas vacinas revolucionárias?
Apresentado por Kaitlyn Sadtler e Elizabeth Wayne.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
O ingrediente-chave está no nome. RNAm, ou ácido ribonucleico mensageiro, é uma molécula de ocorrência natural que codifica as instruções para a produção de proteínas. Quando nossas células processam o RNAm, uma parte da célula chamada ribossomo traduz e segue as instruções para criar a proteína codificada.
O RNAm funciona da mesma forma nessas vacinas, mas os cientistas usam a molécula para introduzir o vírus com segurança em nosso corpo. Primeiro, pesquisadores codificam trilhões de moléculas RNAm com as instruções para uma proteína viral específica.
Essa parte do vírus é inofensiva, mas útil para treinar a resposta imunológica do corpo.
Então, eles injetam essas moléculas em uma nanopartícula quase mil vezes menor do que a célula comum. Essa nanopartícula é composta de lipídios, o mesmo tipo de material gorduroso que forma a membrana ao redor das células. Mas esses lipídios foram especialmente desenvolvidos para proteger o RNAm em sua jornada pelo corpo e auxiliar sua entrada na célula. Por fim, são adicionados os ingredientes finais: açúcares e sal, que ajudam a preservar as nanopartículas até chegarem ao destino.
Antes do uso, a vacina é mantida em uma temperatura entre -20 ºC a -80 ºC para garantir que nenhum dos componentes seja danificado. Uma vez injetadas, as nanopartículas se espalham e encontram as células.
A capa lipídica das nanopartículas se une à membrana lipídica da célula e libera o RNAm para fazer o trabalho.
Nesse momento, devemos observar que, apesar de a vacina levar material genético viral para dentro das células, é impossível que esse material altere nosso DNA. O RNAm é uma molécula de vida curta que precisa de enzimas adicionais e sinais químicos só para acessar o DNA, quanto mais para alterá-lo. E nenhum desses componentes que alteram o DNA estão presentes em vacinas de RNAm.
Uma vez dentro da célula, o ribossomo traduz as instruções do RNAm e começa a montar a proteína viral. Em vacinas contra COVID-19, essa proteína é uma das espículas normalmente encontradas na superfície do vírus. Sem o restante do vírus, a espícula não é infecciosa, mas desencadeia uma resposta imunológica.
Ativar o sistema imunológico pode sobrecarregar o corpo, resultando em breve fadiga, febre, e dores musculares para algumas pessoas. Mas isso NÃO quer dizer que a pessoa está doente.
Significa que a vacina está funcionando. O corpo está produzindo anticorpos para combater a proteína viral, que depois vão permanecer para defesa contra futuras infecções por COVID-19. E como é provável que essa proteína seja encontrada na maioria das variantes de COVID, esses anticorpos devem reduzir a ameaça de contrair novas cepas.
Essa abordagem oferece vantagens significativas sobre vacinas anteriores. As vacinas tradicionais contêm versões enfraquecidas ou pedaços de vírus. Ambos exigem muita pesquisa para o preparo e tratamentos químicos específicos para serem injetadas com segurança.
Mas as vacinas de RNAm não contêm partículas virais. Então não precisam ser desenvolvidas do zero para se adaptarem a cada vírus com segurança.
De fato, toda vacina de RNAm poderia ter quase os mesmos ingredientes. Imagine uma vacina confiável e muito bem testada capaz de tratar qualquer doença trocando um único componente. Para tratar novas doenças, pesquisadores identificariam a proteína viral correta, a codificariam no RNAm e então trocariam esse RNAm na plataforma já existente de vacina. Isso possibilitaria o desenvolvimento de novas vacinas em semanas, dando à humanidade uma nova ferramenta flexível na luta interminável contra as doenças.
Apresentado por Kaitlyn Sadtler e Elizabeth Wayne.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
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