Após a Corrida do Ouro de 1848 na Califórnia, os colonos partiram para o oeste buscando se enriquecer. Além de metais preciosos, eles descob...
Após a Corrida do Ouro de 1848 na Califórnia, os colonos partiram para o oeste buscando se enriquecer. Além de metais preciosos, eles descobriram outro tesouro: ossos de dinossauros. Dois cientistas bem sucedidos em particular competiram para descobrir esses monstros pré-históricos. Na disputa científica que ficou conhecida como “Guerra dos Ossos”.
Após a Corrida do Ouro de 1848 na Califórnia, os colonos partiram para o oeste buscando enriquecimento. Além de metais preciosos, eles descobriram outro tesouro: ossos de dinossauros. Dois cientistas bem-sucedidos em particular – Othoniel Charles Marsh e Edward Drinker Cope – competiram para descobrir esses monstros pré-históricos.
Marsh e Cope foram os primeiros a descrever criaturas icônicas como o brontossauro, o tricerátopo e o estegossauro. Mas eles também expuseram o destrutivo espírito de exploração e ambição que alimentou a ciência americana no final do século 19.
Apresentado por Lukas Rieppel (educador)
Dirigido por Michael Kalopaidis, Zedem Media, narrado por Jack Cutmore-Scott, música por Soundstripe.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
Marsh e Cope foram os primeiros a descrever criaturas icônicas como o brontossauro, o tricerátopo e o estegossauro. Mas eles também expuseram o destrutivo espírito de exploração e ambição que alimentou a ciência americana no final do século 19.
A rivalidade entre eles, uma das mais notórias rixas da História, ficou conhecida como “Guerra dos Ossos”.
Marsh era mal-humorado e tinha grande aptidão para desmascarar mentiras. Uma mulher disse que conhecê-lo era “como correr contra uma forquilha”. Cope, por outro lado, era carismático e gostava de teorias ousadas. Mas também era sarcástico e temperamental.
Como o próprio Cope admitiu, ele não foi “feito para conviver confortavelmente com as pessoas comuns”.
Quando Marsh e Cope se conheceram em 1864, eles foram amigáveis, cada um nomeou uma nova espécie em homenagem ao outro, mas logo a relação entre eles ficou ruim.
Em 1868, Cope levou Marsh a uma mina perto de onde vivia em Nova Jersey, onde um dos esqueletos de dinossauro mais completos até então tinha sido recentemente descoberto. Vendo uma oportunidade, Marsh pagou aos operadores de mina para que lhe enviassem as descobertas mais interessantes. Indignado, Cope acusou Marsh de suborno. Naquele mesmo ano, Cope mostrou a Marsh sua reconstrução de um novo réptil marinho chamado elasmossauro.
Marsh imediatamente percebeu que algo estava errado: Cope havia confundido o pescoço longo da criatura com sua cauda.
Quando seu mentor concordou com Marsh, Cope ficou agoniado. Ele tentou comprar e destruir todas as cópias do artigo que continha sua gafe, mas de nada adiantou. O ressentimento mútuo entre eles aumentou.
Depois que a ferrovia transcontinental foi concluída no ano seguinte, Cope e Marsh começaram a revirar o oeste americano buscando fósseis, e eles encontraram riquezas com as quais jamais havia sonhado. Contando com a ajuda de nativos americanos,
Marsh fez algumas descobertas particularmente significantes, como a de antigas aves com dentes, que ainda são consideradas a ligação que faltava entre dinossauros e aves modernas.
Cope também fez descobertas importantes, mas Marsh conseguiu invalidar muitas delas, mostrando que repetiam descobertas de outras espécies já conhecidas. Com raiva, Cope tentou assegurar sua prioridade nas novas descobertas, anunciando-as por telegrama. Ele até comprou um respeitado jornal, para que publicações futuras fossem impressas rápido.
Mas Marsh usou sua fortuna pessoal para ganhar vantagem, contratando um pequeno grupo de caçadores de fósseis para vencer seu rival.
Em 1878, Marsh comprou uma mina muito promissora em Como Bluff, Wyoming, de dois exploradores da fronteira. Ela rendeu toneladas de fósseis, incluindo o esqueleto quase completo de um dinossauro gigante ao qual Marsh deu o nome de brontossauro.
Pelos 10 anos seguintes, seus homens lhe enviaram mais de 480 caixas de ossos de dinossauros, apenas de Como. Marsh nomeou dezenas de novas espécies. Mas os assistentes podiam ser implacáveis em suas buscas para fomentar as ambições científicas de Marsh. Às vezes eles destruíam fósseis apenas para impedir que caíssem nas mãos de Cope.
Desesperado para alcançar Marsh, Cope investiu sua decrescente fortuna em mineração de prata. A aposta deu errado, e ele ficou praticamente na miséria. Enquanto Cope considerava vender sua preciosa coleção, Marsh foi nomeado paleontólogo chefe do órgão de pesquisa geológica dos EUA. O próspero órgão governamental patrocinava expedições para o oeste frequentemente, dando a Marsh ainda mais recursos para derrotar seu rival.
A Guerra dos Ossos veio a público quando Cope fez com que um tabloide publicasse um artigo acusando Marsh de plágio, fraude e corrupção. Marsh revidou, e os dois mancharam a reputação um do outro. Nenhum deles nunca cedeu. Quando Cope morreu, ele doou seu crânio à ciência, esperando poder provar que seu cérebro era maior que o de seu inimigo. Marsh nunca aceitou o desafio.
Apesar de Marsh ter nomeado mais espécies do que Cope, ambos contribuíram muito para nosso entendimento sobre a evolução.
Mas seus impulsos egoístas de superioridade nos lembram que apesar de seus ideais, a ciência é um empreendimento pessoal, conduzido por seres humanos únicos, e, às vezes, profundamente imperfeitos.
Apresentado por Lukas Rieppel (educador)
Dirigido por Michael Kalopaidis, Zedem Media, narrado por Jack Cutmore-Scott, música por Soundstripe.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
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