O axolote é um dos animais mais estudados da ciência. "Por quê?", você pergunta. Essas salamandras extraordinárias são mestres da ...
O axolote é um dos animais mais estudados da ciência. "Por quê?", você pergunta. Essas salamandras extraordinárias são mestres da regeneração: elas podem regenerar perfeitamente partes do corpo, desde membros amputados e medulas espinhais esmagadas até partes de seus olhos e do cérebro. Então, como elas fazem isso? E que outros segredos guardam?
Em 1864, o zoólogo francês August Duméril ficou perplexo ao investigar o axolote. Ao contrário de muitos outros anfíbios, que se transformam em adultos terrestres, os axolotes retêm suas características juvenis e nunca saem da água. Na tentativa de induzir metamorfose, Duméril passou meses removendo brânquias. Mas na maioria dos casos, os axolotes simplesmente as faziam crescer de volta. Na verdade, os axolotes são mestres da regeneração: podem regenerar perfeitamente partes do corpo, como membros amputados e medulas espinhais esmagadas até partes de olhos, do cérebro. Então, como eles fazem isso? E que outros segredos guardam?
Esta extraordinária salamandra é nativa dos pântanos da Cidade do México. Os antigos astecas a consideravam a encarnação de um Deus chamado Xolotl, daí o nome axolote, que significa mais ou menos “monstro aquático”.
O axolote atinge a maturidade sexual com brânquias e barbatanas como um girino. Os cientistas acham que sua condição de “sempre jovem”, chamada de “neotenia”, evoluiu por causa de seu habitat estável. Para salamandras que se desenvolvem em águas que secam, a transição eficiente para a terra é essencial. Os lagos onde os axolotes se desenvolviam eram perenes; existiam durante todo o ano e não hospedavam muitos predadores aquáticos. Então, os cientistas acham que foi vantajoso para os axolotes renunciarem à necessidade de metamorfose. No entanto, eles não perderam completamente essa habilidade.
Para entender melhor a biologia extravagante do axolote, os cientistas sequenciaram seu genoma. Descobriram que era mais de dez vezes mais longo do que o de um humano. As mutações podem alterar o comprimento do genoma de qualquer animal. Por alguma razão, as salamandras têm muito mais DNA do que outros vertebrados porque perdem partes dele com menos frequência. Investigando o genoma do axolote, os cientistas viram sequências repetidas, a maioria das quais não codifica proteínas e não tem função conhecida. Eles também encontraram genes que são essenciais para a regeneração. No entanto, o maior fator que diferencia a regeneração do axolote pode não ser um conjunto de genes únicos, mas como eles regulam seus genes.
Não é de admirar que os axolotes sejam um dos animais mais estudados da ciência. Mas sua população selvagem despencou. Centenas de anos atrás, os axolotes proliferavam na capital asteca. Nos lagos circundantes, o povo asteca construiu ilhas chamadas chinampas para o cultivo. Esta forma muito produtiva de agricultura criou um vasto sistema de canais, expandindo o habitat raso e protegido do sistema de lagos, o ambiente ideal dos axolotes. Mas quando os invasores espanhóis chegaram, começaram a drenar os lagos. E ainda mais água foi desviada nos últimos anos.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
Esta extraordinária salamandra é nativa dos pântanos da Cidade do México. Os antigos astecas a consideravam a encarnação de um Deus chamado Xolotl, daí o nome axolote, que significa mais ou menos “monstro aquático”.
O axolote atinge a maturidade sexual com brânquias e barbatanas como um girino. Os cientistas acham que sua condição de “sempre jovem”, chamada de “neotenia”, evoluiu por causa de seu habitat estável. Para salamandras que se desenvolvem em águas que secam, a transição eficiente para a terra é essencial. Os lagos onde os axolotes se desenvolviam eram perenes; existiam durante todo o ano e não hospedavam muitos predadores aquáticos. Então, os cientistas acham que foi vantajoso para os axolotes renunciarem à necessidade de metamorfose. No entanto, eles não perderam completamente essa habilidade.
Se expostos a certas substâncias, os axolotes se tornam adultos. Mas eles muitas vezes têm uma expectativa de vida menor e perdem algumas de suas habilidades de autocura.Esses talentos regenerativos podem parecer superpoderes malucos, mas os axolotes têm um bom uso para eles. Quando nascem, ficam em competição direta. Então, eles “lancham” uns aos outros. Isso geralmente não é um grande problema, graças à rapidez com que podem regenerar partes do corpo. Quando um axolote perde um membro, tecidos estimulam o crescimento na área. As células da pele se dividem e cobrem a ferida. Então, as células progenitoras que podem se desenvolver em vários tecidos corporais formam uma massa no local da lesão e os nervos próximos secretam proteínas estimuladoras de crescimento. Nas semanas seguintes, um novo membro surge à medida que as células proliferam e se diferenciam em coordenação.
Este processo pode levar ao crescimento descontrolado e formação de tumor. Mas os axolotes são extremamente resistentes ao câncer.
Eles têm um sistema que controla rigidamente a proliferação celular.
Para entender melhor a biologia extravagante do axolote, os cientistas sequenciaram seu genoma. Descobriram que era mais de dez vezes mais longo do que o de um humano. As mutações podem alterar o comprimento do genoma de qualquer animal. Por alguma razão, as salamandras têm muito mais DNA do que outros vertebrados porque perdem partes dele com menos frequência. Investigando o genoma do axolote, os cientistas viram sequências repetidas, a maioria das quais não codifica proteínas e não tem função conhecida. Eles também encontraram genes que são essenciais para a regeneração. No entanto, o maior fator que diferencia a regeneração do axolote pode não ser um conjunto de genes únicos, mas como eles regulam seus genes.
Não é de admirar que os axolotes sejam um dos animais mais estudados da ciência. Mas sua população selvagem despencou. Centenas de anos atrás, os axolotes proliferavam na capital asteca. Nos lagos circundantes, o povo asteca construiu ilhas chamadas chinampas para o cultivo. Esta forma muito produtiva de agricultura criou um vasto sistema de canais, expandindo o habitat raso e protegido do sistema de lagos, o ambiente ideal dos axolotes. Mas quando os invasores espanhóis chegaram, começaram a drenar os lagos. E ainda mais água foi desviada nos últimos anos.
Hoje, a população de axolotes selvagens é encontrada em apenas um lugar, o Lago Xochimilco, onde está ameaçada pela poluição e peixes invasores.As pessoas trabalham para regenerar o ecossistema e fortalecer a tradição agrícola chinampa de 2 mil anos. Se o interesse aumentar, os agricultores podem recuperar chinampas abandonadas e apoiar a comunidade local, assim como os axolotes. Em algum momento, os benefícios de salvar esta salamandra podem ser ainda maiores. Os cientistas esperam que um dia possamos aplicar a excepcional supressão de tumor do axolote e habilidades regenerativas no corpo humano. Talvez seus segredos sejam a real razão para o sorriso do monstro pegajoso.
Luis Zambrano explora a biologia extravagante do axolote.
Fonte: TED
Visto no Brasil Acadêmico
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