O artefato que intriga os especialista em história da tecnologia agora tem muitos de seus segredos analisados e já podemos saber como ele fu...
O artefato que intriga os especialista em história da tecnologia agora tem muitos de seus segredos analisados e já podemos saber como ele funcionava. Mas o maior mistério continua.
Os pesquisadores da University College London (UCL) resolveram grande parte do enigma que compõe a antiga calculadora astronômica grega conhecida como Mecanismo de Antikythera, um dispositivo mecânico movido à mão que era usado para prever eventos astronômicos.
Os pesquisadores da University College London (UCL) resolveram grande parte do enigma que compõe a antiga calculadora astronômica grega conhecida como Mecanismo de Antikythera, um dispositivo mecânico movido à mão que era usado para prever eventos astronômicos.
Não é como uma uma caixinha de música onde se dá corda para pinos subirem e descerem respondendo a um programa mecânico de tons enquanto alguma bailarina fica a girar em frente a um espelho em um guarda-jóias. O Mecanismo de Antikythera está mais para uma desses caros relógios com os chamados “complications” que os grandes mestres da relojoaria se orgulham de conseguir embutir em um mesmo mostrador.
Raio-X 3D ajudou a desvendar o interior para modelar as peças. |
E mesmo que não seja movido a corda (uma manivela deve ser girada para mover todo o complexo de engrenagens e mostradores) e não seja tão diminuto quanto um relógio de pulso mecânico moderno, impressiona a complexidade da mecânica capaz de reproduzir o conhecimento astronômico da época da antiga Grécia no volume de livro de 2,5 cm de espessura.
Trabalho semelhante feito em 2009 para o Galileo Museum (Florência, Itália).
Por Michael Wright & Mogi Vicentini.
E mesmo que mostre erroneamente a Terra como o centro do universo conhecido (geocentrismo) e suas peculiaridades desafiadoras, como mostrar o movimento retrógrado de alguns planetas – que é como vemos suas órbitas no céu daqui da Terra – e considerando que se eles soubessem do heliocentrismo essa representação das órbitas seria bem mais simples, uma vez que teriam todas as órbitas sempre no mesmo sentido, sem nunca retroagir, é quase um milagre que se pudesse fazer algo do tipo na Grécia Antiga mais de 2.000 anos atrás, já que o máximo que se esperava da alta tecnologia daquele tempo seriam catapultas militares. Tente imaginar o filme Os 300 de Esparta ou Tróia para se ter uma visão do estágio tecnológico naquela fase do Age of Empires.
Pois o Mecanismo de Antikythera é conhecido por muitos como o primeiro computador analógico do mundo, e é a peça de engenharia mais complexa que sobreviveu no mundo antigo. Foi usado para prever as posições do Sol, da Lua e dos planetas, bem como eclipses lunares e solares. Publicado em Scientific Reports, o artigo da equipe multidisciplinar de pesquisa UCL Antikythera revela uma nova exibição da antiga ordem grega do Universo (Cosmos), dentro de um sistema de engrenagens complexo na frente do mecanismo.
O autor principal do estudo, o Professor Tony Freeth (UCL Mechanical Engineering) explicou:
A calculadora astronômica é um dispositivo de bronze que consiste em uma combinação complexa de 30 engrenagens de bronze sobreviventes usadas para prever eventos astronômicos, incluindo eclipses, fases da lua, posições dos planetas e até mesmo datas das Olimpíadas.
Embora um grande progresso tenha sido feito no último século para entender como funcionava, estudos em 2005 usando raios X 3D e imagens de superfície permitiram aos pesquisadores mostrar como o mecanismo previu eclipses e calculou o movimento variável da lua.
No entanto, até agora, uma compreensão completa do sistema de engrenagens na parte frontal do dispositivo escapou aos melhores esforços dos pesquisadores. Apenas cerca de um terço do mecanismo sobreviveu e está dividido em 82 fragmentos - criando um desafio assustador para a equipe multidisplinar de especialistas da UCL.
O maior fragmento sobrevivente, conhecido como Fragmento A, exibe características de rolamentos, pilares e um bloco. Outro, conhecido como Fragmento D, apresenta um disco inexplicável, engrenagem de 63 dentes e placa.
Pesquisas anteriores usaram dados de raios-X de 2005 para revelar milhares de caracteres de texto escondidos dentro dos fragmentos, não lidos por quase 2.000 anos. As inscrições na contracapa incluem uma descrição da exibição do cosmos, com os planetas movendo-se em anéis e indicados por contas marcadoras. Foi essa exibição que a equipe trabalhou para reconstruir.
Pois o Mecanismo de Antikythera é conhecido por muitos como o primeiro computador analógico do mundo, e é a peça de engenharia mais complexa que sobreviveu no mundo antigo. Foi usado para prever as posições do Sol, da Lua e dos planetas, bem como eclipses lunares e solares. Publicado em Scientific Reports, o artigo da equipe multidisciplinar de pesquisa UCL Antikythera revela uma nova exibição da antiga ordem grega do Universo (Cosmos), dentro de um sistema de engrenagens complexo na frente do mecanismo.
O autor principal do estudo, o Professor Tony Freeth (UCL Mechanical Engineering) explicou:
O nosso é o primeiro modelo que está em conformidade com todas as evidências físicas e corresponde às descrições nas inscrições científicas gravadas no próprio mecanismo.Esse aparelho da antiguidade gerou fascínio e intensa controvérsia desde sua descoberta em um naufrágio da era romana em 1901 por mergulhadores de esponja gregos perto da pequena ilha mediterrânea de Antikythera (ou Anticítera).
A calculadora astronômica é um dispositivo de bronze que consiste em uma combinação complexa de 30 engrenagens de bronze sobreviventes usadas para prever eventos astronômicos, incluindo eclipses, fases da lua, posições dos planetas e até mesmo datas das Olimpíadas.
Embora um grande progresso tenha sido feito no último século para entender como funcionava, estudos em 2005 usando raios X 3D e imagens de superfície permitiram aos pesquisadores mostrar como o mecanismo previu eclipses e calculou o movimento variável da lua.
No entanto, até agora, uma compreensão completa do sistema de engrenagens na parte frontal do dispositivo escapou aos melhores esforços dos pesquisadores. Apenas cerca de um terço do mecanismo sobreviveu e está dividido em 82 fragmentos - criando um desafio assustador para a equipe multidisplinar de especialistas da UCL.
O maior fragmento sobrevivente, conhecido como Fragmento A, exibe características de rolamentos, pilares e um bloco. Outro, conhecido como Fragmento D, apresenta um disco inexplicável, engrenagem de 63 dentes e placa.
Pesquisas anteriores usaram dados de raios-X de 2005 para revelar milhares de caracteres de texto escondidos dentro dos fragmentos, não lidos por quase 2.000 anos. As inscrições na contracapa incluem uma descrição da exibição do cosmos, com os planetas movendo-se em anéis e indicados por contas marcadoras. Foi essa exibição que a equipe trabalhou para reconstruir.
Dois números extraídos dos raios-X da capa, de 462 anos e 442 anos, representam com precisão os ciclos de Vênus e Saturno, respectivamente. Quando observados da Terra, os ciclos dos planetas às vezes invertem seus movimentos em relação às estrelas. Os especialistas devem rastrear esses ciclos variáveis ao longo de longos períodos de tempo para prever suas posições.
Usando um antigo método matemático grego descrito pelo filósofo Parmênides, a equipe da UCL não apenas explicou como os ciclos de Vênus e Saturno foram derivados, mas também conseguiu recuperar os ciclos de todos os outros planetas, para os quais não havia evidências nos fragmentos.
O candidato a PhD e membro da equipe David Higgon relatou como foi o trabalho:
O professor Freeth acrescentou: “A equipe então criou mecanismos inovadores para todos os planetas que calculariam os novos ciclos astronômicos avançados e minimizariam o número de engrenagens em todo o sistema, de modo que eles se encaixassem nos espaços apertados disponíveis.”
Fonte: UCL, Nature Documentaries (YouTube)
Visto no Brasil Acadêmico
A astronomia clássica do primeiro milênio aC originou-se na Babilônia, mas nada nesta astronomia sugeria como os gregos antigos encontraram um ciclo altamente preciso de 462 anos para Vênus e um ciclo de 442 anos para Saturno.
Aris Dacanalis. Candidato a PHD e membro da equipe.
Usando um antigo método matemático grego descrito pelo filósofo Parmênides, a equipe da UCL não apenas explicou como os ciclos de Vênus e Saturno foram derivados, mas também conseguiu recuperar os ciclos de todos os outros planetas, para os quais não havia evidências nos fragmentos.
O candidato a PhD e membro da equipe David Higgon relatou como foi o trabalho:
“Após uma luta considerável, conseguimos combinar as evidências nos Fragmentos A e D a um mecanismo para Vênus, que modela exatamente sua relação de período planetário de 462 anos, com a engrenagem de 63 dentes desempenhando um papel crucial."
O professor Freeth acrescentou: “A equipe então criou mecanismos inovadores para todos os planetas que calculariam os novos ciclos astronômicos avançados e minimizariam o número de engrenagens em todo o sistema, de modo que eles se encaixassem nos espaços apertados disponíveis.”
Este é um avanço teórico fundamental sobre como o Cosmos foi construído no Mecanismo. Agora devemos provar sua viabilidade, fazendo-o com técnicas antigas. Um desafio particular será o sistema de tubos aninhados que carregam os resultados astronômicos.
Dr. Adam Wojcik (UCL Mechanical Engineering). Co-autor do trabalho
Agora que um modelo funcional foi construído digitalmente, ficou mais viável a construção de um protótipo físico. Especula-se que a máquina poderia ter sido construída por Arquimedes, que viveu naquela época e seria um dos sábios da antiguidade com conhecimento para construir tal aparelho. Mas não há indicações disso no próprio dispositivo.
Fonte: UCL, Nature Documentaries (YouTube)
Visto no Brasil Acadêmico
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