A experiência de substituir policiais com uniforme por profissionais da saúde para atender ocorrências não-violentas resultou em zero prisõe...
A experiência de substituir policiais com uniforme por profissionais da saúde para atender ocorrências não-violentas resultou em zero prisões após seis meses.
A equipe civil lidou com cerca de seis incidentes por dia, das 10h às 18h, de segunda a sexta-feira, em bairros de alta demanda. A STAR ainda não tem pessoas ou vans suficientes para responder a todos os incidentes não violentos, mas cerca de 3% das chamadas dos cerca de 2.500 incidentes, valeram a abordagem alternativa. Além disso, cerca de 35% das ligações para o pessoal da STAR vêm de policiais, de acordo com o relatório de avaliação do programa.
Para o delegado, transferir chamadas de baixo nível para equipes civis não significa realocar dinheiro. Trata-se de resolver dois problemas ao mesmo tempo: conseguir a ajuda que residentes inofensivos precisam enquanto permite que a polícia se concentre em outras coisas.
“Quero que o departamento de polícia se concentre nas questões policiais”, disse Pazen.
A cidade de Denver é a maior cidade e a capital do estado do Colorado com cerca de 700 mil habitantes. Como em outras localidades, Denver quer reduzir a violência policial. Mas essa demanda se tornou prioritária após a morte de George Perry Floyd Jr. – um afro-americano assassinado em Minneapolis, em 25 de maio de 2020, estrangulado por um policial branco que ajoelhou em seu pescoço durante uma abordagem por supostamente usar uma nota falsificada de US$ 20 em um supermercado –, que culminou em uma onda de protestos contra a violência policial e racismo estrutural por todo os EUA. Pois foi nesse contexto que se desenvolveu uma nova abordagem para atendimento a ocorrências “policiais”.
Roshan Bliss, voluntária e co-presidente do Denver Justice Project , vem tentando encontrar maneiras de conter a violência policial há anos e conseguiu iniciar o programa piloto Resposta Assistida de Equipe de Suporte (STAR, na sigla em inglês) desde 1º de junho de 2020, coincidentemente após o quinto dia de protestos massivos contra o racismo e a brutalidade policial em Denver.
O STAR atende algumas ligações que normalmente iriam para o 911 de policiais armados (o equivalente ao nosso 190 da polícia militar brasileira) e que agora vão para uma van despretensiosa operada por um paramédico da Denver Health e uma assistente social do Centro de Saúde Mental de Denver. A ideia é enviar respostas mais adequadas para esses tipos de chamados que têm a ver com abuso de substâncias, crises de saúde mental ou pessoas que precisam apenas de ajuda para se conectar aos serviços. Uma doação do fundo Caring 4 Denver , que os eleitores aprovaram em 2019, havia dado ao STAR pelo menos seis meses para mostrar sua aficácia.
Essa forma de “desmantelar o policiamento”, conforme diria Bliss, foi uma ideia que se tornou amplamente comentada durante os protestos em reação à morte de George Floyd.
Roshan Bliss, voluntária e co-presidente do Denver Justice Project , vem tentando encontrar maneiras de conter a violência policial há anos e conseguiu iniciar o programa piloto Resposta Assistida de Equipe de Suporte (STAR, na sigla em inglês) desde 1º de junho de 2020, coincidentemente após o quinto dia de protestos massivos contra o racismo e a brutalidade policial em Denver.
O STAR atende algumas ligações que normalmente iriam para o 911 de policiais armados (o equivalente ao nosso 190 da polícia militar brasileira) e que agora vão para uma van despretensiosa operada por um paramédico da Denver Health e uma assistente social do Centro de Saúde Mental de Denver. A ideia é enviar respostas mais adequadas para esses tipos de chamados que têm a ver com abuso de substâncias, crises de saúde mental ou pessoas que precisam apenas de ajuda para se conectar aos serviços. Uma doação do fundo Caring 4 Denver , que os eleitores aprovaram em 2019, havia dado ao STAR pelo menos seis meses para mostrar sua aficácia.
Essa forma de “desmantelar o policiamento”, conforme diria Bliss, foi uma ideia que se tornou amplamente comentada durante os protestos em reação à morte de George Floyd.
Fonte: Denverite |
Enquanto os protestos clamam por mudanças, foi aqui que dez anos de gastos maciços com a polícia e a prisão de Denver nos levaram.Roshan Bliss
Bliss e seus colegas começaram a falar publicamente sobre o programa ou partes dele em 2017, incluindo um então comandante da polícia de Denver chamado Paul Pazen . Quando Pazen se tornou chefe em 2018, ele estava preparado para ajudar a dar o pontapé inicial. Em 2020, Bliss, alguns colegas ativistas e uma delegação de legisladores locais fizeram uma viagem para Eugene, Oregon, onde uma iniciativa semelhante ao STAR já opera há mais de 30 anos. Mas Bliss acredita que Denver é a primeira grande cidade do país a copiar o modelo de Eugene, tirando a polícia de situações em a própria polícia poderia tornar mais perigosa.
Surpreendentemente, após seis meses do programa STAR, ninguém foi preso nos atendimentos feitos pela van. Em seus primeiros seis meses, o programa respondeu a 748 incidentes. Nenhum deles exigiu polícia ou levou à detenção de alguém.
Surpreendentemente, após seis meses do programa STAR, ninguém foi preso nos atendimentos feitos pela van. Em seus primeiros seis meses, o programa respondeu a 748 incidentes. Nenhum deles exigiu polícia ou levou à detenção de alguém.
Fonte: Denverite |
A equipe civil lidou com cerca de seis incidentes por dia, das 10h às 18h, de segunda a sexta-feira, em bairros de alta demanda. A STAR ainda não tem pessoas ou vans suficientes para responder a todos os incidentes não violentos, mas cerca de 3% das chamadas dos cerca de 2.500 incidentes, valeram a abordagem alternativa. Além disso, cerca de 35% das ligações para o pessoal da STAR vêm de policiais, de acordo com o relatório de avaliação do programa.
“Isso é bom, é um ótimo programa e, basicamente, o relatório nos diz em que acreditamos.”Pazen espera que o programa alternativo alcance todos os bairros para e possam se beneficiar utilizar seus serviços a qualquer hora, ao invés de apenas nos dias úteis durante o horário comercial normal. Quase US$ 3 milhões para mais assistentes sociais e mais vans devem ajudar Denver a alcançar essa meta esse ano, disse Pazen. Espera-se que o dinheiro venha do orçamento da cidade e de uma doação do fundo de saúde mental financiado por impostos sobre vendas de Denver.Paul Pazen. Delegado de polícia de Denver
“Quero que o departamento de polícia se concentre nas questões policiais”, disse Pazen.
“Temos trabalho mais do que suficiente no que diz respeito a crimes violentos, crimes contra a propriedade e segurança no trânsito, e se algo como o STAR ou qualquer outro sistema de apoio pode aliviar a carga de chamadas de saúde mental para o serviço, chamadas de abuso de substância e questões de baixo nível, que libere a aplicação da lei para lidar com questões de crime. ”E acrescentou: “Eu vejo isso como um 'e'. Não é um 'ou'. ”
*A imagem que ilustra o post é uma montagem com foto do jornal Metrópoles em matéria alusiva a aquisição de viaturas da polícia (em baixo) e do jornal Denverite sobre a van do programa STAR (acima).
Fonte: Denverite, Star Program Evaluation
Visto no Brasil Acadêmico
Fonte: Denverite, Star Program Evaluation
Visto no Brasil Acadêmico
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