Os cientistas mostraram que o remdesivir é altamente eficaz para interromper o mecanismo de replicação do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que...
Os cientistas mostraram que o remdesivir é altamente eficaz para interromper o mecanismo de replicação do SARS-CoV-2, o novo coronavírus que causa o COVID-19. A descoberta acompanha de perto os estudos que demonstram como a droga funcionava contra o vírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), um coronavírus relacionado.
Cientistas da Universidade de Alberta mostraram que o remdesivir é altamente eficaz para interromper o mecanismo de replicação do coronavírus que causa o COVID-19, de acordo com uma nova pesquisa publicada no Journal of Biological Chemistry. O artigo segue de perto a pesquisa publicada pelo mesmo laboratório no final de fevereiro que demonstrou como a droga funcionava contra o vírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), um coronavírus relacionado.
O novo artigo de Götte demonstra como o remdesivir, desenvolvido em 2014 para combater a epidemia de Ebola, funciona em detalhes. Ele compara a polimerase ao mecanismo do vírus, responsável pela síntese do genoma do vírus.
O trabalho do laboratório mostra como o remdesivir engana o vírus imitando seus blocos de construção.
Ele disse que as evidências de seu grupo, juntamente com estudos publicados anteriormente em modelos de cultura animal e celular, significam que o remdesivir pode ser classificado como um “antiviral de ação direta” contra o SARS-CoV-2, um termo usado pela primeira vez para descrever novas classes de antivirais que interferem com etapas específicas do ciclo de vida do vírus da hepatite C (HCV).
Götte afirmou que a descoberta dessa ação direta reforça a promessa de ensaios clínicos para o remdesivir em pacientes com COVID-19, que já estão em andamento em todo o mundo. Mas apesar dele asseverar que as evidências justificam os ensaios clínicos, Götte alerta que os resultados obtidos no laboratório não podem ser usados para prever como o medicamento funcionará com as pessoas.
A pesquisa de Götte foi financiada pelos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, pelo Major Innovation Fund de Alberta e pela Gilead Sciences, que fabrica remdesivir.
O laboratório de Götte trabalhou anteriormente no vírus da imunodeficiência humana (HIV) e HCV, mas há alguns anos mudou para se concentrar em vírus com maior potencial epidêmico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou sua lista dos principais patógenos com probabilidade de causar surtos graves, incluindo Ebola, Lassa e coronavírus, em 2015.
“Nesse sentido, fomos preparados porque meu laboratório é especializado em polimerases virais.”, disse Götte, acrescentando que seu próximo passo será usar as ferramentas de seu laboratório para avaliar outros antivirais promissores.
Ele está otimista de que a quantidade sem precedentes de pesquisas em andamento em todo o mundo e o alto nível de cooperação entre os pesquisadores levem à descoberta de um ou mais tratamentos eficazes para o COVID-19.
O remdesivir é um dos vários medicamentos que estão sendo acelerados em ensaios pela Organização Mundial da Saúde, comparando tratamentos em potencial em pacientes hospitalizados com COVID-19 em uma dúzia de países, incluindo o Canadá. Götte disse que podemos esperar resultados de importantes ensaios clínicos já em abril ou maio.
Götte disse que é decepcionante que os antivirais descobertos no momento do surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2003 - que também poderia ter sido eficaz contra o COVID-19 - nunca tenham sido traduzidos em tratamentos amplamente disponíveis, em grande parte devido à enorme custo envolvido no desenvolvimento de novos medicamentos.
"Desta vez, é óbvio que temos que cruzar a linha de chegada", disse ele.
Fonte: Science Daily
[Visto no Brasil Acadêmico]
Cientistas da Universidade de Alberta mostraram que o remdesivir é altamente eficaz para interromper o mecanismo de replicação do coronavírus que causa o COVID-19, de acordo com uma nova pesquisa publicada no Journal of Biological Chemistry. O artigo segue de perto a pesquisa publicada pelo mesmo laboratório no final de fevereiro que demonstrou como a droga funcionava contra o vírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), um coronavírus relacionado.
“Estávamos otimistas de que veríamos os mesmos resultados contra o vírus SARS-CoV-2. Obtivemos resultados quase idênticos aos relatados anteriormente com o MERS, portanto vemos que o remdesivir é um inibidor muito potente das polimerases de coronavírus.”
Matthias Götte. Presidente de microbiologia médica e imunologia da Universidade da Califórnia
O novo artigo de Götte demonstra como o remdesivir, desenvolvido em 2014 para combater a epidemia de Ebola, funciona em detalhes. Ele compara a polimerase ao mecanismo do vírus, responsável pela síntese do genoma do vírus.
“Se você atingir a polimerase, o vírus não pode se espalhar, por isso é um alvo muito lógico para o tratamento.”
O trabalho do laboratório mostra como o remdesivir engana o vírus imitando seus blocos de construção.
“Essas polimerases de coronavírus são desleixadas e são enganadas, então o inibidor é incorporado muitas vezes e o vírus não pode mais se replicar.”
Ele disse que as evidências de seu grupo, juntamente com estudos publicados anteriormente em modelos de cultura animal e celular, significam que o remdesivir pode ser classificado como um “antiviral de ação direta” contra o SARS-CoV-2, um termo usado pela primeira vez para descrever novas classes de antivirais que interferem com etapas específicas do ciclo de vida do vírus da hepatite C (HCV).
Götte afirmou que a descoberta dessa ação direta reforça a promessa de ensaios clínicos para o remdesivir em pacientes com COVID-19, que já estão em andamento em todo o mundo. Mas apesar dele asseverar que as evidências justificam os ensaios clínicos, Götte alerta que os resultados obtidos no laboratório não podem ser usados para prever como o medicamento funcionará com as pessoas.
“Precisamos ser pacientes e aguardar os resultados dos ensaios clínicos randomizados.”
A pesquisa de Götte foi financiada pelos Institutos Canadenses de Pesquisa em Saúde, pelo Major Innovation Fund de Alberta e pela Gilead Sciences, que fabrica remdesivir.
O laboratório de Götte trabalhou anteriormente no vírus da imunodeficiência humana (HIV) e HCV, mas há alguns anos mudou para se concentrar em vírus com maior potencial epidêmico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou sua lista dos principais patógenos com probabilidade de causar surtos graves, incluindo Ebola, Lassa e coronavírus, em 2015.
“Nesse sentido, fomos preparados porque meu laboratório é especializado em polimerases virais.”, disse Götte, acrescentando que seu próximo passo será usar as ferramentas de seu laboratório para avaliar outros antivirais promissores.
Ele está otimista de que a quantidade sem precedentes de pesquisas em andamento em todo o mundo e o alto nível de cooperação entre os pesquisadores levem à descoberta de um ou mais tratamentos eficazes para o COVID-19.
“Estamos desesperados, mas ainda assim temos que manter o sarrafo alto para tudo o que colocarmos em ensaios clínicos.”
O remdesivir é um dos vários medicamentos que estão sendo acelerados em ensaios pela Organização Mundial da Saúde, comparando tratamentos em potencial em pacientes hospitalizados com COVID-19 em uma dúzia de países, incluindo o Canadá. Götte disse que podemos esperar resultados de importantes ensaios clínicos já em abril ou maio.
Götte disse que é decepcionante que os antivirais descobertos no momento do surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2003 - que também poderia ter sido eficaz contra o COVID-19 - nunca tenham sido traduzidos em tratamentos amplamente disponíveis, em grande parte devido à enorme custo envolvido no desenvolvimento de novos medicamentos.
"Desta vez, é óbvio que temos que cruzar a linha de chegada", disse ele.
“Dez bilhões de dólares, parece muito, uma quantia enorme. Mas no contexto dessa pandemia e nos custos associados a essa pandemia, não é nada.”
Fonte: Science Daily
[Visto no Brasil Acadêmico]
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