Phil Plait estava em uma equipe de astrônomos do Telescópio Espacial Hubble que acreditavam que podiam ter tirado a primeira foto direta de ...
Phil Plait estava em uma equipe de astrônomos do Telescópio Espacial Hubble que acreditavam que podiam ter tirado a primeira foto direta de um exoplaneta. Mas as evidências, na verdade, provavam isso? Acompanhe como Plait mostra como a ciência progride, por meio de uma quantidade robusta do ato de cometer e corrigir erros.
As pessoas têm muitos conceitos errados sobre a ciência, sobre como ela funciona e o que é. Um desses conceitos é que a ciência é só uma pilha de fatos antigos. Mas isso não é verdade; esse nem é o objetivo da ciência. A ciência é um processo. É uma maneira de pensar. Coletar fatos é apenas uma parte dela, mas não é o objetivo. O objetivo final da ciência é entender a realidade objetiva da melhor maneira que sabemos, e isso é baseado em evidências.
O problema aqui é que as pessoas são imperfeitas. Podemos nos enganar. Somos muito bons em nos enganar. Incluído nesse processo está um modo de minimizar nosso próprio prejulgamento. De uma forma resumida, mais do que seja provavelmente útil, eis como isso funciona. Se você quiser fazer ciência, vai querer observar algo. Por exemplo: “O céu é azul, e eu me pergunto por quê”. Você questiona. A próxima coisa que você faz é propor uma ideia para explicar isso: uma hipótese. Sabe de uma coisa? Os oceanos são azuis. Talvez o céu esteja refletindo as cores do oceano. Ótimo, mas agora você tem que testar para prever o que isso pode significar. Sua previsão seria:
Faz sentido, mas você tem que testar essa previsão. Então, você pega um avião, sai de Denver em um belo dia cinzento, voa para Los Angeles, olha pra cima, e o céu está gloriosamente azul. Viva, sua tese está comprovada. Mas será mesmo? Não. Você fez uma observação. Precisa pensar sobre sua hipótese e a maneira de testá-la, e testar mais do que só uma vez. Talvez você pudesse ir a uma parte diferente do país ou numa época diferente do ano para ver como está o clima lá então.
De fato, isso também deverá lhe poupar muito tempo e dinheiro, em vez de voar de costa a costa só para checar o tempo.
Agora, o que acontece se sua hipótese faz um trabalho decente, mas não perfeito? Tudo bem, porque você pode modificar um pouco e depois passar por todo esse processo novamente: fazer previsões e testá-las. Ao fazer isso várias vezes, você irá aprimorar essa ideia. Se ela ficar boa o bastante, poderá ser aceita pela comunidade científica, ao menos provisoriamente, como uma boa explicação do que está acontecendo, pelo menos até que uma ideia melhor ou alguma evidência contraditória apareça.
Parte desse processo é admitir quando você está errado. Isso pode ser muito difícil. A ciência tem pontos fortes e fracos que dependem disso. Um de seus pontos fortes é que ela é feita por pessoas, e está provado que elas fazem um ótimo trabalho. Entendemos muito bem o Universo por causa dela. Um dos pontos fracos da ciência é que ela é feita por pessoas, e trazemos muita bagagem conosco quando investigamos as coisas. Somos narcisistas, teimosos, supersticiosos, somos tribais, somos seres humanos. Todos esses são traços humanos, e os cientistas são humanos. Temos que estar cientes disso quando estudamos ciência e tentamos desenvolver nossas teses. Mas parte dessa coisa toda, parte desse processo científico, parte do método científico, é admitir quando você está errado. Eu sei, já passei por isso.
Há muitos anos, trabalhei no Telescópio Espacial Hubble, e um cientista com quem trabalhei veio até mim com alguns dados e disse: “Acho que pode haver uma foto de um planeta na órbita de outra estrela nesses dados”. Não havíamos tirado fotos de planetas na órbita de estrelas ainda. Então, se isso fosse verdade, esse seria o primeiro planeta, e nós seríamos aqueles que o descobriram. Era algo importante. Fiquei muito animado. Investiguei esses dados. Passei muito tempo tentando descobrir se essa coisa era um planeta ou não. O problema é que os planetas são tênues, e as estrelas são brilhantes.
Era muito difícil. Tentei tudo o que pude, mas, após um mês trabalhando nisso, cheguei a uma conclusão... eu não conseguia fazer. Tive que desistir. Tive que dizer ao outro cientista: “Os dados estão confusos. Não podemos dizer se é um planeta ou não”. E isso foi difícil. Depois, fizemos observações de acompanhamento com o Hubble, que mostraram que não era um planeta. Era uma estrela de fundo ou galáxia, algo assim.
Bem, para não ficar técnico demais, mas foi uma droga.
(Risos)
Fiquei muito triste com aquilo. Mas isso faz parte. Você tem que dizer:
Então, tive que encarar o fato de que até os dados de acompanhamento mostravam nosso erro. Emocionalmente fiquei muito triste. Mas, se um cientista faz seu trabalho corretamente, estar errado não é tão ruim, porque significa que ainda há mais coisas por aí, mais coisas para se descobrir.
Os cientistas não adoram estar errados, mas adoramos quebra-cabeças, e o Universo é o maior quebra-cabeça de todos. Dito isso, se você tem uma peça que não se encaixa, não importa como você a mova, forçá-la mais não irá ajudar. Haverá um momento em que você terá que abandonar sua ideia se quiser entender o todo. O preço de fazer ciência é admitir quando você está errado, mas a recompensa é a melhor que existe: conhecimento e compreensão. Posso lhes dar mil exemplos disso na ciência, mas há um de que gosto muito. Tem a ver com astronomia, e era uma questão que vinha atormentando astrônomos literalmente há séculos.
Quando olhamos para o Sol, ele parece especial. É o objeto mais brilhante no céu, mas, tendo estudado astronomia, física, química e termodinâmica por muito tempo, aprendemos algo muito importante: ele não é tão especial assim. É uma estrela como milhões de outras. Mas isso levanta uma questão interessante: “Se o Sol é uma estrela e tem planetas ao redor, essas outras estrelas têm planetas?” Como eu disse sobre meu próprio fracasso no “planeta” que eu estava procurando, encontrá-los é superdifícil, mas os cientistas tendem a ser pessoas muito inteligentes. Eles usaram muitas técnicas diferentes e começaram a observar as estrelas. Ao longo das décadas, começaram a descobrir coisas bem interessantes, bem no limite esparso e arriscado do que conseguiam detectar. Mas, frequentemente, mostrou-se que estava errado.
Tudo isso mudou em 1991. Uma dupla de astrônomos, Andrew Lyne e Matthew Bailes, fizeram um anúncio muito importante: a descoberta de um planeta na órbita de outra estrela. Não era qualquer estrela, mas um pulsar, o remanescente de uma estrela que explodiu anteriormente e que estava produzindo radiação. Esse é o último lugar do Universo onde você esperaria encontrar um planeta, mas eles haviam analisado metodicamente esse pulsar e detectaram a atração gravitacional do planeta na órbita do pulsar. Parecia muito bom.
(Risos)
Após o anúncio, um grupo de astrônomos comentou a respeito. Então, eles voltaram, analisaram os dados e perceberam que haviam cometido um erro muito embaraçoso. Eles não haviam levado em conta algumas características muito sutis do movimento da Terra ao redor do Sol, o que afetou o modo de medição desse planeta ao redor do pulsar.
Então, Andrew Lyne ficou com uma tarefa terrível. Ele precisava admitir isso. Então, em 1992, no encontro da American Astronomical Society, um dos maiores encontros de astrônomos do planeta, ele se levantou e anunciou que havia cometido um erro e que o planeta não existia. O que aconteceu depois... ah, eu adoro isso... o que aconteceu depois foi maravilhoso. Ele recebeu uma ovação. Os astrônomos não estavam zangados com ele; não queriam criticá-lo. Eles o elogiaram por sua honestidade e sua integridade. Eu adoro isso! Os cientistas são pessoas.
(Risos)
E fica ainda melhor!
(Risos)
Lyne deixa a tribuna. O próximo a se apresentar é um homem chamado Aleksander Wolszczan. Ele pega o microfone e diz: “Sim, a equipe de Lyne não descobriu um planeta pulsar, mas minha equipe descobriu não apenas um, mas dois planetas na órbita de um pulsar diferente. Soubemos do problema de Lyne, verificamos e, sim, os nossos são reais”. E acontece que ele estava certo. De fato, alguns meses depois, descobriram um terceiro planeta na órbita do pulsar. Foi o primeiro sistema exoplaneta já descoberto.
Isso para mim é simplesmente maravilhoso.
Naquele momento, as comportas foram abertas. Em 1995, um planeta foi descoberto ao redor de uma estrela como o Sol, e depois descobrimos outro e mais outro. Esta é uma imagem de um planeta real na órbita de uma estrela real. Continuamos aperfeiçoando. Começamos a encontrá-los em grande quantidade. Começamos a encontrar milhares deles. Construímos observatórios projetados especificamente para procurá-los. Agora conhecemos milhares deles e até mesmo sistemas planetários.
Esses são dados reais, animados, que mostram quatro planetas na órbita de outra estrela. Isso é incrível. Pensem nisso. Ao longo de toda a história humana, podíamos contar todos os planetas conhecidos no Universo em duas mãos... nove... oito? Nove? Oito... oito.
(Risos)
Ah.
(Risos)
Mas agora sabemos que estão por toda a parte. Para cada estrela que vemos no céu, pode haver três, cinco, dez planetas. O céu está repleto deles. Achamos que os planetas podem exceder em número as estrelas da galáxia. Essa é uma afirmação profunda. Foi feita por causa da ciência e não só por causa dela, dos observatórios e dos dados; foi feita por causa dos cientistas que construíram os observatórios, pegaram os dados, cometeram erros e admitiram isso, e depois deixaram outros cientistas se basearem em seus erros para que pudessem fazer o que fazem e descobrir onde fica o nosso lugar no Universo. É assim que descobrimos a verdade. A ciência está no seu melhor quando se atreve a ser humana.
Obrigado.
(Aplausos) (Vivas)
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
As pessoas têm muitos conceitos errados sobre a ciência, sobre como ela funciona e o que é. Um desses conceitos é que a ciência é só uma pilha de fatos antigos. Mas isso não é verdade; esse nem é o objetivo da ciência. A ciência é um processo. É uma maneira de pensar. Coletar fatos é apenas uma parte dela, mas não é o objetivo. O objetivo final da ciência é entender a realidade objetiva da melhor maneira que sabemos, e isso é baseado em evidências.
O problema aqui é que as pessoas são imperfeitas. Podemos nos enganar. Somos muito bons em nos enganar. Incluído nesse processo está um modo de minimizar nosso próprio prejulgamento. De uma forma resumida, mais do que seja provavelmente útil, eis como isso funciona. Se você quiser fazer ciência, vai querer observar algo. Por exemplo: “O céu é azul, e eu me pergunto por quê”. Você questiona. A próxima coisa que você faz é propor uma ideia para explicar isso: uma hipótese. Sabe de uma coisa? Os oceanos são azuis. Talvez o céu esteja refletindo as cores do oceano. Ótimo, mas agora você tem que testar para prever o que isso pode significar. Sua previsão seria:
“Bem, se o céu estiver refletindo a cor do oceano, ele será mais azul na costa do que no interior do país”.
Faz sentido, mas você tem que testar essa previsão. Então, você pega um avião, sai de Denver em um belo dia cinzento, voa para Los Angeles, olha pra cima, e o céu está gloriosamente azul. Viva, sua tese está comprovada. Mas será mesmo? Não. Você fez uma observação. Precisa pensar sobre sua hipótese e a maneira de testá-la, e testar mais do que só uma vez. Talvez você pudesse ir a uma parte diferente do país ou numa época diferente do ano para ver como está o clima lá então.
Outra boa ideia é conversar com outras pessoas. Elas têm ideias e perspectivas diferentes e podem ajudá-lo. Isso é o que chamamos de “revisão por pares”.
De fato, isso também deverá lhe poupar muito tempo e dinheiro, em vez de voar de costa a costa só para checar o tempo.
Agora, o que acontece se sua hipótese faz um trabalho decente, mas não perfeito? Tudo bem, porque você pode modificar um pouco e depois passar por todo esse processo novamente: fazer previsões e testá-las. Ao fazer isso várias vezes, você irá aprimorar essa ideia. Se ela ficar boa o bastante, poderá ser aceita pela comunidade científica, ao menos provisoriamente, como uma boa explicação do que está acontecendo, pelo menos até que uma ideia melhor ou alguma evidência contraditória apareça.
Parte desse processo é admitir quando você está errado. Isso pode ser muito difícil. A ciência tem pontos fortes e fracos que dependem disso. Um de seus pontos fortes é que ela é feita por pessoas, e está provado que elas fazem um ótimo trabalho. Entendemos muito bem o Universo por causa dela. Um dos pontos fracos da ciência é que ela é feita por pessoas, e trazemos muita bagagem conosco quando investigamos as coisas. Somos narcisistas, teimosos, supersticiosos, somos tribais, somos seres humanos. Todos esses são traços humanos, e os cientistas são humanos. Temos que estar cientes disso quando estudamos ciência e tentamos desenvolver nossas teses. Mas parte dessa coisa toda, parte desse processo científico, parte do método científico, é admitir quando você está errado. Eu sei, já passei por isso.
Há muitos anos, trabalhei no Telescópio Espacial Hubble, e um cientista com quem trabalhei veio até mim com alguns dados e disse: “Acho que pode haver uma foto de um planeta na órbita de outra estrela nesses dados”. Não havíamos tirado fotos de planetas na órbita de estrelas ainda. Então, se isso fosse verdade, esse seria o primeiro planeta, e nós seríamos aqueles que o descobriram. Era algo importante. Fiquei muito animado. Investiguei esses dados. Passei muito tempo tentando descobrir se essa coisa era um planeta ou não. O problema é que os planetas são tênues, e as estrelas são brilhantes.
Tentar obter um sinal desses dados era como tentar ouvir um sussurro num show de heavy metal.
Era muito difícil. Tentei tudo o que pude, mas, após um mês trabalhando nisso, cheguei a uma conclusão... eu não conseguia fazer. Tive que desistir. Tive que dizer ao outro cientista: “Os dados estão confusos. Não podemos dizer se é um planeta ou não”. E isso foi difícil. Depois, fizemos observações de acompanhamento com o Hubble, que mostraram que não era um planeta. Era uma estrela de fundo ou galáxia, algo assim.
Bem, para não ficar técnico demais, mas foi uma droga.
(Risos)
Fiquei muito triste com aquilo. Mas isso faz parte. Você tem que dizer:
“Olha, não podemos fazer isso com os dados que temos”.
Então, tive que encarar o fato de que até os dados de acompanhamento mostravam nosso erro. Emocionalmente fiquei muito triste. Mas, se um cientista faz seu trabalho corretamente, estar errado não é tão ruim, porque significa que ainda há mais coisas por aí, mais coisas para se descobrir.
Os cientistas não adoram estar errados, mas adoramos quebra-cabeças, e o Universo é o maior quebra-cabeça de todos. Dito isso, se você tem uma peça que não se encaixa, não importa como você a mova, forçá-la mais não irá ajudar. Haverá um momento em que você terá que abandonar sua ideia se quiser entender o todo. O preço de fazer ciência é admitir quando você está errado, mas a recompensa é a melhor que existe: conhecimento e compreensão. Posso lhes dar mil exemplos disso na ciência, mas há um de que gosto muito. Tem a ver com astronomia, e era uma questão que vinha atormentando astrônomos literalmente há séculos.
Quando olhamos para o Sol, ele parece especial. É o objeto mais brilhante no céu, mas, tendo estudado astronomia, física, química e termodinâmica por muito tempo, aprendemos algo muito importante: ele não é tão especial assim. É uma estrela como milhões de outras. Mas isso levanta uma questão interessante: “Se o Sol é uma estrela e tem planetas ao redor, essas outras estrelas têm planetas?” Como eu disse sobre meu próprio fracasso no “planeta” que eu estava procurando, encontrá-los é superdifícil, mas os cientistas tendem a ser pessoas muito inteligentes. Eles usaram muitas técnicas diferentes e começaram a observar as estrelas. Ao longo das décadas, começaram a descobrir coisas bem interessantes, bem no limite esparso e arriscado do que conseguiam detectar. Mas, frequentemente, mostrou-se que estava errado.
Tudo isso mudou em 1991. Uma dupla de astrônomos, Andrew Lyne e Matthew Bailes, fizeram um anúncio muito importante: a descoberta de um planeta na órbita de outra estrela. Não era qualquer estrela, mas um pulsar, o remanescente de uma estrela que explodiu anteriormente e que estava produzindo radiação. Esse é o último lugar do Universo onde você esperaria encontrar um planeta, mas eles haviam analisado metodicamente esse pulsar e detectaram a atração gravitacional do planeta na órbita do pulsar. Parecia muito bom.
A descoberta do primeiro planeta na órbita de outra estrela... só que não.
(Risos)
Após o anúncio, um grupo de astrônomos comentou a respeito. Então, eles voltaram, analisaram os dados e perceberam que haviam cometido um erro muito embaraçoso. Eles não haviam levado em conta algumas características muito sutis do movimento da Terra ao redor do Sol, o que afetou o modo de medição desse planeta ao redor do pulsar.
Acontece que, quando eles explicaram corretamente, puf... o planeta havia desaparecido. Não era real.
Então, Andrew Lyne ficou com uma tarefa terrível. Ele precisava admitir isso. Então, em 1992, no encontro da American Astronomical Society, um dos maiores encontros de astrônomos do planeta, ele se levantou e anunciou que havia cometido um erro e que o planeta não existia. O que aconteceu depois... ah, eu adoro isso... o que aconteceu depois foi maravilhoso. Ele recebeu uma ovação. Os astrônomos não estavam zangados com ele; não queriam criticá-lo. Eles o elogiaram por sua honestidade e sua integridade. Eu adoro isso! Os cientistas são pessoas.
(Risos)
E fica ainda melhor!
(Risos)
Lyne deixa a tribuna. O próximo a se apresentar é um homem chamado Aleksander Wolszczan. Ele pega o microfone e diz: “Sim, a equipe de Lyne não descobriu um planeta pulsar, mas minha equipe descobriu não apenas um, mas dois planetas na órbita de um pulsar diferente. Soubemos do problema de Lyne, verificamos e, sim, os nossos são reais”. E acontece que ele estava certo. De fato, alguns meses depois, descobriram um terceiro planeta na órbita do pulsar. Foi o primeiro sistema exoplaneta já descoberto.
É o que chamamos de mundos alienígenas: exoplanetas.
Isso para mim é simplesmente maravilhoso.
Naquele momento, as comportas foram abertas. Em 1995, um planeta foi descoberto ao redor de uma estrela como o Sol, e depois descobrimos outro e mais outro. Esta é uma imagem de um planeta real na órbita de uma estrela real. Continuamos aperfeiçoando. Começamos a encontrá-los em grande quantidade. Começamos a encontrar milhares deles. Construímos observatórios projetados especificamente para procurá-los. Agora conhecemos milhares deles e até mesmo sistemas planetários.
Esses são dados reais, animados, que mostram quatro planetas na órbita de outra estrela. Isso é incrível. Pensem nisso. Ao longo de toda a história humana, podíamos contar todos os planetas conhecidos no Universo em duas mãos... nove... oito? Nove? Oito... oito.
(Risos)
Ah.
(Risos)
Mas agora sabemos que estão por toda a parte. Para cada estrela que vemos no céu, pode haver três, cinco, dez planetas. O céu está repleto deles. Achamos que os planetas podem exceder em número as estrelas da galáxia. Essa é uma afirmação profunda. Foi feita por causa da ciência e não só por causa dela, dos observatórios e dos dados; foi feita por causa dos cientistas que construíram os observatórios, pegaram os dados, cometeram erros e admitiram isso, e depois deixaram outros cientistas se basearem em seus erros para que pudessem fazer o que fazem e descobrir onde fica o nosso lugar no Universo. É assim que descobrimos a verdade. A ciência está no seu melhor quando se atreve a ser humana.
Obrigado.
(Aplausos) (Vivas)
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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