Uma vez que seus dispositivos inteligentes podem falar com você, com quem mais eles estão falando? Era o que Kashmir Hill e Surya Mattu quer...
Uma vez que seus dispositivos inteligentes podem falar com você, com quem mais eles estão falando? Era o que Kashmir Hill e Surya Mattu queriam descobrir. Então, eles equiparam o apartamento de Hill com 18 dispositivos diferentes conectados à internet e construíram um roteador especial para rastrear a frequência com que esses dispositivos contatavam seus servidores, e descobriram a informação que estavam devolvendo.
Os resultados foram surpreendentes e mais do que um pouco assustadores. Saiba mais sobre o que os dados de seus dispositivos inteligentes revelam sobre seu horário de sono, suas maratonas em frente à TV e até seus hábitos de escovar os dentes, e como as empresas de tecnologia podem usar essa informação para influenciar você e traçar o seu perfil. (Esta palestra contém linguagem adulta.)
Kashmir Hill: No ano passado, meu marido me deu um Amazon Echo em meu aniversário. Foi um choque, na verdade, porque ambos trabalhamos com privacidade e segurança.
(Risos)
Esse era um aparelho que ficava no centro de nossa casa com um microfone ligado, escutando constantemente.
Aliás, não estamos sozinhos. Segundo uma pesquisa da NPR and Edison Research, um em cada seis americanos adultos tem agora um alto-falante inteligente, o que significa que eles têm um assistente virtual em casa. Sim, é extraordinário. O futuro da distopia está chegando rápido. As empresas nos oferecem todos os tipos de aparelhos conectados à internet. Há luzes, cadeados, banheiros, brinquedos, brinquedos sexuais, todos inteligentes. Ser inteligente significa que o aparelho pode se conectar à internet, coletar dados e comunicar-se com seu proprietário.
Mas, uma vez que seus aparelhos podem se comunicar com você, com quem mais eles estarão se comunicando? Eu queria descobrir. Então, transformei meu apartamento de um dormitório em São Francisco em uma casa inteligente. Conectei até nossa cama à internet. Até onde sei, ela só estava medindo nossos hábitos de sono. Posso lhes dizer agora que a única coisa pior do que uma terrível noite de sono é sua cama inteligente dizer a você no dia seguinte que você “fracassou no objetivo e teve uma baixa pontuação de sono”.
(Risos)
É tipo: “Valeu, cama inteligente. Como se eu já não estivesse só o pó hoje”.
(Risos)
No total, instalei 18 aparelhos conectados à internet em minha casa. Também instalei um Surya.
Surya Mattu: Olá, sou o Surya.
(Risos)
Monitorei tudo o que a casa inteligente fazia. Construí um roteador especial que permite analisar toda a atividade da rede. Vocês podem pensar em meu roteador como um segurança, que registra compulsivamente todos os pacotes de rede conforme entram e saem da casa inteligente.
KH: Surya e eu somos jornalistas; ele não é meu marido; só trabalhamos juntos no Gizmodo.
SM: Obrigado por esclarecer. Os aparelhos que Kashmir comprou... estávamos interessados em entender o que diziam a seus fabricantes. Mas também tínhamos interesse em entender como são as emissões digitais da casa para o provedor de serviços de internet. Víamos o que o provedor poderia descobrir, mas, principalmente, vender.
KH: Fizemos o experimento por dois meses. Naqueles dois meses, não havia uma hora de silêncio digital na casa, nem mesmo em nossa ausência de uma semana.
SM: Sim, é verdade. Baseado nos dados, eu sabia quando acordavam ou iam para a cama. Até sabia quando Kashmir escovava os dentes. Não vou revelar seus hábitos de escovação, mas vamos dizer que ficou muito claro pra mim quando você trabalhava em casa.
KH: Acho que você acabou de revelar para muitas pessoas aqui.
SM: Não fique envergonhada, são apenas metadados.
Eu sabia quando você ligava a TV e por quanto tempo você assistia. Fato divertido sobre a família Hill: não assistem muito à televisão, mas quando assistem, geralmente, é no modo maratona. Seus programas favoritos são “Difficult People” e “Party Down”.
KH: Tem razão, eu adorava “Party Down”. É um ótimo seriado e você deveria assistir. Mas só meu marido assistia a “Difficult People”, Trevor. Ele ficou mesmo um pouco chateado por você saber sobre as maratonas na TV, porque, mesmo tendo sido ele quem ligou a TV ao roteador, ele esqueceu que a TV estava nos observando.
Na verdade, não é a primeira vez que nossa TV nos espiona. A empresa que a fabricou, a VIZIO, pagou um acordo de US$ 2,2 milhões ao governo no ano passado, porque estava coletando informações segundo a segundo sobre o que milhões de pessoas, inclusive nós, assistiam na TV e depois vendia essa informação para corretores de dados e anunciantes.
SM: Ah, o movimento clássico de economia de vigilância. Quase todos os aparelhos que Kashmir comprou testavam os servidores diariamente. Sabe qual aparelho se comunicava mais? O Amazon Echo. Ele contatava os servidores a cada três minutos, independentemente de estar sendo usado ou não.
KH: Em geral, era desconcertante que todos aqueles aparelhos estivessem tendo comunicações invisíveis para mim. Quer dizer, eu não teria ideia, sem seu roteador. Se você comprar um aparelho inteligente, provavelmente deveria saber que você vai possuir o aparelho, mas, em geral, a empresa vai possuir seus dados. E sabe, quero dizer, talvez seja o esperado: se você compra um aparelho conectado à internet, ele vai usar a internet. Mas é estranho ter esses aparelhos movendo-se no espaço íntimo que é a casa e permitir que as empresas rastreiem nosso comportamento realmente básico.
SM: Verdade. Mesmo os dados mais banais podem ser extraídos pela economia de vigilância. Quem se importa com que frequência você escova os dentes? Bem, na verdade, há uma companhia de seguros dentários chamada Beam. Eles monitoram as escovas de dente inteligentes de seus clientes desde 2015 para descontos nos prêmios, é claro.
KH: Sabemos o que alguns estão pensando: “Este é o contrato do mundo moderno”. Perdemos um pouco de privacidade, mas ganhamos em troca conveniência ou reduções de preço. Mas não foi asssim em minha casa inteligente. Não era conveniente, era enfurecedor. Vou admitir: adoro meu aspirador inteligente, mas muitas outras coisas na casa me deixavam maluca: ficamos sem tomadas elétricas, e tive que baixar mais de uma dúzia de aplicativos para o meu telefone para controlar tudo. Cada aparelho tinha seu próprio nome de usuário, minha escova de dentes tinha uma senha...
(Risos)
SM: Espera, sério? Café movido a nuvem não estava mesmo funcionando para você?
KH: Quero dizer, talvez eu seja ingênua, mas achei que seria ótimo. Pensei que só acordaríamos de manhã e diríamos: “Alexa, faça café pra nós”. Mas não foi assim que aconteceu. Tivemos que usar uma frase específica da marca para que funcionasse. Era: “Alexa, peça ao Behmor para executar o modo rápido”. Era muito difícil se lembrar disso, de manhã bem cedo, antes da cafeína.
(Risos)
Parecia difícil de dizer, porque o Echo Dot, ao lado de nossa cama, simplesmente não conseguia nos entender. Então, geralmente, começávamos todo dia gritando essa frase para o Echo Dot.
(Risos)
E Trevor odiava isso. Ele dizia: “Por favor, Kashmir, só me deixe ir até a cozinha e apertar o botão para fazer o café”. E eu respondia: “Não, você não pode! Temos que fazer isso da maneira inteligente!”
(Risos)
Fico feliz em informar que nosso casamento sobreviveu, mas apenas por pouco.
SM: Se decidirem tornar sua casa inteligente, tomara que achem isso menos enfurecedor do que Kashmir. Mas as coisas inteligentes que compramos podem e provavelmente são usadas para nos influenciar e traçar nosso perfil. Só o número de aparelhos que temos pode ser usado para prever nosso grau de riqueza ou pobreza. O Facebook criou essa tecnologia e também a patenteou.
KH: Toda a ansiedade que sentimos atualmente toda vez que ficamos on-line, sobre ser rastreado, está prestes a entrar em nossa sala de estar, ou em nosso quarto.
Vocês podem se perguntar por que se conecta à internet, mas é para duas pessoas que estão em um relacionamento de longa distância, para que possam compartilhar seu amor de longe. Alguns hackers analisaram esse brinquedo e viram que ele enviava muita informação de volta para a empresa que o fabricou: quando era usado, por quanto tempo era usado, quais eram as configurações de vibração, qual temperatura o brinquedo alcançava. Tudo estava indo para um banco de dados. Então, contatei a empresa e perguntei:
Eles responderam: “Bem, é ótimo para pesquisa de mercado”. Mas eles extraíam dados sobre os orgasmos dos clientes e não informavam a eles sobre isso. Mesmo sendo arrogante sobre a privacidade, espero que se admita que é um passo longe demais.
SM: É por isso que mantenho meus brinquedos sexuais mudos.
KH: Ótimo, ficamos todos muito felizes em saber disso.
(Risos)
SM: É uma informação que quero compartilhar.
(Risos)
Os aparelhos que Kashmir comprou variam de úteis a irritantes. Mas o que todos eles tinham em comum era o compartilhamento de dados com seus fabricantes. Com provedores de serviços de e-mail e mídias sociais, há muito tempo nos dizem que, se é grátis, somos o produto. Mas, com a internet das coisas, parece que, mesmo pagando, ainda somos o produto. Então, temos que perguntar:
KH: Somos especialistas em tecnologia. Acho que a maioria sabe que essas coisas se conectam à internet e enviam dados para fora. Tudo bem, talvez estejamos bem vivendo nessa prisão circular comercial, mas os outros não estão. Precisamos que as empresas repensem o design dos aparelhos com nossa privacidade em mente.
E tenho que dizer: mesmo quando estamos cientes de que isso acontece, é muito fácil esquecer que utensílios domésticos normais estão nos espiando. É fácil esquecer que estão nos observando porque não se parecem com câmeras. Poderiam se parecer... bem, poderiam se parecer com um consolo.
Obrigada.
(Aplausos)
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Os resultados foram surpreendentes e mais do que um pouco assustadores. Saiba mais sobre o que os dados de seus dispositivos inteligentes revelam sobre seu horário de sono, suas maratonas em frente à TV e até seus hábitos de escovar os dentes, e como as empresas de tecnologia podem usar essa informação para influenciar você e traçar o seu perfil. (Esta palestra contém linguagem adulta.)
Kashmir Hill: No ano passado, meu marido me deu um Amazon Echo em meu aniversário. Foi um choque, na verdade, porque ambos trabalhamos com privacidade e segurança.
(Risos)
Esse era um aparelho que ficava no centro de nossa casa com um microfone ligado, escutando constantemente.
Aliás, não estamos sozinhos. Segundo uma pesquisa da NPR and Edison Research, um em cada seis americanos adultos tem agora um alto-falante inteligente, o que significa que eles têm um assistente virtual em casa. Sim, é extraordinário. O futuro da distopia está chegando rápido. As empresas nos oferecem todos os tipos de aparelhos conectados à internet. Há luzes, cadeados, banheiros, brinquedos, brinquedos sexuais, todos inteligentes. Ser inteligente significa que o aparelho pode se conectar à internet, coletar dados e comunicar-se com seu proprietário.
Mas, uma vez que seus aparelhos podem se comunicar com você, com quem mais eles estarão se comunicando? Eu queria descobrir. Então, transformei meu apartamento de um dormitório em São Francisco em uma casa inteligente. Conectei até nossa cama à internet. Até onde sei, ela só estava medindo nossos hábitos de sono. Posso lhes dizer agora que a única coisa pior do que uma terrível noite de sono é sua cama inteligente dizer a você no dia seguinte que você “fracassou no objetivo e teve uma baixa pontuação de sono”.
(Risos)
É tipo: “Valeu, cama inteligente. Como se eu já não estivesse só o pó hoje”.
(Risos)
No total, instalei 18 aparelhos conectados à internet em minha casa. Também instalei um Surya.
Surya Mattu: Olá, sou o Surya.
(Risos)
Monitorei tudo o que a casa inteligente fazia. Construí um roteador especial que permite analisar toda a atividade da rede. Vocês podem pensar em meu roteador como um segurança, que registra compulsivamente todos os pacotes de rede conforme entram e saem da casa inteligente.
KH: Surya e eu somos jornalistas; ele não é meu marido; só trabalhamos juntos no Gizmodo.
SM: Obrigado por esclarecer. Os aparelhos que Kashmir comprou... estávamos interessados em entender o que diziam a seus fabricantes. Mas também tínhamos interesse em entender como são as emissões digitais da casa para o provedor de serviços de internet. Víamos o que o provedor poderia descobrir, mas, principalmente, vender.
KH: Fizemos o experimento por dois meses. Naqueles dois meses, não havia uma hora de silêncio digital na casa, nem mesmo em nossa ausência de uma semana.
SM: Sim, é verdade. Baseado nos dados, eu sabia quando acordavam ou iam para a cama. Até sabia quando Kashmir escovava os dentes. Não vou revelar seus hábitos de escovação, mas vamos dizer que ficou muito claro pra mim quando você trabalhava em casa.
KH: Acho que você acabou de revelar para muitas pessoas aqui.
SM: Não fique envergonhada, são apenas metadados.
Eu sabia quando você ligava a TV e por quanto tempo você assistia. Fato divertido sobre a família Hill: não assistem muito à televisão, mas quando assistem, geralmente, é no modo maratona. Seus programas favoritos são “Difficult People” e “Party Down”.
KH: Tem razão, eu adorava “Party Down”. É um ótimo seriado e você deveria assistir. Mas só meu marido assistia a “Difficult People”, Trevor. Ele ficou mesmo um pouco chateado por você saber sobre as maratonas na TV, porque, mesmo tendo sido ele quem ligou a TV ao roteador, ele esqueceu que a TV estava nos observando.
Na verdade, não é a primeira vez que nossa TV nos espiona. A empresa que a fabricou, a VIZIO, pagou um acordo de US$ 2,2 milhões ao governo no ano passado, porque estava coletando informações segundo a segundo sobre o que milhões de pessoas, inclusive nós, assistiam na TV e depois vendia essa informação para corretores de dados e anunciantes.
SM: Ah, o movimento clássico de economia de vigilância. Quase todos os aparelhos que Kashmir comprou testavam os servidores diariamente. Sabe qual aparelho se comunicava mais? O Amazon Echo. Ele contatava os servidores a cada três minutos, independentemente de estar sendo usado ou não.
KH: Em geral, era desconcertante que todos aqueles aparelhos estivessem tendo comunicações invisíveis para mim. Quer dizer, eu não teria ideia, sem seu roteador. Se você comprar um aparelho inteligente, provavelmente deveria saber que você vai possuir o aparelho, mas, em geral, a empresa vai possuir seus dados. E sabe, quero dizer, talvez seja o esperado: se você compra um aparelho conectado à internet, ele vai usar a internet. Mas é estranho ter esses aparelhos movendo-se no espaço íntimo que é a casa e permitir que as empresas rastreiem nosso comportamento realmente básico.
SM: Verdade. Mesmo os dados mais banais podem ser extraídos pela economia de vigilância. Quem se importa com que frequência você escova os dentes? Bem, na verdade, há uma companhia de seguros dentários chamada Beam. Eles monitoram as escovas de dente inteligentes de seus clientes desde 2015 para descontos nos prêmios, é claro.
KH: Sabemos o que alguns estão pensando: “Este é o contrato do mundo moderno”. Perdemos um pouco de privacidade, mas ganhamos em troca conveniência ou reduções de preço. Mas não foi asssim em minha casa inteligente. Não era conveniente, era enfurecedor. Vou admitir: adoro meu aspirador inteligente, mas muitas outras coisas na casa me deixavam maluca: ficamos sem tomadas elétricas, e tive que baixar mais de uma dúzia de aplicativos para o meu telefone para controlar tudo. Cada aparelho tinha seu próprio nome de usuário, minha escova de dentes tinha uma senha...
(Risos)
O café inteligente, particularmente, era um mundo dos infernos.
SM: Espera, sério? Café movido a nuvem não estava mesmo funcionando para você?
KH: Quero dizer, talvez eu seja ingênua, mas achei que seria ótimo. Pensei que só acordaríamos de manhã e diríamos: “Alexa, faça café pra nós”. Mas não foi assim que aconteceu. Tivemos que usar uma frase específica da marca para que funcionasse. Era: “Alexa, peça ao Behmor para executar o modo rápido”. Era muito difícil se lembrar disso, de manhã bem cedo, antes da cafeína.
(Risos)
Parecia difícil de dizer, porque o Echo Dot, ao lado de nossa cama, simplesmente não conseguia nos entender. Então, geralmente, começávamos todo dia gritando essa frase para o Echo Dot.
(Risos)
E Trevor odiava isso. Ele dizia: “Por favor, Kashmir, só me deixe ir até a cozinha e apertar o botão para fazer o café”. E eu respondia: “Não, você não pode! Temos que fazer isso da maneira inteligente!”
(Risos)
Fico feliz em informar que nosso casamento sobreviveu, mas apenas por pouco.
SM: Se decidirem tornar sua casa inteligente, tomara que achem isso menos enfurecedor do que Kashmir. Mas as coisas inteligentes que compramos podem e provavelmente são usadas para nos influenciar e traçar nosso perfil. Só o número de aparelhos que temos pode ser usado para prever nosso grau de riqueza ou pobreza. O Facebook criou essa tecnologia e também a patenteou.
KH: Toda a ansiedade que sentimos atualmente toda vez que ficamos on-line, sobre ser rastreado, está prestes a entrar em nossa sala de estar, ou em nosso quarto.
Há um brinquedo sexual chamado We-Vibe.
Vocês podem se perguntar por que se conecta à internet, mas é para duas pessoas que estão em um relacionamento de longa distância, para que possam compartilhar seu amor de longe. Alguns hackers analisaram esse brinquedo e viram que ele enviava muita informação de volta para a empresa que o fabricou: quando era usado, por quanto tempo era usado, quais eram as configurações de vibração, qual temperatura o brinquedo alcançava. Tudo estava indo para um banco de dados. Então, contatei a empresa e perguntei:
“Por que vocês estão coletando esses dados muito confidenciais?”
Eles responderam: “Bem, é ótimo para pesquisa de mercado”. Mas eles extraíam dados sobre os orgasmos dos clientes e não informavam a eles sobre isso. Mesmo sendo arrogante sobre a privacidade, espero que se admita que é um passo longe demais.
SM: É por isso que mantenho meus brinquedos sexuais mudos.
KH: Ótimo, ficamos todos muito felizes em saber disso.
(Risos)
SM: É uma informação que quero compartilhar.
(Risos)
Os aparelhos que Kashmir comprou variam de úteis a irritantes. Mas o que todos eles tinham em comum era o compartilhamento de dados com seus fabricantes. Com provedores de serviços de e-mail e mídias sociais, há muito tempo nos dizem que, se é grátis, somos o produto. Mas, com a internet das coisas, parece que, mesmo pagando, ainda somos o produto. Então, temos que perguntar:
“Quem é o real beneficiário da casa inteligente: nós ou os fabricantes dos aparelhos?”
KH: Somos especialistas em tecnologia. Acho que a maioria sabe que essas coisas se conectam à internet e enviam dados para fora. Tudo bem, talvez estejamos bem vivendo nessa prisão circular comercial, mas os outros não estão. Precisamos que as empresas repensem o design dos aparelhos com nossa privacidade em mente.
Não estamos todos dispostos a participar de “pesquisa de mercado”, só porque um aparelho que compramos tem uma conexão Wi-Fi.
E tenho que dizer: mesmo quando estamos cientes de que isso acontece, é muito fácil esquecer que utensílios domésticos normais estão nos espiando. É fácil esquecer que estão nos observando porque não se parecem com câmeras. Poderiam se parecer... bem, poderiam se parecer com um consolo.
Obrigada.
(Aplausos)
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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