O documentário A Humanidade Vista do Espaço ilustra bem o conceito de sociedade em rede. Uma evolução histórica dos fatos e eventos que leva...
O documentário A Humanidade Vista do Espaço ilustra bem o conceito de sociedade em rede. Uma evolução histórica dos fatos e eventos que levaram a humanidade ao majestoso momento histórico onde todos vivem em uma imensa aldeia global.
Em seu livro Sociedade em Rede, o sociólogo espanhol Manuel Castells define rede como um conjunto de nós interconectados. A questão é o que seria esse nó. Afinal, temos inúmeros tipos de redes que vão desde redes de transporte terrestre com cidades interligadas por rodovias a campos de coca, laboratórios clandestinos e receptores interconectados por rotas de tráfico.
Redes de comércio notórias como aquelas que incluíam as rotas da seda até as modernas redes de comunicação que nos legaram os cabos submarinos vêm manifestando a séculos a transformação do planeta em uma aldeia global - emprestando o conceito que o filósofo canadense, Marshall McLuhan, usou em seu livro a Galáxia
de Gutenberg. Grande quando pensamos em uma aldeia real, mas que vem apequenando o planeta à medida que vem encurtando distâncias psicologicamente e reduzindo o tempo de acesso ao conhecimento de todo tipo e aos mais recônditos sítios.
Isso graças a um esplêndido conjunto de inovações que rebocaram a humanidade até aqui. Embora possamos pontilhar uma linha de tempo histórica com eventos isolados, o consultor austríaco, Peter Drucker, nos ensina em seu Sociedade Pós-Capitalista que raramente acontecimento históricos tem uma causa ou uma explicação em sua gênese. Para Drucker, esses acontecimentos:
Como exemplo ele aponta para as origens do computador que dependeu de inovações matemáticas, como a invenção do sistema binário ou postulados no campo da lógica, até decisões estratégicas que redundaram em financiamento maciço durante escaladas de conflagrações mundiais.
Destarte, o documentário da National Geographic “A humanidade vista do espaço” (Mankind from space, 2015) mostra do ponto de vista espacial, 12.000 anos de história desde os caçadores-coletores até nossa consolidação como espécie dominante. Efeitos visuais gerados por computador e imagens do satélite Suomi da Nasa tratadas com algoritmos especiais, ajudam a transmitir essa ideia de que alguns pequenos eventos mudaram a o curso da história. Mas, sobretudo, ilustram o conceito de uma sociedade em rede, ainda que por mais complexas que sejam as representações gráficas ainda serão simplificações grosseiras perto das inúmeras malhas de relações sociais que poderíamos elencar e que nem sequer suspeitamos. Especialmente na era da internet. Onde, em última análise, os nós somos nós.
Uma crítica ao documentário é o grande desprezo pela América Latina nessa visão espacial, ainda que apareça um Cristo Redentor aqui e uma América do Sul pré-colombiana acolá, fazendo justiça. Mesmo com a consultoria PriceWaterhouseCoopers coloque o Brasil como a 5ª maior economia mundial em 2050 e o México nos top 10.
Talvez a narrativa não queira insuflar uma ideologia desenvolvimentista que poderia aumentar a degradação ambiental da Amazônia. Já que ao comparar a Coreia do Sul e a Coreia do Norte pela falta de energia detectável do espaço daria uma medida da diferença tecnológica, a mesma conclusão se daria ao mostrar as regiões amazônicas e africanas. Essa explicação, revelando um pouco do roteiro (caso não queira ler vá para o próximo parágrafo), pode se apoia também na abordagem verde no desfecho do documentário.
A noção de que os inventores do avião colocaram o mundo no ar vai de encontro à citação de Drucker, mencionada acima. Sem os irmãos Wright nós provavelmente teríamos aviões de qualquer forma. Uma vez que, ainda que não seja o primeiro, com muitas ressalvas quanto a forma de impulsionar o invento, ou não tenha patenteado a invenção do veículo voador mais pesado que o ar. Santos Dummont provaria o conceito de qualquer forma. Mas vale muito a pena ver o belo documentário. Até mesmo para se observar como são construídas as versões.
Fonte: A Humanidade Vista do Espaço, Sociedade Pós Capitalista, Sociedade em Rede, Galáxia de Gutemberg, PwC vê Brasil como a 5ª maior economia do mundo em 2050
[Visto no Brasil Acadêmico]
Em seu livro Sociedade em Rede, o sociólogo espanhol Manuel Castells define rede como um conjunto de nós interconectados. A questão é o que seria esse nó. Afinal, temos inúmeros tipos de redes que vão desde redes de transporte terrestre com cidades interligadas por rodovias a campos de coca, laboratórios clandestinos e receptores interconectados por rotas de tráfico.
Clique Retroceder Avançar Espaço / / F
Redes de comércio notórias como aquelas que incluíam as rotas da seda até as modernas redes de comunicação que nos legaram os cabos submarinos vêm manifestando a séculos a transformação do planeta em uma aldeia global - emprestando o conceito que o filósofo canadense, Marshall McLuhan, usou em seu livro a Galáxia
de Gutenberg. Grande quando pensamos em uma aldeia real, mas que vem apequenando o planeta à medida que vem encurtando distâncias psicologicamente e reduzindo o tempo de acesso ao conhecimento de todo tipo e aos mais recônditos sítios.
Isso graças a um esplêndido conjunto de inovações que rebocaram a humanidade até aqui. Embora possamos pontilhar uma linha de tempo histórica com eventos isolados, o consultor austríaco, Peter Drucker, nos ensina em seu Sociedade Pós-Capitalista que raramente acontecimento históricos tem uma causa ou uma explicação em sua gênese. Para Drucker, esses acontecimentos:
Tipicamente resultam de convergência de um elevado número de acontecimentos isolados e independentes.
Peter Drucker
Como exemplo ele aponta para as origens do computador que dependeu de inovações matemáticas, como a invenção do sistema binário ou postulados no campo da lógica, até decisões estratégicas que redundaram em financiamento maciço durante escaladas de conflagrações mundiais.
Destarte, o documentário da National Geographic “A humanidade vista do espaço” (Mankind from space, 2015) mostra do ponto de vista espacial, 12.000 anos de história desde os caçadores-coletores até nossa consolidação como espécie dominante. Efeitos visuais gerados por computador e imagens do satélite Suomi da Nasa tratadas com algoritmos especiais, ajudam a transmitir essa ideia de que alguns pequenos eventos mudaram a o curso da história. Mas, sobretudo, ilustram o conceito de uma sociedade em rede, ainda que por mais complexas que sejam as representações gráficas ainda serão simplificações grosseiras perto das inúmeras malhas de relações sociais que poderíamos elencar e que nem sequer suspeitamos. Especialmente na era da internet. Onde, em última análise, os nós somos nós.
Uma crítica ao documentário é o grande desprezo pela América Latina nessa visão espacial, ainda que apareça um Cristo Redentor aqui e uma América do Sul pré-colombiana acolá, fazendo justiça. Mesmo com a consultoria PriceWaterhouseCoopers coloque o Brasil como a 5ª maior economia mundial em 2050 e o México nos top 10.
Talvez a narrativa não queira insuflar uma ideologia desenvolvimentista que poderia aumentar a degradação ambiental da Amazônia. Já que ao comparar a Coreia do Sul e a Coreia do Norte pela falta de energia detectável do espaço daria uma medida da diferença tecnológica, a mesma conclusão se daria ao mostrar as regiões amazônicas e africanas. Essa explicação, revelando um pouco do roteiro (caso não queira ler vá para o próximo parágrafo), pode se apoia também na abordagem verde no desfecho do documentário.
A noção de que os inventores do avião colocaram o mundo no ar vai de encontro à citação de Drucker, mencionada acima. Sem os irmãos Wright nós provavelmente teríamos aviões de qualquer forma. Uma vez que, ainda que não seja o primeiro, com muitas ressalvas quanto a forma de impulsionar o invento, ou não tenha patenteado a invenção do veículo voador mais pesado que o ar. Santos Dummont provaria o conceito de qualquer forma. Mas vale muito a pena ver o belo documentário. Até mesmo para se observar como são construídas as versões.
Fonte: A Humanidade Vista do Espaço, Sociedade Pós Capitalista, Sociedade em Rede, Galáxia de Gutemberg, PwC vê Brasil como a 5ª maior economia do mundo em 2050
[Visto no Brasil Acadêmico]
Comentários