Estivemos no Teatro dos Bancários para vermos mais um grande sucesso do grupo Os Melhores do Mundo e não nos decepcionamos: Eles continuam u...
Estivemos no Teatro dos Bancários para vermos mais um grande sucesso do grupo Os Melhores do Mundo e não nos decepcionamos: Eles continuam uma grande atração na cena brasiliense.
Os Melhores do Mundo (MM) é um grupo que pode ser considerado um patrimônio imaterial de Brasília. Depois que Joseph Climber apareceu no Jô a trupe ganhou o Brasil e até chegou a fazer apresentações fora do país.
Com fortes críticas políticas, como no momento em que citam celebridades que já dançaram na quadrilha de Chicago, em uma clara referência a políticos que foram presos como Tadeu Filippeli e Gim Argelo mas com a exceção a Aécio Neves, que teria se livrado por causa do ministro do STF, Gilmar Mendes, os MM segue sendo uma referência ao humor inteligente e irreverente.
Um de seus maiores sucessos, “Tira Codinome Perigo” alude à 1994, fase em que o grupo era menos conhecido nacionalmente, e é uma coletânea de clichês da cinematografia estadunidense. Toda aquele entretenimento das sessões vespertinas e a linguagem própria das dublagens em português. Por exemplo, quando alguém entra em um bar e pede: “me vê um drink” e o o garçom nem pergunta qual é e já abastece o copo do protagonista. Ou quando pareciam antecipar os aplicativos e-hailing, como o Uber, pois os personagens entravam e saíam sem pagar dos táxis em uma época que não existiam smartphones.
E foi assim que nasceu o roteiro cuja a storyline poderia ser um policial que perde o parceiro e resolve abandonar a vida de policial até que é chamado de volta e resolve fazer justiça com as próprias mãos.
O cenário é bem produzido e a linguagem é leve e descontraída, como é a marca do grupo. As adaptações do texto para o cotidiano local também aproxima muito o público com a encenação. Como quando McCoy cita que "algo não cheira bem". Na versão paulistana eles dizem para que McCoy esqueça o "Tietê". Na versão brasiliense pedem que o personagem esqueça "a Unieuro". Uma faculdade instalada ao lado de uma estação de tratamento de resíduos cujo mal-cheiro vivenciado pelos alunos e funcionários na hora do intervalo é público e notório.
O trecho acima resume bem a fórmula empregada na maioria das peças de humor do grupo e, se parece atual, só confirma como a receita de sucesso do grupo parece refratar a passagem do tempo.
A peça em si
Nessa passagem por Brasília, os MM aproveitaram para anunciar o programa "Planeta B" que vai estrear no Multishow em julho. Uma série que une ficção científica e sátira política em 24 episódios, com direção de César Rodrigues e produção de A Fábrica. A trama é ambientada em 2089, o Brasil é comprado pela China e a população aguarda a Primeira Missão Espacial Brasileira, a bordo da espaçonave Arara 1, que possui a missão de encontrar um planeta para instalar o Novo Brasil.
Hoje, às 20h no Teatro dos Bancários ainda tem outra sessão.
Vá ao teatro.
[Visto no Brasil Acadêmico]
Os Melhores do Mundo (MM) é um grupo que pode ser considerado um patrimônio imaterial de Brasília. Depois que Joseph Climber apareceu no Jô a trupe ganhou o Brasil e até chegou a fazer apresentações fora do país.
Com fortes críticas políticas, como no momento em que citam celebridades que já dançaram na quadrilha de Chicago, em uma clara referência a políticos que foram presos como Tadeu Filippeli e Gim Argelo mas com a exceção a Aécio Neves, que teria se livrado por causa do ministro do STF, Gilmar Mendes, os MM segue sendo uma referência ao humor inteligente e irreverente.
Detalhe na camisa do Pipo: Referência à nova séria dos MM. |
Um de seus maiores sucessos, “Tira Codinome Perigo” alude à 1994, fase em que o grupo era menos conhecido nacionalmente, e é uma coletânea de clichês da cinematografia estadunidense. Toda aquele entretenimento das sessões vespertinas e a linguagem própria das dublagens em português. Por exemplo, quando alguém entra em um bar e pede: “me vê um drink” e o o garçom nem pergunta qual é e já abastece o copo do protagonista. Ou quando pareciam antecipar os aplicativos e-hailing, como o Uber, pois os personagens entravam e saíam sem pagar dos táxis em uma época que não existiam smartphones.
As pessoas entram e saem de taxi e não pagam. Descem e bate a porta... "Obrigado!". Existe o famoso “peguem-no”, “alcancem-no”. Ninguém fala isso. E essa expressão mesmo de chamar policial de “tira”, isso só existe no cinema. Tira é uma expressão nascida da dublagem para português para caber no síncrono né: “cop”. Tem que falar rapidinho, não caberia “policial”, então botaram tira.
Ricardo Pipo - em agosto de 2005 para o Memórias do Brasil
E foi assim que nasceu o roteiro cuja a storyline poderia ser um policial que perde o parceiro e resolve abandonar a vida de policial até que é chamado de volta e resolve fazer justiça com as próprias mãos.
O cenário é bem produzido e a linguagem é leve e descontraída, como é a marca do grupo. As adaptações do texto para o cotidiano local também aproxima muito o público com a encenação. Como quando McCoy cita que "algo não cheira bem". Na versão paulistana eles dizem para que McCoy esqueça o "Tietê". Na versão brasiliense pedem que o personagem esqueça "a Unieuro". Uma faculdade instalada ao lado de uma estação de tratamento de resíduos cujo mal-cheiro vivenciado pelos alunos e funcionários na hora do intervalo é público e notório.
Cada vez que é remontado um espetáculo ele traz novidades da atualidade, do cenário político, que tem sido extremamente generosos com os humoristas. Então a gente pega o que está acontecendo e incorpora ao texto e isso rende cenas legais, divertidas. Há identidade imediata com o momento político atual lamentável.
Adriano Siri - em agosto de 2005 para o Memórias do Brasil
O trecho acima resume bem a fórmula empregada na maioria das peças de humor do grupo e, se parece atual, só confirma como a receita de sucesso do grupo parece refratar a passagem do tempo.
A peça em si
Nessa passagem por Brasília, os MM aproveitaram para anunciar o programa "Planeta B" que vai estrear no Multishow em julho. Uma série que une ficção científica e sátira política em 24 episódios, com direção de César Rodrigues e produção de A Fábrica. A trama é ambientada em 2089, o Brasil é comprado pela China e a população aguarda a Primeira Missão Espacial Brasileira, a bordo da espaçonave Arara 1, que possui a missão de encontrar um planeta para instalar o Novo Brasil.
Hoje, às 20h no Teatro dos Bancários ainda tem outra sessão.
Vá ao teatro.
[Visto no Brasil Acadêmico]
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