Pesquisa prevê que EAD corresponda a 51% do mercado no país em 2023. Saiba quais são os principais desafios do setor.
Pesquisa prevê que EAD corresponda a 51% do mercado no país em 2023. Saiba quais são os principais desafios do setor.
O ensino superior a distância (EAD) já representa 26% da educação superior no país. E, apesar de ainda despertar muitas dúvidas, não deve parar de crescer. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Sagah, empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EAD.
“Os números revelam que o mercado cresceu muito nos últimos cinco anos. Um questionamento comum para quem atua no setor é se vai crescer ainda mais ou vai começar a diminuir. O que vemos é uma tendência real de crescimento. Primeiro, porque ainda existe um número pequeno de instituições que têm a permissão para ofertar cursos a distância no Brasil. Segundo, porque há uma demanda clara de pessoas que precisam de flexibilidade e preços mais baixos”, afirma Luiz Filipe Trivelato, diretor executivo da Sagah.
Segundo Trivelato, das 15 milhões de pessoas que estão fora da universidade no país, 67% só podem comprar educação superior no preço de EAD. A redução de vagas de programas como o FIES (Financiamento Estudantil do Governo Federal) faz a demanda por EAD crescer ainda mais, com a possibilidade de superar a oferta de cursos presenciais em alguns anos. O estudo prevê que, em 2023, o ensino superior a distância já corresponda a 51% do mercado.
“Se continuarmos no ritmo dos últimos cinco anos e as previsões de aumento de demanda apontadas na pesquisa se confirmarem, os cursos a distância já serão metade dos ofertados no país em 2020, podendo ultrapassar os presenciais nos anos seguintes”, confirma Trivelato.
A pesquisa apresenta uma amostra da região de Ipojuca (PE), onde 36 mil jovens têm o ensino médio completo, mas 64% só teriam como arcar com o curso superior de mensalidade até R$ 500. A existência de uma grande demanda se confirma quando se constata que no Brasil existem mais de 3.800 municípios com o mesmo perfil.
“A educação a distância não é um negócio social, pois a maioria das empresas de EAD têm fins lucrativos. Porém, não se pode ignorar que avançar no ensino superior é algo que é invariavelmente necessário”, avalia Trivelato.
O perfil do aluno que opta pelo ensino superior a distância, traçado pela pesquisa, explica bem esse resultado, já que 41% têm entre 31 e 40 anos e 87% trabalham fora.
Os hábitos dos estudantes também foram mapeados: 90% estudam de casa, 58% sozinhos e 62% à noite.
O uso de vídeoaulas foi apontado pelos alunos como um dos principais atributos para o curso de EAD.
“O macro papel do professor continua o mesmo: ensinar, tutorar o aluno na busca do conhecimento e ajudá-lo a superar as barreiras. O cuidado com o aluno é igual, apenas a maneira de cuidar muda. Você não tem o olhar, mas você precisa ler esse aluno através da análise de dados que a tecnologia dispõe. Observar se o aluno está acessando o ambiente virtual ou usando o material disponível, por exemplo. Assim, pode-se resgatar um estudante que esteja em perfil de defasagem”, explica Pavlos.
O segundo maior desafio, segundo Luiz Filipe Trivelato, é migrar do preço para a qualidade.
“É um movimento que ainda irá acontecer no Brasil. Hoje é uma competição muito grande por quem vende mais barato, mas acho que ainda teremos uma competição por quem tem os melhores cursos”.
Ainda segundo ele, um grande desafio para o EAD no Brasil é encontrar um modelo.
“Há cinco anos atrás tínhamos o discurso do empregador ou do próprio aluno que não acreditavam no diploma de EAD. Socialmente não era bem aceito. Hoje, isso é um ponto superado. Os resultados dos alunos do ensino a distância são melhores ou comparáveis com os alunos de educação presencial”, garante.
Segundo ele, a legislação brasileira não permite distinção de diploma de EAD ou presencial, sem causar desvantagem no momento de uma contratação.
“Não é algo novo do ponto de vista conceitual. Mas viabilizar é muito custoso. Só que esse custo está caindo vertiginosamente. Então, em breve, teremos laboratórios virtuais inteiros baseados em realidade aumentada a custos mais acessíveis para as instituições”, prevê.
Questionado sobre a possibilidade de se realizar um vestibular a distância no Brasil, Pavlos garante que já existem tecnologias para tornar isso possível.
[Visto no Brasil Acadêmico]
O ensino superior a distância (EAD) já representa 26% da educação superior no país. E, apesar de ainda despertar muitas dúvidas, não deve parar de crescer. É o que mostra uma pesquisa realizada pela Sagah, empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EAD.
“Os números revelam que o mercado cresceu muito nos últimos cinco anos. Um questionamento comum para quem atua no setor é se vai crescer ainda mais ou vai começar a diminuir. O que vemos é uma tendência real de crescimento. Primeiro, porque ainda existe um número pequeno de instituições que têm a permissão para ofertar cursos a distância no Brasil. Segundo, porque há uma demanda clara de pessoas que precisam de flexibilidade e preços mais baixos”, afirma Luiz Filipe Trivelato, diretor executivo da Sagah.
Segundo Trivelato, das 15 milhões de pessoas que estão fora da universidade no país, 67% só podem comprar educação superior no preço de EAD. A redução de vagas de programas como o FIES (Financiamento Estudantil do Governo Federal) faz a demanda por EAD crescer ainda mais, com a possibilidade de superar a oferta de cursos presenciais em alguns anos. O estudo prevê que, em 2023, o ensino superior a distância já corresponda a 51% do mercado.
“Se continuarmos no ritmo dos últimos cinco anos e as previsões de aumento de demanda apontadas na pesquisa se confirmarem, os cursos a distância já serão metade dos ofertados no país em 2020, podendo ultrapassar os presenciais nos anos seguintes”, confirma Trivelato.
A pesquisa apresenta uma amostra da região de Ipojuca (PE), onde 36 mil jovens têm o ensino médio completo, mas 64% só teriam como arcar com o curso superior de mensalidade até R$ 500. A existência de uma grande demanda se confirma quando se constata que no Brasil existem mais de 3.800 municípios com o mesmo perfil.
“A educação a distância não é um negócio social, pois a maioria das empresas de EAD têm fins lucrativos. Porém, não se pode ignorar que avançar no ensino superior é algo que é invariavelmente necessário”, avalia Trivelato.
Flexibilidade é ponto alto
Apesar dos preços de EAD serem mais acessíveis, esse não é o principal atrativo para o estudante escolher o curso. A pesquisa aponta que 61% consideram mais relevante o fato de poder estudar quando e onde quiser.O perfil do aluno que opta pelo ensino superior a distância, traçado pela pesquisa, explica bem esse resultado, já que 41% têm entre 31 e 40 anos e 87% trabalham fora.
Os hábitos dos estudantes também foram mapeados: 90% estudam de casa, 58% sozinhos e 62% à noite.
O uso de vídeoaulas foi apontado pelos alunos como um dos principais atributos para o curso de EAD.
Os desafios do mercado
Para Pavlos Dias, gerente de operações da Blackboard Brasil, uma das principais plataformas de ensino a distância, um dos maiores desafios ainda é a formação dos professores.“As faculdades ainda preparam os professores para a educação presencial. É natural que ainda encontrem dificuldades como tutores e até na elaboração de conteúdos para cursos a distância”.Sobre a desconfiança de alguns educadores a respeito das tecnologias substituírem o trabalho do professor, Pavlos garante que isso não acontece: apenas a maneira de trabalhar é diferente.
“O macro papel do professor continua o mesmo: ensinar, tutorar o aluno na busca do conhecimento e ajudá-lo a superar as barreiras. O cuidado com o aluno é igual, apenas a maneira de cuidar muda. Você não tem o olhar, mas você precisa ler esse aluno através da análise de dados que a tecnologia dispõe. Observar se o aluno está acessando o ambiente virtual ou usando o material disponível, por exemplo. Assim, pode-se resgatar um estudante que esteja em perfil de defasagem”, explica Pavlos.
O segundo maior desafio, segundo Luiz Filipe Trivelato, é migrar do preço para a qualidade.
“É um movimento que ainda irá acontecer no Brasil. Hoje é uma competição muito grande por quem vende mais barato, mas acho que ainda teremos uma competição por quem tem os melhores cursos”.
Ainda segundo ele, um grande desafio para o EAD no Brasil é encontrar um modelo.
“Ainda temos dilemas de modelo pedagógico em EAD que o Brasil deve superar com os anos. Não acredito que teremos um único método, mas acho que esses métodos terão que chegar a um lugar comum, com resultados mais eficientes”.Para Trivelato, o preconceito com os cursos de EAD, em relação aos presenciais, é um ponto superado no mercado de trabalho.
“Há cinco anos atrás tínhamos o discurso do empregador ou do próprio aluno que não acreditavam no diploma de EAD. Socialmente não era bem aceito. Hoje, isso é um ponto superado. Os resultados dos alunos do ensino a distância são melhores ou comparáveis com os alunos de educação presencial”, garante.
Segundo ele, a legislação brasileira não permite distinção de diploma de EAD ou presencial, sem causar desvantagem no momento de uma contratação.
Inovações no EAD
Segundo Pavlos, a tecnologia de realidade aumentada será muito presente na educação a distância dentro de três a cinco anos.“Não é algo novo do ponto de vista conceitual. Mas viabilizar é muito custoso. Só que esse custo está caindo vertiginosamente. Então, em breve, teremos laboratórios virtuais inteiros baseados em realidade aumentada a custos mais acessíveis para as instituições”, prevê.
Questionado sobre a possibilidade de se realizar um vestibular a distância no Brasil, Pavlos garante que já existem tecnologias para tornar isso possível.
“Temos métodos bem avançados no que se trata de segurança. Nos Estados Unidos já existem alunos que fazem provas de certificação dessa forma. Através de uma filmagem em tempo real se garante que é o próprio aluno quem está realizando o exame. São identificados possíveis momentos de evasão do aluno, quando ele tira o olhar da tela, pela máquina, e professores acompanham em tempo real”.A pesquisa foi realizada em parceria com a Educa Insights no primeiro semestre de 2016 e foram ouvidas mais de duas mil pessoas entre alunos e candidatos dos cursos de EAD.
Por Anna Luiza Guimarães
Fonte: Agência Porvir[Visto no Brasil Acadêmico]
depois ficam revoltados pq outros países não aceitam nossos diplomas.
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