No Roda Viva Internacional do dia 28/07/2016 foi exibido um programa temático (sem entrevistado) com cinco correspondentes internacionais qu...
No Roda Viva Internacional do dia 28/07/2016 foi exibido um programa temático (sem entrevistado) com cinco correspondentes internacionais que trabalham no Brasil. Eles falaram sobre a interpretação da imprensa estrangeira e as dificuldades de ser correspondente jornalístico no país.
Mediado e apresentado por Augusto Nunes, entre os assuntos debatidos estão os preparativos para os Jogos Olímpicos Rio 2016, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a crise econômica.
Participam da bancada Samantha Pearson, correspondente do jornal britânico Financial Times; María Martín, correspondente do jornal espanhol El País; Blake Schmidt, correspondente da agência Bloomberg; Daniel Gallas, correspondente de economia da BBC para a América do Sul; e Carolina de Ré, correspondente da agência de notícias Lusa.
Com certeza o PT, Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula chamaram isso de golpe, mas há um processo legal. Está no Congresso. A gente relata os dois lados. O PT acha que é um golpe... Supostamente Dilma Roussef cometeu crime de responsabilidade violando a lei orçamentária. [Mas] se aconteceu com outros governos também... Então é uma coisa complexa. Blake Schmidt. Bloomberg
O que chama a atenção em Portugal são alguns fatos insólitos: Quais são os crimes? Isso chama atenção porque o público quer saber. Quais são as acusações contra Dilma Roussef? É um pouco difícil. Recentemente a gente teve até pareceres de algumas coisas contrárias à denúncia original e ao mesmo tempo favoráveis, né? Então é muito difícil noticiar isso. Explicar o que é um crime de reponsabilidade já é difícil e é difícil explicar as nuances desse crime de responsabilidade.Caroline de Ré. Agência de Notícias Lusa
A gente nunca vai chegar a um consenso nesse sentido mas eu acho que El País foi bastante prudente na cobertura. O jornal só se manifestou no dia 10 de Maio onde falou do impeachment como um processo irregular. Longe de falar de golpe. Considerou que, um pouco a cobertura que a gente tem feito, tem focado nos protagonistas do processo que não são só a presidenta Dilma Rousseff. A gente tem Cunha, a gente tem o Maranhão. Que criou uma confusão e devolveu o processo. Foi nessa época que a gente escreveu o editorial. Que o clima não está ajudando a entender que todo esse processo está sendo conduzido de uma forma legal. No sentido do marco da lei. A forma correta. Maria Martín. El País
Não foi golpe. Foi um processo péssimo que em vários momentos, como você sabe, parecia piada. Por exemplo, o fato que muitas pessoas que estavam dentro do comitê do impeachment na Câmara estavam sendo acusados de crimes bem piores. Por exemplo, tinha o Paulo Maluf que é procurado pela Interpol. Para a gente isso é sua piada. Não faz nenhum sentido. Porém, eu acho que isso não quer dizer que foi golpe. Porque tem uma definição. Golpe uma coisa ilegal. Que não tem base na lei. E tem base na lei. Samantha Pearson. Financial Times
É impossível prever a reação popular brasileira como foi em 2013. Quem é que imaginaria que aquelas coisas, aquelas cenas acontecerem em 2013. É muito difícil, inclusive, entender como é que o Brasil em 2014 colocou tantos votos em um presidente e depois a rejeição era tão alta em um espaço tão curto de tempo, então, prever a reação Brasileira... eu já acho difícil suficiente o trabalho de correspondente de acompanhar, prever então é impossível. Daniel Gallas (BBC)
Eu acho também que não dá para apostar no que vai acontecer amanhã. No sentido dela voltar, ela prometeu, no caso dela voltar que ia convocar novas eleições. Que de certa maneira contentaria toda essa população que está contra o governo de Michel Temer. Maria Martín. El País
Fonte: Roda Viva (YouTube)
[Visto no Brasil Acadêmico]
Mediado e apresentado por Augusto Nunes, entre os assuntos debatidos estão os preparativos para os Jogos Olímpicos Rio 2016, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a crise econômica.
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Participam da bancada Samantha Pearson, correspondente do jornal britânico Financial Times; María Martín, correspondente do jornal espanhol El País; Blake Schmidt, correspondente da agência Bloomberg; Daniel Gallas, correspondente de economia da BBC para a América do Sul; e Carolina de Ré, correspondente da agência de notícias Lusa.
O processo de impeachment da presidente Dilma Roussef é um golpe?
Essa é uma questão bem difícil de se colocar para qualquer jornalista tanto da imprensa nacional quanto da imprensa internacional.(...) Até agora do que a gente viu nas coberturas e o que a gente consegue colocar é que existe um lado que acusa isso de ser um golpe mas que várias instituições têm olhado pra isso e não tem considerado isso um golpe e as instituições estão prevalecendo nessa narrativa. Mas como eu falei eu acho que isso ainda é um processo em curso e ele ainda depende muito do desfecho para se poder determinar exatamente o que tá acontecendo. Acho que existe uma preocupação muito grande, lá fora, de caso, porventura, esse processo todo desembocar com o afastamento de uma presidente e chegar ao poder pessoas que interrompessem as investigações de corrupção que estão em curso no país. Isso seria uma situação vista como um golpe ou não um golpe. Essas, acho que são as perguntas e as aberturas que se tem ao longo desse processo para se questionar depois dele o quê que de fato está acontecendo no Brasil nesse momento. Daniel Gallas (BBC)Com certeza o PT, Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula chamaram isso de golpe, mas há um processo legal. Está no Congresso. A gente relata os dois lados. O PT acha que é um golpe... Supostamente Dilma Roussef cometeu crime de responsabilidade violando a lei orçamentária. [Mas] se aconteceu com outros governos também... Então é uma coisa complexa. Blake Schmidt. Bloomberg
O que chama a atenção em Portugal são alguns fatos insólitos: Quais são os crimes? Isso chama atenção porque o público quer saber. Quais são as acusações contra Dilma Roussef? É um pouco difícil. Recentemente a gente teve até pareceres de algumas coisas contrárias à denúncia original e ao mesmo tempo favoráveis, né? Então é muito difícil noticiar isso. Explicar o que é um crime de reponsabilidade já é difícil e é difícil explicar as nuances desse crime de responsabilidade.Caroline de Ré. Agência de Notícias Lusa
A gente nunca vai chegar a um consenso nesse sentido mas eu acho que El País foi bastante prudente na cobertura. O jornal só se manifestou no dia 10 de Maio onde falou do impeachment como um processo irregular. Longe de falar de golpe. Considerou que, um pouco a cobertura que a gente tem feito, tem focado nos protagonistas do processo que não são só a presidenta Dilma Rousseff. A gente tem Cunha, a gente tem o Maranhão. Que criou uma confusão e devolveu o processo. Foi nessa época que a gente escreveu o editorial. Que o clima não está ajudando a entender que todo esse processo está sendo conduzido de uma forma legal. No sentido do marco da lei. A forma correta. Maria Martín. El País
A gente não consegue entender o espectro político do Brasil. Como Dilma pode ser traída pelo próprio partido que era o aliado. Isso é muito difícil de explicar para os espanhóis que estão acostumado a dois partidos - Agora temos uma situação um pouco mais convulsa.
Não foi golpe. Foi um processo péssimo que em vários momentos, como você sabe, parecia piada. Por exemplo, o fato que muitas pessoas que estavam dentro do comitê do impeachment na Câmara estavam sendo acusados de crimes bem piores. Por exemplo, tinha o Paulo Maluf que é procurado pela Interpol. Para a gente isso é sua piada. Não faz nenhum sentido. Porém, eu acho que isso não quer dizer que foi golpe. Porque tem uma definição. Golpe uma coisa ilegal. Que não tem base na lei. E tem base na lei. Samantha Pearson. Financial Times
Eu achei interessante o comentário de Noam Chomsky, o intelectual americano, que falou que era um golpe branco, um soft coup. Blake Schmidt. Bloomberg
Sobre uma eventual volta de Dilma e a reação brasileira
Aconteça o que acontecer acho que o que se espera é que elas aconteçam dentro das instituições e que se as instituições decidirem que ela deve voltar, é claro, acho que pra todo mundo, que o Brasil não é um regime parlamentarista onde a pessoa perde a sustentação e imediatamente está fora. Existe todo um procedimento, que é toda essa discussão do impeachment, da pessoa precisar ser criminalmente responsável por um ato e se chegar todo o término desse processo e ela voltar o poder assistir pessoas as instituições vão ter concluído que ela não cometeu nenhum crime e deve continuar governando o Brasil. A simples perda da sustentação política dela no Congresso não seria suficiente para deslegitimar o eventual mandato dela. Daniel Gallas (BBC)É impossível prever a reação popular brasileira como foi em 2013. Quem é que imaginaria que aquelas coisas, aquelas cenas acontecerem em 2013. É muito difícil, inclusive, entender como é que o Brasil em 2014 colocou tantos votos em um presidente e depois a rejeição era tão alta em um espaço tão curto de tempo, então, prever a reação Brasileira... eu já acho difícil suficiente o trabalho de correspondente de acompanhar, prever então é impossível. Daniel Gallas (BBC)
Eu acho também que não dá para apostar no que vai acontecer amanhã. No sentido dela voltar, ela prometeu, no caso dela voltar que ia convocar novas eleições. Que de certa maneira contentaria toda essa população que está contra o governo de Michel Temer. Maria Martín. El País
Fonte: Roda Viva (YouTube)
[Visto no Brasil Acadêmico]
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