O ex-presidente da Transpetro cita um tal de Pacto de Caxias durante gravação de um diálogo telefônico com o presidente do Senado Federal, R...
O ex-presidente da Transpetro cita um tal de Pacto de Caxias durante gravação de um diálogo telefônico com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros. Você sabe o que é isso?
O tal pacto de Caxias [00:09:30 ##film##] parece remeter a um dos episódios mais emblemáticos de corporativismo parlamentar da história brasileira. Trata-se de um evento que envolveu o ex-deputado Tenório Cavalcanti. Também conhecido como "O Homem da Capa Preta", que acabou inspirando o filme de mesmo nome. O grau de periculosidade de sua excelência era tal que a referida capa era usada para esconder uma submetralhadora MP-40 de fabricação alemã, similar às usadas por soldados nazistas durante a segunda guerra mundial, apelidada de Lurdinha.
Ocorre que Duque de Caxias (RJ) já havia formado uma elite rica que não tolerava a ascensão política de Tenório. Por desafiá-la, Tenório sofrera vários atentados e sobrevivera a todos. Pior para os inimigos que cruzavam a sua frente, pois eles não costumavam sobreviver.
Tenório esteve envolvido em dezenas de crimes, alguns deles com grande repercussão nacional. Um dos mais famosos foi o assassinato de um delegado de Duque de Caxias, Albino Imparato [01:13:04 ##film##], um paulista chamado pela elite de Caxias para acabar com o poder do "Deputado Pistoleiro", e de seu auxiliar conhecido por Bereco. Nessa época, Tenório teve a casa metralhada, familiares ameaçados e alguns de seus capangas eliminados.
O delegado havia sido nomeado justamente por um dos desafetos de Tenório, o coronel Barcelos Feio, à época secretário de Segurança do governo de Amaral Peixoto, e tinha a intenção de ligar Tenório a uma série de crimes.
Pois Albino e seu ajudante foram metralhados e mortos na rua, no Centro de Caxias, após o delegado deixar sua residência.
Para o delegado encarregado de investigar os assassinatos, Wilson Fredericci, Tenório teria sido o mandante. Para Tenório, porém, essa acusação era uma perseguição política movida pelo governador, por seu secretário e pelo presidente da República, Getulio Vargas. O motivo, segundo ele, era puramente político: impedir sua candidatura nas eleições de 1954 para a Câmara Federal.
Diante da suspeita, Barcelos Feio ordenou à polícia que fizesse buscas na residência de Tenório, conhecida como “fortaleza”. Entretanto, invocando imunidade parlamentar, “o homem da capa preta” não permitiu a entrada dos policiais e disse que resistiria, se preciso, até a morte. A Câmara Federal (que na época ficava no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro) interveio por meio de seu presidente, Nereu Ramos, e de deputados como Afonso Arinos, José Augusto, Flores da Cunha e Danton Coelho. O grupo, juntamente com o ministro da Fazenda, Osvaldo Aranha, rumou para Caxias, obtendo a suspensão do cerco.
O episódio acabou rendendo mais prestígio e reconhecimento a Tenório. Resultado: ele foi o deputado federal mais votado no estado do Rio em 1954. Mesmo sendo o provável atirador, o deputado nunca foi julgado e a Câmara dos Deputados jamais sequer permitiu que o deputado fosse a julgamento, em um verdadeiro pacto parlamentar de proteção corporativa. Uma espécie de anistia colocando um de seus membros acima do alcance da lei. Um pacto originado em uma Caxias sem lei.
Agradecemos ao colaborador Dr. Rilmar José Gomes, que deu a pista para levantarmos esse evento.
Fonte: Revista de História, O Globo, Revista O Cruzeiro, A Noite
[Visto no Brasil Acadêmico]
O tal pacto de Caxias [00:09:30 ##film##] parece remeter a um dos episódios mais emblemáticos de corporativismo parlamentar da história brasileira. Trata-se de um evento que envolveu o ex-deputado Tenório Cavalcanti. Também conhecido como "O Homem da Capa Preta", que acabou inspirando o filme de mesmo nome. O grau de periculosidade de sua excelência era tal que a referida capa era usada para esconder uma submetralhadora MP-40 de fabricação alemã, similar às usadas por soldados nazistas durante a segunda guerra mundial, apelidada de Lurdinha.
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Ocorre que Duque de Caxias (RJ) já havia formado uma elite rica que não tolerava a ascensão política de Tenório. Por desafiá-la, Tenório sofrera vários atentados e sobrevivera a todos. Pior para os inimigos que cruzavam a sua frente, pois eles não costumavam sobreviver.
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Tenório esteve envolvido em dezenas de crimes, alguns deles com grande repercussão nacional. Um dos mais famosos foi o assassinato de um delegado de Duque de Caxias, Albino Imparato [01:13:04 ##film##], um paulista chamado pela elite de Caxias para acabar com o poder do "Deputado Pistoleiro", e de seu auxiliar conhecido por Bereco. Nessa época, Tenório teve a casa metralhada, familiares ameaçados e alguns de seus capangas eliminados.
O delegado havia sido nomeado justamente por um dos desafetos de Tenório, o coronel Barcelos Feio, à época secretário de Segurança do governo de Amaral Peixoto, e tinha a intenção de ligar Tenório a uma série de crimes.
Pois Albino e seu ajudante foram metralhados e mortos na rua, no Centro de Caxias, após o delegado deixar sua residência.
Quando o carro do Dr. Imparato estacionou em frente ao "Hotel Ribeiro", onde residia, com a direção voltada para o Distrito Federal, foi alcançado pelo carro suspeito, tendo, do interior dêste, partido duas rajadas de metralhadoras, cujos projéteis atingiram mortalmente o Dr. Albino Martins de Sousa Imparato, Arnaldo Fernando Bereco e feriram gravemente a Wander de Morais Maia. - Jornal Última Hora
Para o delegado encarregado de investigar os assassinatos, Wilson Fredericci, Tenório teria sido o mandante. Para Tenório, porém, essa acusação era uma perseguição política movida pelo governador, por seu secretário e pelo presidente da República, Getulio Vargas. O motivo, segundo ele, era puramente político: impedir sua candidatura nas eleições de 1954 para a Câmara Federal.
Diante da suspeita, Barcelos Feio ordenou à polícia que fizesse buscas na residência de Tenório, conhecida como “fortaleza”. Entretanto, invocando imunidade parlamentar, “o homem da capa preta” não permitiu a entrada dos policiais e disse que resistiria, se preciso, até a morte. A Câmara Federal (que na época ficava no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro) interveio por meio de seu presidente, Nereu Ramos, e de deputados como Afonso Arinos, José Augusto, Flores da Cunha e Danton Coelho. O grupo, juntamente com o ministro da Fazenda, Osvaldo Aranha, rumou para Caxias, obtendo a suspensão do cerco.
O episódio acabou rendendo mais prestígio e reconhecimento a Tenório. Resultado: ele foi o deputado federal mais votado no estado do Rio em 1954. Mesmo sendo o provável atirador, o deputado nunca foi julgado e a Câmara dos Deputados jamais sequer permitiu que o deputado fosse a julgamento, em um verdadeiro pacto parlamentar de proteção corporativa. Uma espécie de anistia colocando um de seus membros acima do alcance da lei. Um pacto originado em uma Caxias sem lei.
Agradecemos ao colaborador Dr. Rilmar José Gomes, que deu a pista para levantarmos esse evento.
Fonte: Revista de História, O Globo, Revista O Cruzeiro, A Noite
[Visto no Brasil Acadêmico]
Só mesmo em Banânia...
ResponderExcluirPacto de Caxias, no meu ponto de vista ou o tal passar a borracha no país, ta bem claro e explicito se refere ao Exercito de Caxias, ou seja uma possível intervenção militar com o pedido dos 3 poderes (dilma, renan e cunha) na qual todos fugiriam do pais, e retornariam após os militares devolver o pais novamente.
ResponderExcluirIntervenção militar = Possível fechamento do congresso + AI5. Com o Senado lembrando o STF de que suspensão parlamentar deve ser decido pelos parlamentares corrobora mais com a tese do corporativismo. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/06/1780363-senado-defende-no-stf-que-suspensao-de-parlamentar-depende-do-congresso.shtml
ResponderExcluirMuito obrigado pelas informações.!!
ResponderExcluir:D
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