Em resposta à polêmica que se seguiu à declaração de um pesquisador da USP que a fosfoamida poderia curar tumores, a Fiocruz divulgou nota e...
Em resposta à polêmica que se seguiu à declaração de um pesquisador da USP que a fosfoamida poderia curar tumores, a Fiocruz divulgou nota esclarecendo o caso.
O G1 publicou uma reportagem (Pesquisador acredita que substância desenvolvida na USP cura o câncer) onde o pesquisador Gilberto Chierice, que coordenou as pesquisas com a fosfoetanolamina sintética, declarou:
Nela o cientista alega haver má vontade por parte das autoridades de levarem o medicamento até o mercado. Ele disse que procurou a Anvisa quatro vezes e foi informado que faltavam dados clínicos.
Em nota a Fiocruz escarece o caso. Segue a nota: "Em função de informações equivocadas que estão circulando na imprensa, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esclarecem que o medicamento feito a partir da substância química fosfoetanolamina, apresentado como uma alternativa terapêutica para diversos tipos de neoplasias (câncer) por cientistas do Instituto de Química da Universidade de São Carlos (USP), ainda necessita de uma série de estudos para ser considerado eficaz ou seguro para o uso clínico. Em novembro de 2013, a Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fundação realizou uma reunião com a equipe da USP para conhecer o projeto de desenvolvimento do medicamento. Na ocasião, o grupo manifestou a intenção de identificar um laboratório para a produção, em escala industrial, de cápsulas contendo o sal de etanolamina, que já teriam sido utilizadas em pacientes com diversos tipos de neoplasias e teriam apresentado bons resultados.
A Fiocruz ressalta que, para determinar se a substância é ou não uma alternativa terapêutica para o combate a neoplasias ou qualquer doença, são necessários, primeiramente, estudos precedidos de aprovação do Comitê de Ética (Conep), com protocolo de pesquisa clínica aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Portanto, ainda não é possível levantar considerações ou garantias, sem uma série de estudos pré-clínicos e clínicos, sobre a eficácia e a segurança terapêutica do uso clínico de cápsulas com sal de etanolamina no combate ao câncer.
A Fiocruz destaca ainda que não realizou o pedido de patente da substância, conforme anunciado pela imprensa e que, após a série de estudos ainda necessários, o licenciamento da substância para uma possível produção pública de cápsulas com sais de etanolamina poderia ser passado a um laboratório oficial.
No que se refere à patente da substância, a Fiocruz destaca que não realizou o pedido da mesma aos pesquisadores da USP, não sendo este o procedimento administrativo necessário para a realização dos estudos em questão. Para uma possível produção pública de cápsulas com sais de etanolamina, após a fase de estudos já descritos, o licenciamento da substância poderia ser passado a um laboratório oficial. No entanto, preliminarmente, diferentes problemáticas referentes a propriedade intelectual, que não dizem respeito à uma possível participação da Fiocruz em qualquer parte do processo, devem ser resolvidos pelos pesquisadores da USP e/ou instituições envolvidas no desenvolvimento do medicamento com a substância em questão."
Fonte: Agência Fiocruz
[Visto no Brasil Acadêmico]
Gilberto Chierice [G1] |
O G1 publicou uma reportagem (Pesquisador acredita que substância desenvolvida na USP cura o câncer) onde o pesquisador Gilberto Chierice, que coordenou as pesquisas com a fosfoetanolamina sintética, declarou:
A fosfoamina está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer.
Nela o cientista alega haver má vontade por parte das autoridades de levarem o medicamento até o mercado. Ele disse que procurou a Anvisa quatro vezes e foi informado que faltavam dados clínicos.
Essa é a alegação de todo mundo. Mas está cheio de remédios neste país que não têm dados clínicos.
Em nota a Fiocruz escarece o caso. Segue a nota: "Em função de informações equivocadas que estão circulando na imprensa, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esclarecem que o medicamento feito a partir da substância química fosfoetanolamina, apresentado como uma alternativa terapêutica para diversos tipos de neoplasias (câncer) por cientistas do Instituto de Química da Universidade de São Carlos (USP), ainda necessita de uma série de estudos para ser considerado eficaz ou seguro para o uso clínico. Em novembro de 2013, a Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fundação realizou uma reunião com a equipe da USP para conhecer o projeto de desenvolvimento do medicamento. Na ocasião, o grupo manifestou a intenção de identificar um laboratório para a produção, em escala industrial, de cápsulas contendo o sal de etanolamina, que já teriam sido utilizadas em pacientes com diversos tipos de neoplasias e teriam apresentado bons resultados.
A Fiocruz ressalta que, para determinar se a substância é ou não uma alternativa terapêutica para o combate a neoplasias ou qualquer doença, são necessários, primeiramente, estudos precedidos de aprovação do Comitê de Ética (Conep), com protocolo de pesquisa clínica aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Portanto, ainda não é possível levantar considerações ou garantias, sem uma série de estudos pré-clínicos e clínicos, sobre a eficácia e a segurança terapêutica do uso clínico de cápsulas com sal de etanolamina no combate ao câncer.
A Fiocruz destaca ainda que não realizou o pedido de patente da substância, conforme anunciado pela imprensa e que, após a série de estudos ainda necessários, o licenciamento da substância para uma possível produção pública de cápsulas com sais de etanolamina poderia ser passado a um laboratório oficial.
No que se refere à patente da substância, a Fiocruz destaca que não realizou o pedido da mesma aos pesquisadores da USP, não sendo este o procedimento administrativo necessário para a realização dos estudos em questão. Para uma possível produção pública de cápsulas com sais de etanolamina, após a fase de estudos já descritos, o licenciamento da substância poderia ser passado a um laboratório oficial. No entanto, preliminarmente, diferentes problemáticas referentes a propriedade intelectual, que não dizem respeito à uma possível participação da Fiocruz em qualquer parte do processo, devem ser resolvidos pelos pesquisadores da USP e/ou instituições envolvidas no desenvolvimento do medicamento com a substância em questão."
Fonte: Agência Fiocruz
[Visto no Brasil Acadêmico]
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