Sinais de trânsito que representem maior dinamismo provocam reações mais rápidas em motoristas.
Sinais de trânsito que representem maior dinamismo provocam reações mais rápidas em motoristas.
Houve mais de 7500 mortes por atropelamento no Brasil, em 2013. Cerca de 20 mortes por dia nesses encontros de homens com máquinas guiadas por homens. Mas a verdadeira carnificina ocorre com os animais, ditos, irracionais. As assustadores estimativas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas dão conta de que 450 milhões de animais silvestres são atropelados por ano no país.
Nem mesmo nos EUA, que possuem números melhores, o resultado é menos desolador. Em média, um pedestre é morto atingido por um veículo a cada duas horas. Por isso, uma pesquisa da University of Michigan e da Brigham Young University (BYU) é particularmente relevante. Afinal, quando um automóvel está em velocidade, cada milissegundo conta e poucos centímetros podem ser a diferença entre a vida e a morte de um transeunte.
Publicado no periódico Journal of Consumer Research, o estudo mostra que as pessoas reagem significativamente mais rápido aos sinais de alerta que retratam um maior movimento.
Sinais dinâmicos incluem imagens que aparecem para se mover a uma velocidade maior. Por exemplo, o sinal do cruzamento da escola à esquerda, para os EUA, tem baixo dinamismo. O segundo, da Polônia, tem mais, e o terceiro é muito mais dinâmico, os desenhos parecem estar correndo.
Já o primeiro à direita, retirado do site do DNIT, é o brasileiro. Não foi submetido à metodologia usada no estudo, mas me parece o mais estático de todos. Pode-se até mesmo interpretar que a criança parece totalmente estática. Talvez esteja conversando com o adulto, pedindo o dinheiro da merenda, sei lá!
Elder e os também autores da pesquisa Luca Cian e Aradhna Krishna, da Universidade de Michigan, exploraram como as imagens estáticas que indicam movimento podem afetar o comportamento. Usando simulações de condução, mapas de calor baseados em cliques, pesquisas, exercícios de tempo de reação e rastreamento dos olhos, o trio descobriu que sinais transmitindo uma maior percepção de movimento levam à ação mais rápida dos observadores.
Em um experimento, os pesquisadores descobriram que os participantes de uma simulação de condução reagiram em média 50 milésimos de segundo mais rápido aos sinais de alerta com maior dinamismo. Para um carro indo a 60 mph (96,5 km/h), 50 milissegundos se traduz em 4,4 pés (1,34 metros) de distância extra - o que pode fazer toda diferença na hora de parar ou desviar-se.
Em um segundo experimento, a equipe usou tecnologia de rastreamento ocular para medir quanto tempo os olhos de uma pessoa leva para perceber um sinal de trânsito. Os resultados mostraram que os sinais de maior movimento percebido atraiu (e manteve) a atenção significativamente mais cedo do que os sinais estáticos. Alguns exemplos de placas usadas nos testes (as de maior dinamismo estão à direita de cada par):
Elder e seus colegas pesquisadores esperam que o estudo pode vir a influenciar a política levando à mudanças que ajudam a reduzir as lesões e mortes relacionadas com o acidente.
Só nos EUA, mais de 37.000 pessoas são mortas a cada ano nos EUA devido a acidentes de carro, com outras 2.350.000 feridas ou incapacitadas.
Os pesquisadores acreditam que o aumento do número de sinais de alerta dinâmicos vai ajudar a aumentar a eficácia desses sinais e, finalmente, levar à diminuição das mortes. Nossos especialistas em trânsito devem estar atentos a essas descobertas que podem ser bem mais eficazes, e mais baratas, do que estojo de primeiros socorros, simuladores ou extintores de incêndio.
Fonte: Brigham Young University, Bom Dia Brasil, National Geographic Brasil
[Visto no Brasil Acadêmico]
Houve mais de 7500 mortes por atropelamento no Brasil, em 2013. Cerca de 20 mortes por dia nesses encontros de homens com máquinas guiadas por homens. Mas a verdadeira carnificina ocorre com os animais, ditos, irracionais. As assustadores estimativas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas dão conta de que 450 milhões de animais silvestres são atropelados por ano no país.
Nem mesmo nos EUA, que possuem números melhores, o resultado é menos desolador. Em média, um pedestre é morto atingido por um veículo a cada duas horas. Por isso, uma pesquisa da University of Michigan e da Brigham Young University (BYU) é particularmente relevante. Afinal, quando um automóvel está em velocidade, cada milissegundo conta e poucos centímetros podem ser a diferença entre a vida e a morte de um transeunte.
Publicado no periódico Journal of Consumer Research, o estudo mostra que as pessoas reagem significativamente mais rápido aos sinais de alerta que retratam um maior movimento.
Um sinal evoca mais movimento percebido aumenta a percepção de risco do observador, que por sua vez traz mais cedo a atenção e mais cedo para. Se você quer capturar a atenção, você precisa de sinais que são mais dinâmicos.
Ryan Elder. Co-autor do estudo e professor da Marriott School of Management da BYU
Sinais dinâmicos incluem imagens que aparecem para se mover a uma velocidade maior. Por exemplo, o sinal do cruzamento da escola à esquerda, para os EUA, tem baixo dinamismo. O segundo, da Polônia, tem mais, e o terceiro é muito mais dinâmico, os desenhos parecem estar correndo.
Já o primeiro à direita, retirado do site do DNIT, é o brasileiro. Não foi submetido à metodologia usada no estudo, mas me parece o mais estático de todos. Pode-se até mesmo interpretar que a criança parece totalmente estática. Talvez esteja conversando com o adulto, pedindo o dinheiro da merenda, sei lá!
Se os indivíduos parecem que estão andando, então o seu cérebro não se preocupa com eles se atirando para a rua. Mas se eles estão correndo, então você pode imaginá-los estando na frente de seu carro com pressa.
Professor Ryan Elder
Elder e os também autores da pesquisa Luca Cian e Aradhna Krishna, da Universidade de Michigan, exploraram como as imagens estáticas que indicam movimento podem afetar o comportamento. Usando simulações de condução, mapas de calor baseados em cliques, pesquisas, exercícios de tempo de reação e rastreamento dos olhos, o trio descobriu que sinais transmitindo uma maior percepção de movimento levam à ação mais rápida dos observadores.
Em um experimento, os pesquisadores descobriram que os participantes de uma simulação de condução reagiram em média 50 milésimos de segundo mais rápido aos sinais de alerta com maior dinamismo. Para um carro indo a 60 mph (96,5 km/h), 50 milissegundos se traduz em 4,4 pés (1,34 metros) de distância extra - o que pode fazer toda diferença na hora de parar ou desviar-se.
Em um segundo experimento, a equipe usou tecnologia de rastreamento ocular para medir quanto tempo os olhos de uma pessoa leva para perceber um sinal de trânsito. Os resultados mostraram que os sinais de maior movimento percebido atraiu (e manteve) a atenção significativamente mais cedo do que os sinais estáticos. Alguns exemplos de placas usadas nos testes (as de maior dinamismo estão à direita de cada par):
As coisas que parecem que estão indo se mover são movidas em nossas mentes. Nossas mentes querem continuar o movimento que está contido dentro de uma imagem, e isso tem consequências importantes.
Professor Ryan Elder
Elder e seus colegas pesquisadores esperam que o estudo pode vir a influenciar a política levando à mudanças que ajudam a reduzir as lesões e mortes relacionadas com o acidente.
Há inúmeros exemplos de placas "paradas" entre os sinais de trânsito nacionais. |
Só nos EUA, mais de 37.000 pessoas são mortas a cada ano nos EUA devido a acidentes de carro, com outras 2.350.000 feridas ou incapacitadas.
Mas nem tudo está perdido... Há muitos exemplos de placas de trânsito "dinâmicas". |
Os pesquisadores acreditam que o aumento do número de sinais de alerta dinâmicos vai ajudar a aumentar a eficácia desses sinais e, finalmente, levar à diminuição das mortes. Nossos especialistas em trânsito devem estar atentos a essas descobertas que podem ser bem mais eficazes, e mais baratas, do que estojo de primeiros socorros, simuladores ou extintores de incêndio.
Fonte: Brigham Young University, Bom Dia Brasil, National Geographic Brasil
[Visto no Brasil Acadêmico]
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