A prática da violação da privacidade pelo governo dos EUA, denunciada por Snowden, é bem mais antiga e nos remete aos tempos da guerra civil...
A prática da violação da privacidade pelo governo dos EUA, denunciada por Snowden, é bem mais antiga e nos remete aos tempos da guerra civil americana.
Primeiro o The Guardian denunciou o Prism. Depois foi a vez do Le Monde dizer que o governo francês possui um sistema semelhante. Agora O Globo diz que um escritório da inteligência americana funcionava em Brasília ao final do governo FHC (que, segundo ele, não sabia de nada).
A espionagem espionagem está na pauta nacional e mundial. E a violação da privacidade sempre é justificada pela noção estatal de segurança nacional. Antes era a guerra civil, depois a guerra fria, agora é a guerra ao terror.
As revelações de Edward Snowden sobre a NSA, PRISM e táticas de vigilância ampla do governo dos EUA, embora tenham pego de surpresa muita gente, não deveriam ter surpreendido. Tendo em vista o manancial de precedentes históricos. Conforme aponta David T. Z. Mindich para o New York Times, bastando percorrer toda a linha do tempo até Abraham Lincoln e a Guerra Civil. Em 1862, Lincoln autorizou o controle abrangente sobre toda a infraestrutura telegráfica americana para Edwin Stanton, seu secretário de guerra. Telégrafos foram retransmitidos por meio de seu escritório, e Stanton usou seu poder para interceptar mensagens, espionar americanos, prender jornalistas, e até mesmo controlar o que seria enviado ou não. Uma formidável e fundamental ferramenta em tempos de guerra, mas uma maciça invasão de privacidade que certamente irritou os cidadãos.
Mindich argumenta que, apesar das enormes diferenças temporais de escopo e tecnologia, o exemplo de Lincoln, era uma analogia perfeita para a atual guerra contra o terror. Para aqueles que discordam dos procedimentos da NSA, diz ele, a única solução real é acabar com a guerra - que foi a única forma da vigilância dos telégrafos de Stanton relaxar.
Até que essa guerra acabe, Mindich adverte, O invasivo alcance governamental é um fato da vida, seja a Western Union ou a Microsoft, Lincoln ou Obama, que é como ele sempre foi.
É bom que indivíduos como Edward Snowden e Julian Assanges nos mostrem o que há por trás das cortinas. Já que o risco da distopia do Big Brother, do livro 1984, se realizar sempre estará presente. E uma guerra virtual no ciberespaço está em curso. Apesar de ninguém ver, ela é suja e seus resultados são sangrentos e abrange o mundo todo. Essa verdadeira terceira guerra mundial é como um farol de LED: é fria mas seus efeitos são plenamente sentidos no mundo real.
De acordo com reportagem do jornal "O Globo" desta segunda, pelo menos até 2002, funcionou em Brasília uma das estações de espionagem nas quais funcionários da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) e agentes da CIA trabalharam em conjunto.
O texto de "O Globo" também mostra que existe um conjunto de documentos da NSA, datados de setembro de 2010, cuja leitura pode levar até a conclusão de que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência em algum momento. O jornal, porém, diz que não foi possível confirmar a informação e nem se esse tipo de prática continua.
O embaixador dos EUA nega, embora admita haver um monitoramento de brasileiros através de metadados(destino e origem das chamadas, por exemplo, mas sem entrar no conteúdo), "mas não no Brasil".
Tais documentos da NSA foram vazados pelo técnico em informática Edward Snowden, que trabalhou para a CIA durante os últimos quatro anos. Em junho, o jornal britânico "The Guardian" publicou reportagens com as primeiras revelações de Snowden sobre o monitoramento de milhões de telefones e de dados de usuários de internet em todo o mundo.
Fonte: The Verge, Folha, Blog do Edson Sombra, UOL.
[Via BBA]
Primeiro o The Guardian denunciou o Prism. Depois foi a vez do Le Monde dizer que o governo francês possui um sistema semelhante. Agora O Globo diz que um escritório da inteligência americana funcionava em Brasília ao final do governo FHC (que, segundo ele, não sabia de nada).
A espionagem espionagem está na pauta nacional e mundial. E a violação da privacidade sempre é justificada pela noção estatal de segurança nacional. Antes era a guerra civil, depois a guerra fria, agora é a guerra ao terror.
As revelações de Edward Snowden sobre a NSA, PRISM e táticas de vigilância ampla do governo dos EUA, embora tenham pego de surpresa muita gente, não deveriam ter surpreendido. Tendo em vista o manancial de precedentes históricos. Conforme aponta David T. Z. Mindich para o New York Times, bastando percorrer toda a linha do tempo até Abraham Lincoln e a Guerra Civil. Em 1862, Lincoln autorizou o controle abrangente sobre toda a infraestrutura telegráfica americana para Edwin Stanton, seu secretário de guerra. Telégrafos foram retransmitidos por meio de seu escritório, e Stanton usou seu poder para interceptar mensagens, espionar americanos, prender jornalistas, e até mesmo controlar o que seria enviado ou não. Uma formidável e fundamental ferramenta em tempos de guerra, mas uma maciça invasão de privacidade que certamente irritou os cidadãos.
Mindich argumenta que, apesar das enormes diferenças temporais de escopo e tecnologia, o exemplo de Lincoln, era uma analogia perfeita para a atual guerra contra o terror. Para aqueles que discordam dos procedimentos da NSA, diz ele, a única solução real é acabar com a guerra - que foi a única forma da vigilância dos telégrafos de Stanton relaxar.
À medida que a guerra terminou, as medidas de emergência foram revertidas. Informações, do telégrafo e outros, começaram a fluir livremente de novo.
Até que essa guerra acabe, Mindich adverte, O invasivo alcance governamental é um fato da vida, seja a Western Union ou a Microsoft, Lincoln ou Obama, que é como ele sempre foi.
É bom que indivíduos como Edward Snowden e Julian Assanges nos mostrem o que há por trás das cortinas. Já que o risco da distopia do Big Brother, do livro 1984, se realizar sempre estará presente. E uma guerra virtual no ciberespaço está em curso. Apesar de ninguém ver, ela é suja e seus resultados são sangrentos e abrange o mundo todo. Essa verdadeira terceira guerra mundial é como um farol de LED: é fria mas seus efeitos são plenamente sentidos no mundo real.
Entenda o caso
De acordo com reportagem do jornal "O Globo" desta segunda, pelo menos até 2002, funcionou em Brasília uma das estações de espionagem nas quais funcionários da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) e agentes da CIA trabalharam em conjunto.
O texto de "O Globo" também mostra que existe um conjunto de documentos da NSA, datados de setembro de 2010, cuja leitura pode levar até a conclusão de que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência em algum momento. O jornal, porém, diz que não foi possível confirmar a informação e nem se esse tipo de prática continua.
O embaixador dos EUA nega, embora admita haver um monitoramento de brasileiros através de metadados(destino e origem das chamadas, por exemplo, mas sem entrar no conteúdo), "mas não no Brasil".
Tais documentos da NSA foram vazados pelo técnico em informática Edward Snowden, que trabalhou para a CIA durante os últimos quatro anos. Em junho, o jornal britânico "The Guardian" publicou reportagens com as primeiras revelações de Snowden sobre o monitoramento de milhões de telefones e de dados de usuários de internet em todo o mundo.
Fonte: The Verge, Folha, Blog do Edson Sombra, UOL.
[Via BBA]
Até tu, Abe?
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