Pela primeira vez, cientistas conseguiram usar células geneticamente modificadas de pacientes para curá-los de leucemia. O tratamento poderi...
Pela primeira vez, cientistas conseguiram usar células geneticamente modificadas de pacientes para curá-los de leucemia. O tratamento poderia curar o tipo de câncer do ator Reynaldo Gianecchini.
Imagem de microscópio mostra células-T do sistema imunológico ligadas a esferas que fazem com que as células se dividam. Depois as esferas (em amarelo) são retiradas deixando apenas as células-T para a reinserção no organismo.
A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea onde se formam as células sanguíneas, e a doença ocorre quando as células produzidas na medula se multiplicam sem controle.
A terapia consiste, basicamente, em remover algumas das células T do sistema imunológico do paciente para em seguida modifica-las em laboratório. Depois essas células modificadas são reinseridas no corpo junto com sessões de quimioterapia.
Desenvolvida na Universidade da Pensilvânia, EUA, a técnica cria células capazes de se multiplicar de forma surpreendente no corpo e de manter, por pelo menos um ano, a proteção contra o tumor.
O grupo de pesquisadores chefiado pelo Dr. Carl June selecionou para os testes pacientes com poucas opções de tratamento. De fato, todos eles dependiam de um transplante de medula. Tal procedimento, de acordo com os pesquisadores, possui uma probabilidade de apenas 50% de chances reais de cura.
Pois os resultados foram animadores. Após três semanas de tratamento foram eliminados os vestígios de câncer do sangue e da medula de três pacientes, e tem grande potencial para tratar outros tipos de tumores, como por exemplo os linfomas não-Hodgkins, que é o tipo com o qual o ator Reynaldo Gianecchini foi recentemente diagnosticado.
Programando células
Depois de retirar células T dos pacientes, a equipe do Dr. Carl reprogramou-as para atacar as células de tumores. Isso foi feito dando às células T a habilidade de produzir uma proteína similar aos anticorpos, chamada CAR (antigen receptor). A CAR se expressa na superfície das células T e é feita para se ligar a uma proteína chamada CD19 – presente em alguns tumores.
Naturalmente, as células T são feitas para combater invasores do corpo. Quando a célula T modificada começa a expressar a CAR, ela foca toda a sua atividade destruidora naquelas células que expressam a CD19, o que inclui as células do tumor e apenas um tipo de células normais, as “B”. Esse mecanismo limita os efeitos colaterais do tratamento, já que todas as outras células do corpo não são atacadas.
Para completar, a equipe ainda colocou uma molécula sinalizadora na parte da CAR que fica dentro da célula. Ao se ligar à CD19, o que significa que ela atacou um tumor, a CAR também diz à célula para liberar um sinal que manda outras células T se multiplicarem. Em todos os pacientes, essas células de defesa aumentaram em mil vezes o seu número.
Além de auto replicantes, elas são chamadas de verdadeiros serial killers, pois cada uma é capaz de matar milhares de células do tumor.
O efeito dramático do tratamento foi exemplificado com o caso de um dos pacientes, um homem de 64 anos cujo sangue e medula estavam repletos de células cancerígenas. Durante as primeiras duas semanas de tratamento, nada parecia mudar em seu corpo. No 14º dia, ele teve febre, náuseas, calafrios.
Testes mostraram um grande aumento das células T em seu sangue, o que levou a uma síndrome ligada à morte repentina de muitas células cancerígenas. No 28º dia, ele havia se recuperado da síndrome e seu sangue e medula não mostravam mais sinais a leucemia.
Outra vantagem do tratamento é que ele provoca a criação das “células T de memória”, que podem proteger futuras novas ocorrências da leucemia por meses. O próximo passo dos pesquisadores é testar a abordagem em crianças e em outros tipos de tumor com a CD19 – incluindo os tais Linfomas não-Hodgkins.
Genético? Ator global Reynaldo Gianecchini cujo o pai, o professor de química Reynaldo Cisoto Gianecchini, também luta contra um câncer de fígado e pâncreas.
Depois, eles devem passar a tratamento com tumores que possuam outras proteínas e, quem sabe, variantes dessa mesma abordagem poderiam tratar casos de câncer de ovário ou pâncreas, com resultados tão positivos quanto esses.
Os resultados são considerados tão promissores que foram publicados, simultaneamente, em duas revistas científicas: New England Journal of Medicine e Science Translational Medicine. Realmente uma ótima notícia que nutre de esperança pacientes no mundo todo que se submetem a uma rotina sofrida de radioterapia e quimioterapia buscando a cura para uma doença complexa cujo tratamento é sempre de alto custo. Financeiro e emocional.
Fonte: Biomédicos, Info, Nola (em inglês)
[Via BBA]
A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea onde se formam as células sanguíneas, e a doença ocorre quando as células produzidas na medula se multiplicam sem controle.
A terapia consiste, basicamente, em remover algumas das células T do sistema imunológico do paciente para em seguida modifica-las em laboratório. Depois essas células modificadas são reinseridas no corpo junto com sessões de quimioterapia.
Desenvolvida na Universidade da Pensilvânia, EUA, a técnica cria células capazes de se multiplicar de forma surpreendente no corpo e de manter, por pelo menos um ano, a proteção contra o tumor.
Segundo a Sociedade de Leucemia e Linfoma, em 2010, cerca de 43,5 mil pessoas nos Estados Unidos tiveram um diagnóstico de leucemia e aproximadamente 22 mil morreram por essa doença.
O grupo de pesquisadores chefiado pelo Dr. Carl June selecionou para os testes pacientes com poucas opções de tratamento. De fato, todos eles dependiam de um transplante de medula. Tal procedimento, de acordo com os pesquisadores, possui uma probabilidade de apenas 50% de chances reais de cura.
Em um período de três semanas, os tumores foram eliminados de uma maneira muito mais drástica que o esperado.
Dr. Carl June. Professor de Patologia e Laboratório de Medicina no Centro Abramson de Câncer
Pois os resultados foram animadores. Após três semanas de tratamento foram eliminados os vestígios de câncer do sangue e da medula de três pacientes, e tem grande potencial para tratar outros tipos de tumores, como por exemplo os linfomas não-Hodgkins, que é o tipo com o qual o ator Reynaldo Gianecchini foi recentemente diagnosticado.
Programando células
Depois de retirar células T dos pacientes, a equipe do Dr. Carl reprogramou-as para atacar as células de tumores. Isso foi feito dando às células T a habilidade de produzir uma proteína similar aos anticorpos, chamada CAR (antigen receptor). A CAR se expressa na superfície das células T e é feita para se ligar a uma proteína chamada CD19 – presente em alguns tumores.
Naturalmente, as células T são feitas para combater invasores do corpo. Quando a célula T modificada começa a expressar a CAR, ela foca toda a sua atividade destruidora naquelas células que expressam a CD19, o que inclui as células do tumor e apenas um tipo de células normais, as “B”. Esse mecanismo limita os efeitos colaterais do tratamento, já que todas as outras células do corpo não são atacadas.
Para completar, a equipe ainda colocou uma molécula sinalizadora na parte da CAR que fica dentro da célula. Ao se ligar à CD19, o que significa que ela atacou um tumor, a CAR também diz à célula para liberar um sinal que manda outras células T se multiplicarem. Em todos os pacientes, essas células de defesa aumentaram em mil vezes o seu número.
Os remédios não conseguem esse efeito e, além da enorme capacidade de multiplicação, esses linfócitos modificados são assassinos insaciáveis. Em média, cada linfócito causou a morte de milhares de células do tumor e, em conjunto, destruíram pelo menos quase um quilo de tumor em cada paciente.
Dr. Carl June
Além de auto replicantes, elas são chamadas de verdadeiros serial killers, pois cada uma é capaz de matar milhares de células do tumor.
O efeito dramático do tratamento foi exemplificado com o caso de um dos pacientes, um homem de 64 anos cujo sangue e medula estavam repletos de células cancerígenas. Durante as primeiras duas semanas de tratamento, nada parecia mudar em seu corpo. No 14º dia, ele teve febre, náuseas, calafrios.
Testes mostraram um grande aumento das células T em seu sangue, o que levou a uma síndrome ligada à morte repentina de muitas células cancerígenas. No 28º dia, ele havia se recuperado da síndrome e seu sangue e medula não mostravam mais sinais a leucemia.
Outra vantagem do tratamento é que ele provoca a criação das “células T de memória”, que podem proteger futuras novas ocorrências da leucemia por meses. O próximo passo dos pesquisadores é testar a abordagem em crianças e em outros tipos de tumor com a CD19 – incluindo os tais Linfomas não-Hodgkins.
Depois, eles devem passar a tratamento com tumores que possuam outras proteínas e, quem sabe, variantes dessa mesma abordagem poderiam tratar casos de câncer de ovário ou pâncreas, com resultados tão positivos quanto esses.
Os resultados são considerados tão promissores que foram publicados, simultaneamente, em duas revistas científicas: New England Journal of Medicine e Science Translational Medicine. Realmente uma ótima notícia que nutre de esperança pacientes no mundo todo que se submetem a uma rotina sofrida de radioterapia e quimioterapia buscando a cura para uma doença complexa cujo tratamento é sempre de alto custo. Financeiro e emocional.
Fonte: Biomédicos, Info, Nola (em inglês)
[Via BBA]
É realmente uma ótima notícia.
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