Imagine o encontro do mantra com o rap. Ou um beat box simulando uma gaita de foles. Ou ainda o Popeye cantando Nheco Vari, Nheco Fum. Se vo...
Imagine o encontro do mantra com o rap. Ou um beat box simulando uma gaita de foles. Ou ainda o Popeye cantando Nheco Vari, Nheco Fum. Se você conseguiu imaginar você pensou em Kongar-ol Ondar, o mestre do canto tuvano de garganta.
Está enjoado do toque do seu celular? Fica aí a sugestão para seu próximo ringtone.
Tuva é uma pequena república da federeção russa com pouco mais de 300 mil habitantes. Pense em uma republiqueta com a população de Anápolis/GO ou Taguatinga/DF (mas com quase metade vivendo na zona rural).
Fazendo fronteira com a Mongólia e bem próxima do centro geográfico da Ásia, Tuva possui uma forma de canto peculiar para os padrões ocidentais, onde duas ou mais frequências soam juntas com uma frequência fundamental, produzindo um efeito mesmerizante onde a audiência quase entra em transe.
O canto de garganta de Tuva possui três estilos básicos sygyt, khoomei e kargyraa, sendo que esse último é fácil de ser reconhecido pois usa a mesma técnica usada para dublar a voz do marinheiro Popeye.
Ondar grava clipe em Vladivostok, no final da ferrovia trans-siberiana, com 9288 quilômetros
Kongar-ol Ondar é um dos mais conhecidos representantes desse tipo de canto, sendo bem conhecido do público norte-americano fazendo até performances no David Letterman's Late Show, uma espécie de programa do Jô lá, deles (esse pessoal fica copiando nossos talk-shows. Tsk. Tsk. Coisa feia.)
Especializado no estilo sygyt, Kongar-ol Ondar se tornou uma espécie de embaixador de Tuva para o mundo e uma celebridade no meio artístico. Chegando até a gravar um disco inovador que mesclava seu canto com o blues do artista de San Francisco Paul "Eathquake" Pena, apropriadamente denominado "Genghis Blues".
Curiosamente, Ondar já teve o pescoço fraturado enquanto servia a marinha soviética, após carregar cerca de cem sacos de açúcar. O que o fez ser dispensado do serviço militar, após 45 dias na enfermaria.
E pensar que o canto de garganta de Tuva já fora banido do Império Soviético...
Demonstração do kargyraa (por Bady-Dorzhu Ondar). Não nos responsabilizamos se aparecer um espírito de um xamã ou se você se conectar com seus antepassados ao reproduzir essa canção.
No Brasil parece que não temos nenhum célebre praticante dessa arte. Ao menos que Gaúcho da Fronteira seja um cantor tuvano do estilo kargyraa disfarçado.
Atualização:
Em 1993, Kongar-ol Ondar levou seu aprendiz, o pequeno Bady-Dorzhu Ondar para uma entrevista (em inglês) no Chevy Chase show. Pelo jeito, o segredo é começar cedo.
Fonte:
Site oficial de Kongar-ol Ondar
Tuva - Wikipedia
Tuvan throat singing - Wikipedia
Está enjoado do toque do seu celular? Fica aí a sugestão para seu próximo ringtone.
Tuva é uma pequena república da federeção russa com pouco mais de 300 mil habitantes. Pense em uma republiqueta com a população de Anápolis/GO ou Taguatinga/DF (mas com quase metade vivendo na zona rural).
Fazendo fronteira com a Mongólia e bem próxima do centro geográfico da Ásia, Tuva possui uma forma de canto peculiar para os padrões ocidentais, onde duas ou mais frequências soam juntas com uma frequência fundamental, produzindo um efeito mesmerizante onde a audiência quase entra em transe.
O canto de garganta de Tuva possui três estilos básicos sygyt, khoomei e kargyraa, sendo que esse último é fácil de ser reconhecido pois usa a mesma técnica usada para dublar a voz do marinheiro Popeye.
Kongar-ol Ondar é um dos mais conhecidos representantes desse tipo de canto, sendo bem conhecido do público norte-americano fazendo até performances no David Letterman's Late Show, uma espécie de programa do Jô lá, deles (esse pessoal fica copiando nossos talk-shows. Tsk. Tsk. Coisa feia.)
Especializado no estilo sygyt, Kongar-ol Ondar se tornou uma espécie de embaixador de Tuva para o mundo e uma celebridade no meio artístico. Chegando até a gravar um disco inovador que mesclava seu canto com o blues do artista de San Francisco Paul "Eathquake" Pena, apropriadamente denominado "Genghis Blues".
Como eu sou um Tuvan, acredito que o cantar de garganta está no meu sangue
Kongar-ol Ondar
Curiosamente, Ondar já teve o pescoço fraturado enquanto servia a marinha soviética, após carregar cerca de cem sacos de açúcar. O que o fez ser dispensado do serviço militar, após 45 dias na enfermaria.
Quando eu era menino, eu ia todos os verões até as altas montanhas para ficar com um dos tios da minha mãe. Lá, à noite, no acampamento, eu ouvia o velho cantar para si mesmo. Ele tinha algumas bebidas de Arak - a bebida local feita a partir de leite de cabra fermentado - e cantava duas, três ou até quatro notas de uma vez.
Kongar-ol Ondar
E pensar que o canto de garganta de Tuva já fora banido do Império Soviético...
No Brasil parece que não temos nenhum célebre praticante dessa arte. Ao menos que Gaúcho da Fronteira seja um cantor tuvano do estilo kargyraa disfarçado.
Atualização:
Em 1993, Kongar-ol Ondar levou seu aprendiz, o pequeno Bady-Dorzhu Ondar para uma entrevista (em inglês) no Chevy Chase show. Pelo jeito, o segredo é começar cedo.
Fonte:
Site oficial de Kongar-ol Ondar
Tuva - Wikipedia
Tuvan throat singing - Wikipedia
Caro Profwar impressionante seu post, eu não conhecia tal cultura. Gostei da comparação feita com o Gaúcho da Fronteira, acho que tem tudo a ver, sem dúvidas ele é nosso representante do canto de garganta de Tuva.
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkk
Abraços,
Vitor.