Dean Kamen, o inventor do Segaway , está desenvolvendo um braço robótico para auxiliar amputados a pedido do Defense Advanced Research Proje...
Dean Kamen, o inventor do Segaway, está desenvolvendo um braço robótico para auxiliar amputados a pedido do Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA). Agora, é possível até comer uvas com uma prótese robótica.
Luke Skywalker, o mocinho da série Star Wars, temseu braço decepado sua mão decepada após duelar com o vilão Darth Vader, em O Império Contra-ataca, como se não bastasse, Vader ainda diz que é o seu pai. Luke, amputado, com o coração partido e com o orgulho de Jedi ferido, se joga em um buraco parecido com o interior do prédio da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. Antes do filme acabar, Luke recebe um braço uma mão totalmente funcional, idêntico ao extirpado igual à original e sem cicatrizes.
Mas a realidade é bem diferente da arte para os heróis de guerra norte-americanos. Os veteranos estadunidenses levavam (e ainda levam) uma vida de Capitão Gancho desde a Guerra Civil.
Pensando nisso, o Departamento de Defesa (DoD) levou essa preocupação ao inventor Deam Kamen, famoso como inventor do Segaway, e por inovações na área médica. Dean e sua empresa DEKA, já estavam engajados em muitas causas igualmente nobres, e poderia declinar da solicitação sem ser acusado de não se importar com a causa dos veteranos amputados. Mas, esse não foi o caso.
Apesar de não ser um popstar como um Steve Jobs, Dean é daqueles executivos da indústria da tecnologia que se notabilizam por ser do tipo que "se importa".
Assim, não chega a ser surpreendente que Dean Kamen topasse o desafio, conforme ele mesmo relata:
"Eu recebi uma visita, há mais ou menos um ano atrás, um pouco mais de um ano, de um senhor do DoD. Veio a mim e disse: "1.600 de garotos que enviamos voltaram, pelo menos, sem um dos braços inteiros. O braço inteiro. Sem a articulação do ombro. E nós estamos fazendo o mesmo que fazíamos, mais ou menos, desde a guerra civil, uma tala e um gancho. E eles merecem mais do que isso."
Palestra no TED: clique em View Subtitles para assistir legendado.
Literalmente, esse cara sentou no meu escritório em New hampshire e disse: "Eu quero que você me dê algo para colocar nesses garotos que consiga pegar uma passa ou uma uva na mesa, que os faça conseguir colocá-la na boca sem destruir nenhuma delas, e que os faça capaz de diferenciá-las sem precisar olhar." Vocês sabem, que tenha os nervos eferentes, aferentes, e resposta tátil. Ele terminou explicando isso, e eu esperei pela proposta de 130 quilos de papel, e ele disse: "É isso que eu quero de você."
Eu disse: "Olhe, você está louco. Essa tecnologia ainda não está disponivel. E não pode ser feito. Não com a capacidade do braço humano, com 21 graus de liberdade, do ombro até a ponta dos dedos."
Ele disse: "Cerca de duas dúzias desse 1.600 garotos voltaram bilaterais. Você acha que é ruim perder um braço? Isso é uma inconveniência comparado com a perda dos dois."
Eu tenho um trabalho, e minhas noites e semanas já estão cheias com coisas como prover água para o mundo, e energia para o mundo e educar as crianças, que, por sinal, Chris, eu não vou falar sobre. Eu não preciso de outra missão. Eu fico pensando nesses garotos sem os braços.
Ele me disse: "Nós fizemos uns trabalhos pelo país. Contamos com fantásticos neurologistas e outras pessoas."
Eu disse: " Vou fazer uma pesquisa de campo, vou ver o que você conseguiu." No mês seguinte eu visitei muitos lugares, por todo o país, encontrei o melhor do melhor.
Fui até Washington, vi esses caras e disse: "Eu fiz o que vocês me pediram. Pesquisei o que existe por aÍ. E ainda acho que vocês estão loucos. Mas não tanto quanto eu achava."
Eu juntei um time, um pouco mais de 13 meses atrás, com 20 pessoas ímpares. Dissemos que iriamos construir o dispositivo capaz de fazer o que eles querem. Nós temos 14 dos 21 graus de liberdade; você não precisa daqueles nos dois dedos finais.
Nós reunimos tudo isso. Algumas semanas atrás nós fomos até Walter Reed, que infelizmente está nas notícias na atualidade. Nós mostramos para uma bando de caras. Um deles se descrevia como sortudo, por ter perdido o braço esquerdo, e ele é destro. Ele sentou na mesa com sete ou oito desses caras. Disse que era sortudo, por ter o braço bom, e depois se afastou um pouco da mesa. Ele não tinha as pernas.
Esses garotos têm uma atitude inacreditável.
Então eu vou mostrar agora, sem a pele o cobrindo, um trecho de 30s, e aí eu termino. Mas entendam: o que vocês estão olhando nós fizemos pequeno o suficiente para caber em uma pequena mulher, para que possamos colocar em qualquer um deles. Iremos colocá-lo dentro de algo para o qual usaremos tomografia computadorizada e ressônancia magnética do braço bom, para fazer uma pele de silicone, para cobrir, e pintar em 3D, exatamente como o outro membro.
Dean Kamen mostra em que estágio se encontra o desenvolvimento do "Luke Arm"
Então não verão todas as coisas bacanas nessa versão, cada um tem a capacidade de sentir temperatura e pressão. Também tem um punho pneumático que segura tudo, então quanto maior a carga mais ele adere. Quando se tira a carga, torna-se, novamente, flexível. Vou mostrar uma pessoa fazendo coisas simples com o braço que demonstramos em Washington. Podemos assistir? Olhe os dedos agarrando. O dedão sobre. Torce. Isto pesa 3kg. Vai coçar o nariz. Tem 14 graus de liberdade. Agora vai pegar uma caneta com seu dedão e seu dedo indicador. Vai abaixar e pegar uma folha de papel, rodar todos ao ângulos de liberdade em sua mão e punho, e ler." - Dean Kamen, em sua palestra no TED - 2007.
Dean Kamen no TEDMED
Bem, não somos inocentes de achar que as Forças Armadas vão patrocinar esse tipo de pesquisa e depois não vão aparecer com um exoesqueleto controlado pela mente a la Homem de Ferro para trucidar algum inimigo do sistema. Mas pelo menos de algum progresso, que vá beneficiar milhares de pessoas no mundo todo, a humanidade há de gozar.
Hoje o "Luke Arm" vem sendo testado por veteranos.
Fonte: TED Talks, PopSci
Luke Skywalker, o mocinho da série Star Wars, tem
Mas a realidade é bem diferente da arte para os heróis de guerra norte-americanos. Os veteranos estadunidenses levavam (e ainda levam) uma vida de Capitão Gancho desde a Guerra Civil.
Pensando nisso, o Departamento de Defesa (DoD) levou essa preocupação ao inventor Deam Kamen, famoso como inventor do Segaway, e por inovações na área médica. Dean e sua empresa DEKA, já estavam engajados em muitas causas igualmente nobres, e poderia declinar da solicitação sem ser acusado de não se importar com a causa dos veteranos amputados. Mas, esse não foi o caso.
Apesar de não ser um popstar como um Steve Jobs, Dean é daqueles executivos da indústria da tecnologia que se notabilizam por ser do tipo que "se importa".
Assim, não chega a ser surpreendente que Dean Kamen topasse o desafio, conforme ele mesmo relata:
"Eu recebi uma visita, há mais ou menos um ano atrás, um pouco mais de um ano, de um senhor do DoD. Veio a mim e disse: "1.600 de garotos que enviamos voltaram, pelo menos, sem um dos braços inteiros. O braço inteiro. Sem a articulação do ombro. E nós estamos fazendo o mesmo que fazíamos, mais ou menos, desde a guerra civil, uma tala e um gancho. E eles merecem mais do que isso."
Literalmente, esse cara sentou no meu escritório em New hampshire e disse: "Eu quero que você me dê algo para colocar nesses garotos que consiga pegar uma passa ou uma uva na mesa, que os faça conseguir colocá-la na boca sem destruir nenhuma delas, e que os faça capaz de diferenciá-las sem precisar olhar." Vocês sabem, que tenha os nervos eferentes, aferentes, e resposta tátil. Ele terminou explicando isso, e eu esperei pela proposta de 130 quilos de papel, e ele disse: "É isso que eu quero de você."
Olhe, você está louco. Essa tecnologia ainda não está disponivel. E não pode ser feito.
Dean Kamen. Inventor
Eu disse: "Olhe, você está louco. Essa tecnologia ainda não está disponivel. E não pode ser feito. Não com a capacidade do braço humano, com 21 graus de liberdade, do ombro até a ponta dos dedos."
Ele disse: "Cerca de duas dúzias desse 1.600 garotos voltaram bilaterais. Você acha que é ruim perder um braço? Isso é uma inconveniência comparado com a perda dos dois."
Eu tenho um trabalho, e minhas noites e semanas já estão cheias com coisas como prover água para o mundo, e energia para o mundo e educar as crianças, que, por sinal, Chris, eu não vou falar sobre. Eu não preciso de outra missão. Eu fico pensando nesses garotos sem os braços.
Ele me disse: "Nós fizemos uns trabalhos pelo país. Contamos com fantásticos neurologistas e outras pessoas."
Eu disse: " Vou fazer uma pesquisa de campo, vou ver o que você conseguiu." No mês seguinte eu visitei muitos lugares, por todo o país, encontrei o melhor do melhor.
Um deles se descrevia como sortudo, por ter perdido o braço esquerdo, e ele é destro.
Dean Kamen
Fui até Washington, vi esses caras e disse: "Eu fiz o que vocês me pediram. Pesquisei o que existe por aÍ. E ainda acho que vocês estão loucos. Mas não tanto quanto eu achava."
Eu juntei um time, um pouco mais de 13 meses atrás, com 20 pessoas ímpares. Dissemos que iriamos construir o dispositivo capaz de fazer o que eles querem. Nós temos 14 dos 21 graus de liberdade; você não precisa daqueles nos dois dedos finais.
Nós reunimos tudo isso. Algumas semanas atrás nós fomos até Walter Reed, que infelizmente está nas notícias na atualidade. Nós mostramos para uma bando de caras. Um deles se descrevia como sortudo, por ter perdido o braço esquerdo, e ele é destro. Ele sentou na mesa com sete ou oito desses caras. Disse que era sortudo, por ter o braço bom, e depois se afastou um pouco da mesa. Ele não tinha as pernas.
Esses garotos têm uma atitude inacreditável.
Então eu vou mostrar agora, sem a pele o cobrindo, um trecho de 30s, e aí eu termino. Mas entendam: o que vocês estão olhando nós fizemos pequeno o suficiente para caber em uma pequena mulher, para que possamos colocar em qualquer um deles. Iremos colocá-lo dentro de algo para o qual usaremos tomografia computadorizada e ressônancia magnética do braço bom, para fazer uma pele de silicone, para cobrir, e pintar em 3D, exatamente como o outro membro.
Dean Kamen mostra em que estágio se encontra o desenvolvimento do "Luke Arm"
Então não verão todas as coisas bacanas nessa versão, cada um tem a capacidade de sentir temperatura e pressão. Também tem um punho pneumático que segura tudo, então quanto maior a carga mais ele adere. Quando se tira a carga, torna-se, novamente, flexível. Vou mostrar uma pessoa fazendo coisas simples com o braço que demonstramos em Washington. Podemos assistir? Olhe os dedos agarrando. O dedão sobre. Torce. Isto pesa 3kg. Vai coçar o nariz. Tem 14 graus de liberdade. Agora vai pegar uma caneta com seu dedão e seu dedo indicador. Vai abaixar e pegar uma folha de papel, rodar todos ao ângulos de liberdade em sua mão e punho, e ler." - Dean Kamen, em sua palestra no TED - 2007.
Bem, não somos inocentes de achar que as Forças Armadas vão patrocinar esse tipo de pesquisa e depois não vão aparecer com um exoesqueleto controlado pela mente a la Homem de Ferro para trucidar algum inimigo do sistema. Mas pelo menos de algum progresso, que vá beneficiar milhares de pessoas no mundo todo, a humanidade há de gozar.
Hoje o "Luke Arm" vem sendo testado por veteranos.
Fonte: TED Talks, PopSci
Muito boa sua matéria, sensacional essa tecnologia.
ResponderExcluirAbraços forte
Valeu @Principe.
ResponderExcluirUm abraço.
Quem tinha braço robótico era o anakim... o luke só perdeu a mão!
ResponderExcluirÉ verdade. Já corrigido (esse blog acaba virando um wiki). :-)
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