Vidro líquido e espuma de aço: conheça novos materiais.

Talvez você já tenha ouvido dizer que o estado do vidro é considerado como sendo quase um líquido. Suas moléculas se comportam e são organiz...

Talvez você já tenha ouvido dizer que o estado do vidro é considerado como sendo quase um líquido. Suas moléculas se comportam e são organizados como algo entre o sólido e o líquido. Todavia, talvez você nunca tenha usado vidro em spray.


Pois então conheça o vidro líquido, ou SiO₂. O produto, já a venda na Alemanha e que deve chegar em breve ao Reino Unido, é composto por moléculas de areia misturadas à moléculas de água ou etanol.

Ele forma uma película flexível 500 vezes mais fina que um fio de cabelo (cerca de 100 nanometros) sendo invisível aos olhos e não detectável pelo tato.

Além de repelir água, sujeira, bactéria, é resistente ao calor, ácidos e radiação UV, permitindo que o ar continue atravessando-o. E ainda por cima é aplicável em quase todo tipo de superfície. É ou não é um material fora-de-série?

Apesar da espessura da camada por ele criada, em sua composição não são acrescidas nanopartículas, resinas ou aditivos. A coesão das moléculas é dada por forças quânticas dos componentes da fórmula, o pode afastar questões quanto a segurança de materiais nanotecnológicos.



Comercializado pela Nanopool (com preço partindo de €9,₀₀), segundo a empresa, casas, carros, fornos, vestidos de casamento ou qualquer outra superfície passa a resistir às manchas e pode ser facilmente limpa com água uma vez que o produto é aplicado. Uma única aplicação em uma pia, por exemplo, duraria por um ano ou mais, dependendo do uso da superfície.

Testes mostraram que superfícies com uma camada de SiO2 podem ser limpas apenas com água quente e mesmo assim permanecerem com níveis de contaminação menores do que superfícies lavadas com alvejantes. Além disso, o spray manteve os locais livres de insetos por muitos meses.

A empresa testa a aplicação em plantações. E promissores resultados iniciais mostraram que, ao ser aplicado em uvas, por exemplo, o produto diminui drasticamente a necessidade de agrotóxicos. O meio ambiente agradece.

Espuma de Aço

Outro material inusitado e que promete ter grande utilidade é a espuma de aço.
Pelo menos é o que garante a engenheira mecânica e aeroespacial Afsaneh Rabiei, pós doutoranda de Harvard e professora na Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA.

Poderia escrever páginas e páginas sobre isso, mas acredito que a maneira mais fácil de dizer para que serve é explicar que ela é 100% feita de aço, tem a densidade mais baixa que a do alumínio e sua capacidade de absorção de energia é cerca de 80 vezes maior que a do aço maciço.
Profa. Afsaneh Rabiei. Engenheira mecânica e aeroespacial.

A espuma de aço poderá ser usada em inúmeras situações, de implantes no corpo a dispositivos capazes de impedir a destruição de construções causadas por terremotos, passando pela indústria bélica.



Porém, chamo a atenção para uma aplicação que salvaria inúmeras vidas ainda mais rápido: o uso nos automóveis.

Explicando, o segredo da espuma de aço está nas microesferas: as bolhas de ar mais uniformes a tornam mais resistente do que qualquer versão anterior desse tipo de material (sua inventora já trabalhara com outros espumas de outros metais, como alumínio, por exemplo) pois dão espaço para melhor absorção de energia durante os impactos.

É o mesmo conceito do plástico bolha usado para envolver objetos delicados. Com o plástico, você envolve materiais delicados, e impede que o impacto chegue neles.
Profa. Afsaneh Rabiei. Engenheira mecânica e aeroespacial.

Assim, a espuma irá absorver a maior parte do impacto e se deformar, e assim a energia transferida ao carro e, consequentemente ao passageiro, é menor. Em um veículo equipado com a espuma de aço, se você sofrer um acidente a 45 km/h, a sensação será de apenas 8 km/h.

É baseado nesse princípio que as latarias de muitos carros de hoje podem ser amassadas com os dedos. A deformação é que torna os impactos menos letais. Ao contrário dos carros de antigamente que possuíam uma estrutura muito mais resistente, mas que transferia o impacto todo para o motorista.



Outra boa notícia é que a fabricação do produto é relativamente simples: são usadas esferas ocas pré fabricadas para tornar os poros mais uniformes; o espaço entre as esferas é preenchido com pó de ferro e aquecido a altíssimas temperaturas.

A pesquisadora está licenciando o produto com uma das muitas empresas que se mostraram interessadas e, em breve, ele pode ser encontrado a um preço acessível.

Podemos usá-la também nas paredes para absorver a energia e impedir que elas chacoalhem e caiam em terremotos.
Afsaneh Rabiei

Quem sabe não seria uma boa oportunidade de aplicação dos recursos doados para a reconstrução do Haiti?

Fonte:
Site da empresa Nanopool
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