Esqueça o "Tio Sam precisa de você". Para mobilizar a nação para poupar gasolina, produzir mais, evitar o desperdício, fazer servi...
Esqueça o "Tio Sam precisa de você". Para mobilizar a nação para poupar gasolina, produzir mais, evitar o desperdício, fazer serviço voluntário ou mesmo evitar dar com a língua nos dentes (facilitando a vida dos espiões) os publicitários da época tiveram que apelar para todo tipo de argumento e usar muita criatividade. Como podemos ver nestes posters de época.
"Não seja um bêbado e espalhe (informações) durante a bebedeira. Conversa fiada pode custar vidas."
É nos momentos de crise que são reforçados os valores patrióticos de uma nação. Esse esforço de guerra nos remete ao plano cruzado (onde a mídia nos convocava a sermos "fiscais do Sarney") quando milhares de brasileiros saíram as ruas para vigiar a remarcação de preços e fechar supermercados à força enquanto a Polícia Federal trazia boi das fazendas no laço. No fim, o plano foi usado para fins eleitoreiros (com um congelamento de preços por decreto esticado além do tecnicamente correto para aproveitar a popularidade e eleger governadores do governo) e ainda naufragou, abrindo o caminho para o ex-presidente Collor.
Ou mais recentemente a falta de planejamento do setor energético do governo FHC que levou ao episódio do apagão. A população teve que diminuir o consumo baseado em sua média. Assim, quem já usava lâmpada fluorescente e lavava roupa sem máquina sofreu mais do que quem só precisou desligar um letreiro (é, eu me lasquei. Não tinha como reduzir mais meu gasto energético, pois havia ocupado meu apartamento não tinha nem três meses e o cálculo era baseado pela média dos últimos doze meses. Tive minha luz cortada. :-P Hoje mantenho meus computadores e o videogame ligados por causa do trauma. Vai que vem outro racionamento aí). Mas realmente nada se compara ao plano cruzado em termos de mobilização.
Contudo, o esforço de guerra norte-americano foi coroado de êxito. Ganharam a guerra e surgiram como a maior potência do mundo capitalista. Valeu a pena hê-hê! Valeu a pena hê-hê! Veja algumas pérola publicitárias da época:
"Não mate seu pai falando demais." Não é cândido? Era enorme a preocupação do governo com a espionagem. Uma dica de onde estariam as tropas do pai dessa gracinha poderia custar muitas baixas.
"Quebre o eixo com produção ininterrupta". O governo incentivava os operários e as indústrias a produzirem o máximo para não faltar suprimentos às tropas além de suprir as necessidades internas.
"Suprimento de guerra (suprir as tropas) significa menos combustível para todos. Agasalhe-se dentro de casa. Evite resfriados." Nos EUA há um grande consumo de combustível para o aquecimento dos lares durante o inverno. Vestir roupas quentes era uma forma de minimizar o racionamento de energia devido à guerra.
"Quando você dirige sozinho. Dirige com Hitler. Junte-se a um clube de compartilhamento de carros hoje!" Uma boa idéia para tempos mais ecológicos. Na época a idéia era evitar o desabastecimento de gasolina.
"A fofoca (fala descuidada) chegou antes." A propaganda vinculava o fato de se conversar sobre a movimentação das tropas às baixas no front. Os espiões estavam infiltrados em toda parte.
"Você já experimentou poupar gasolina entrando em um clube de carros? (Para caroneiros)".
"Compre títulos de guerra." Os títulos de guerra era a forma como o governo captava dinheiro para o fundo de esforço de guerra e como parte da política monetária de controle da inflação.
"Dê-lhes canos de arma". A peça publicitária demonstra que tanto que está no front quanto o operário civil ajudam no esforço de guerra. O apelo patriótico é maximizado.
"Títulos ou escravidão? Todo mundo - a cada dia de pagamento 10%." O dízimo para ajudar no fundo de guerra é contraposto com a opção: escravidão pelo inimigo.
"Sua parte pode ajudar a deixá-lo maluco." Aqui o cartaz mostra que a contribuição de cada um funciona como uma tortura chinesa (tortura com gotas de água) contra o inimigo. Essa modalidade tortura foi experimentada pelos Mythbusters conforme pode-se ver no vídeo a seguir:
"Recruta Joe Louis diz: nós estamos fazendo nossa parte. E venceremos pois estamos do lado de Deus." Esse cartaz usa a imagem de Joe Louis que é considerado um dos maiores lutadores de boxe de todos os tempos, talvez o maior. Louis manteve o título dos pesos pesados durante doze anos (1937-1948), defendendo-o em 26 lutas.
Uma de suas lutas que marcou a sua carreira foi contra o alemão Max Schmelling, em 1938. Essa luta foi uma revanche de dois anos antes, quando Louis sofreu uma das piores derrotas de sua carreira para ele. Ganhou também contornos políticos depois que Hitler utilizou a vitória de Schmelling como propaganda do nazismo, provando que a raça ariana era superior. No fim, Louis venceu e manteve o seu título de campeão mundial.
"Não seja um bêbado e espalhe (informações) durante a bebedeira. Conversa fiada pode custar vidas."
É nos momentos de crise que são reforçados os valores patrióticos de uma nação. Esse esforço de guerra nos remete ao plano cruzado (onde a mídia nos convocava a sermos "fiscais do Sarney") quando milhares de brasileiros saíram as ruas para vigiar a remarcação de preços e fechar supermercados à força enquanto a Polícia Federal trazia boi das fazendas no laço. No fim, o plano foi usado para fins eleitoreiros (com um congelamento de preços por decreto esticado além do tecnicamente correto para aproveitar a popularidade e eleger governadores do governo) e ainda naufragou, abrindo o caminho para o ex-presidente Collor.
Ou mais recentemente a falta de planejamento do setor energético do governo FHC que levou ao episódio do apagão. A população teve que diminuir o consumo baseado em sua média. Assim, quem já usava lâmpada fluorescente e lavava roupa sem máquina sofreu mais do que quem só precisou desligar um letreiro (é, eu me lasquei. Não tinha como reduzir mais meu gasto energético, pois havia ocupado meu apartamento não tinha nem três meses e o cálculo era baseado pela média dos últimos doze meses. Tive minha luz cortada. :-P Hoje mantenho meus computadores e o videogame ligados por causa do trauma. Vai que vem outro racionamento aí). Mas realmente nada se compara ao plano cruzado em termos de mobilização.
Contudo, o esforço de guerra norte-americano foi coroado de êxito. Ganharam a guerra e surgiram como a maior potência do mundo capitalista. Valeu a pena hê-hê! Valeu a pena hê-hê! Veja algumas pérola publicitárias da época:
"Não mate seu pai falando demais." Não é cândido? Era enorme a preocupação do governo com a espionagem. Uma dica de onde estariam as tropas do pai dessa gracinha poderia custar muitas baixas.
"Quebre o eixo com produção ininterrupta". O governo incentivava os operários e as indústrias a produzirem o máximo para não faltar suprimentos às tropas além de suprir as necessidades internas.
"Suprimento de guerra (suprir as tropas) significa menos combustível para todos. Agasalhe-se dentro de casa. Evite resfriados." Nos EUA há um grande consumo de combustível para o aquecimento dos lares durante o inverno. Vestir roupas quentes era uma forma de minimizar o racionamento de energia devido à guerra.
"Quando você dirige sozinho. Dirige com Hitler. Junte-se a um clube de compartilhamento de carros hoje!" Uma boa idéia para tempos mais ecológicos. Na época a idéia era evitar o desabastecimento de gasolina.
"A fofoca (fala descuidada) chegou antes." A propaganda vinculava o fato de se conversar sobre a movimentação das tropas às baixas no front. Os espiões estavam infiltrados em toda parte.
"Você já experimentou poupar gasolina entrando em um clube de carros? (Para caroneiros)".
"Compre títulos de guerra." Os títulos de guerra era a forma como o governo captava dinheiro para o fundo de esforço de guerra e como parte da política monetária de controle da inflação.
"Dê-lhes canos de arma". A peça publicitária demonstra que tanto que está no front quanto o operário civil ajudam no esforço de guerra. O apelo patriótico é maximizado.
"Títulos ou escravidão? Todo mundo - a cada dia de pagamento 10%." O dízimo para ajudar no fundo de guerra é contraposto com a opção: escravidão pelo inimigo.
"Sua parte pode ajudar a deixá-lo maluco." Aqui o cartaz mostra que a contribuição de cada um funciona como uma tortura chinesa (tortura com gotas de água) contra o inimigo. Essa modalidade tortura foi experimentada pelos Mythbusters conforme pode-se ver no vídeo a seguir:
"Recruta Joe Louis diz: nós estamos fazendo nossa parte. E venceremos pois estamos do lado de Deus." Esse cartaz usa a imagem de Joe Louis que é considerado um dos maiores lutadores de boxe de todos os tempos, talvez o maior. Louis manteve o título dos pesos pesados durante doze anos (1937-1948), defendendo-o em 26 lutas.
Uma de suas lutas que marcou a sua carreira foi contra o alemão Max Schmelling, em 1938. Essa luta foi uma revanche de dois anos antes, quando Louis sofreu uma das piores derrotas de sua carreira para ele. Ganhou também contornos políticos depois que Hitler utilizou a vitória de Schmelling como propaganda do nazismo, provando que a raça ariana era superior. No fim, Louis venceu e manteve o seu título de campeão mundial.
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