Médicos removeram com sucesso um arpão de pesca de 15 centímetros da cabeça de um mergulhador que teria sido atingido enquanto mergulhava na...
Médicos removeram com sucesso um arpão de pesca de 15 centímetros da cabeça de um mergulhador que teria sido atingido enquanto mergulhava na Ilha do Governador, na costa do Rio.
Esse caso lembra muito do famoso caso de Phineas Gage, onde Phineas, um jovem supervisor de construção de ferrovias da Rutland e Burland Railroad, em Vermont, EUA, resolveu enfiar uma haste de ferro em um buraco com explosivos para destruir uma pedra. O explosivo detonou e a barra de metal, de 2,5 cm de diâmetro e mais de um metro de comprimento, penetrou sua cabeça pela bochecha trespassando o tampo de seu crânio deixando-o desacordado e cego do olho esquerdo. Surpreendentemente, ele sobreviveu.
Após a barra atravessar sua cabeça em alta velocidade ele perdeu a consciência de imediato e começou a ter convulsões. Momentos depois, ele recuperou a consciência e foi levado ao médico local, Jonh Harlow que o atendeu. Nessa altura, Gage já estava falando e conseguia caminhar. Mesmo com a enorme perda de sangue devido à forte hemorragia e após alguns problemas de infecção, ele não apenas sobreviveu como se recuperou bem, pelo menos fisicamente.
Mas a sorte de Gage acabou aí. Pouco tempo depois começara a ter alterações surpreendentes na personalidade e no humor. Ele tornou-se inconsequente, extravagante e anti-social. Um desbocado, mentiroso e com péssimas maneiras. Phineas Gage não conseguia mais manter-se em um trabalho por muito tempo ou mesmo fazer planos para o futuro. Era como diziam seus amigos contemporâneos: "Gage já não era Gage".
Seu caso foi estudado e tornou-se um clássico da neurologia. Através do triste destino do pobre Phineas a parte de seu cérebro que foi perdida, os lobos frontais, passou a ser associada às funções mentais e emocionais que foram modificadas. Dr. Harlow, que escreveu dois artigos sobre o caso, relatava: "o equilíbrio entre as faculdades intelectuais e as propensões animais parece ter sido destruído".
Assim, em um processo acidental, a medicina inaugurava os estudos das bases biológicas do comportamento, ligando classes do comportamento humano às áreas do cérebro que, a época, pareciam sem funções.
Em 1994, uma dupla de neurobiologistas portugueses reconstituíram, com ajuda da computação gráfica, a trajetória do artefato que atravessou o crânio do operário na tarde de 13 de setembro de 1848, e publicaram as imagens na revista Science.
Apesar de não ser um marco na historiografia médica, o brasileiro que teve o arpão cravado em sua cabeça durante um mergulho foi bem mais afortunado. Com o estágio avançado do conhecimento do cérebro no qual nos encontramos hoje, espera-se que o mergulhador Emerson de Oliveira Abreu não tenha efeitos físicas nem mentais indesejáveis. Ou que pelo menos seja apenas um leve trauma psicológico sem maiores consequências.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o mergulhador passa bem e é improvável que tenha sequelas. Aparentemente, o arpão foi lançado por ele mesmo, ricocheteou nas pedras da costa e penetrou profundamente no crânio deixando apenas a ponta de fora.
Um dos médicos da equipe atesta que Abreu "teve sorte": a lança entrou por cima do olho esquerdo e não atingiu nenhuma área crítica do cérebro. Mesmo assim, a cirurgia, considerada de alto risco, levou cinco horas para ser concluída.
Fonte: Estadão, Wikipedia, Cérebro & Mente
Esse caso lembra muito do famoso caso de Phineas Gage, onde Phineas, um jovem supervisor de construção de ferrovias da Rutland e Burland Railroad, em Vermont, EUA, resolveu enfiar uma haste de ferro em um buraco com explosivos para destruir uma pedra. O explosivo detonou e a barra de metal, de 2,5 cm de diâmetro e mais de um metro de comprimento, penetrou sua cabeça pela bochecha trespassando o tampo de seu crânio deixando-o desacordado e cego do olho esquerdo. Surpreendentemente, ele sobreviveu.
Após a barra atravessar sua cabeça em alta velocidade ele perdeu a consciência de imediato e começou a ter convulsões. Momentos depois, ele recuperou a consciência e foi levado ao médico local, Jonh Harlow que o atendeu. Nessa altura, Gage já estava falando e conseguia caminhar. Mesmo com a enorme perda de sangue devido à forte hemorragia e após alguns problemas de infecção, ele não apenas sobreviveu como se recuperou bem, pelo menos fisicamente.
Mas a sorte de Gage acabou aí. Pouco tempo depois começara a ter alterações surpreendentes na personalidade e no humor. Ele tornou-se inconsequente, extravagante e anti-social. Um desbocado, mentiroso e com péssimas maneiras. Phineas Gage não conseguia mais manter-se em um trabalho por muito tempo ou mesmo fazer planos para o futuro. Era como diziam seus amigos contemporâneos: "Gage já não era Gage".
Seu caso foi estudado e tornou-se um clássico da neurologia. Através do triste destino do pobre Phineas a parte de seu cérebro que foi perdida, os lobos frontais, passou a ser associada às funções mentais e emocionais que foram modificadas. Dr. Harlow, que escreveu dois artigos sobre o caso, relatava: "o equilíbrio entre as faculdades intelectuais e as propensões animais parece ter sido destruído".
Assim, em um processo acidental, a medicina inaugurava os estudos das bases biológicas do comportamento, ligando classes do comportamento humano às áreas do cérebro que, a época, pareciam sem funções.
Em 1994, uma dupla de neurobiologistas portugueses reconstituíram, com ajuda da computação gráfica, a trajetória do artefato que atravessou o crânio do operário na tarde de 13 de setembro de 1848, e publicaram as imagens na revista Science.
Apesar de não ser um marco na historiografia médica, o brasileiro que teve o arpão cravado em sua cabeça durante um mergulho foi bem mais afortunado. Com o estágio avançado do conhecimento do cérebro no qual nos encontramos hoje, espera-se que o mergulhador Emerson de Oliveira Abreu não tenha efeitos físicas nem mentais indesejáveis. Ou que pelo menos seja apenas um leve trauma psicológico sem maiores consequências.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o mergulhador passa bem e é improvável que tenha sequelas. Aparentemente, o arpão foi lançado por ele mesmo, ricocheteou nas pedras da costa e penetrou profundamente no crânio deixando apenas a ponta de fora.
Um dos médicos da equipe atesta que Abreu "teve sorte": a lança entrou por cima do olho esquerdo e não atingiu nenhuma área crítica do cérebro. Mesmo assim, a cirurgia, considerada de alto risco, levou cinco horas para ser concluída.
Fonte: Estadão, Wikipedia, Cérebro & Mente
Muito interessante recordar os fatos ocorridos pois acidentes assim não só aguçaram a curiosidade dos estudiosos de cada época, mas permitiu que se conhecesse melhor as funções cerebrais de acordo com o resultado observado no corpo.
ResponderExcluirParabéns pelo post.
É isso aí Nuccia e obrigado pelo feedback.
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