VOMA: Museu de arte projetado para ser virtual

Conheça o primeiro museu de arte inteiramente virtual e gratuito para visitação.

Conheça o primeiro museu de arte inteiramente virtual e gratuito para visitação.

Ao contrário de outros museus que criaram adaptações virtuais para que o público visitasse seu acervo remotamente, o Virtual Online Museum of Art (Voma) já foi concebido para estar exclusivamente no ciberespaço.

Criado pelo artista plástico inglês Stuart Semple, que vinha desenvolvendo a ideia de um museu totalmente virtual desde os primórdios da popularização da web nos anos 1990, só recentemente as condições tecnológicas foram reunidas para viabilizar o projeto, e a pandemia catalizou o processo de conclusão que teve a parceria de Emily Mann, criadora do prédio que, já é uma obra de arte, e do ex-curador da London Fair Art, Lee Cavaliere, responsável pela escolha das obras expostas no museu.

Ao visitar o prédio, que não existe em nenhum lugar de fato, parece que estamos ao lado de um lago e o clima e a incidência solar pode mudar a cada visita. Logo nos defrontamos com a primeira obra do museu: Uma escultura rosa de aço denominada “Pinga”, da artista sérvia Misha Milovanovich. Ao passear pela exibição podemos, além de ampliar a imagem dos quadros assistir obras multimídia, como um filme de uma TV preto-e-branco (da obra “Gordon Makes Us Drunk”, 1972, dos artistas Gilbert e George).

Aberto para visitação desde setembro, a forma de visitar o museu lembra a usada no Google Street View. O visitante toca em hotspots no chão para caminhar pelos corredores do prédio, nas obras para explorá-las melhor e nos ícones informativos (“ℹ️”) e plaquetas para obter alguma informação adicional.

O Voma mantém contato com instituições reais como o Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova York, o Art Institute de Chicago e o Museé d'Orsay, de Paris. Assim, Cavaliere conseguiu expor peças de Hyeronimus Bosch, Henri Matisse, Édouard Manet, Li Wei, Paula Rego, Jasper Johns, Henri de Toulouse-Lautrec e dos brasileiros Luiz Zerbini e Lygia Clark.

 

Além disso, o museu digital conta uma “sala de leitura” onde podem ser vistas informações sobre todos os artistas reunidos ali, uma cafeteria, no último andar, que ao invés de servir café funciona como uma sala de bate-papo e uma lojinha de lembrancinhas, onde são vendidos souvenirs como camisetas e garrafas personalizadas.

Para explicar o conceito, Cavaliere resumiu a proposta do VOMA na página que fala sobre o museu cuja tradução compilamos a seguir:

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• Propriedade compartilhada
• O público sentirá que é bem-vindo, que tem um papel a desempenhar, que suas vozes têm um ouvido e que é dono do espaço, e da arte, juntos, de graça.
• Anti-Nacionalismo
• VOMA não está em lugar nenhum, portanto está em toda parte; pessoas de todos os cantos do globo têm um lugar aqui e aqueles que não podem alcançá-lo devem ser ajudados por aqueles que podem. Vamos contar as histórias de como a arte atravessa as fronteiras geográficas e é embelezada por fronteiras culturais. Vamos analisar a história cultural e a ação contínua de descolonização. Exploraremos o poder da arte de revelar histórias humanas, histórias, sucessos e fracassos.
• Explorando e Celebrando a Diferença
• O mundo da arte pode às vezes parecer homogeneizado, limitado a locais ou pontos de vista geográficos específicos. VOMA incentiva a discussão de todas as origens e visões do mundo através da arte, desafiando a homogeneidade. Visa criar um espaço enriquecido pela colisão de culturas e ideais, abraçando as dificuldades e desafios que estas diferentes visões podem trazer. Através da discussão e do discurso, podemos crescer juntos.
• Celebrando a liberdade
• A arte tem sido uma voz para a humanidade explorar suas liberdades, mas também tem uma ferramenta para oprimir e reprimir. VOMA se envolverá com estes aspectos da história da arte, olhando sem piscar para alguns dos momentos mais desafiadores da história, onde a arte, e sua destruição, foram usadas como meio de opressão, e as formas pelas quais estes momentos foram, e não foram, superados.
• Contar a Verdade para a História
• VOMA levantará um olhar crítico para alguns dos cantos mais obscuros do mundo da arte, examinando narrativas ocultas em torno da corrupção e decadência moral que ajudaram alguns aspectos do mundo da arte a perpetuar um ar de exclusividade e opulência que exclui grandes partes da população.
• Ouvir e responder
• A VOMA irá hospedar uma conversa vibrante e enérgica para todos. Ela crescerá e evoluirá através de um constante feedback e sugestões dos visitantes. Ela fará parcerias com indivíduos, grupos e instituições em todo o mundo para ampliar o escopo da discussão. Acolherá palestras, seminários, dando voz e encorajando o debate. 

O VOMA também coleta doações objetivando manter suas portas virtuais sempre abertas para visitação gratuitamente.

Para visitar o museu acesse:

[ VOMA ]

Fonte: Voma, O Globo
Visto no Brasil Acadêmico