Stan Lee é conhecido por milhões como o homem cujos super-heróis impulsionaram a Marvel para sua posição de destaque na indústria dos quadri...
Stan Lee é conhecido por milhões como o homem cujos super-heróis impulsionaram a Marvel para sua posição de destaque na indústria dos quadrinhos. Suas cocriações incluem alguns dos mais conhecidos e amados super-heróis de todos os tempos, incluindo Homem-Aranha™, Os Vingadores™, X-Men™, Homem de Ferro™, O Incrível Hulk™, O Quarteto Fantástico™, bem como centenas de outros. Ele foi introduzido no Hall da Fama do The Will Eisner Award da indústria de quadrinhos em 1994 e no Jack Kirby Hall of Fame em 1995. E agora Stan está pronto para lançar seu primeiro super-herói original para a Índia, 'Chakra The Invincible,' no Cartoon Network.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Habilite as legendas em português no vídeo abaixo se elas não aparecerem automaticamente.
Primeiramente, gostaria muito de agradecer por me permitirem falar ao TEDxGateway, na Índia, sobre super-heróis. Gostaria de estar aí pessoalmente, mas essa foi a melhor solução.
Gostaria muito de compartilhar algumas das coisas que aprendi ao longo dos anos, compartilhá-las com todos os artistas e escritores da Índia que estejam querendo criar novos super-heróis e novas aventuras de super-heróis. Ultimamente tenho pensado muito na Índia por estar trabalhando como o meu grande amigo Sharad Devarajan e com a Graphic India para criar um novo super-herói indiano chamado Chakra o invencível que mora em Mumbai.
Meu objetivo com o Chakra era muito simples. Eu queria introduzir um conceito oriental, como o dos chacras ao mundo ocidental dos super-heróis. E para mim, os super-heróis sempre irão despertar a imaginação das pessoas pelo mundo independentemente de suas origens, porque acho que as pessoas sempre procuram por algo que represente a pessoa ideal ou a situação ideal.
A maioria de nós adorava os contos de fada quando jovens. Recordamos histórias de gigantes e bruxas magos, monstros e coisas que eram muito coloridas e impressionantes. Mas aí, você cresce um pouco e já está velho demais para ler contos de fada.
Mas o amor que você sente por esse tipo de história nunca desaparece. E se pararmos para pensar, as histórias atuais de super-heróis são como contos de fada para adultos. Os personagens são impressionantes, assim como nos contos de fadas. Eles têm o mesmo tipo de superpoderes: alguns voam, outros são extra fortes, outros se tornam invisíveis. Isso permite aos espectadores e leitores a chance de reviverem a emoção que eles tinham quando jovens. Estão de fato lendo contos de fada para adultos quando leem ou veem as histórias atuais de super-heróis e é por isso que eu adoro-as tanto.
Para mim, o aspecto humano dos super-heróis sempre foi, talvez, a parte mais importante. Ou seja: certo, presumimos que seu super-herói seja extra forte, que possa voar ou correr tão rápido como um cometa, mas a não ser que se importe com a vida pessoal do super-herói, você só estará lendo uma história superficial.
O fato de uma pessoa possuir superpoderes não significa que ela não tenha os mesmos problemas pessoais que você ou eu possa ter. Talvez ele não tenha dinheiro sobrando, talvez ele tenha um problema familiar, talvez a garota que ele ama não o ama. Ou quem sabe se a garota que ele ama não quer envolvimento com um super-herói. Há tantas coisas que você pode imaginar que completam o personagem e sua personalidade, o super-herói não tem só uma ou duas dimensões. Você quer um personagem tridimensional que vive, respira e tem preocupações e que passe pelas mesmas coisas que você e eu exceto pelo fato de que ele tem superpoderes.
Uma coisa que eu mencionaria, mais para os escritores, e eu acho que é uma coisa lamentável, eles tentam escrever algo achando que um determinado público poderia gostar. Eu nunca soube fazer isso porque não posso me colocar dentro da cabeça das pessoas. Eu só sei do que eu gosto, então toda vez que escrevo uma história, sempre tento escrever uma do tipo que eu gostaria de ler, uma história que me interessasse enquanto estivesse escrevendo como se estivesse esperando para descobrir o que acontece depois. Eu não posso saber o que os outros pensam, mas eu sei o que eu penso, e sinto que eu não sou tão incomum; Se existe um tipo de história que gosto, deve haver um monte de gente que gosta desse mesmo tipo de história. Sendo assim, sempre escrevo para agradar a mim mesmo, e não a um determinado tipo de público, porque você não conhece o público tão bem como se conhece. E se escrevo uma história que gosto enquanto escrevo e mal posso esperar para ver o que acontece depois, eu espero que uma grande fatia do público sentirá o mesmo que eu e irão gostar também.
Resumindo: eu sempre tento agradar a mim, e não aos outros, e de alguma maneira, isso parece ter dado certo porque eu acho que não sou tão diferente dos outros. Para finalizar, o que eu sugiro é, use a imaginação, não tenha medo de ter a ideia mais maluca do mundo. Se o que você cria é genuinamente diferente e colorido, e se está bem escrito, as pessoas vão gostar. Quando digo "bem escrito", quero dizer que você deve ter a mais fantástica noção de mundo, de repente você tem um cara que voa mais rápido que a velocidade da luz. Pode ser interessante, mas você precisa torná-lo aceitável, você tem que proporcionar ao leitor e ao seu público alguma razão para acreditar que ele realmente pode fazer isso. Como ele conseguiu esse poder? As origens dos superpoderes são sempre muito interessantes. Se você tem o origem exata, por exemplo, o Homem-Aranha sendo picado por uma aranha radioativa, pelo menos o espectador terá algo para se valer e dizer: "Olha, isso poderia ter acontecido, agora vou gostar". Então, mesmo que esteja escrevendo o que equivale a um conto de fadas de adultos, tente manter os fatos e dar detalhes suficientes para o leitor ou o público poder dizer: "Olha, isso poderia ter acontecido," e aí sim seu público irá se divertir. Mas se você passar dos limites, e não der nenhuma razão disso estar assim, às vezes pode parecer exagerado demais. O que estou tentando dizer é, deixe a imaginação correr solta, mas baseie-se sempre no que acontece em algum tipo de fato provável em que o leitor ou o espectador possam estar de acordo e gostem tanto como você gosta de escrever. Boa sorte a vocês! Obrigado pela atenção eu adorei falar com vocês.
Excelsior!
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Habilite as legendas em português no vídeo abaixo se elas não aparecerem automaticamente.
Primeiramente, gostaria muito de agradecer por me permitirem falar ao TEDxGateway, na Índia, sobre super-heróis. Gostaria de estar aí pessoalmente, mas essa foi a melhor solução.
Gostaria muito de compartilhar algumas das coisas que aprendi ao longo dos anos, compartilhá-las com todos os artistas e escritores da Índia que estejam querendo criar novos super-heróis e novas aventuras de super-heróis. Ultimamente tenho pensado muito na Índia por estar trabalhando como o meu grande amigo Sharad Devarajan e com a Graphic India para criar um novo super-herói indiano chamado Chakra o invencível que mora em Mumbai.
Meu objetivo com o Chakra era muito simples. Eu queria introduzir um conceito oriental, como o dos chacras ao mundo ocidental dos super-heróis. E para mim, os super-heróis sempre irão despertar a imaginação das pessoas pelo mundo independentemente de suas origens, porque acho que as pessoas sempre procuram por algo que represente a pessoa ideal ou a situação ideal.
A maioria de nós adorava os contos de fada quando jovens. Recordamos histórias de gigantes e bruxas magos, monstros e coisas que eram muito coloridas e impressionantes. Mas aí, você cresce um pouco e já está velho demais para ler contos de fada.
Mas o amor que você sente por esse tipo de história nunca desaparece. E se pararmos para pensar, as histórias atuais de super-heróis são como contos de fada para adultos. Os personagens são impressionantes, assim como nos contos de fadas. Eles têm o mesmo tipo de superpoderes: alguns voam, outros são extra fortes, outros se tornam invisíveis. Isso permite aos espectadores e leitores a chance de reviverem a emoção que eles tinham quando jovens. Estão de fato lendo contos de fada para adultos quando leem ou veem as histórias atuais de super-heróis e é por isso que eu adoro-as tanto.
Para mim, o aspecto humano dos super-heróis sempre foi, talvez, a parte mais importante. Ou seja: certo, presumimos que seu super-herói seja extra forte, que possa voar ou correr tão rápido como um cometa, mas a não ser que se importe com a vida pessoal do super-herói, você só estará lendo uma história superficial.
O fato de uma pessoa possuir superpoderes não significa que ela não tenha os mesmos problemas pessoais que você ou eu possa ter. Talvez ele não tenha dinheiro sobrando, talvez ele tenha um problema familiar, talvez a garota que ele ama não o ama. Ou quem sabe se a garota que ele ama não quer envolvimento com um super-herói. Há tantas coisas que você pode imaginar que completam o personagem e sua personalidade, o super-herói não tem só uma ou duas dimensões. Você quer um personagem tridimensional que vive, respira e tem preocupações e que passe pelas mesmas coisas que você e eu exceto pelo fato de que ele tem superpoderes.
Uma coisa que eu mencionaria, mais para os escritores, e eu acho que é uma coisa lamentável, eles tentam escrever algo achando que um determinado público poderia gostar. Eu nunca soube fazer isso porque não posso me colocar dentro da cabeça das pessoas. Eu só sei do que eu gosto, então toda vez que escrevo uma história, sempre tento escrever uma do tipo que eu gostaria de ler, uma história que me interessasse enquanto estivesse escrevendo como se estivesse esperando para descobrir o que acontece depois. Eu não posso saber o que os outros pensam, mas eu sei o que eu penso, e sinto que eu não sou tão incomum; Se existe um tipo de história que gosto, deve haver um monte de gente que gosta desse mesmo tipo de história. Sendo assim, sempre escrevo para agradar a mim mesmo, e não a um determinado tipo de público, porque você não conhece o público tão bem como se conhece. E se escrevo uma história que gosto enquanto escrevo e mal posso esperar para ver o que acontece depois, eu espero que uma grande fatia do público sentirá o mesmo que eu e irão gostar também.
Resumindo: eu sempre tento agradar a mim, e não aos outros, e de alguma maneira, isso parece ter dado certo porque eu acho que não sou tão diferente dos outros. Para finalizar, o que eu sugiro é, use a imaginação, não tenha medo de ter a ideia mais maluca do mundo. Se o que você cria é genuinamente diferente e colorido, e se está bem escrito, as pessoas vão gostar. Quando digo "bem escrito", quero dizer que você deve ter a mais fantástica noção de mundo, de repente você tem um cara que voa mais rápido que a velocidade da luz. Pode ser interessante, mas você precisa torná-lo aceitável, você tem que proporcionar ao leitor e ao seu público alguma razão para acreditar que ele realmente pode fazer isso. Como ele conseguiu esse poder? As origens dos superpoderes são sempre muito interessantes. Se você tem o origem exata, por exemplo, o Homem-Aranha sendo picado por uma aranha radioativa, pelo menos o espectador terá algo para se valer e dizer: "Olha, isso poderia ter acontecido, agora vou gostar". Então, mesmo que esteja escrevendo o que equivale a um conto de fadas de adultos, tente manter os fatos e dar detalhes suficientes para o leitor ou o público poder dizer: "Olha, isso poderia ter acontecido," e aí sim seu público irá se divertir. Mas se você passar dos limites, e não der nenhuma razão disso estar assim, às vezes pode parecer exagerado demais. O que estou tentando dizer é, deixe a imaginação correr solta, mas baseie-se sempre no que acontece em algum tipo de fato provável em que o leitor ou o espectador possam estar de acordo e gostem tanto como você gosta de escrever. Boa sorte a vocês! Obrigado pela atenção eu adorei falar com vocês.
Excelsior!
Fonte: TED
[Visto no Brasil Acadêmico]
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