Não existem muitos dados acadêmicos com atualização diária sobre a atuação da imprensa. Um projeto do Instituto de Estudos Sociais e Polític...
Não existem muitos dados acadêmicos com atualização diária sobre a atuação da imprensa. Um projeto do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ surgiu com as eleições de 2014 para acompanhar as tendências da mídia de forma sistemática, apartidária e em base científica.
Como se comportam nossos maiores jornais impressos, quando examinados em séries sequenciais de um ano sob critérios acadêmicos rigorosos? Quais são as tendências da nossa imprensa? Como será o retrato estatístico da realidade das nossas coberturas da grande imprensa?
O Manchetômetro é um projeto do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da UERJ que traz cobertura estatística da grande mídia, através do processamento das manchetes dos maiores jornais impressos do Brasil (Globo, Estadão e Folha de São Paulo) bem como do Jornal Nacional, da TV Globo. Abaixo está o gráfico atualizado com a sequência estatística anual da cobertura de colunas e artigos dos três jornais impressos acima citados. Os textos favoráveis ao PT, Dilma e aliados estão em azul. Os contrários em vermelho, e os neutros em laranja. Observem o desequilíbrio:
O número de artigos e colunas favoráveis foi inexpressivo nessas últimas 12 semanas. As matérias contrárias à atual administração, depois do pico da terceira semana de dezembro de 2015, caíram no início de fevereiro. Coberturas favoráveis desapareceram do estudo no início deste ano. Além das muitas esperanças no impeachment, tivemos, a partir da segunda semana de dezembro, uma sequencia de acontecimentos que alimentaram as pautas contra a atual administração. Vejamos alguns deles:
1) O rebaixamento do Brasil e da Petrobrás (16/12, Portal G1 da Rede Globo);
2) O afastamento de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda (18/12, idem);
3) As acusações contra Lula sobre recebimento de “supostas doações” ao seu Instituto (23/12 = Folha de São Paulo);
4) Lula é o dono de apartamento no Guarujá, e vizinho de João Vaccari Neto. Isso foi afirmado com “certeza” pelo Globo, em 19/12;
O cansaço do público
O início do novo ano veio com um declínio das publicações contra a atual administração e seus aliados (se é que ainda existem). O impedimento da presidente perdeu “momentum”. Há um cansaço geral sobre esse tema. O gráfico do Manchetômetro subiu, e depois desceu, porque reflete a tendência da produção de artigos e colunas dos periódicos pesquisados. Com seus vícios, parcialidades e vulnerabilidades às conjunturas mutantes tantas vezes mal compreendidas e explicadas ao público.
O pessoal do “Manchetômetro”, além de monitorar o comportamento da imprensa, criou um “índice do viés da mídia”, para ajudar a acompanhar as tendências da imprensa brasileira em tempo real. O indicador é calculado através da seguinte fórmula: artigos, colunas, editoriais e outras formas de conteúdos jornalísticos favoráveis à atual administração no poder são subtraídos das contrárias. O resultado é dividido pelas neutras. Isto é apenas justo: elas não favorecem a nenhum dos lados, e por isso dever ser divididas entre as contrárias e favoráveis ao governo e ao PT.
João Ferez Júnior é o coordenador da pesquisa do CNPq que continua todos os dias a registrar a “temperatura” de nossos veículos de comunicação. Ele pretende incluir em breve novos canais da mídia em sua pesquisa, além dos jornais impressos e o da TV Globo. E precisa de público e da atenção da outra imprensa que não se conforma com a partidarização desavergonhada da grande mídia brasileira e sua cobertura viciada.
Por Sergio da Motta e Albuquerque
Fonte: Observatório da Imprensa
[Visto no Brasil Acadêmico]
Como se comportam nossos maiores jornais impressos, quando examinados em séries sequenciais de um ano sob critérios acadêmicos rigorosos? Quais são as tendências da nossa imprensa? Como será o retrato estatístico da realidade das nossas coberturas da grande imprensa?
O Manchetômetro é um projeto do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da UERJ que traz cobertura estatística da grande mídia, através do processamento das manchetes dos maiores jornais impressos do Brasil (Globo, Estadão e Folha de São Paulo) bem como do Jornal Nacional, da TV Globo. Abaixo está o gráfico atualizado com a sequência estatística anual da cobertura de colunas e artigos dos três jornais impressos acima citados. Os textos favoráveis ao PT, Dilma e aliados estão em azul. Os contrários em vermelho, e os neutros em laranja. Observem o desequilíbrio:
Fonte: manchetometro.com.br, 20/2,http://www.manchetometro.com.br/articulistas/articulistas-situacao-serie-temporal/ |
O número de artigos e colunas favoráveis foi inexpressivo nessas últimas 12 semanas. As matérias contrárias à atual administração, depois do pico da terceira semana de dezembro de 2015, caíram no início de fevereiro. Coberturas favoráveis desapareceram do estudo no início deste ano. Além das muitas esperanças no impeachment, tivemos, a partir da segunda semana de dezembro, uma sequencia de acontecimentos que alimentaram as pautas contra a atual administração. Vejamos alguns deles:
1) O rebaixamento do Brasil e da Petrobrás (16/12, Portal G1 da Rede Globo);
2) O afastamento de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda (18/12, idem);
3) As acusações contra Lula sobre recebimento de “supostas doações” ao seu Instituto (23/12 = Folha de São Paulo);
4) Lula é o dono de apartamento no Guarujá, e vizinho de João Vaccari Neto. Isso foi afirmado com “certeza” pelo Globo, em 19/12;
O cansaço do público
O início do novo ano veio com um declínio das publicações contra a atual administração e seus aliados (se é que ainda existem). O impedimento da presidente perdeu “momentum”. Há um cansaço geral sobre esse tema. O gráfico do Manchetômetro subiu, e depois desceu, porque reflete a tendência da produção de artigos e colunas dos periódicos pesquisados. Com seus vícios, parcialidades e vulnerabilidades às conjunturas mutantes tantas vezes mal compreendidas e explicadas ao público.
O pessoal do “Manchetômetro”, além de monitorar o comportamento da imprensa, criou um “índice do viés da mídia”, para ajudar a acompanhar as tendências da imprensa brasileira em tempo real. O indicador é calculado através da seguinte fórmula: artigos, colunas, editoriais e outras formas de conteúdos jornalísticos favoráveis à atual administração no poder são subtraídos das contrárias. O resultado é dividido pelas neutras. Isto é apenas justo: elas não favorecem a nenhum dos lados, e por isso dever ser divididas entre as contrárias e favoráveis ao governo e ao PT.
João Ferez Júnior é o coordenador da pesquisa do CNPq que continua todos os dias a registrar a “temperatura” de nossos veículos de comunicação. Ele pretende incluir em breve novos canais da mídia em sua pesquisa, além dos jornais impressos e o da TV Globo. E precisa de público e da atenção da outra imprensa que não se conforma com a partidarização desavergonhada da grande mídia brasileira e sua cobertura viciada.
Por Sergio da Motta e Albuquerque
Fonte: Observatório da Imprensa
[Visto no Brasil Acadêmico]
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