Os muçulmanos estão crescendo de forma acelerada enquanto os sem religião estão encolhendo como uma parcela da população mundial.
Os muçulmanos estão crescendo de forma acelerada enquanto os sem religião estão encolhendo como uma parcela da população mundial.
Demógrafos do Pew Research Center (PRC), em Washington, DC, e do Instituto Internacional para a Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) em Laxenburg, Áustria, reuniram os dados de mais de 2.500 censos, inquéritos e registros da população, um esforço que levou seis anos e que, segundo o site da PRC, vai continuar.
Conforme esses levantamentos, se forem mantidas as tendências atuais, pode-se verificar que o perfil religioso do mundo está mudando rapidamente, impulsionado principalmente pelas diferentes taxas de fecundidade e do tamanho das populações de jovens entre as principais religiões do mundo, bem como por pessoas mudando de religião.
E após 2050?
Com o passar dos anos, há uma chance de que os acontecimentos imprevistos - guerra, fome, doença, inovação tecnológica, agitação política, etc. - alterar o tamanho de um grupo religioso ou de outra. Assim, devido à dificuldade de espiar mais do que algumas décadas no futuro, as projeções pararam em 2050. Todavia, para satisfazer essa curiosidade, eles também fizeram a projeção até o final do século, considerando as premissas que nortearam as projeções até 2050.
Nesse cenário, a participação muçulmana na população global seria igual à cristã (32%) em torno de 2070. Depois disso, o número dos muçulmanos iria exceder o número de cristãos, mas ambos os grupos religiosos iria crescer, mais ou menos em paralelo, como mostrado no gráfico ao lado. Até o ano de 2100, cerca de 1% a mais da população do mundo seria muçulmana (35%) do que a cristã (34%).
Mas muitas coisas podem alterar esse cenário. O crescimento econômico parece tender a aumentar o número de não filiados, e o grupo religioso que mais perde nesse caso é o dos cristãos. Paradoxalmente, há uma possibilidade real da China, majoritariamente não filiada, passar a se tornar mais cristã pari passu com seu crescimento econômico. O que alteraria fortemente a participação da parcela cristã na população do mundo.
Teoria conspiratória
O que seria dos blogs sem uma boa teoria da conspiração? E essa não é nada improvável já que, de posse desses dados, fica a desconfiança de que a aposentadoria do Papa Bento XVI, sendo sucedido por um papa menos conservador (em termos católicos, é claro), mais carismático e se colocando frontalmente contrário ao islamismo mais radical, como tem se posicionado o Papa Francisco, tenha motivações que vão além do cansaço e de problemas de saúde. Podemos especular que um papa que fosse mais identificado com a juventude teria sido o mais conveniente (e sábio) para conter as tendências que esses números revelam. Esperar a sucessão tradicional do sumo pontífice poderia ser arriscado demais.
Outro detalhe é que o crescimento muçulmano a taxas cuniculares parece colocar ainda mais pressão sobre as perspectivas futuras de Israel.
Fonte: Gazeta do Povo, Pew Research Center
[Visto no Brasil Acadêmico]
Demógrafos do Pew Research Center (PRC), em Washington, DC, e do Instituto Internacional para a Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) em Laxenburg, Áustria, reuniram os dados de mais de 2.500 censos, inquéritos e registros da população, um esforço que levou seis anos e que, segundo o site da PRC, vai continuar.
Para um mapa mais detalhado, acesse o infográfico The Religions of the World [Wikipedia] |
Tais projeções cobrem oito grandes grupos religiosos, a saber: os budistas, cristãos, hindus, judeus, muçulmanos, adeptos das religiões populares, adeptos de outras religiões e os sem religião.
Conforme esses levantamentos, se forem mantidas as tendências atuais, pode-se verificar que o perfil religioso do mundo está mudando rapidamente, impulsionado principalmente pelas diferentes taxas de fecundidade e do tamanho das populações de jovens entre as principais religiões do mundo, bem como por pessoas mudando de religião.
Crescimento populacional até 2050: Em azul, diminuição. Em cinza, estável. Em laranja, crescimento. |
Dessa forma, ao longo das próximos quatro décadas, os cristãos permanecerão sendo o maior grupo religioso, mas o Islã vai crescer mais rápido do que qualquer outra grande religião. Se as tendências atuais continuarem, em 2050:
- O número de muçulmanos será quase igual ao número de cristãos ao redor do mundo.
- Ateus, agnósticos e outras pessoas não afiliadas a qualquer religião - embora aumentando em países como EUA e França - terão uma participação declinante em relação à população total do mundo.
- A população budista global será aproximadamente o mesmo tamanho que era em 2010, enquanto os hindus e populações judaicas serão maiores do que são hoje.
- Na Europa, os muçulmanos constituirão 10% da população global.
- A Índia vai manter uma maioria hindu, mas também terá a maior população muçulmana de qualquer país do mundo, ultrapassando a Indonésia.
- Nos EUA, os cristãos cairão de mais de três quartos da população em 2010 para dois terços em 2050, e o Judaísmo já não será a maior religião não-cristã. Os muçulmanos serão mais numerosos em os EUA do que as pessoas que se identificam como judeus na base da religião.
- Quatro em cada 10 cristãos no mundo viverão na África sub-saariana.
Muçulmano jovem, judeu velho
Outro dado que chama a atenção, é a distribuição por faixa etária dentro dos grupos religiosos. Em 2010, mais de um quarto da população total do mundo (27%) tinham menos de 15 anos. Mas uma porcentagem ainda maior de muçulmanos (34%) e hindus (30%) eram menores de 15 anos, enquanto o percentual de cristãos menores de 15 anos correspondia à média mundial (27%).
Esta distribuição da população jovens entre os grupos religiosos está entre as razões do porquê os muçulmanos são projetados para crescer mais rápido do que a população em geral do mundo e os cristãos e os hindus manterão o ritmo de crescimento no mesmo compasso do crescimento da população mundial.
Todos os grupos restantes têm populações jovens menores do que a média, e muitos deles têm um número desproporcionalmente grande de adeptos sexagenários. Por exemplo, 11% da população do mundo tinha, pelo menos, 60 anos de idade em 2010. Mas totalmente 20% dos judeus de todo o mundo são 60 anos ou mais, assim como 15% de budistas, 14% de cristãos, 14% dos adeptos de outras religiões (como um todo), 13% dos não-afiliados e 11% de adeptos de religiões populares . Em contrapartida, apenas 7% de muçulmanos e 8% de hindus estão nesta categoria de idade mais velha.
Outro dado que chama a atenção, é a distribuição por faixa etária dentro dos grupos religiosos. Em 2010, mais de um quarto da população total do mundo (27%) tinham menos de 15 anos. Mas uma porcentagem ainda maior de muçulmanos (34%) e hindus (30%) eram menores de 15 anos, enquanto o percentual de cristãos menores de 15 anos correspondia à média mundial (27%).
Esta distribuição da população jovens entre os grupos religiosos está entre as razões do porquê os muçulmanos são projetados para crescer mais rápido do que a população em geral do mundo e os cristãos e os hindus manterão o ritmo de crescimento no mesmo compasso do crescimento da população mundial.
Algumas pessoas pensam - e desculpem minha expressão aqui - que, para ser um bom católico, eles precisam ser como coelhos. Não. Paternidade tem a ver com responsabilidade. Isto é claro.
Papa Francisco
Todos os grupos restantes têm populações jovens menores do que a média, e muitos deles têm um número desproporcionalmente grande de adeptos sexagenários. Por exemplo, 11% da população do mundo tinha, pelo menos, 60 anos de idade em 2010. Mas totalmente 20% dos judeus de todo o mundo são 60 anos ou mais, assim como 15% de budistas, 14% de cristãos, 14% dos adeptos de outras religiões (como um todo), 13% dos não-afiliados e 11% de adeptos de religiões populares . Em contrapartida, apenas 7% de muçulmanos e 8% de hindus estão nesta categoria de idade mais velha.
Mantidas as tendências atuais, 2070 será marcado pela predominância da parcela muçulmana. |
E após 2050?
Com o passar dos anos, há uma chance de que os acontecimentos imprevistos - guerra, fome, doença, inovação tecnológica, agitação política, etc. - alterar o tamanho de um grupo religioso ou de outra. Assim, devido à dificuldade de espiar mais do que algumas décadas no futuro, as projeções pararam em 2050. Todavia, para satisfazer essa curiosidade, eles também fizeram a projeção até o final do século, considerando as premissas que nortearam as projeções até 2050.
Nesse cenário, a participação muçulmana na população global seria igual à cristã (32%) em torno de 2070. Depois disso, o número dos muçulmanos iria exceder o número de cristãos, mas ambos os grupos religiosos iria crescer, mais ou menos em paralelo, como mostrado no gráfico ao lado. Até o ano de 2100, cerca de 1% a mais da população do mundo seria muçulmana (35%) do que a cristã (34%).
Mas muitas coisas podem alterar esse cenário. O crescimento econômico parece tender a aumentar o número de não filiados, e o grupo religioso que mais perde nesse caso é o dos cristãos. Paradoxalmente, há uma possibilidade real da China, majoritariamente não filiada, passar a se tornar mais cristã pari passu com seu crescimento econômico. O que alteraria fortemente a participação da parcela cristã na população do mundo.
Teoria conspiratória
O que seria dos blogs sem uma boa teoria da conspiração? E essa não é nada improvável já que, de posse desses dados, fica a desconfiança de que a aposentadoria do Papa Bento XVI, sendo sucedido por um papa menos conservador (em termos católicos, é claro), mais carismático e se colocando frontalmente contrário ao islamismo mais radical, como tem se posicionado o Papa Francisco, tenha motivações que vão além do cansaço e de problemas de saúde. Podemos especular que um papa que fosse mais identificado com a juventude teria sido o mais conveniente (e sábio) para conter as tendências que esses números revelam. Esperar a sucessão tradicional do sumo pontífice poderia ser arriscado demais.
Outro detalhe é que o crescimento muçulmano a taxas cuniculares parece colocar ainda mais pressão sobre as perspectivas futuras de Israel.
Fonte: Gazeta do Povo, Pew Research Center
[Visto no Brasil Acadêmico]
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