Economista francês e diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais na França, discute sua tese de que o acúmulo de renda em países ...
Economista francês e diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais na França, discute sua tese de que o acúmulo de renda em países desenvolvidos é maior do que taxas de crescimento econômico.
André Lara Resende, economistas e um dos criadores do Plano Real, começa a entrevista estocando Piketty: "Se houve crescimento da renda como um todo, porque se preocupar com a taxa de crescimento dos 0,1% mais ricos?" Em seguida Robinson Borges, editor de cultura do jornal Valor econômico emenda com: "Professor, o seus dados mostram que nos últimos 30 anos o patrimônio dos mais elevados cresceu 3 vezes mais do que a economia em geral. E se continuar assim haverá um comprometimento das instituições democráticas. Que tipo de impacto que a continuidade desse cenário pode ter para a democracia?" Não parece um começo de entrevista só para exaltar o celebrado autor...
Bloco 01
O economista francês Thomas Piketty abre a sabatina do Roda Viva contando sobre seu livro “O Capital” e o motivo que não o deixou incluir dados sobre a economia brasileira na obra.
Para Piketty, é essencial estudar e entender a história, visando melhorar a forma como são cobrados impostos e taxações. “Analisando três séculos, a proporção de desigualdade é muito grande. Não precisamos dessa desigualdade dos séculos 19 e 20 para crescermos agora. No século 21, devemos evoluir”, analisa.
Bloco 02
Bloco 03
Em seu livro, "O Capital no Século XXI", o economista defende a tese de que, em países desenvolvidos, o acúmulo de renda é maior do que as taxas de crescimento econômico.
Para exemplificar sua tese, o autor também recorre a países europeus.
Bloco 04
A crise econômica que ainda assola o mundo, desde 2008, também foi tema de discussão.
Para Piketty, para a tese defendida em sua obra prima mostre resultado, não basta apenas países menores aderirem a ela. É preciso adesões das grandes potências.
Brasil
Para o entrevistado, “o nível de desigualdade no Brasil não é necessário para o crescimento do país”. Além disso, Piketty acredita que o fim da miséria no país ainda está distante.
E dá a receita para melhorar o país.
Participam da bancada de entrevistadores André Lara Resende, economista; José Paulo Kupfer, jornalista, colunista de economia do jornal O Estado de S.Paulo, articulista do jornal O Globo e comentarista da TV Estadão; Robinson Borges, editor de cultura do jornal Valor Econômico; Ricardo Ferraz, repórter do Jornal da Cultura; e Vinicius Torres Freire, colunista de economia do jornal Folha de S.Paulo. A mesa foi comandada pelo jornalista Augusto Nunes, além da presença fixa do cartunista Paulo Caruso.
Fonte: CMAIS
[Visto no Brasil Acadêmico]
[Divulgação] |
André Lara Resende, economistas e um dos criadores do Plano Real, começa a entrevista estocando Piketty: "Se houve crescimento da renda como um todo, porque se preocupar com a taxa de crescimento dos 0,1% mais ricos?" Em seguida Robinson Borges, editor de cultura do jornal Valor econômico emenda com: "Professor, o seus dados mostram que nos últimos 30 anos o patrimônio dos mais elevados cresceu 3 vezes mais do que a economia em geral. E se continuar assim haverá um comprometimento das instituições democráticas. Que tipo de impacto que a continuidade desse cenário pode ter para a democracia?" Não parece um começo de entrevista só para exaltar o celebrado autor...
Bloco 01
O economista francês Thomas Piketty abre a sabatina do Roda Viva contando sobre seu livro “O Capital” e o motivo que não o deixou incluir dados sobre a economia brasileira na obra.
Gostaria de introduzir o Brasil na base de dados do livro, mas não consegui informações sobre imposto de renda e taxação. O objetivo do livro também é induzir cada vez mais governos a liberar esses dados, para que haja maior transparência.
Thomas Piketty
Para Piketty, é essencial estudar e entender a história, visando melhorar a forma como são cobrados impostos e taxações. “Analisando três séculos, a proporção de desigualdade é muito grande. Não precisamos dessa desigualdade dos séculos 19 e 20 para crescermos agora. No século 21, devemos evoluir”, analisa.
Bloco 02
Pois para crescermos a longo prazo é necessário mobilidade, amplos investimentos em educação para grande parte da população, como oportunidade de crescimento para pessoas com uma renda familiar limitada.
E também pode ser uma ameaça às instituições democráticas porque o poder do dinheiro privado na política pode tornar-se excessivo quando se tem uma concentração extrema de renda.
No sistema político dos EUA, em particular, a influência do dinheiro privado tornou-se um pouco assustador de diversas maneiras.
Bloco 03
Em seu livro, "O Capital no Século XXI", o economista defende a tese de que, em países desenvolvidos, o acúmulo de renda é maior do que as taxas de crescimento econômico.
Na taxação, é importante que as classes mais baixas paguem menos que os ricos, mas, para isso, deve haver mais transparência no sistema. Se uma pessoa receber R$ 100 mil reais, será muito mais taxada do que se ganhar a mesma quantia por meio de herança.
Para exemplificar sua tese, o autor também recorre a países europeus.
O aumento de impostos sobre a herança na Alemanha ou na Grã-Bretanha, por exemplo, é perto dos 40% [sendo 4% no Brasil]. Com isso, eles têm mais potencial para diminuir a taxação de impostos das pessoas que não têm tanta renda.
Bloco 04
A crise econômica que ainda assola o mundo, desde 2008, também foi tema de discussão.
Não podemos resolver tudo pelo Banco Central, isso pode criar uma crise nacional ou até internacional, como já vimos. Mas pode haver uma crise econômica de novo, que, aí sim, induza novas normas e, quem sabe, melhore o sistema.
Para Piketty, para a tese defendida em sua obra prima mostre resultado, não basta apenas países menores aderirem a ela. É preciso adesões das grandes potências.
Precisamos que grandes potências aceitem isso, como EUA, UE, Brasil. É difícil tomar decisões e fazer essas taxações sem a transparência deles.
Brasil
Para o entrevistado, “o nível de desigualdade no Brasil não é necessário para o crescimento do país”. Além disso, Piketty acredita que o fim da miséria no país ainda está distante.
É um equivoco achar que o Brasil erradicou o problema da miséria. O nível de miséria aqui ainda está entre os maiores. Mas só saberíamos dizer ao certo se houvesse transparência com a renda e as riquezas do Brasil.
A desigualdade do Brasil aumentou, mesmo com a redução da pobreza.
E dá a receita para melhorar o país.
Aumento do salário mínimo, aumento da renda das classes mais baixas, mais investimento na educação e a taxação progressista, além da transparência, são essenciais ao país.
Participam da bancada de entrevistadores André Lara Resende, economista; José Paulo Kupfer, jornalista, colunista de economia do jornal O Estado de S.Paulo, articulista do jornal O Globo e comentarista da TV Estadão; Robinson Borges, editor de cultura do jornal Valor Econômico; Ricardo Ferraz, repórter do Jornal da Cultura; e Vinicius Torres Freire, colunista de economia do jornal Folha de S.Paulo. A mesa foi comandada pelo jornalista Augusto Nunes, além da presença fixa do cartunista Paulo Caruso.
Fonte: CMAIS
[Visto no Brasil Acadêmico]
Comentários