As ideias do economista francês Thomas Piketty reunidas no livro "O Capital no século 21" estão causando polêmica e furor na mídia...
As ideias do economista francês Thomas Piketty reunidas no livro "O Capital no século 21" estão causando polêmica e furor na mídia mundial. Economistas renomados se debruçam sobre o livro, de 950 páginas (700 páginas na edição em inglês), para analisar os números e planilhas da evolução da distribuição da riqueza pelo mundo desde a Revolução Francesa.
Apesar de figurar na lista dos mais vendidos do portal de vendas Amazon, a maior livraria online do mundo, e ter recebido elogios de muitos economistas, o livro foi criticado pelo Financial Times, que apontou erros na pesquisa, o que foi descartado imediatamente por Piketty e por outros especialistas.
Editorial
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Muito mais do que um extraordinário fenômeno editorial, a repercussão do livro do jovem economista francês, Thomas Piketty, “O Capital no Século 21”, tem a ver com o seu inspirador, Karl Marx, e com os preconceitos que o filósofo alemão desperta nas elites econômicas e políticas há 137 anos, quando publicou o primeiro volume do “Capital”, a obra mais proibida dos últimos séculos.
Mas, o que alavanca o entusiasmo em torno de Piketty, tornando-o instantaneamente uma estrela de primeira grandeza no cenáculo mundial, são as conclusões que procurou comprovar cientificamente: Marx está correto, as desigualdades tendem a eternizar-se, na medida em que a riqueza mantém-se sólida, não se distribui.
Piketty não é um carbonário, é um marxista moderado, militante do partido socialista francês, que está sendo recebido com o maior respeito por publicações notoriamente conservadoras como o “Wall Street Journal” e o “Economist”, este do mesmo grupo que edita o “Financial Times”, que tenta corrigir suas premissas e estatísticas. Em vão.
A chave final para explicar o fenômeno Piketty é a afirmação nas primeiras páginas da introdução: “a economia é algo sério demais para ficar exclusivamente nas mãos dos economistas e cientistas sociais”. A economia concerne a todos. Piketty está parafraseando o político francês George Clemanceau, que chocou os generais durante a Primeira Guerra Mundial, ao dizer que “a guerra é seria demais para ficar apenas nas mãos dos militares”.
A inédita democratização do debate econômico tem a ver com a profissão dos principais players desta história: Marx foi jornalista e dono de jornais na velha Prússia; perseguido e silenciado, acabou como articulista do maior jornal americano na segunda metade do século 19, o “New York Daily Tribune”. Durante onze anos escreveu 350 artigos, alguns em parceria com Friederich Engels, e assim sobreviveu com relativo conforto.
Piketty é colunista mensal do “Liberation” e ocasionalmente colabora com o “Monde”. Seu principal suporte é Paul Krugman, nobel de economia e articulista regular do New York Times.
Fica comprovado: a distribuição da riqueza é também tarefa da imprensa livre.
Por isso mesmo, o autor mantém a esperança de que seu livro seja lido por economistas, mas também por todos que se interessem pelo tema, apesar de ser uma volumosa coletânea de dados que mostram, cientificamente, o quanto a riqueza tende a se solidificar, ao invés de ser distribuída.
Para debater o assunto, Alberto Dines conta com a participação da professora de economia Monica de Bolle, tradutora do livro para o português; do economista Sérgio Besserman e da editora do Valor Econômico, Catherine Vieira.
Bônus track:
Brasilianas.org discute o livro "O Capital no Século XXI".
Fonte: TV Brasil
[Via BBA]
Interessado na obra? Você pode adquirir o livro em português e online acessando AQUI.
Apesar de figurar na lista dos mais vendidos do portal de vendas Amazon, a maior livraria online do mundo, e ter recebido elogios de muitos economistas, o livro foi criticado pelo Financial Times, que apontou erros na pesquisa, o que foi descartado imediatamente por Piketty e por outros especialistas.
Editorial
Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Muito mais do que um extraordinário fenômeno editorial, a repercussão do livro do jovem economista francês, Thomas Piketty, “O Capital no Século 21”, tem a ver com o seu inspirador, Karl Marx, e com os preconceitos que o filósofo alemão desperta nas elites econômicas e políticas há 137 anos, quando publicou o primeiro volume do “Capital”, a obra mais proibida dos últimos séculos.
Mas, o que alavanca o entusiasmo em torno de Piketty, tornando-o instantaneamente uma estrela de primeira grandeza no cenáculo mundial, são as conclusões que procurou comprovar cientificamente: Marx está correto, as desigualdades tendem a eternizar-se, na medida em que a riqueza mantém-se sólida, não se distribui.
Piketty não é um carbonário, é um marxista moderado, militante do partido socialista francês, que está sendo recebido com o maior respeito por publicações notoriamente conservadoras como o “Wall Street Journal” e o “Economist”, este do mesmo grupo que edita o “Financial Times”, que tenta corrigir suas premissas e estatísticas. Em vão.
A chave final para explicar o fenômeno Piketty é a afirmação nas primeiras páginas da introdução: “a economia é algo sério demais para ficar exclusivamente nas mãos dos economistas e cientistas sociais”. A economia concerne a todos. Piketty está parafraseando o político francês George Clemanceau, que chocou os generais durante a Primeira Guerra Mundial, ao dizer que “a guerra é seria demais para ficar apenas nas mãos dos militares”.
A inédita democratização do debate econômico tem a ver com a profissão dos principais players desta história: Marx foi jornalista e dono de jornais na velha Prússia; perseguido e silenciado, acabou como articulista do maior jornal americano na segunda metade do século 19, o “New York Daily Tribune”. Durante onze anos escreveu 350 artigos, alguns em parceria com Friederich Engels, e assim sobreviveu com relativo conforto.
Piketty é colunista mensal do “Liberation” e ocasionalmente colabora com o “Monde”. Seu principal suporte é Paul Krugman, nobel de economia e articulista regular do New York Times.
Fica comprovado: a distribuição da riqueza é também tarefa da imprensa livre.
A distribuição de renda é algo importante demais para ficar nas mãos apenas dos economistas e dos cientistas sociais.
Por isso mesmo, o autor mantém a esperança de que seu livro seja lido por economistas, mas também por todos que se interessem pelo tema, apesar de ser uma volumosa coletânea de dados que mostram, cientificamente, o quanto a riqueza tende a se solidificar, ao invés de ser distribuída.
Para debater o assunto, Alberto Dines conta com a participação da professora de economia Monica de Bolle, tradutora do livro para o português; do economista Sérgio Besserman e da editora do Valor Econômico, Catherine Vieira.
Bônus track:
Brasilianas.org discute o livro "O Capital no Século XXI".
Fonte: TV Brasil
[Via BBA]
Interessado na obra? Você pode adquirir o livro em português e online acessando AQUI.
Piketty transformou nosso discurso econômico; jamais voltaremos a falar sobre renda e desigualdade da mesma maneira.
Paul Krugman (Prêmio Nobel de Economia), The New York Times
Piketty escreve com a elegância com que a atriz Gwyneth Paltrow se veste.O capital no século XXI é um monumento de pesquisa e elegância.
Elio Gaspari, Folha de S.Paulo e O Globo
Concordo com as principais conclusões de Piketty. Espero que seu trabalho estimule mais pessoas competentes a estudar a desigualdade de riqueza e de renda. Quanto mais entendermos das causas e curas, melhor.
Bill Gates, Gates Notes
O rock star da economia. O capital no século XXI é uma sensação editorial.
The Guardian
Maior do que Marx. Nenhum outro trabalho sólido sobre economia chegou tão perto de ganhar a condição de ícone pop.
The Economist
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