A Copa do Mundo é como a salsicha, você nunca deve perguntar como são feitas. Mas se você tiver curiosidade e estômago, o humorista britânic...
A Copa do Mundo é como a salsicha, você nunca deve perguntar como são feitas. Mas se você tiver curiosidade e estômago, o humorista britânico John Oliver conta tudo e descreve a FIFA como “uma organização grotesca”.
Eu tenho a minha própria teoria sobre a gestão: Tudo aquilo cujo o orçamento passa de 1 bilhão, subverte a lógica. Da escolha das sedes da Copa ao siricutico do Ronaldo em 1998, tudo merece o filtro dos orçamentos bilionários para que sejam compreendidos adequadamente.
É por isso que esse trecho do programa “Last Week Tonight”, no canal americano HBO, é tão relevante. Pois ele toca na ferida da maior entidade do futebol e desnuda as condutas suspeitíssimas de seus dirigentes da maneira mais eficiente: Com humor.
O vídeo tem mais de 13 minutos, o que é tempo de sobra para mostrar o quanto o governo brasileiro foi pressionado para aprovar leis que desoneravam a Fifa de impostos (além de outras responsabilidades civis) e permitisse a venda de cerveja nos estádios (quando a lei nacional proíbe a venda de bebidas alcoólicas).
Também questionou a construção do estádio Arena Amazônia, em Manaus, segundo Oliver, um lugar remoto a ponto de ser quase impossível chegar de carro.
Para explicar como a Fifa vai levar praticamente todo lucro da competição, Oliver faz uma comparação com a depilação com cera:
Mas o apresentador ainda considera que o Brasil deu sorte, pois na Copa anterior, na África do Sul, a entidade obrigou que o país criasse tribunais especiais (FIFA World Cup Courts) que sobrepujavam a Justiça local. Em uma oportunidade, dois zimbabuanos roubaram um jornalista em uma quarta-feira, foram presos na quinta-feira, sendo sumariamente condenados a 15 anos de prisão na sexta-feira.
Fico imaginando o que aconteceria com os manifestantes contrários à realização da Copa em tribunais como esses.
Com esse humor ácido Oliver lembra o fato da Fifa ser considerada uma entidade sem fins lucrativos com mais de 1 bilhão em seus cofres como "reserva". Nesse ponto o apresentador sugere que se uma organização possui um fundo para "dias chuvosos" que lembre a caixa forte do Tio Patinhas é porque ela não pode mais ser considerada entidade sem fins lucrativos.
Sepp Blatter, presidente da Fifa, também é expressamente mencionado.
Oliver critica uma resposta de Blatter, na qual ele afirma que para que o futebol feminino ficasse mais popular seria necessário que as jogadoras usassem shorts mais curtos.
Mesmo assim, o humorista se diz muito excitado com a chegada da Copa do Mundo, apesar de achar ser difícil de justificar tal sentimento vindo de uma instituição que causa tanta dor. Durante sua fala Oliver compara o futebol com uma religião e finaliza:
Eu tenho a minha própria teoria sobre a gestão: Tudo aquilo cujo o orçamento passa de 1 bilhão, subverte a lógica. Da escolha das sedes da Copa ao siricutico do Ronaldo em 1998, tudo merece o filtro dos orçamentos bilionários para que sejam compreendidos adequadamente.
É por isso que esse trecho do programa “Last Week Tonight”, no canal americano HBO, é tão relevante. Pois ele toca na ferida da maior entidade do futebol e desnuda as condutas suspeitíssimas de seus dirigentes da maneira mais eficiente: Com humor.
Quero falar com vocês sobre o princípio da salsicha, a teoria que afirma que se você ama algo, nunca deve descobrir como aquilo é feito. Eu sei que nos Estados Unidos o futebol é só uma atividade da qual você busca a sua filha de dez anos, mas para mim e para o resto do planeta é um pouco mais importante que isso.
O vídeo tem mais de 13 minutos, o que é tempo de sobra para mostrar o quanto o governo brasileiro foi pressionado para aprovar leis que desoneravam a Fifa de impostos (além de outras responsabilidades civis) e permitisse a venda de cerveja nos estádios (quando a lei nacional proíbe a venda de bebidas alcoólicas).
A Fifa pressionou o Brasil e permitiu a venda de cerveja nos estádios. Nesse momento podemos ficar horrorizados, ou aliviados por eles terem como patrocinador a Budweiser, e não cocaína e serras elétricas.
Também questionou a construção do estádio Arena Amazônia, em Manaus, segundo Oliver, um lugar remoto a ponto de ser quase impossível chegar de carro.
Não há um time em Manaus para ocupar o estádio após a Copa, o que faz dele o banheiro para pássaros mais caro do mundo.
Para explicar como a Fifa vai levar praticamente todo lucro da competição, Oliver faz uma comparação com a depilação com cera:
Imagine que o dinheiro seja pelos pubianos e a Fifa seja a cera. A Fifa estará espalhada pelo Brasil durante o torneio, mas depois partirá levando todo o dinheiro, inclusive de locais em que você não imaginava que havia dinheiro.
Mas o apresentador ainda considera que o Brasil deu sorte, pois na Copa anterior, na África do Sul, a entidade obrigou que o país criasse tribunais especiais (FIFA World Cup Courts) que sobrepujavam a Justiça local. Em uma oportunidade, dois zimbabuanos roubaram um jornalista em uma quarta-feira, foram presos na quinta-feira, sendo sumariamente condenados a 15 anos de prisão na sexta-feira.
É como se a comida chinesa chegasse 5 minutos depois do pedido (Obrigado. Mas não deu tempo disso ter sido feito corretamente).
Fico imaginando o que aconteceria com os manifestantes contrários à realização da Copa em tribunais como esses.
Com esse humor ácido Oliver lembra o fato da Fifa ser considerada uma entidade sem fins lucrativos com mais de 1 bilhão em seus cofres como "reserva". Nesse ponto o apresentador sugere que se uma organização possui um fundo para "dias chuvosos" que lembre a caixa forte do Tio Patinhas é porque ela não pode mais ser considerada entidade sem fins lucrativos.
Sepp Blatter, presidente da Fifa, também é expressamente mencionado.
Alguém chamado Sepp certamente já estrangulou alguém durante uma briga de bar.
Oliver critica uma resposta de Blatter, na qual ele afirma que para que o futebol feminino ficasse mais popular seria necessário que as jogadoras usassem shorts mais curtos.
Troquem os uniformes por tops, a bola por uma prato de asas de frango e abra uma filial do Hooters.A escolha do Qatar como sede da Copa, com suspeitas de pagamentos de propina a membros da Fifa, e um alto índice de trabalhadores mortos no país, é igualmente criticada, além do projeto ser comparada às pirâmides do Egito.
A temperatura chega a 50º no Qatar. Você está sediando a Copa do Mundo num lugar em que o futebol não pode ser jogado. É como se a NFL resolvesse fazer o SuperBowl em um lago.
Mesmo assim, o humorista se diz muito excitado com a chegada da Copa do Mundo, apesar de achar ser difícil de justificar tal sentimento vindo de uma instituição que causa tanta dor. Durante sua fala Oliver compara o futebol com uma religião e finaliza:
Futebol é uma religião organizada, sendo a Fifa sua Igreja. Seu líder é infalível, ela convence nações sul-americanas a gastarem dinheiro que não possuem na construção de catedrais luxuosas, e ela poderá ser responsável por um número enorme de mortes no Oriente Médio. No entanto, para milhões de pessoas como eu ao redor do mundo, ela é a guardiã da única coisa que dá algum sentido a suas vidas. E se essa comparação não fizer com que os americanos amem o futebol, francamente, nada fará.[Via BBA]
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