Estudantes não são fluentes em outros idiomas e com isso seguem para Portugal. Governo quer que a experiência acadêmica seja mais diversa. P...
Estudantes não são fluentes em outros idiomas e com isso seguem para Portugal. Governo quer que a experiência acadêmica seja mais diversa. Portugueses reclamam.
Como ocorreu na Coreia do Sul, Brasil quer trazer a experiência acadêmica de outros países para revolucionar a ciência brasileira.
Para vencer a barreira do idioma o governo brasileiro tenta usar a educação a distância, como o programa Inglês sem fronteiras, para minimizar o problema (com outro enfoque, até o francês online está sendo oferecido gratuitamente). Nada que resolverá a questão a curto prazo, é claro.
A tabela abaixo mostra onde estão os brasileiros do programa e que Portugal só perde para os EUA como pólo de atração de estudantes brasileiros do programa.
Fonte: Site do Programa Ciência sem Fronteira. Acessado em 22/05/2013
A reportagem é da EBC:
Lisboa – O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (Crup) divulgou nota lamentando a decisão do governo brasileiro de suspender a concessão de bolsas de estudos para alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras (PCsF) em instituições do país. O Crup equivale no Brasil à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Segundo a nota divulgada nessa terça-feira (21), a decisão “será corrigida a curto prazo” e as universidades lusitanas “permanecerão abertas a esses estudantes [brasileiros], continuando a acolhê-los com amizade”.
A decisão de não enviar novos alunos para Portugal e remanejar os estudantes selecionados nos editais de 2013 foi tomada em março. O objetivo é “estimular os jovens a falar mais uma língua, a conhecer e ter competência específica em outras culturas”, informou o ministro da Educação Aloizio Mercadante, quando se reuniu naquele mês em Lisboa com o ministro da Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato.
De acordo com a nota dos reitores lusitanos, os estudantes brasileiros de fato não vão para Portugal “para aprender a língua portuguesa, mas sim para frequentar e se graduar em instituições universitárias do Espaço Europeu de Ensino Superior, que aliam à sua grande qualidade um acolhimento só possível por uma cultura e história partilhadas”.
Por causa do grande fluxo de estudantes e professores estrangeiros em Portugal, são comuns nas universidades do país aulas em línguas estrangeiras. Existem, há mais de uma década, cursos totalmente ministrados em inglês.
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, disse que em Portugal, assim como no Brasil, “a língua franca da ciência e da tecnologia é o inglês” e mesmo os estudantes de graduação devem “dominar” o idioma por causa da bibliografia. Ele lembra que entre os pesquisadores do doutorado é comum o uso de inglês na produção de artigos científicos, na defesa de tese (com participação de examinadores estrangeiros) e nos projetos de pesquisa feitos em cooperação internacional.
A Universidade de Coimbra é a instituição com maior número de brasileiros em Portugal. O reitor da universidade disse à Agência Brasil que a decisão do governo brasileiro “foi recebida com alguma tristeza” e com “surpresa”. Ele salientou que, para acolher estudantes brasileiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras agilizou os procedimentos de visto.
A suspensão do programa para Portugal repercutiu fora do país e do Brasil. O secretário executivo da Comissão Econômica para África, Carlos Lopes, disse em uma conferência na sede da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, na semana passada, que o objetivo de forçar a aprendizagem de outra língua era “é louvável, mas não pode ser radicalizado”.
Gilberto Costa - Correspondente da Agência Brasil/EBC
Juliana Andrade - Edição
Fonte: EBC
[Via BBA]
Como ocorreu na Coreia do Sul, Brasil quer trazer a experiência acadêmica de outros países para revolucionar a ciência brasileira.
Portugal: 2643 bolsas implementadas. [Fonte: Site do Programa Ciência sem Fronteira] |
A tabela abaixo mostra onde estão os brasileiros do programa e que Portugal só perde para os EUA como pólo de atração de estudantes brasileiros do programa.
País de destino
|
Doutorado Pleno
|
Doutorado Sanduíche
|
Pós Doutorado
|
Graduação Sanduíche
|
Atração de Pesquisadores
|
Total
|
África do Sul | 0 | 4 | 4 | 1 | 0 | 9 |
Alemanha | 94 | 258 | 178 | 1223 | 0 | 1753 |
Argentina | 0 | 0 | 2 | 0 | 0 | 2 |
Austrália | 30 | 108 | 65 | 681 | 0 | 884 |
Áustria | 4 | 27 | 7 | 7 | 0 | 45 |
Bélgica | 17 | 68 | 34 | 75 | 0 | 194 |
Brasil | 0 | 0 | 0 | 0 | 600 | 600 |
Canadá | 53 | 265 | 141 | 1686 | 0 | 2145 |
Chile | 0 | 4 | 1 | 29 | 0 | 34 |
China | 1 | 3 | 2 | 0 | 0 | 6 |
Cingapura | 1 | 2 | 0 | 1 | 0 | 4 |
Coréia do Sul | 0 | 0 | 1 | 197 | 0 | 198 |
Costa Rica | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 |
Dinamarca | 2 | 37 | 9 | 8 | 0 | 56 |
Espanha | 49 | 374 | 193 | 1848 | 0 | 2464 |
Estados Unidos | 118 | 1183 | 799 | 2927 | 0 | 5027 |
Finlândia | 1 | 9 | 3 | 36 | 0 | 49 |
França | 97 | 445 | 266 | 1884 | 0 | 2692 |
Grécia | 0 | 5 | 0 | 0 | 0 | 5 |
Holanda | 33 | 102 | 70 | 432 | 0 | 637 |
Hong Kong | 0 | 1 | 0 | 4 | 0 | 5 |
Hungria | 0 | 4 | 0 | 0 | 0 | 4 |
Índia | 0 | 2 | 0 | 0 | 0 | 2 |
Irlanda | 0 | 13 | 7 | 7 | 0 | 27 |
Israel | 0 | 1 | 2 | 0 | 0 | 3 |
Itália | 22 | 120 | 58 | 479 | 0 | 679 |
Japão | 3 | 13 | 9 | 10 | 0 | 35 |
Luxemburgo | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 1 |
México | 1 | 2 | 2 | 0 | 0 | 5 |
Noruega | 3 | 10 | 3 | 5 | 0 | 21 |
Nova Zelândia | 3 | 5 | 6 | 6 | 0 | 20 |
Polônia | 0 | 3 | 0 | 0 | 0 | 3 |
Portugal | 129 | 314 | 136 | 2356 | 0 | 2935 |
Reino Unido | 158 | 277 | 300 | 1204 | 0 | 1939 |
República Tcheca | 0 | 6 | 0 | 0 | 0 | 6 |
Rússia | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 1 |
Suécia | 3 | 38 | 20 | 25 | 0 | 86 |
Suiça | 2 | 33 | 22 | 10 | 0 | 67 |
Turquia | 0 | 2 | 0 | 0 | 0 | 2 |
Total Geral | 825 | 3738 | 2342 | 15141 | 600 | 22646 |
Acesse: Mapa com a distribuição dos bolsistas brasileiros do programa |
Lisboa – O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (Crup) divulgou nota lamentando a decisão do governo brasileiro de suspender a concessão de bolsas de estudos para alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras (PCsF) em instituições do país. O Crup equivale no Brasil à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Segundo a nota divulgada nessa terça-feira (21), a decisão “será corrigida a curto prazo” e as universidades lusitanas “permanecerão abertas a esses estudantes [brasileiros], continuando a acolhê-los com amizade”.
A decisão de não enviar novos alunos para Portugal e remanejar os estudantes selecionados nos editais de 2013 foi tomada em março. O objetivo é “estimular os jovens a falar mais uma língua, a conhecer e ter competência específica em outras culturas”, informou o ministro da Educação Aloizio Mercadante, quando se reuniu naquele mês em Lisboa com o ministro da Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato.
De acordo com a nota dos reitores lusitanos, os estudantes brasileiros de fato não vão para Portugal “para aprender a língua portuguesa, mas sim para frequentar e se graduar em instituições universitárias do Espaço Europeu de Ensino Superior, que aliam à sua grande qualidade um acolhimento só possível por uma cultura e história partilhadas”.
Por causa do grande fluxo de estudantes e professores estrangeiros em Portugal, são comuns nas universidades do país aulas em línguas estrangeiras. Existem, há mais de uma década, cursos totalmente ministrados em inglês.
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, disse que em Portugal, assim como no Brasil, “a língua franca da ciência e da tecnologia é o inglês” e mesmo os estudantes de graduação devem “dominar” o idioma por causa da bibliografia. Ele lembra que entre os pesquisadores do doutorado é comum o uso de inglês na produção de artigos científicos, na defesa de tese (com participação de examinadores estrangeiros) e nos projetos de pesquisa feitos em cooperação internacional.
A Universidade de Coimbra é a instituição com maior número de brasileiros em Portugal. O reitor da universidade disse à Agência Brasil que a decisão do governo brasileiro “foi recebida com alguma tristeza” e com “surpresa”. Ele salientou que, para acolher estudantes brasileiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras agilizou os procedimentos de visto.
A suspensão do programa para Portugal repercutiu fora do país e do Brasil. O secretário executivo da Comissão Econômica para África, Carlos Lopes, disse em uma conferência na sede da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, na semana passada, que o objetivo de forçar a aprendizagem de outra língua era “é louvável, mas não pode ser radicalizado”.
Gilberto Costa - Correspondente da Agência Brasil/EBC
Juliana Andrade - Edição
Fonte: EBC
[Via BBA]
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