Esse artigo contém revelações de roteiro (spoilers). Essa película de 2008 conta a história verídica de Robert William Kearns (Bob Kearns), ...
Esse artigo contém revelações de roteiro (spoilers). Essa película de 2008 conta a história verídica de Robert William Kearns (Bob Kearns), reconhecido como o inventor do temporizador do limpador de parabrisas e que ganhou um dos mais famosos casos de infração de patentes contra a Ford Motors Company.
Mover uma ação contra uma das maiores empresas do mundo pode ser uma das tarefas mais inglórias da vida de um ser humano.
Pode custar sua família, sua esposa, seu trabalho, seus amigos, seus anos, sua credibilidade e sua razão.
Portanto, casos como o de Bob Kearns, ainda que faça com que você nunca mais olhe certos carros com os mesmos olhos novamente, servem como um ponto de inflexão na sociedade.
O verdadeiro Dr. Robert W. Kearns
Sobre o que é justo, como a justiça funciona a favor dos poderosos, a importância da democracia e, sobretudo, como é mais fácil para as empresas de países totalitários passar por cima de certos "entraves".
Sim, pois se o caso Bob ocorresse em outros países onde os indivíduos só existem para servir o Estado, o muito difícil escorregaria facilmente para o impossível.
Mas a luta de Bob deve ser vista como um ato de fé, heroico verdadeiramente e contemporâneo. Seu invento, inspirado no funcionamento da pálpebra do olho humano, passaria a ser usado na grande maioria dos automóveis a partir de 1969 (sua primeira patente data de 1 de dezembro de 1964). Sendo a sua autoria, de acordo com o mostrado no filme Jogada de Gênio (Flash of Genius) desconsiderada pela Ford após, supostamente, ter copiado o esquema de funcionamento do dispositivo de Bob.
A alegação das montadoras era que a patente era inválida pois seu esquema não usava componentes inovadores (apenas resistências, capacitores e outras peças eletrônicas), essa lógica foi contestada por Bob.
Ele processou a Ford em 1978 e a Chrysler Corporation em 1982. Ainda conseguiu ganhar outro processo contra a Chrysler em 1995, dispensando advogados sendo, ele próprio, seu representante legal (onde recebeu 30 milhões de dólares após gastar outros 10 milhões).
Depois, usando a mesma estratégia, o que não é mostrado no filme, tentou processar, sem sucesso, a General Motors, Mercedes e outras montadoras japonesas. Mas teria perdido as ações por decurso de prazo. A vida não é um filme de Hollywood, Bob.
O que Bob não queria é que toda vez que olhasse um limpador temporizado ficasse amargurado ao lembrar que "puxaram o seu tapete" de borracha automotiva.
"Corporações têm tempo, dinheiro e poder do lado deles. Tudo que Bob Kearns tinha era a verdade."
A sua invenção não será mais do que uma nota de rodapé na história da indústria automobilística. Mas sua vitória no campo do direito civil é um legado que sua família deveria se orgulhar muito mais e cada inventor de fundo de quintal (ou de garagem, na tradição estadunidense) deveria agradecer pela montanha que foi removida, para garantir o precedente.
Bob morreu devido a um tumor no cérebro, agravado pelo mal de Alzheimer em 2005. A Ford ainda está viva mas respira por aparelhos, devido ao viés de queda nos últimos dez anos (as vendas nos EUA foram de 4.163.369, em 1999, para 1.620.888, em 2009).
Dá-lhe, SuperBob. Bem, Detroit hoje não é nem sombra do que foi. Talvez por sucessivos jabs assimilados, como o que Bob desferiu, e que as empresas concorrentes, especialmente as asiáticas, não sofreram.
Ainda assim, tomara que pessoas inventivas como Bob criem soluções verdes que salvem a nós e nosso planeta. Afinal, nossa necessidade de heróis é urgente. Assim como precisamos de meios de transportes sustentáveis e limpos. Limpos como a jogada e o parabrisa de Bob.
Fonte: DVD - Jogada de Gênio (Flash of Genius), Wikipedia
Mover uma ação contra uma das maiores empresas do mundo pode ser uma das tarefas mais inglórias da vida de um ser humano.
Pode custar sua família, sua esposa, seu trabalho, seus amigos, seus anos, sua credibilidade e sua razão.
Portanto, casos como o de Bob Kearns, ainda que faça com que você nunca mais olhe certos carros com os mesmos olhos novamente, servem como um ponto de inflexão na sociedade.
Sobre o que é justo, como a justiça funciona a favor dos poderosos, a importância da democracia e, sobretudo, como é mais fácil para as empresas de países totalitários passar por cima de certos "entraves".
Sim, pois se o caso Bob ocorresse em outros países onde os indivíduos só existem para servir o Estado, o muito difícil escorregaria facilmente para o impossível.
Mas a luta de Bob deve ser vista como um ato de fé, heroico verdadeiramente e contemporâneo. Seu invento, inspirado no funcionamento da pálpebra do olho humano, passaria a ser usado na grande maioria dos automóveis a partir de 1969 (sua primeira patente data de 1 de dezembro de 1964). Sendo a sua autoria, de acordo com o mostrado no filme Jogada de Gênio (Flash of Genius) desconsiderada pela Ford após, supostamente, ter copiado o esquema de funcionamento do dispositivo de Bob.
A alegação das montadoras era que a patente era inválida pois seu esquema não usava componentes inovadores (apenas resistências, capacitores e outras peças eletrônicas), essa lógica foi contestada por Bob.
Ele processou a Ford em 1978 e a Chrysler Corporation em 1982. Ainda conseguiu ganhar outro processo contra a Chrysler em 1995, dispensando advogados sendo, ele próprio, seu representante legal (onde recebeu 30 milhões de dólares após gastar outros 10 milhões).
Depois, usando a mesma estratégia, o que não é mostrado no filme, tentou processar, sem sucesso, a General Motors, Mercedes e outras montadoras japonesas. Mas teria perdido as ações por decurso de prazo. A vida não é um filme de Hollywood, Bob.
O que Bob não queria é que toda vez que olhasse um limpador temporizado ficasse amargurado ao lembrar que "puxaram o seu tapete" de borracha automotiva.
A sua invenção não será mais do que uma nota de rodapé na história da indústria automobilística. Mas sua vitória no campo do direito civil é um legado que sua família deveria se orgulhar muito mais e cada inventor de fundo de quintal (ou de garagem, na tradição estadunidense) deveria agradecer pela montanha que foi removida, para garantir o precedente.
Bob morreu devido a um tumor no cérebro, agravado pelo mal de Alzheimer em 2005. A Ford ainda está viva mas respira por aparelhos, devido ao viés de queda nos últimos dez anos (as vendas nos EUA foram de 4.163.369, em 1999, para 1.620.888, em 2009).
Dá-lhe, SuperBob. Bem, Detroit hoje não é nem sombra do que foi. Talvez por sucessivos jabs assimilados, como o que Bob desferiu, e que as empresas concorrentes, especialmente as asiáticas, não sofreram.
Ainda assim, tomara que pessoas inventivas como Bob criem soluções verdes que salvem a nós e nosso planeta. Afinal, nossa necessidade de heróis é urgente. Assim como precisamos de meios de transportes sustentáveis e limpos. Limpos como a jogada e o parabrisa de Bob.
Fonte: DVD - Jogada de Gênio (Flash of Genius), Wikipedia
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