Brasil, Rússia, Índia e China continuam a crescer e a UE patina. Terão os países do BRIC uma moeda única? Em artigo para Deutsche Welle, Nád...
Brasil, Rússia, Índia e China continuam a crescer e a UE patina. Terão os países do BRIC uma moeda única?
Em artigo para Deutsche Welle, Nádia Pontes avalia que o mundo pouco mudou desde a primeira Cúpula BRIC, em junho de 2009. Apesar do cenário de crise internacional a economia da China expandia a 8%; a da Índia e da Rússia, a 7%, e a do Brasil, atingido pela marolinha, a 4%.
Segundo ela, depois que a crise foi aplacada, os líderes políticos passaram a tentar usar essa robustez econômica para questionar a ordem global, ainda que de forma claramente pacífica. O que o bloco requisita é uma maior autoridade ao sentar à mesa das instituições internacionais.
Quanto à questão da moeda comum no BRIC, ela observa que, embora seja um pleito importante, ainda está muito longe de ser implementado de fato.
Já Petika Tewari, do Icrier, da Índia, indica o caminho a ser trilhado para que se imponha uma moeda comum no bloco: Os países do BRIC devem resolver suas questões internas.
Sérgio Costa, diretor do Instituto para América Latina da Universidade Livre de Berlim, acredita que a UE ainda olha para o BRIC com desconfiança.
Há entraves em outros campos, que não o econômico, que afastam a UE do BRIC
Além das divergências econômicas, problemas como os direitos humanos na China, a repressão à imprensa livre na Rússia e a ausência de uma política ambiental mais eficaz no caso brasileiro, atrapalham na aproximação da UE com o bloco.
Porém Acioly crê que nem mesmo o fato dos países do BRIC ainda não constituírem um bloco como a União Europeia tenha grande relevância no panorama vigente.
O crescimento dos países do BRIC correspondeu a 65% da expansão do PIB mundial, de 2003 a 2007. Em 25 anos as economias do Brasil, Rússia, Índia e China serão dominantes, prevêem os economistas.
Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores, ressaltou que um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que os países do bloco serão responsáveis por 60% do crescimento da economia mundial nos próximos oito anos. O ministro disse que com base nestes dados os países cobram um poder maior de voto em organismos econômicos internacionais, como o próprio FMI.
Para Amorim, se os países do BRIC passarem a fazer comércio em moeda local, abandonando o dólar. essa ação poderia ajudar a preservar os países de crises econômicas. Entretanto, descartou a possibilidade de se colcar em pauta a discussão de uma moeda única para o bloco.
Fonte: DW, Países 'Bric' terão 44% do PIB mundial em 2050 - G1'Reunião dos Bric chama mais atenção do que G7', diz Amorim - G1
Em artigo para Deutsche Welle, Nádia Pontes avalia que o mundo pouco mudou desde a primeira Cúpula BRIC, em junho de 2009. Apesar do cenário de crise internacional a economia da China expandia a 8%; a da Índia e da Rússia, a 7%, e a do Brasil, atingido pela marolinha, a 4%.
O quadro era: os países BRIC crescem e os outros não. Mas esses países continuam crescendo e os outros países desenvolvidos ainda não retomaram o crescimento.
Luciana Acioly. Coordenadora de estudos de relações econômicas internacionais do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Segundo ela, depois que a crise foi aplacada, os líderes políticos passaram a tentar usar essa robustez econômica para questionar a ordem global, ainda que de forma claramente pacífica. O que o bloco requisita é uma maior autoridade ao sentar à mesa das instituições internacionais.
Quanto à questão da moeda comum no BRIC, ela observa que, embora seja um pleito importante, ainda está muito longe de ser implementado de fato.
Sabe-se que eles não querem mais ficar ao sabor das oscilações do dólar. É uma preocupação para os países desenvolvidos essa posição do BRIC de querer não depender tanto da moeda de reserva internacional, que é o dólar. Mas isso está muito longe de acontecer. O que os países fazem é mais uma demonstração de esforço.
Luciana Acioly. Coordenadora de estudos de relações econômicas internacionais do Ipea
Já Petika Tewari, do Icrier, da Índia, indica o caminho a ser trilhado para que se imponha uma moeda comum no bloco: Os países do BRIC devem resolver suas questões internas.
Para que isso aconteça, é preciso que existam conexões. E todos os quatro países têm questões internas bem diferentes. É preciso ainda mais estabilidade para que se pense numa moeda comum. E isso não será num futuro próximo, certamente.
Petika Tewari. Icrier, Índia.
Sérgio Costa, diretor do Instituto para América Latina da Universidade Livre de Berlim, acredita que a UE ainda olha para o BRIC com desconfiança.
Há uma expectativa: as pessoas querem entender o que está acontecendo nesses países. E ao mesmo tempo não querem se atrasar, não querem intensificar suas relações com o BRIC depois das outras nações. Mas, ao mesmo tempo, a UE não se arrisca a tomar uma decisão porque o quadro ainda não está claro.
Sérgio Costa. Diretor do Instituto para América Latina da Universidade Livre de Berlim
Há entraves em outros campos, que não o econômico, que afastam a UE do BRIC
Além das divergências econômicas, problemas como os direitos humanos na China, a repressão à imprensa livre na Rússia e a ausência de uma política ambiental mais eficaz no caso brasileiro, atrapalham na aproximação da UE com o bloco.
Porém Acioly crê que nem mesmo o fato dos países do BRIC ainda não constituírem um bloco como a União Europeia tenha grande relevância no panorama vigente.
As circunstâncias levaram com que esses países se juntassem. Mas isso não diminui o poder de fogo deles. Eles podem fazer acertos, por exemplo, que impliquem algumas retaliações ao mercado europeu.
Luciana Acioly. Coordenadora de estudos de relações econômicas internacionais do Ipea
O crescimento dos países do BRIC correspondeu a 65% da expansão do PIB mundial, de 2003 a 2007. Em 25 anos as economias do Brasil, Rússia, Índia e China serão dominantes, prevêem os economistas.
Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores, ressaltou que um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que os países do bloco serão responsáveis por 60% do crescimento da economia mundial nos próximos oito anos. O ministro disse que com base nestes dados os países cobram um poder maior de voto em organismos econômicos internacionais, como o próprio FMI.
Não se trata neste momento de discutir uma nova moeda. É preciso ter tranquilidade porque essas especulações causam abalos e afetam o comércio. O que temos conversado, e aconteceu principalmente numa reunião de peritos, é sobre o comércio em moeda local. Foi explicado aos países do Bric como temos feito com a Argentina e como isso ajuda a pequena e a média empresa para ver em que medida podemos trabalhar de maneira a não permitir que uma nova crise financeira do dólar ou do euro tenha o impacto que teve no comércio desse países.
Celso Amorim. Ministro das Relações Exteriores
Para Amorim, se os países do BRIC passarem a fazer comércio em moeda local, abandonando o dólar. essa ação poderia ajudar a preservar os países de crises econômicas. Entretanto, descartou a possibilidade de se colcar em pauta a discussão de uma moeda única para o bloco.
Se os países conseguirem coordenar sua política de maneira que aumente o comércio entre o grupo e com o mercado internacional, e consigam atrair investimentos, eles conseguirão se impor e deixar a União Europeia para trás. Isso não é impossível.
Petika Tewari. Icrier, Índia.
Fonte: DW, Países 'Bric' terão 44% do PIB mundial em 2050 - G1'Reunião dos Bric chama mais atenção do que G7', diz Amorim - G1
Olá!
ResponderExcluirOs chamados países emergentes, notadamente os quatro maiores desse grupo, possuem uma grande capacidade e possibilidade de crescimento que, logicamente, poderão passarem a ser protagonistas da economia mundial em muito pouco tempo. Aliás, eles já o são, entretanto em escala muito inferior ao que deveão ser.
Abraços
Francisco Castro