Pesquisadores acreditam que os seres humanos podem regenerar tecido danificado, sem marca de cicatriz, apenas desligando um gene. Reconstitu...
Pesquisadores acreditam que os seres humanos podem regenerar tecido danificado, sem marca de cicatriz, apenas desligando um gene.
Reconstituir completamente um tecido ou mesmo brotar um novo membro no lugar de um decepado pode não ser algo que apenas ao organismo de seres mais simples como planárias e dos tritões possuem. Pelo contrário, parece que o que nos impede de ter esse poder de reconstituição é devido a algo que os seres humanos possuem a mais.
Os cientistas acreditam que um gene denominado p21 pode controlar a cura regenerativa, e ao desligá-lo, nós, seres humanos poderíamos realizar nossa própria regeneração.
Um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que o potencial para se curar sem cicatriz, ou até mesmo para regenerar um membro, embora de forma limitada, pode estar dormente em células humanas, mantido sob controle pelo gene p21. Um grupo de ratos de laboratório modificados geneticamente para não ter o p21 foram capazes de regenerar o tecido removido cirurgicamente até que nenhuma prova da cirurgia permanecesse.
Essa descoberta teve sua origem há mais de dez anos, durante outro experimento, quando uma equipe do The Wistar Institute liderada pela Dra. Ellen Heber-Katz percebeu que um rato havia perdido o furo feito como controle em sua orelha sem deixar marca de cicatriz.
Tentando achar uma explicação para o fenômeno, a equipe descobriu que o p21 estava particularmente inativo no animal. Inibindo o gene em outros ratos, os estudiosos conseguiram comprovar a ação do p21 no sistema de reconstituição.
Essencialmente, ao se desligar o gene p21 permite-se que as células adultas passem a se comportarem como células-tronco pluripotentes, constituindo qualquer tipo de tecido necessário.
Todavia, há um porém. O gene p21 está estreitamente ligado ao gene p53. Um regulador da divisão celular que, atuando sem controle, pode levar a vários tipos de cânceres.
O gene p21 age como um freio natural para o p53, cessando a divisão celular, no caso de danos no DNA. Dessa forma, desligar o p21 pode permitir que as células participem da cura regenerativa, contudo, ao se fazer isso corremos riscos que incluem a divisão celular desenfreada (em bom português: câncer).
Inesperadamente, todavia, nos ratos de laboratório livres da atuação do p21 não houve surto de câncer, mas sim um aumento da apoptose, ou suicídio celular, que orienta as células danificadas a se auto-destruirem.
Aparentemente, devido a atuação de algum tipo notável de controle permite as células regenerativas trabalhar, e deixa a apoptose regular a divisão celular descontrolada, de uma forma equilibrada. Esse seria exatamente o tipo de comportamento observado em criaturas que se regeneram de forma natural, como as lagartixas. Essa divisão que não sai de controle e não se torna cancerígena é também observada em embriões de mamíferos.
O amputado mais famoso do Brasil. Esperança de regeneração no futuro com o p21.
Ainda será preciso realizar novas pesquisas para que se obtenha alguma aplicação prática da descoberta, mas a equipe já especula a possibilidade de, um dia, desenvolvermos uma maneira de acelerar a cura em humanos ao se desativar temporariamente o p21.
Quando esse dia chegar, só manteremos as quelóides se quisermos aumentar o sex-appeal.
Fonte: Info, Popular Science, The Guardian
Reconstituir completamente um tecido ou mesmo brotar um novo membro no lugar de um decepado pode não ser algo que apenas ao organismo de seres mais simples como planárias e dos tritões possuem. Pelo contrário, parece que o que nos impede de ter esse poder de reconstituição é devido a algo que os seres humanos possuem a mais.
Os cientistas acreditam que um gene denominado p21 pode controlar a cura regenerativa, e ao desligá-lo, nós, seres humanos poderíamos realizar nossa própria regeneração.
Um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que o potencial para se curar sem cicatriz, ou até mesmo para regenerar um membro, embora de forma limitada, pode estar dormente em células humanas, mantido sob controle pelo gene p21. Um grupo de ratos de laboratório modificados geneticamente para não ter o p21 foram capazes de regenerar o tecido removido cirurgicamente até que nenhuma prova da cirurgia permanecesse.
Essa descoberta teve sua origem há mais de dez anos, durante outro experimento, quando uma equipe do The Wistar Institute liderada pela Dra. Ellen Heber-Katz percebeu que um rato havia perdido o furo feito como controle em sua orelha sem deixar marca de cicatriz.
Tentando achar uma explicação para o fenômeno, a equipe descobriu que o p21 estava particularmente inativo no animal. Inibindo o gene em outros ratos, os estudiosos conseguiram comprovar a ação do p21 no sistema de reconstituição.
Assim como um tritão que perdeu um membro, estes ratos irão substituir o tecido em falta ou danificado por um tecido saudável que não tem nenhum sinal de cicatrização.
Professora Heber-Katz
Essencialmente, ao se desligar o gene p21 permite-se que as células adultas passem a se comportarem como células-tronco pluripotentes, constituindo qualquer tipo de tecido necessário.
Todavia, há um porém. O gene p21 está estreitamente ligado ao gene p53. Um regulador da divisão celular que, atuando sem controle, pode levar a vários tipos de cânceres.
O gene p21 age como um freio natural para o p53, cessando a divisão celular, no caso de danos no DNA. Dessa forma, desligar o p21 pode permitir que as células participem da cura regenerativa, contudo, ao se fazer isso corremos riscos que incluem a divisão celular desenfreada (em bom português: câncer).
Inesperadamente, todavia, nos ratos de laboratório livres da atuação do p21 não houve surto de câncer, mas sim um aumento da apoptose, ou suicídio celular, que orienta as células danificadas a se auto-destruirem.
Os efeitos combinados de um aumento de células altamente regenerativas e apoptose pode permitir que as células destes organismos se dividam rapidamente sem ficar fora de controle e se tornar cancerosas.
Professora Heber-Katz
Aparentemente, devido a atuação de algum tipo notável de controle permite as células regenerativas trabalhar, e deixa a apoptose regular a divisão celular descontrolada, de uma forma equilibrada. Esse seria exatamente o tipo de comportamento observado em criaturas que se regeneram de forma natural, como as lagartixas. Essa divisão que não sai de controle e não se torna cancerígena é também observada em embriões de mamíferos.
Ainda será preciso realizar novas pesquisas para que se obtenha alguma aplicação prática da descoberta, mas a equipe já especula a possibilidade de, um dia, desenvolvermos uma maneira de acelerar a cura em humanos ao se desativar temporariamente o p21.
Enquanto nós estamos apenas começando a compreender as repercussões desses achados, talvez um dia nós vamos ser capazes de acelerar a cicatrização em humanos inativando temporariamente o gene p21.
Professora Heber-Katz
Quando esse dia chegar, só manteremos as quelóides se quisermos aumentar o sex-appeal.
Fonte: Info, Popular Science, The Guardian
Olá Amigo,
ResponderExcluirInteressantíssimo este estudo. Na realidade a genética é um mundo à parte, quase desconhecido para as pessoas comuns, com muitos "prós" e muitos "contras". Penso que a manipulação genética é algo que me constrange, porque considero que a natureza é perfeita. Mas fico fascinada com todas as suas potencialidades.
Abraços
Luísa
Bom demais. Sempre foi frustrante ver essa característica em vários animais, até no tubarão, e nós não a termos. Parece tão injusto.
ResponderExcluirOla Amigo
ResponderExcluirAdorei a postagem sobre este estudo
Certamente algumas transformações tem um preço e neste caso seria a disseminação de células cancerigenas,
Mas vale lembrar que estudo com as células tronco possuem caminhos que podem levar a cura parcial ou total de várias doenças.
Devemos esperar para que os resultados se mostrem benéficos para os seres humanos.
Parabens pelo artigo
Um forte abraço
Mad
É @deste-mundo-e-de-outros, mas quando o mapa é diferente do terreno, não é o terreno que está errado.
ResponderExcluirTalvez a natureza não seja tão perfeita assim. Exceto se considerarmos que a capacidade do homem alterá-la faça parate dessa mesma natureza.
Vamos torcer para que essa linha de investigação dê logo bons frutos @CCMaia. E como @Madresgate lembrou, a pesquisa sobre células-tronco também corre em paralelo e ambas possuem o potencial de miimizar o sofrimento de muita gente.
ResponderExcluirAbraços.
Realmente incrível... Acho que daqui a pouco estaremos na era dos X-Mens...
ResponderExcluirÉ, de alguma maneira isso é bom. Mas como diz, o risco de pegar câncer é alto. E além do mais, o corpo tem um limite máximo de regeneração celular, ou seja, recuperar um membro amputado é o mesmo que sugar uns bons anos de sua vida. As células tronco se mostram mais eficiente e sem a necessidade de manipulação genética. Enfim, a ciência tá cada vez melhor, por isso que gosto tanto dela.
ResponderExcluirÓtima matéria,
Parabéns