Em uma peça única onde tratam do amor de pai e filho, enfrentam as fobias bricando com a morte e o medo das perdas, resgatam sua diferenças,...
Em uma peça única onde tratam do amor de pai e filho, enfrentam as fobias bricando com a morte e o medo das perdas, resgatam sua diferenças, expõem valores familiares e patriotas em uma montagem que parece mais um reality show estilo Casa dos Artistas do que com A Grande Família. Sobre esse espetáculo não há o que dizer ou criticar. O mais sábio seria ouvir respeitosamente as lições de quem revelou os mais caros segredos da alma na forma de entretenimento.
Como devem ser tratadas as fobias? Enfrentando-as. E o medo da morte? O medo das perdas? O temor de não ter dado o último beijo, dizer tudo o que queria e sentia? Realizar o último projeto? O medo de não estar preparado quando a derradeira e inexorável hora nos abater?
Que tal fazer uma peça teatral com seu pai e irmãos e sair em turnê pelo país brincando com tudo isso? A peça "Lucio 80 30" é tudo isso. Mas é também divertida e lúdica.
Pode até lembrar uma terapia familiar, mas é difícil se divertir no estilo "se não fosse comigo eu ria". É pura reflexão. O que você faria? Terá que passar por um susto para homenagear as mais valiosas passagens de sua existência? E se o susto não vier? E se do jogo pular para a morte súbita sem direito a pênaltis ou prorrogação?
Um blogueiro pode ter seu pai postando suas crônicas juntos. Artistas podem fazer uma peça em tributo a um monumento nacional do humor e da arte cênica. E você? Já disse "eu te amo" para quem merece? Não importa se essa pessoa, assustada com a demonstração de afeto tão inusitada (por culpa sua), desconfie que você está bajulando por querer algo. Pois é verdade. Você não quer o arrependimento, a carga de não ter dito ou feito o que teve todo o tempo do mundo para fazer, apenas não viu na frente, não projetou o futuro. Não responda às provocações, afinal, você já obteve o que queria: a pessoa amada te ouviu.
Se essa vida está mais para um vale de lágrimas do que um lago de rosas são essas demonstrações de carinho que dão muito de seu sentido. Talvez seja esse o grande ethos do espetáculo da família Barbalho.
Os quatro atores da família Barbalho compõem o elenco e não adianta especular se os outros dois atores menos conhecidos estavam pegando carona na esteira da fama dos Lucios. Nesse caso, talento ou fama não era a questão. Eles eram os melhores artistas para atuarem como eles mesmos em uma peça homenageando o pai. E para artistas acostumados a fingir ser outras personagens, nada mais complicado do que fingir serem eles mesmos.
Lucio Mauro não deixou por menos. Com seu nariz de clown ridicularizou a classe política e saiu em defesa dos comediantes:
Nos bastidores, na hora das fotos, Lucio Mauro Filho era a atenção em pessoa. Ganhou de Rafinha Bastos o troféu (simbólico) laranja de cuidados para com os fãs. Alexandre Barbalho, seu irmão mais velho, estava também super a vontade mas Luly Barbalho, discretíssima, rapidamente desapareceu da vista. Chamei os Barbalhos (começando pelo meu xará) para uma foto com a família e Maurão já protestou: "Família? Tem que ter a Luly. A Luly é família também."
Mostrando que o enorme assédio sobre os globais em contraste com a carreira menos conhecida daqueles que não tem Lucio no nome é um assunto delicado naquela turnê.
Luly apareceu aparentando não querer se expor. Melhor para nossa cobertura pois, graças às ordens expressas do patriarca Lucio Mauro, rapidamente a turma se juntou para essa foto histórica. Ali não tinha global, famoso, diretor, desempregado, graduado, irmão mais velho, nem homenageado. Ali estava uma grande família brasileira. E deixando a frieza jornalística de registrar os fatos sem envolvimento emocional de lado, sou muito grato a eles todos por presenciar esse momento. Por estarmos lá. Por isso, faça como nós. Vá ao teatro.
Como devem ser tratadas as fobias? Enfrentando-as. E o medo da morte? O medo das perdas? O temor de não ter dado o último beijo, dizer tudo o que queria e sentia? Realizar o último projeto? O medo de não estar preparado quando a derradeira e inexorável hora nos abater?
Que tal fazer uma peça teatral com seu pai e irmãos e sair em turnê pelo país brincando com tudo isso? A peça "Lucio 80 30" é tudo isso. Mas é também divertida e lúdica.
Pode até lembrar uma terapia familiar, mas é difícil se divertir no estilo "se não fosse comigo eu ria". É pura reflexão. O que você faria? Terá que passar por um susto para homenagear as mais valiosas passagens de sua existência? E se o susto não vier? E se do jogo pular para a morte súbita sem direito a pênaltis ou prorrogação?
Um blogueiro pode ter seu pai postando suas crônicas juntos. Artistas podem fazer uma peça em tributo a um monumento nacional do humor e da arte cênica. E você? Já disse "eu te amo" para quem merece? Não importa se essa pessoa, assustada com a demonstração de afeto tão inusitada (por culpa sua), desconfie que você está bajulando por querer algo. Pois é verdade. Você não quer o arrependimento, a carga de não ter dito ou feito o que teve todo o tempo do mundo para fazer, apenas não viu na frente, não projetou o futuro. Não responda às provocações, afinal, você já obteve o que queria: a pessoa amada te ouviu.
Se essa vida está mais para um vale de lágrimas do que um lago de rosas são essas demonstrações de carinho que dão muito de seu sentido. Talvez seja esse o grande ethos do espetáculo da família Barbalho.
Em 2006, papai foi parar no hospital. A princípio era um mal-estar, depois apareceu uma bolha no coração e os médicos resolveram interná-lo. Entre os vários pensamentos que automaticamente começaram a me afligir, o de ainda não ter feito uma peça com ele era um dos mais perturbadores. Passamos dez dias no hospital, só eu e ele. Quando veio a alta, não pensei duas vezes. Fui bolar um espetáculo para a gente fazer. E agora nasce mais esse filho com o nome de Lucio.
Lucio Mauro Filho. Ator e diretor da peça Lucio 80 30
Por que é tão difícil para um homem dizer para outro homem: eu te amo. Mesmo que esse homem seja seu próprio pai?
Lucio Mauro Filho. Em trecho da peça
Os quatro atores da família Barbalho compõem o elenco e não adianta especular se os outros dois atores menos conhecidos estavam pegando carona na esteira da fama dos Lucios. Nesse caso, talento ou fama não era a questão. Eles eram os melhores artistas para atuarem como eles mesmos em uma peça homenageando o pai. E para artistas acostumados a fingir ser outras personagens, nada mais complicado do que fingir serem eles mesmos.
Lucio Mauro não deixou por menos. Com seu nariz de clown ridicularizou a classe política e saiu em defesa dos comediantes:
Quando algum canalha te ofender. Não o chame de palhaço. O chame de 'excelência'.
Lucio Mauro. Ator e comediante.
Nos bastidores, na hora das fotos, Lucio Mauro Filho era a atenção em pessoa. Ganhou de Rafinha Bastos o troféu (simbólico) laranja de cuidados para com os fãs. Alexandre Barbalho, seu irmão mais velho, estava também super a vontade mas Luly Barbalho, discretíssima, rapidamente desapareceu da vista. Chamei os Barbalhos (começando pelo meu xará) para uma foto com a família e Maurão já protestou: "Família? Tem que ter a Luly. A Luly é família também."
Mostrando que o enorme assédio sobre os globais em contraste com a carreira menos conhecida daqueles que não tem Lucio no nome é um assunto delicado naquela turnê.
Luly apareceu aparentando não querer se expor. Melhor para nossa cobertura pois, graças às ordens expressas do patriarca Lucio Mauro, rapidamente a turma se juntou para essa foto histórica. Ali não tinha global, famoso, diretor, desempregado, graduado, irmão mais velho, nem homenageado. Ali estava uma grande família brasileira. E deixando a frieza jornalística de registrar os fatos sem envolvimento emocional de lado, sou muito grato a eles todos por presenciar esse momento. Por estarmos lá. Por isso, faça como nós. Vá ao teatro.
É mesmo muito importante amar a s pessoas como se não houvesse amanhã. Eu sempre digo"te amo"!...e quando minha mãe morreu, fiquei muito tranquila...
ResponderExcluirEsta peça é mesmo fantástica, pena que não vi mas, se tiver oportunidade, verei!
Bjs