Ó mar salgado, quanto de teu sal são lágrimas de Portugal! Talvez Fernando Pessoa , vivo e incrédulo, declamaria hoje: Ó mar de plástico,...
Ó mar salgado, quanto de teu sal são lágrimas de Portugal!
Talvez Fernando Pessoa, vivo e incrédulo, declamaria hoje:
Ó mar de plástico, quanto de teus carbonetos serão retirados do pré-sal?
Não rimou? Também, a situação dos mares atualmente não é nada poética.
São três milhões de toneladas de detritos concentrados apenas em um ponto entre o Havaí e a costa Californiana. Essa é a chamada Grande Mancha de Lixo e é formada por pedaços de plástico, partes de redes de pesca, garrafas, roupas e inúmeros outros detritos produzidos pela humanidade. E esse é apenas um dos vórtices (veja animação sobre os giros oceânicos) que são correntes oceânicas circulares naturais e, com a poluição, chegam a concentrar seis vezes mais plástico que a biomassa do Plâncton.
A durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração desse derivado do petróleo são características que fazem do plástico um dos materiais com maiores aplicações e utilidades ao consumidor mas também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.
Mas não é só isso. Os mares estão sendo devastados de várias maneiras, sendo que as principais formas de agressão ambiental são:
Para lutarmos contra essa realidade é como se faz nos grupos de Alcoólicos Anônimos: o primeiro passo é admitir o vício, para depois nos recuperarmos de nossos maus hábitos um dia após o outro...
Veja também:
CQC - Proteste Já - Lixão de Juquitiba
Algumas fontes consultadas:
GreenPeace, MindFully, Revista Veja, The Independent
Talvez Fernando Pessoa, vivo e incrédulo, declamaria hoje:
Ó mar de plástico, quanto de teus carbonetos serão retirados do pré-sal?
Não rimou? Também, a situação dos mares atualmente não é nada poética.
São três milhões de toneladas de detritos concentrados apenas em um ponto entre o Havaí e a costa Californiana. Essa é a chamada Grande Mancha de Lixo e é formada por pedaços de plástico, partes de redes de pesca, garrafas, roupas e inúmeros outros detritos produzidos pela humanidade. E esse é apenas um dos vórtices (veja animação sobre os giros oceânicos) que são correntes oceânicas circulares naturais e, com a poluição, chegam a concentrar seis vezes mais plástico que a biomassa do Plâncton.
A durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração desse derivado do petróleo são características que fazem do plástico um dos materiais com maiores aplicações e utilidades ao consumidor mas também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.
Mas não é só isso. Os mares estão sendo devastados de várias maneiras, sendo que as principais formas de agressão ambiental são:
- Poluição – São 4,5 milhões de toneladas de petróleo vazando anualmente nos oceanos. Além disso, em torno de 70% dos sacos plásticos, latas, garrafas e pneumáticos são acumulados no leito oceânico. O que não vai para o fundo fica à deriva na superfície ou fica preso orbitando nos grandes vórtices oceânicos. Isso arrasa a vida nos mares. Mamíferos aquáticos como golfinhos e focas, além de tartarugas acabam presos em redes de pesca abadonadas e perecem sufocados. Peixes e pássaros engolem pedaços de material plástico e metálico e também morrem. Estima-se que esse lixo acumulado seja responsável direto pela morte de 1 milhão de aves e mamíferos marinhos por ano. São despejadas 675 toneladas de resíduos sólidos por hora no mar sendo 70% desse total é constituído de objetos feitos de plástico. Os pellets, bolinhas de meio centímetro de diâmetro que é a matéria-prima para a produção de plásticos, já compõe entre 5% e 10% da areia litorânea no mundo todo.
Pellets - pequeninas esferas usadas como matéria prima pela indústria do plástico. Essas bolinhas podem afetar nossa alimentação, uma vez que são ingeridas por peixes, crustáceos e moluscos. |
- Solapamento dos estoques marinhos – Nos últimos 50 anos, a população mundial dobrou, enquanto o consumo de frutos do mar aumentou cinco vezes. Das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas além da capacidade de recuperação dos cardumes. A frota pesqueira mundial jé é o dobro do recomendável (4 milhões de barcos). A continuar assim, a indústria da pesca entrará em colapso em 2050 com o esgotamento do estoque de peixes comercialmente interessantes.
- Aquecimento da água – A Mudança climática global também altera a temperatura média dos oceanos e ela está mais quente. Um dos efeitos é o aumento das regiões dos mares onde o oxigênio dissolvido na água cai a níveis impossíveis de sustentar a vida marinha (excetuando-se algumas bactérias), as chamadas zonas mortas. As zonas mortas também podem ser geradas pela decomposição de algas, que proliferam devido aos resíduos orgânicos produzidos pelo homem e despejados no mar. Nos últimos 50 anos aumentou de três para 150 o números destas zonas mortas.
- Acidificação da água – Devido a poluição atmosférica, a concentração do gás carbônico no ar aumentou. O mar absorve parte desse gás acumulado e, como conseqüência, sua absorção pelos oceanos também cresceu, tornando sua água mais ácida. Com a diminuição do PH da água sua acidez provoca a descalcificação de espécies marinhas como os moluscos e destrói os corais que servem de abrigo para 1/4 da vida marinha, apesar de cobrirem apenas 1% do fundo dos oceanos. Estima-se que 16% das espécies de coral estejam ameaçadas de extinção causada pela devastação dos corais.
Para lutarmos contra essa realidade é como se faz nos grupos de Alcoólicos Anônimos: o primeiro passo é admitir o vício, para depois nos recuperarmos de nossos maus hábitos um dia após o outro...
Veja também:
CQC - Proteste Já - Lixão de Juquitiba
Algumas fontes consultadas:
GreenPeace, MindFully, Revista Veja, The Independent