Após dois anos e meio como embaixador do Reino Unido no Brasil, Alex Ellis retorna a Londres para uma difícil missão: Conduzir a saída da Gr...
Após dois anos e meio como embaixador do Reino Unido no Brasil, Alex Ellis retorna a Londres para uma difícil missão: Conduzir a saída da Grã-Bretanha da União Europeia. E ele explica tudo no Roda Viva.
Roda Viva Internacional faz uma entrevista com o embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, que em janeiro retornará à Grã-Bretanha para assumir um cargo de diretor no novo ministério criado para cuidar do Brexit. Ele fala sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, a ascensão de correntes nacionalistas e isolacionistas na Europa e no mundo e as atuais relações diplomáticas da Grã-Bretanha com o Brasil, além de outros assuntos.
Augusto Nunes (apresentador): O senhor acha mais complicado administrar a saída do Reino Unido da UE ou entender o Brasil?
Alex Ellis: Eu lembro o dia que eu cheguei aqui. Foi 22 de julho de 2013. Um dia marcante por dua coisas: O príncipe herdeiro, George, nasceu no RU e segundo o Galo ganhou as Libertadores. Então, dia importante. Imaginando eu descendo de avião naquele dia. Imagine alguém do cerimonial dizendo:
“Bem-vindo, embaixador. Sabe o que vai acontecer daqui a três anos e meio?”
Não sei se acreditaria nisso, não sei. Mas aconteceram coisas realmente inacreditáveis para mim.
Mas aprendi muita coisa sobre a resiliência do Brasil e do brasileiro. Eu acho que da minha geração para cima isso esses tempos já eram conhecidos. Dos anos 80, anos 90. No caso dos meus colegas mais jovens na embaixada, nos consulados, acho que foi um choque.
Entender o Brasil é complicado. Acho que vocês gostam da complexidade, penso eu.
O RU... Cada país tem suas complexidades. Eu reconheço que a negociação para sair da UE vai ser um abacaxi para descascar.
AN: Em dois anos?
AE: Em dois anos, exatamente. A pressa é grande. Existe um calendário fixado pelos próprios tratados europeus. Mas às vezes é bom. Se tiver que passar por uma incerteza é melhor passar o mais rapidamente possível (...) Por que no Brasil, às vezes, as coisas demoram. Pela própria natureza do país.
Entrevistadores
Patrícia Campos Mello - Repórter especial do Jornal Folha de S.Paulo e colunista da Folha.com
Samantha Pearson - Correspondente do Wall Street Journal no Brasil
Andresa Boni - Apresentadora do programa JC Debate, da TV Cultura
Bruna Lencioni - Editora-chege da revista América Economia Brasil
Diego Viana - Colaborador do Jornal Valor Econômico
Fonte: Roda Viva
[Visto no Brasil Acadêmico]
Roda Viva Internacional faz uma entrevista com o embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, que em janeiro retornará à Grã-Bretanha para assumir um cargo de diretor no novo ministério criado para cuidar do Brexit. Ele fala sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, a ascensão de correntes nacionalistas e isolacionistas na Europa e no mundo e as atuais relações diplomáticas da Grã-Bretanha com o Brasil, além de outros assuntos.
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Augusto Nunes (apresentador): O senhor acha mais complicado administrar a saída do Reino Unido da UE ou entender o Brasil?
Alex Ellis: Eu lembro o dia que eu cheguei aqui. Foi 22 de julho de 2013. Um dia marcante por dua coisas: O príncipe herdeiro, George, nasceu no RU e segundo o Galo ganhou as Libertadores. Então, dia importante. Imaginando eu descendo de avião naquele dia. Imagine alguém do cerimonial dizendo:
“Bem-vindo, embaixador. Sabe o que vai acontecer daqui a três anos e meio?”
O nosso PIB vai ser 8% menos do que hoje. O presidente vai ser reeleito e depois vai sofrer impeachment. E as contas do Flamengo vão estar em boa ordem.
Não sei se acreditaria nisso, não sei. Mas aconteceram coisas realmente inacreditáveis para mim.
Mas aprendi muita coisa sobre a resiliência do Brasil e do brasileiro. Eu acho que da minha geração para cima isso esses tempos já eram conhecidos. Dos anos 80, anos 90. No caso dos meus colegas mais jovens na embaixada, nos consulados, acho que foi um choque.
Entender o Brasil é complicado. Acho que vocês gostam da complexidade, penso eu.
O RU... Cada país tem suas complexidades. Eu reconheço que a negociação para sair da UE vai ser um abacaxi para descascar.
AN: Em dois anos?
AE: Em dois anos, exatamente. A pressa é grande. Existe um calendário fixado pelos próprios tratados europeus. Mas às vezes é bom. Se tiver que passar por uma incerteza é melhor passar o mais rapidamente possível (...) Por que no Brasil, às vezes, as coisas demoram. Pela própria natureza do país.
Entrevistadores
Patrícia Campos Mello - Repórter especial do Jornal Folha de S.Paulo e colunista da Folha.com
Samantha Pearson - Correspondente do Wall Street Journal no Brasil
Andresa Boni - Apresentadora do programa JC Debate, da TV Cultura
Bruna Lencioni - Editora-chege da revista América Economia Brasil
Diego Viana - Colaborador do Jornal Valor Econômico
Fonte: Roda Viva
[Visto no Brasil Acadêmico]
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