tag:blogger.com,1999:blog-30490858690985820682024-03-27T22:23:31.725-03:00Brasil AcadêmicoO blog do acadêmico descoladoWarhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.comBlogger58125tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-75987906243194253532022-01-11T20:40:00.006-03:002022-01-13T17:58:05.632-03:00O menino que atirava pedrasO dia em que os cacos ajudaram a formar um todo.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiXVV2nyI842khl0jTTxOEo0N4bd3vLzlKvQ7HHaTKAIMCZsmOpqOJhPAGQHPCEyBproSfdzBfGlZ0OaQAsR8hpi_bPSPpOg_oTZBoBKKpAEI7gJNhE3mCZAJgLCWyMjFr7Us8T--1837V1LllznZopmcCbtxCJ3zfejUicbKLS9OMbM523w6QAYfMX=s640" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="640" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiXVV2nyI842khl0jTTxOEo0N4bd3vLzlKvQ7HHaTKAIMCZsmOpqOJhPAGQHPCEyBproSfdzBfGlZ0OaQAsR8hpi_bPSPpOg_oTZBoBKKpAEI7gJNhE3mCZAJgLCWyMjFr7Us8T--1837V1LllznZopmcCbtxCJ3zfejUicbKLS9OMbM523w6QAYfMX=s320" width="320" /></a><br /><div><strike><span style="font-size: x-large;">O</span></strike> menino tinha apenas 6 anos e talvez pela primeira vez jogava uma pedra para cima. Perpendicular, com toda sua força e com a pose que décadas depois seria imortalizada por Usain Bolt.</div><div><br /></div><div>Mas ao lançar aquela pedra o menino provavelmente experimentou um barato causado por alguma diferença da irrigação sanguínea em seu cérebro devido ao movimento ou posicionamento de sua cabeça. O que importa é que algo o motivava. Jogava a pedra para cima e, como esperado, a pedra caia. E novamente jogava a pedra para cima e novamente a pedra caia. E ficava nessa vespertino jogar e cair. Jogar e cair…</div><div><br /></div><div>Talvez algum adulto transeunte vendo que aquilo ali certamente produziria algum resultado danoso, já que a pedra não era grande mas tinha potencial ofensivo e certamente cegaria se no olho acertasse, deve ter dito para o garoto não fazer aquilo. O garoto por outro lado não vendo mal algum naquela prazerosa experiência talvez parasse por alguns instantes a fim de tranquilizar a supervisão madura.</div><div><br /></div><div>O jovem atirador de rochas conseguir prosseguir com seu experimento talvez derive do fato dele apenas evitar disparar o projétil rumo ao espaço enquanto houvesse alguém passando. Era simplesmente irresistível a sensação de liberdade. O brincar de explorar novos ângulos. A visão da Pedra que diminuía à medida que subia e rapidamente aumentava sua escala aparente ao cair, sendo a colisão com o rosto facilmente evitada dando apenas um pequeno passo para o lado, era uma adrenalina incrível. </div><div><br /></div><div>Uma sensação de poder que talvez se assemelhasse com a de um dono de um cão que descobre que seu <i>pet</i> busca uma objeto qualquer por ele atirado mesclada com um sentimento de controle daquele que consegue pela primeira vez sincronizar seus movimentos ao aprender a pular corda.</div><div><br /></div><div>Sim. Havia riscos. Não aconselhamos fazer isso em casa ou em qualquer lugar. E era fácil se distrair e errar o julgamento da queda da pedra tendo ao alto o céu azul com algumas nuvens metamórficas trespassadas pelo voo de algumas poucas aves ou algum Mirage deixando um rastro de vapor.</div><div><br /></div><div>Todavia, não havia nada, nada na existência que poderia refrear ou impedir a formação daquele futuro astrônomo ou físico experimental. Exceto se os deuses da astrofísica, das ciências naturais, resolvessem intervir. E eles intervieram. Com o passar do tempo o braço do menino não mais respondia aos seus comandos mentais com a mesma precisão.</div><div><br /></div><div>Em algum momento, o ângulo de lançamento já não era mais tão próximo de 90 graus em relação ao solo e na sua agudez a pedra lançada pelo menino não mais voltara ao próxima ao ponto de partida e em seu lugar, após um barulho que parecia o choque de duas panelas de protesto, dezenas de afiados e pontiagudos cacos de vidro se lançaram na direção do menino.</div><div><br /></div><div>Por sorte ele não foi atingido mas isso não foi suficiente para aplacar o susto. Talvez era isso que temia o primeiro adulto que tenha tentado impedir aquele lançamento de pedras sem fim em frente à fachada do bloco do prédio de poucos andares e sem elevador que a família de classe média do menino habitava.</div><div><br /></div><div>O fato é que aquele desfecho não estava minimamente dentro do horizonte das previsões daquela criança e a partir daquele desmoronar da estrutura vítrea seu mundo também ruía. E naquele instante, naquele preciso ponto da história do Universo, só havia um único pensamento naquela mente inocente: Fugir às cegas qual um Emerson Fittipaldi para dentro de sua residência, que ficava a poucos metros de ser alcançada, pois se tratava de um apartamento no térreo, após vencer apenas uma escada de 4 degraus na entrada do bloco bastando em seguida entrar na primeira porta à esquerda que já estaria na segurança de sua sala de estar. E assim foi feito.</div><div><br /></div><div>Sim, as coisas fugiram totalmente do controle. Sim, fugiram. Mas, talvez, quem sabe? Com alguma sorte, se fosse dormir ou se esquecesse daquele infortúnio, inoportuno, tudo poderia voltar a ser o que era.</div><div><br /></div><div>Talvez, vá saber, e naquele tempo ele não sabia, ao contrário do que se costuma dizer da entropia, alguns daqueles cacos poderiam retroceder e voltar a ser vidraça. Talvez, qual um fenômeno não descrito da física quântica, se ninguém tivesse testemunhado o ocorrido o vitrô na verdade nem estaria sequer quebrado. Talvez, se o pequeno transgressor involuntário se convertesse para alguma religião mais milagreira, a tragédia da Rua Dona Doca estaria saneada. Se pelo menos ele soubesse orar uma oração bem poderosa…</div><div><br /></div><div>Mas não, não sabia. Sua reza mais poderosa se resumia a quatro versos: "Com Deus me deito, com Deus me levanto..." Nenhuma reza tão pequena pode ser poderosa o suficiente. Aquele menino ainda não estava a par das leis que regem a mecânica terrestre. Testemunhas havia aos montes. Por certo enquanto aquele pedregulho era disparado várias e várias vezes os funcionários de algum comércio da frente paravam seu entediante serviço e chamavam outros colegas, e até mesmo clientes, para acompanhar o desfecho daquela patuscada. Patética, por certo, mas que também remetia a um tempo em que também eles sabiam menos da vida e por isso mesmo eram mais despreocupados e experimentalistas. E isso só aumentava o interese no desfecho.</div><div><br /></div><div>E não deu outra, quando o pai daquele garoto chegou de sua labuta diária surpreendeu a própria mãe da criança já conclamando o garoto para o inquérito: </div><div><br /></div><div>– Por que é que você jogou pedra na janela do vizinho?</div><div><br /></div><div>Foi súbito. Muito violento. Normalmente quando o pai chegava do serviço era um momento alegre. Mas convido a todos a se transportarem para aquele tempo. Certamente, com os celulares de hoje, aquela aventura teria sido transmitida ao vivo para o YouTube, Instagram e Facebook em tempo real. Alguém já teria feito uma selfie com o menino ao fundo jogando a pedra para cima. Haveria vídeos dos estilhaços caindo em câmera lenta com adesivos e emojis (OMFG) ilustrando o Tik Tok de alguém.</div><div><br /></div><div>Para felicidade geral da nação, não havia tantas provas. Poucos tinham telefone. E esses eram orgulhosamente fixos, burros e firmemente presos às paredes com um fio. Eram tão caros e solenes que possuíam até cadeados cromados em seus discos numerados. Tampouco havia conselhos tutelares e a moderna pedagogia ainda estava no circuito acadêmico. Acho que não havia nem mesmo democracia. A vara de marmelo já havia sido há muito abolida mas havia as baratas e didáticas chinelas havaianas sendo vendidas sem ilustrações de Romero Brito.</div><div><br /></div><div>Por outro lado, era uma narrativa totalmente descabida. Aquela criança, àquela altura indignada, não pretendia jogar pedra na janela do vizinho. Até mesmo porque, vizinho era só quem morava do lado, no máximo no mesmo andar. Aquele estranho estava no mínimo uns três andares acima. Um alienígena. Porque alguém jogaria pedra na janela de um <i>alien</i>? Mas era evidente que aquelas horas transcorridas não deletaram o problema. Como um gato de schrödinger erguendo sua pata zumbizóide das catacumbas do esquecimento aqueles estilhaços voltavam para assombrá-la.</div><div><br /></div><div>Vendo que a morte se aproximava, sem ter asilo político nos braços da mãe que naquele momento também se sentia traída, mas querendo dizer suas últimas palavras dignas de uma efêmera existência, balbuciou sem esperança:</div><div><br /></div><div>– Eu não joguei no vizinho. Estava jogando a pedra para cima.</div><div><br /></div><div>O pai, que já esperava e lidava com algumas traquinagens sem alto poder de destruição, como alguma lição de casa que deixava de ser feita em prol de algum passatempo procrastinante, também estava curioso e queria entender o que levou àquela atitude tão fora da curva do comportamento esperado. E parece que se acalmou bastante com as argumentações apresentadas pela defesa. Mas ainda estava um pouco desconfiado e resolveu investigar mais a fundo.</div><div><br /></div><div>– Então foi sem querer? Mas por que ficar jogando pedra para cima parecendo bobo? </div><div><br /></div><div>A aparente baixa na fervura hormonal parece que motivou o menino a apresentar mais explicações, ainda que a mordida na língua dobrada, um estranho traço familiar que o garoto jamais viria a adotar, denunciava que ainda havia uma irritação residual em seu pai.</div><div><br /></div><div>– Eu estava brincando. Foi sem querer.</div><div><br /></div><div>Embora seja difícil precisar a sequência dos eventos, mas houve outra ocasião em que aquele garoto jogou, não uma pedra, mas uma lata vazia de salsichas para cima e ela veio ao encontro de sua fronte. O ocorrido foi no meio de um <i>camping </i>em Rio Quente, em uma estância hidromineral próxima a Caldas Novas. Na época, a ação não atingiu ninguém, causando um corte na testa e dor só no próprio menino. Se ocorreu antes dos acontecimentos da Rua Dona Doca é possível que algo no subconsciente paterno tenha feito uma correlação imediata que tornava plausível aquela explicação.</div><div><br /></div><div>Fato é que, estranhamente, o pai se acalmou e apenas desferiu a sentença condenatória sem qualquer possibilidade de recurso:</div><div><br /></div><div>– Então depois você vai lá pedir desculpas para o Seu Babá.</div><div><br /></div><div>Também não foi o desfecho esperado pelo menino. Geralmente ocorrências desse tipo são rapidamente resolvidas por um ou dois puxões de cabelos, de orelha, palmadas, chineladas e, dependendo da escala dos acontecimentos, umas cintadas. Muitas vezes dentro da masmorra do banheiro, quando a falta era para expulsão, para que os berros de desespero não chegassem aos ouvidos dos vizinhos ou dos alienígenas, sempre atentos à vida alheia . E nesses momentos de intimidade e intimidação até a mangueirinha do chuveiro poderia se tornar um objeto disciplinador. Pois esses pobres pais daquela geração não podiam mais usar a vara de marmelo ou a palmatória. E exatamente por isso saíam improvisando com a calma de quem estava perto de ter um AVC. </div><div><br /></div><div>Não que o menino de seis anos já tivesse passado por aqueles casos extremos de inquisição. Mas já devia ter ouvido o barata-voa com algum irmão mais velho, o que só prova que as sessões reparadoras de comportamento nos lavabos não eram tão isoladas acusticamente como se imaginava. De toda forma, aquela agonia estava durando mais que qualquer outra punição já sofrida.</div><div><br /></div><div>Sei que alguns devem estar sorrindo nesse momento. Certamente aqueles que farão companhia ao João de Deus no pós-vida estão. Outros devem estar julgando aqueles pais mas provavelmente serão julgados no futuro como monstros pelas escolhas que fizeram na educação dos filhos, no excesso de limites, ou na falta deles, ou pelos filhos que deixaram de ter ou mesmo por tê-los tão tarde. Mas nenhuma culpa ou neurose que alguma pílula fabricada na apoteose da era da singularidade tecnológica não venha suavizar. Mas deixemos o devaneio.</div><div><br /></div><div>Voltando ao cerne da história, o protagonista-mirim já estava quase, eu disse apenas quase, preferindo o castigo físico. Como iria olhar nos olhos de Babá? Aquele velho calvo, aduncirrostro – ainda sem suspeitar que um dia seria ele, o garoto, o velho calvo – e assumir a culpa daquele incidente que ele próprio, horas antes, já havia esquecido? Seu Babá era quase um desconhecido mas cruzava a vida daquele infante com frequência incômoda. </div><div><br /></div><div>Tinha um carro exatamente igual a de seu pai, uma Belina branca. Tão igual que o menino sempre ficava na dúvida se quem entrava na garagem do prédio ao final do dia era Babá ou seu pai. Tão igual que seu pai certa vez entrou nela sem querer – e nesse dia descobrimos que as chaves da Ford poderiam abrir carros do mesmo modelo – e só descobriu o equívoco após várias tentativas de dar a partida, em vão, e de perceberem a falta de uma Pantera Cor-de-Rosa que deveria estar dependurada no espelho retrovisor central. Também acho que Seu Babá nunca soube daquela invasão de propriedade particular. Por que ele deveria ser o primeiro da família a se desculpar com Seu Babá?</div><div><br /></div><div>Mas assim foi feito. Ainda que na execução da pena o menino não tenha conseguido olhar nos olhos de Seu Babá por mais que alguns milésimos de segundo, suas sinceras desculpas foram pedidas e as devidas explicações foram dadas. Surpreendentemente, aquele senhor fora muito compreensível e na presença do pai do menino a dívida foi perdoada. Nem sequer o conserto da janela foi cobrado. E dessa forma, o recado foi dado e lições foram aprendidas. Posso até dizer que aquela confusão toda agregou muito na formação moral daquele jovem e que aquele episódio teve um final feliz.</div>
<br /><span style="font-size: xx-small;">Alexandre Gomes - 2022<br /><br />
Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-80184558521421434532020-08-08T14:09:00.000-03:002020-08-08T15:08:39.063-03:00Palavras invisíveis revelam o plano dos autores para contar históriasO que há de comum em um romance e em um roteiro de um filme de aventura? Palavras comuns revelam o projeto de uma história e os estudiosos agora parecem ter descoberto como essas palavras podem compor uma estrutura básica para todos os textos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt0bXNY41AuViCVF9KUY5Lc84jO2FCgYBLNnxQyo2PD3zZtBFSq0Fo2a0RRGbNIzM7_CtyIGHlKh95D4nHSEX-K-CNDU7_ixJhyI3MvoOliu3pH69tS5vsn4-W-X94iKIyT2Eh8KsJwlE/s1600/analiseTexto.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="386" data-original-width="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt0bXNY41AuViCVF9KUY5Lc84jO2FCgYBLNnxQyo2PD3zZtBFSq0Fo2a0RRGbNIzM7_CtyIGHlKh95D4nHSEX-K-CNDU7_ixJhyI3MvoOliu3pH69tS5vsn4-W-X94iKIyT2Eh8KsJwlE/s1600/analiseTexto.png" /></a></div>
<a name='more'></a> <br />
Acadêmicos de várias disciplinas há muito discutem se existe uma estrutura comum por trás da narrativa. Agora, uma pesquisa da Universidade do Texas, submeteu cerca de 40.000 narrativas tradicionais (como romances e roteiros de filmes) e cerca de 20.000 narrativas não tradicionais (relatórios científicos em jornais, discursos do TED e opiniões da Suprema Corte) a uma análise de linguagem usando métodos computacionais. Ao menos em inglês (idioma dos textos analisados) nas narrativas tradicionais uma estrutura básica consistente da história emerge revelando três processos principais: encenação, desenvolvimento da história e tensão cognitiva.<br />
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1. <b>Encenação</b>: as histórias começam com muitas preposições e artigos como "um" e "o" (“a”,“the” em inglês). Por exemplo:<br />
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<blockquote class="tr_bq">
“<u>A</u> casa ficava próxima a<u>o</u> lago, abaixo de <u>um</u> penhasco.”</blockquote>
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Essas palavras ajudam os autores a definir o cenário e transmitir as informações mais básicas de que o público precisa para entender conceitos e relacionamentos ao longo da história.<br />
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2. <b>Progressão do enredo</b>: Uma vez que o palco está montado, os autores incorporam mais e mais linguagem interacional, incluindo verbos auxiliares, advérbios e pronomes. Por exemplo:<br />
<blockquote class="tr_bq">
“Eu estou com eles agora e ela está lá. Volto em breve.”</blockquote>
Embora existam menos de <b>200 palavras funcionais</b> comumente usadas em inglês, elas respondem por <b>50 a 60%</b> de todas as palavras que leem, dizem, escrevem ou ouvem naquele idioma.<br />
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3. <b>Tensão cognitiva</b>: À medida que uma história avança em direção ao seu clímax, as palavras de processamento cognitivo aumentam - palavras do tipo ação, como “pensar” (“think”), “acreditar” (“believe”), “compreender” (“understand”) e “causar” (“cause”), que refletem o processo de pensamento de uma pessoa enquanto trabalhando através de um conflito.<br />
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Esse padrão linguístico combinado nas histórias pode refletir como os humanos processam as informações de maneira ideal, disseram os pesquisadores. Estudos anteriores mostraram que crianças pequenas podem facilmente atribuir nomes a pessoas e coisas; atribuir ação, no entanto, mostra-se mais difícil.<br />
<blockquote>
“Se quisermos nos conectar com um público, temos que avaliar quais informações eles precisam, mas ainda não têm.(...) No nível mais fundamental, os humanos precisam de uma enxurrada de 'linguagem lógica' no início de uma história para dar sentido a ela, seguido por um fluxo crescente de informações de 'ação' para transmitir o enredo real da história.”<br />
<b>Prof. Ryan Boyd</b>. Ex-aluno da UT Austin e professor assistente de análise comportamental na Universidade Lancaster</blockquote>
Os pesquisadores também compararam a estrutura de história fictícia de mais de <b>30.000</b> textos factuais, incluindo <b>28.664</b> artigos do New York Times, <b>2.226</b> TED Talks e <b>1.580</b> opiniões da Suprema Corte. Embora muitos compartilhassem semelhanças marcantes, cada gênero tinha estruturas únicas que refletiam as diferentes relações entre os autores e seu público.<br />
<br />
A pesquisa publicada no periódico <a href="https://advances.sciencemag.org/content/6/32/eaba2196" target="_blank" title="Acesse Science Advances">Science Advances</a> concluiu que não houve evidências indicando que a adesão às estruturas normativas da história estava relacionada à popularidade da história. E também que a análise de textos baseados em fatos revelou estruturas que diferiam das narrativas baseadas em histórias fictícias.<br />
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Fica aí uma sugestão de agenda para pesquisadores brasileiros confirmarem se tais estruturas se repetem em textos em português.<br />
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<span style="font-size: xx-small;">Fonte: <a href="https://www.sciencedaily.com/releases/2020/08/200807153641.htm" target="_blank" title="Acesse Science Daily">Science Daily</a>, <a href="https://advances.sciencemag.org/content/6/32/eaba2196" target="_blank" title="Acesse Science Advances">Science Advances</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-75564437945333651722020-02-12T11:30:00.001-03:002020-02-13T01:47:10.741-03:00Dicionário Analógico OnlineDicionários analógicos ou dicionários de ideias afins são dicionários que reúnem palavras semelhantes, também conhecidas como palavras análogas. Veja onde você pode achar um dicionário analógico online.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj34anD_jkZapKbVg8ptMkO10G7oTbZarVPnfqkAG4vaYANDzjhfCrZlDUkwlRsJB1dZDYlZFjQvekdOqCcjGlOF_ThuRnhmCQAJ8CBPPLhigFUunVQ1TEKZd6_nVyauzhfFt3ydmc6c4/s1600/dicanalogico.jpg" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj34anD_jkZapKbVg8ptMkO10G7oTbZarVPnfqkAG4vaYANDzjhfCrZlDUkwlRsJB1dZDYlZFjQvekdOqCcjGlOF_ThuRnhmCQAJ8CBPPLhigFUunVQ1TEKZd6_nVyauzhfFt3ydmc6c4/s1600/dicanalogico.jpg" /></a><br />
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<a name='more'></a><br />
Dicionário analógico ou dicionário de ideias afins, também conhecido como thesaurus, é um recurso usado por escritores, autores de obras escritas como jornalistas, blogueiros ou mesmo pesquisadores que precisam ampliar as palavras-chave para realizar pesquisas, ou qualquer filomático que deseja incrementar seu vocabulário.<br />
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Embora haja alguns livros que tratam do assunto não são muitos os recursos online disponível para o português. O que não é a realidade de outros idiomas como o inglês. Assim, quando for necessário fazer uma averiguação desse tipo, além de usar alguns poucos sites com essa finalidade é recomendado se valer de outras estratégias para esse propósito.<br />
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Relacionamos a seguir alguns sites que venham a atingir esse desiderato.<br />
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📖 <a href="http://www.aulete.com.br/analogico/" target="_blank"><b>Dicionário Analógico</b></a></div>
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(Escolha do editor) Ferramenta online mantida pela Lexikon Editora.</div>
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Para consultar o Dicionário Analógico, ➊ digite o termo para o qual procura ideias semelhantes. Se encontrado, será mostrado um gráfico com temas orbitando a palavra procurada. Esse gráfico dará uma ideia das acepções do vocábulo central e você poderá optar por qualquer deles ➋ clicando sobre um tema.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDcnjRkFZZ9Wyas3YKP5dR1yO1vsUuywi8eIe6Bq0NBACQu88zspXTmlC0GCofE4hmcj1v-k8IHsFUV-WknURcyCmHS3PpWjUJCfXFztKAB4HvNIs-uWdvXBVET8MuJfmxxbWgKW8gxQ/s1600/analogico01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="447" data-original-width="640" height="278" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDcnjRkFZZ9Wyas3YKP5dR1yO1vsUuywi8eIe6Bq0NBACQu88zspXTmlC0GCofE4hmcj1v-k8IHsFUV-WknURcyCmHS3PpWjUJCfXFztKAB4HvNIs-uWdvXBVET8MuJfmxxbWgKW8gxQ/s400/analogico01.jpg" width="400" /></a></div>
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Em seguida, será mostrada uma lista de palavras e expressões correlatas categorizadas pela classe gramatical (substantivo, adjetivo, verbo, etc). ➌ Ao clicar sobre elas você poderá ainda ver seu significado no Dicionário Aulete online. Contendo mais de 818 mil entradas lexicográficas.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCq3Zr06wK_d59kmQ3_y8iRs5SUwLdLPKqWuFuPc65tlgfKP6eCbYUf4b_YqR-GlCTwhggHqbZM_UKGuG2OoCESSGnXBM1a_XZsInXXhurtQi_5CaO4XoPOykLgtWnjTqypYOCvNbH8g/s1600/analogico02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="1005" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCq3Zr06wK_d59kmQ3_y8iRs5SUwLdLPKqWuFuPc65tlgfKP6eCbYUf4b_YqR-GlCTwhggHqbZM_UKGuG2OoCESSGnXBM1a_XZsInXXhurtQi_5CaO4XoPOykLgtWnjTqypYOCvNbH8g/s640/analogico02.jpg" width="640" /></a></div>
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📖 <a href="https://dicionariocriativo.com.br/saiba-mais" target="_blank"><b>Dicionário Criativo</b></a><br />
Dicionário de analogias da internet, relacionando conceitos, palavras, locuções, expressões, provérbios, citações e imagens por domínios conceituais.<br />
<br /></div>
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📖 <a href="http://www.codeorama.com/semantica/" target="_blank"><b>Dicionário de Semântica/ Dicionário de Ideias</b></a></div>
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Uma coletânea mais restrita a grandes temas. Mas confrontando o sentido contrário de cada um deles (Todo X Parte, Beleza X Fealdade, Vida X Morte, etc).</div>
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📖 <a href="http://www.editoraibep.com.br/oficinadeescritores/IdeiasAfins/" target="_blank"><b>Pequeno Dicionário de Ideias Afins</b></a></div>
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Pensado para escritores, esse despretensioso dicionário analógico agrupa as palavras de acordo com a área de significado comum.<br />
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📖 <a href="https://synonyms.reverso.net/dicionario-sinonimos/" target="_blank"><b>Reverso Synonyms</b></a><br />
Dicionário baseado na análise de milhões de textos com uma larga variedade de línguas, incluindo português de Portugal. As palavras mais apropriadas são selecionadas utilizando inteligência artificial.</div>
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📖 <a href="https://sites.google.com/site/thesaurusdalinguaportuguesa/" target="_blank"><b>Thesaurus da Língua Portuguesa</b></a></div>
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Iniciativa independente do internauta Valdir Jorge. </div>
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Dicionário é uma obra, livro, meio eletrônico ou outro suporte que possui uma compilação que contém as palavras de uma língua, apresentando seu significado, utilização, etimologia, sinônimos, antônimos ou com a tradução para outra língua.<br />
<br />
Há quatro tipos de dicionários:<br />
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➯ Dicionário de <b>definição</b>;<br />
Esse é o tipo que explica o significado ou os vários significados que uma palavra pode assumir de acordo com o contexto em que é empregada. Esse são representados pelos mais conhecidos dicionários da língua portuguesa como o "Aurélio", "Hoaiss", "Aulete", etc. Mas essa conhecidas obras também podem trazer características dos demais tipos, como sinonímia e etmologia.<br />
<br />
➯ Dicionário de <b>sinônimos</b>;<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFmn6j0ljKny7XOvbdrtd2FmLqWVY_HgvSsuyxACQuj-vURfufBTvhzLnT0UeAr0SPCoB_4vbR7nxMjKR1qmCwqe6c0D_-n6Ha9X2KnGyUescC7AUj5V7dQsAzvuwsRcMVKNgItnh-kb4/s1600/TripaliumCropped.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="838" data-original-width="613" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFmn6j0ljKny7XOvbdrtd2FmLqWVY_HgvSsuyxACQuj-vURfufBTvhzLnT0UeAr0SPCoB_4vbR7nxMjKR1qmCwqe6c0D_-n6Ha9X2KnGyUescC7AUj5V7dQsAzvuwsRcMVKNgItnh-kb4/s200/TripaliumCropped.png" width="146" /></a>Um dicionário de sinônimos mostra o significado específico de cada uma dessas palavras, orientando seu uso. Sinônimo é a unidade significativa da língua que tem significado idêntico ou muito semelhante ao de outras. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro, reto e íntegro<br />
<br />
➯ Dicionário <b>etimológico</b>;<br />
Tipo que registra a origem e a história de uma palavra. Exemplo:<br />
<b>Trabalho </b>– A palavra trabalho vem do latim tripalium , termo formado pela junção dos elementos tri , que significa “três”, e palum , que quer dizer “madeira”.<br />
<i>Tripalium</i> era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas e que era comum em tempos remotos na região europeia. (...) Só no século XIV começou a ter o sentido genérico que hoje lhe atribuímos, qual seja, o de "aplicação das forças e faculdades (talentos, habilidades) humanas para alcançar um determinado fim".<br />
<br />
Desse modo, originalmente, "trabalhar" significava “ser torturado”.<br />
<br />
➯ Dicionário <b>analógico </b>(de ideias afins).<br />
Dicionário que agrupa palavras que apresentam entre si uma analogia, uma semelhança. Por exemplo, "início" e "semente" não são sinônimos mas carregam uma ideia de "origem", "princípio", "começo". Um dicionário analógico provavelmente trará também sinônimos. Mas vai muito mais além.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fonte: <a href="https://ibep-nacional.com.br/oficinadeescritores//IdeiasAfins/instrucoes/oque.html" target="_blank">Pequeno Dicionário de Ideias Afins</a>, Wikipedia, <a href="https://www.dicionarioetimologico.com.br/trabalho/" target="_blank">Dicionário Etimológico</a></span><br />
<span style="font-size: xx-small;">[Visto no </span><a href="http://blog.brasilacademico.com/" style="font-size: x-small;">Brasil Acadêmico</a><span style="font-size: xx-small;">]</span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-43580410198637019082019-10-10T18:51:00.001-03:002019-10-10T18:51:25.174-03:00Por que você deveria ler a "Eneida" de Virgílio"A mente move a matéria." Virgílio, Eneida, Livro IV. Em 19 A.C., o poeta romano, Virgílio, sofreu uma insolação e morreu em sua jornada de volta à Itália. No seu leito de morte, ele lembrou do manuscrito que escrevera por mais de dez anos, um poema épico chamado "Eneida". Insatisfeito com a versão final, ele pediu a seus amigos que queimassem o poema. Mas eles se recusaram, e logo após a morte de Virgílio, Augusto ordenou que o poema fosse publicado. Por quê? Mark Robinson explica.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh30xEWjPPB1fJQZ0IgF5lUPzyeopkKaVgk7sgAlaHyH6hzNNBB8LbuxItse29cj2ZjfIbETcQIqqjEdm-QvQzdz6B3TQRB7EozNSgDPG89k1sBglkPaDAI7YNOljV4FY8Vv4x3PK1Sjc/s1600/eneida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh30xEWjPPB1fJQZ0IgF5lUPzyeopkKaVgk7sgAlaHyH6hzNNBB8LbuxItse29cj2ZjfIbETcQIqqjEdm-QvQzdz6B3TQRB7EozNSgDPG89k1sBglkPaDAI7YNOljV4FY8Vv4x3PK1Sjc/s1600/eneida.jpg" /></a></div>
<a name='more'></a><br />
Em 19 A.C., o poeta romano Virgílio viajava da Grécia para Roma com o imperador, Augusto. No caminho, ele parou para visitar pontos turísticos em Mégara, na Grécia. Por ter ficado muito sob o sol, ele sofreu uma insolação e morreu na jornada de volta à Itália. No leito de morte, Virgílio lembrou do manuscrito que escrevera por mais de dez anos, um poema épico que chamara de "Eneida". Insatisfeito com a última versão do poema, ele pediu a seus amigos que o queimassem, mas eles se recusaram.<br />
<br />
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/p4mbk59rbjE" width="560"></iframe><br />
<br />
Após a morte de Virgílio, Augusto ordenou a publicação do poema.<br />
<br />
Por que Augusto estava tão interessado em salvar o poema de Virgílio? Os romanos não tinham tradição em produzir literatura séria, e Virgílio queria um poema que competisse com a "Ilíada" e a "Odisseia" da Grécia Antiga.<br />
<br />
A "Eneida" é um poema de <b>9.896</b> versos, dividido em <b>12</b> seções, ou livros.<br />
<br />
Os seis primeiros refletem a estrutura da "Odisseia" e os últimos seis ecoam a "Ilíada".<br />
<br />
Assim como os épicos gregos, a "Eneida" foi escrita inteiramente em hexâmetro datílico.<br />
<br />
Nessa métrica, cada linha tem seis grupos silábicos chamados de "pés", feitos de datílicos, grupos de uma sílaba longa e duas curtas, e espondeus, grupos de duas sílabas longas.<br />
<br />
Assim, o famoso verso inicial, no original em latim, lê-se: "Arma virumque cano", que pode ser traduzido como: "Eu canto as armas e o varão".<br />
<br />
As "armas" são as batalhas e as guerras, uma referência à "Ilíada", e o "varão" é o herói, Eneias.<br />
<br />
Para entender a "Eneida", é necessário examinar a natureza agitada da política romana na segunda metade do século <b>1</b> A.C.<br />
<br />
Em <b>49</b> A.C., Júlio César, o tio-avô de Augusto, desencadeou quase <b>20</b> anos de guerra civil ao liderar seu exército contra a República Romana.<br />
<br />
Depois de introduzir uma ditadura, ele foi assassinado.<br />
<br />
Só depois da vitória de Augusto sobre Marco Antônio e Cleópatra, em <b>31</b> A.C., a paz retornou à Roma, e Augusto se tornou o imperador.<br />
<br />
Virgílio desejava capturar o sentido de uma nova era e dos grandes sacrifícios que os romanos sofreram.<br />
<br />
Ele queria dar aos romanos uma nova visão sobre suas origens, seu passado e seu potencial.<br />
<br />
Ao conectar a fundação de Roma com as histórias mitológicas que seu público conhecia bem, Virgílio conseguiu conectar seu herói, Eneias, à pessoa de Augusto.<br />
<br />
No poema, Eneias está numa missão para constituir um novo lar para seu povo.<br />
<br />
Nesse dever, ou "pietas", como os romanos diziam, Eneias deve passar por vários obstáculos.<br />
<br />
Ele encara a morte nas ruínas de Troia. Sofre com o amor ao conhecer a linda rainha de Cartago, a Dido.<br />
<br />
E num dos versos mais expressivos em toda a literatura antiga, ele deve descer ao mundo dos mortos.<br />
<br />
Acima de tudo, ele precisa lutar por uma pátria para seu povo, perto da futura Roma.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
Virgílio apresenta Eneias como um modelo de Augusto, o que talvez explique por que o imperador desejava tanto salvar o poema da destruição. Mas Virgílio não parou por aí.</blockquote>
<br />
Em algumas partes, Eneias tem premonições sobre o futuro de Roma e de Augusto.<br />
<br />
Virgílio apresenta Augusto como um conquistador, entrando em Roma em triunfo e expandindo o Império Romano.<br />
<br />
Mais importante, ele elogia o imperador por ser o terceiro líder, em <b>700</b> anos, a fechar as portas do Templo de Jano, o que significava a chegada de uma paz perpétua. Mas há uma reviravolta.<br />
<br />
Virgílio apenas leu para Augusto três trechos escolhidos da história, e isso foi tudo o que Augusto soube do poema.<br />
<br />
Outros trechos podem ser lidos como críticos, se não discretamente subversivos, às conquistas do imperador.<br />
<br />
Eneias, que era um modelo de Augusto, luta com suas obrigações e, muitas vezes, parece um herói relutante.<br />
<br />
Ele nem sempre se comporta como um bom líder romano deveria. Ele tem dificuldades em equilibrar piedade e justiça.<br />
<br />
No fim, o leitor se pergunta sobre o futuro de Roma e sobre o novo governo de Augusto.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
Talvez, ao querer publicar o poema, Augusto tenha sido enganado por seu desejo de autopromoção.</blockquote>
<br />
Por causa disso, o poema de Virgílio pôde viver até hoje para questionar a natureza do poder e da autoridade.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte:<br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-67106347547425637082019-05-15T01:04:00.001-03:002019-05-15T01:08:43.079-03:00Por que ler Fahrenheit 451?Iseult Gillespie examina o que torna este romance distópico um clássico da literatura.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuuGin-NtnCUoWHzxQNeAhQLvE00Ho90mV09NfCTIWRqZsk3MU-ptJ_ZOs9jSTlrSjqLB7muxaWozSlWRlNq9ejK4oDSXyegCo9l1SluepQRuRvfyCrA0jesxWK-TPTwx5QICxfPTun-0/s1600/farenheit451.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuuGin-NtnCUoWHzxQNeAhQLvE00Ho90mV09NfCTIWRqZsk3MU-ptJ_ZOs9jSTlrSjqLB7muxaWozSlWRlNq9ejK4oDSXyegCo9l1SluepQRuRvfyCrA0jesxWK-TPTwx5QICxfPTun-0/s1600/farenheit451.jpg" data-original-width="640" data-original-height="360" /></a></div><a name='more'></a><br />
O romance de Ray Bradbury imagina um mundo onde é proibido ter livros ou lê-los. O protagonista, Montag, é um bombeiro responsável por destruir os que restam. A história coloca a questão: como podemos preservar o nosso espírito numa sociedade em que a vontade, a liberdade de expressão e a curiosidade são destruídas pelo fogo?<br />
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<div style="max-width:854px"><div style="position:relative;height:0;padding-bottom:56.25%"><iframe src="https://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/iseult_gillespie_why_should_you_read_fahrenheit_451" width="854" height="480" style="position:absolute;left:0;top:0;width:100%;height:100%" frameborder="0" scrolling="no" allowfullscreen></iframe></div></div><br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">“Queimar era um prazer. Era um prazer especial ver as coisas serem devoradas, ver as coisas serem enegrecidas e alteradas.” </blockquote><br />
"Fahrenheit 451" começa em um incêndio feliz e, em breve, descobrimos o que está sendo totalmente destruído. <br />
<br />
O romance de Ray Bradbury imagina um mundo onde livros são banidos de todas as áreas da vida, e a posse, muito menos a leitura deles, é proibida. O protagonista, Montag, é um bombeiro responsável por destruir o que resta. Mas, à medida que seu prazer dá lugar a dúvidas, a história levanta questões críticas sobre como preservar a mente de uma pessoa numa sociedade em que o livre-arbítrio, a autoexpressão e a curiosidade estão sendo atacados. <br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">No mundo de Montag, a mídia de massa detém o monopólio da informação, apagando quase toda a capacidade de pensamento independente.</blockquote><br />
No metrô, anúncios saem das paredes. Em casa, a esposa de Montag, Mildred, escuta o rádio o tempo todo, e três das paredes da sala estão cobertas de telas. No trabalho, o cheiro de querosene paira sobre os colegas de Montag, que fumam e ajustam seu cão mecânico ao encalço de ratos para passar o tempo. <br />
<br />
Quando soa o alarme, eles surgem em veículos em forma de salamandra, às vezes para queimar bibliotecas inteiras até o chão. Mas, conforme ele incendeia os livros dia a dia como "borboletas negras", a mente de Montag vagueia de vez em quando para o contrabando escondido em sua casa. Aos poucos, ele começa a questionar a base de seu trabalho. Montag percebe que sempre se sentiu inquieto, mas faltavam as palavras descritivas para expressar seus sentimentos numa sociedade em que até mesmo proferir a frase “era uma vez” podia ser fatal. <br />
<br />
"Fahrenheit 451" retrata um mundo governado pela vigilância, robótica e realidade virtual, uma visão que se mostrou notavelmente presciente, mas também falou às preocupações da época. O romance foi publicado em 1953, no auge da Guerra Fria. Essa época despertou paranoia e medo generalizados em toda a terra natal de Bradbury, os Estados Unidos, intensificados pela supressão de informações e investigações brutais do governo. <br />
<br />
Em particular, essa mentalidade de caça às bruxas visava artistas e escritores suspeitos de tendências comunistas. Bradbury ficou assustado com essa repressão cultural. <br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Ele acreditava que isso criava um perigoso precedente para mais censura, e foi lembrado da destruição da Biblioteca de Alexandria e da queima de livros dos regimes fascistas.</blockquote><br />
Ele explorou essas conexões assustadoras em "Fahrenheit 451", que tem esse título por causa da temperatura da queima do papel. A precisão dessa temperatura tem sido questionada, mas isso não diminui a posição do romance como uma obra-prima da ficção distópica. A ficção distópica como gênero intensifica as características perturbadoras do mundo ao nosso redor e imagina as consequências de levá-las ao extremo. <br />
<br />
Em muitas histórias distópicas, o governo impõe restrições a indivíduos relutantes. Mas, em "Fahrenheit 451", Montag descobre que a apatia das massas deu origem ao atual regime. O governo simplesmente aproveitou períodos curtos de atenção e o apetite por entretenimento tedioso, reduzindo a circulação de ideias a cinzas. <br />
<br />
Enquanto a cultura desaparece, a imaginação e a autoexpressão continuam. Até a maneira que as pessoas falam está em curto-circuito, como quando o chefe de Montag, Capitão Beatty, descreve a aceleração da cultura de massa: "Acelere o filme, Montag. Rápido. Clique? Pegue? Olhe. Olho. Agora. Filme. Aqui. Ali. Rápido. Ritmo. Cima. Baixo. Dentro. Fora. Por quê? Como? Quem? O quê? Onde? O quê? O quê! Bam! Chuac! Tum. Blin. Blom. Bum! Compilação compila. Compilação, compilação compila. Política? Uma coluna, duas frases, uma manchete! Então, em pleno ar, tudo desaparece!" Neste mundo estéril, Montag aprende como é difícil resistir quando não há mais nada a se agarrar. De modo geral, "Fahrenheit 451" é um retrato do pensamento independente à beira da extinção e uma parábola sobre uma sociedade cúmplice em sua própria combustão.<br />
<br />
Lição de Iseult Gillespie, realização de Anton Bogaty.<br />
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<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: TED<br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-3678103110800440602017-12-18T11:04:00.001-02:002017-12-18T12:14:39.534-02:00Reflexos: O espelho malditoUm espelho amaldiçoado que incute ideias mortais na mente de quem nele se vê refletido. Qual será a chave por trás desse terrível mistério?<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJN3rBSARLFoPayXFXDWIiE6EWZUVUFrJEI3ZYWiOW_Ji0QMzn_H1oMemA7GDxerYhDWTK0ldDhYx7zy_iHcz6Z6DsqBseLRbdWbv4sNgEZTD7oqLFVR5Uxj9tKSbW6DiW2WUxz3GgUMM/s1600/reflexos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="428" data-original-width="640" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJN3rBSARLFoPayXFXDWIiE6EWZUVUFrJEI3ZYWiOW_Ji0QMzn_H1oMemA7GDxerYhDWTK0ldDhYx7zy_iHcz6Z6DsqBseLRbdWbv4sNgEZTD7oqLFVR5Uxj9tKSbW6DiW2WUxz3GgUMM/s320/reflexos.jpg" width="320" /></a></div><a name='more'></a><br />
O autor Saldy Andrews, após esgotar seu primeiro livro “Davi no Divã”, publicado em 2008, onde descrevia um interesse de Freud pela figura bíblica, aventura-se pelo gênero do terror e deverá agradar os amantes do inexplicável.😱<br />
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É também um resgate ao estilo clássico de suspense com realismo fantástico, Andrews desenvolve uma trama com espelhos mágicos e a temática dos sete pecados capitais.<br />
<br />
Aqui nada de sustos fáceis e gratuitos, os elementos psicológicos mais profundos compõem a matéria-prima da inspiração do autor. Deles brotaram um roteiro que você não vai poder ler para seus filhos pequenos😓. Lídia, uma adolescente com obesidade mórbida, encontra um espelho antigo no sótão de sua casa. Após se ver refletida nele, desenvolve uma estranha ideia fixa: que se parasse de comer sobraria mais espaço em seu estômago para que, quando voltasse a comer, pudesse fartar o quanto desejasse. Só que essa estranha forma de anorexia acaba matando Lídia de inanição.💀<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Foi ao banheiro. Engraçado, fazia dois dias que não ia e não tinha percebido. Saiu a urina – pouca e escura. Pensou: agora estou mijando coca-cola. Passou a mão na pele, sentiu-a seca e repuxada. A boca completamente seca. De relance, viu o duende na janela do banheiro. Maldito! É você que fica colocando ideias absurdas na minha cabeça! Não quero saber de você, quero comer, comer e comer. E vou comer o mais que tudo, vou comer como nunca antes! Vou comer o que quiser e o quanto quiser. Quer saber? Você nunca viu alguém comer tanto assim. Comer e depois comer mais. E você vai ficar me olhando, eu mesma, nua e gorda, gorda e gorda, na sua frente. (Trecho do capítulo Lídia)</blockquote><br />
Seu irmão, Eduardo, um adolescente preguiçoso notório, se vê no espelho e tem um impulso irresistível: fazer o máximo possível de exercícios, em um dia, de modo que pudesse ficar sem fazer nada pelo resto da vida. Acaba vitimado pelo excesso de esforço.💪 O motorista da família também se vê no espelho. Avarento, passa a crer que conseguiria multiplicar seus bens se desse tudo o que tinha. Acaba encontrando um fim trágico nas mãos de um traficante de drogas.💊 E assim, todos que cercam aquela família e tem sua imagem virtual capturada pelo maligno artefato de estética, acabam tragados pela maldição.<br />
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😵NÃO LEIA SE VOCÊ FOR FACILMENTE SUGESTIONÁVEL e tiver cometido algum dos sete pecados capitais! Ao abrir o livro fui surpreendido com um capítulo com meu nome... Muito estranho! 😬<br />
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Fora do mundo da literatura, Saldy Andrews é André Rehbein Sathler que possui formação em economia 💲 e filosofia 🦉, e teve uma trajetória profissional universitária.🎓 É ainda docente em um curso de mestrado e também analista legislativo na Câmara dos Deputados. Esse trânsito em várias áreas do conhecimento – ele também possui um mestrado em Informática💻 pela PUC-Campinas em seu currículo – parece facilitar as referências nas diversas áreas do conhecimento.<br />
<br />
Para além dos enriquecimento cultural que poderá ser coletado de Reflexos, é fácil constatar que Saldy Andrews é também um hábil contador de histórias.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Marcela estava de plantão no pronto-socorro quando a ambulância chegou tocando a sirene. Acostumou-se a antecipar a gravidade dos casos pela forma como os paramédicos desciam os pacientes e empurravam as macas. Aproximou-se rapidamente e passou ao protocolo operacional padrão, enquanto se dirigiam às pressas para o centro cirúrgico. − Politraumatizado, com amputação proximal de ambos os punhos. Consciência obnubilada, sem resposta verbal. Instabilidade hemodinâmica grave – falou o enfermeiro que abria caminho. (Trecho do capítulo Alexandre)</blockquote><br />
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<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://amzn.to/2kFPY7u" target="_blank">Amazon</a>, <a href="http://www2.camara.leg.br/a-camara/cursos/posgraduacao/mestrado/corpo-docente/linha-3-politica-institucional-do-poder-legislativo" target="_blank">Câmara dos Deputados</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-48429056936471607412017-07-19T22:05:00.002-03:002017-07-20T07:26:44.885-03:00Lindas Histórias Recontadas: Branca de Neve - parte IIEm verdade, em verdade vos digo: A rainha enfurecida tentou estilhaçar o espelho que, sendo mágico, satisfez-lhe o primeiro ímpeto no intento de acalmá-la; de conduzi-la a se recompor, a recuperar a razão.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZCDQa7c4bS9tsxDC-fxl9W47aojJF56Nu_CZlmcCBBRaZHpowDTPMGz4eu3V9hmoLl_hyphenhyphenJpe37oas7YogQyev81zpohYcBawGYzE4jFm7WReyaMEl5BsiYWpp-_ULrVgUlU9UzVAKMkg/s1600/brancadeneve2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZCDQa7c4bS9tsxDC-fxl9W47aojJF56Nu_CZlmcCBBRaZHpowDTPMGz4eu3V9hmoLl_hyphenhyphenJpe37oas7YogQyev81zpohYcBawGYzE4jFm7WReyaMEl5BsiYWpp-_ULrVgUlU9UzVAKMkg/s320/brancadeneve2.jpg" width="268" /></a></div><a name='more'></a><br />
A miríade de fragmentos não aconteceu realmente, não mais foi que uma ilusão para chocar a rainha e refazê-la em seu psicológico.<br />
Recobrada a dita razão, logo veio um profundo arrependimento pela perda do amigo, do fã ardoroso, do incentivador perene. O pranto quase veio aos olhos da bela rainha. Quis de volta o conselheiro, o mais famoso espelho de todos os tempos em todo o mundo. O espelho então, mágico que era, voltou a brilhar no seu lugar de sempre refletindo as imagens, ora recatadas, ora adornadas apenas pela toalha que deslizando pelo corpo deixava à mostra, por partes, uma nudez que nunca era total, mas que com memória e imaginação acabava, como num quebra cabeças, compondo-se e revelando o todo. Paciente e atento, ia cada vez mais colhendo imagens e se escravizando naquele amor algo platônico e, a um só tempo, real.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Enfim, ali estava o espelho. Aqui estava a rainha e, num bosque não muito longe dali estava Branca de Neve, leve e solta, inculta e bela como a última flor do lácio.</blockquote><br />
- Espelho, espelho meu, onde é mesmo que mora essa ninfeta tão maravilhosa?<br />
- Na Floresta Negra minha rainha. Habita a morada de uns anõezinhos mineradores que lhe deram guarida naquela vez em um caçador deveria tê-la eliminado mas não, condoeu-se da frágil criança e a deixou ir-se floresta a dentro, tendo quase a certeza de que ela não sobreviveria aos rigores e perigos da floresta.<br />
- E o coração que comi pensando ser o dela, será possível tão torpe farsa?<br />
- Era de um cervo (termo politicamente correto).<br />
<br />
Maldito caçador, pensou a rainha que mesmo irada e decepcionada, não deixava de ser linda. Primeiro vou cuidar da branca como a neve, rubra como uma pequena gota de sangue provocada por uma espetada de agulha e de cabelos negros como o ébano ou a asa da graúna.<br />
Ainda que ele habitasse além muito além daquela serra que ainda azula no horizonte, num lugar tão distante que até o pensamento levasse algum tempo para atingir; ainda assim eu a alcançaria. Morando logo ali, na floresta Negra; não tardarei em tê-la ao alcance das mão e de minha capacidade de envolve-la. Se bem pensou, melhor tratou de fazer.<br />
<br />
Disfarçada de bondosa velhinha que andava pela floresta espalhando bondades populísticas, nossa encantadora rainha acabou por chegar na casinha dos 7 anões, ou seja de Branca de Neve. Como quase ninguém usasse andar por aquelas plagas, tão logo se aproximou, Branca de Neve apareceu na janela, ainda um pouco despenteada já que mal acabara de levantar-se, e assim não estava com a beleza em todo o seu fulgor.<br />
Hum... Pensou a rainha. Essa aí é que é a tal de mais bela que eu? Uma pequena dúvida perpassou seu cérebro.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Bem, mas eu vim aqui para fazer julgamentos ou para eliminar o inimigo?... Perguntou-se num balbucio.</blockquote><br />
Cumprimentou gentilmente, fez um gracejo, um elogio; foi ganhando a confiança da boboca da Branca de Neve, até que lhe ofereceu um belíssimo pente, digno daqueles <br />
cabelos negros, brilhantes e sedosos. Despediu-se e foi embora.<br />
<br />
Mal cerrou a janela e já Branca de Neve, em sua vaidade pueril, intentou pentear-se. O pente era envenenado, talvez fosse curare o poderoso veneno usado em zarabatanas de caçadores de macacos; o fato, é que tão logo tentou pentear-se e já caiu inerte sobre alguma coisa macia que evitou uma concussão ou alguma fratura. Tudo indica que a capacidade de respirar ficou preservada pois, ao fim da tarde, quando os anões ali chegaram a encontraram caída e, logo que tiraram o tal pente de seus cabelos, ela já começou a melhorar e algum tempo depois já restabelecida, contou tudo a eles que então recomendaram ter todo cuidado com estranhos, não convidar para entrar e nem aceitar presentes.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Contam que a rainha fez várias e ardilosas tentativas mais, com o mesmo intento: eliminar a concorrência.</blockquote><br />
Numa última e desesperada tentativa, talvez inspirada na história do paraíso, valeu-se de uma maçã envenenada e de uma lábia sibilina e sub-reptícia.<br />
Envolveu completamente Branca de Neve com belos adjetivos, com verbos e advérbios bem colocados, com interjeições convincentes, com um substantivo atraente e fatal: uma maçã vermelho-dourada, irresistível e cuidadosamente envenenada.<br />
<br />
Para ganhar completamente a confiança da púbere criatura, partiu a suculenta maçã ao meio e começou a comer uma metade, oferecendo a outra metade à inocente Branca que, com as glândulas salivares inundando-lhe a boca, não ofereceu qualquer resistência. Tomou a sua metade, até com certa voracidade e mordeu um grande naco.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Caiu, dessa vez, como morta.</blockquote><br />
A rainha zarpou-se e foi novamente conversar com o espelho que a encheu de certezas e elogios.<br />
Chegando em casa, após extenuante dia de trabalho, os anões desesperaram-se e tentaram de tudo para trazer de volta à vida a mais linda criatura que já tinham visto.<br />
Depois de vários e inúteis esforços, ventilando com um abanador, usando os mais poderosos e modernos aromatizantes, aspergindo-lhe o rosto com agua fria, chamando-a pelo nome, mandando que piscasse etc etc. Deram-se por vencidos. No entanto perceberam que sua beleza se mantinha, havia uma perfusão adivinhada, uma insuspeitada oxigenação ainda que mínima.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Não tiveram coragem de enterrá-la com tão bela aparência, com tanta beleza preservada.</blockquote><br />
- Vamos conservá-la numa redoma de cristal no alto daquela colina, cercada de um jardim de lírios e rosas.<br />
<br />
E assim fizeram.<br />
<br />
O pior não aconteceu, porque logo apareceu um príncipe o qual, vendo tão bela criatura naquela redoma, pediu que lhe a dessem para que a tivesse conservada em seu palácio com todo cuidado.<br />
<br />
Os anões anuíram. Não sem antes promoverem um rápido conciliábulo entre eles mesmos. No trajeto para o palácio, no caminho tinha uma pedra, uma providencial pedra no caminho provocou tão rude bacada que o corpo foi sacudido e um pedaço de maçã que se alojara na garganta de B. Neve, foi expelido e com as vias aéreas totalmente livres e também livre da ação do veneno, Branca de Neve recobrou a vida.<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Totalmente apaixonado e, tendo lhe salvo a vida; o príncipe propôs casamento a Branca de Neve que aceitou emocionada.</blockquote><br />
O casamento deu-se tempos depois, com uma festa tão linda e grandiosa que ficou na história para sempre. Compareceu à festa, após a cerimônia religiosa, luterana ou católica, não está claro; gentes de toda a redondeza: os anões, o caçador que não matou, serviçais, o velho rei pai de Branca e a Rainha que assistiu comportadamente o matrimônio, despediu-se cumprimentando os noivos polidamente e se retirou denotando visível depressão e, por isso corre o boato de tenha se lançado em um precipício em busca da morte. Esse autor, de coração compreensivo, valorizador de mulheres pós trinta, pós quarenta... pós 50, pós n...; acha que a família acabou por se entender, houve um perdão abrangente e geral dos personagens (acordão) e todos viveram felizes para sempre. <br />
<br />
<div style="text-align: right;">15\03\2017 - Rilmar</div><br />
<span style="font-size: xx-small;">[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-17803585494432409932017-04-21T08:32:00.004-03:002017-04-23T13:23:15.646-03:00Por que Shakespeare amava o pentâmetro iâmbico?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLU2sDSRC8zwbm-ggzRSZ9l8jnTGDw43nSV6GqqS3qP2VMXouC0IgXXpgRDUZa4rufmRlZnIdaAXTlip6DiN2kbzPbKnFiKoMpUEvo9wGqnc9qg9g4L2n9gD0B0CfbMOGIENz3iVMFrDw/s1600/pentametro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLU2sDSRC8zwbm-ggzRSZ9l8jnTGDw43nSV6GqqS3qP2VMXouC0IgXXpgRDUZa4rufmRlZnIdaAXTlip6DiN2kbzPbKnFiKoMpUEvo9wGqnc9qg9g4L2n9gD0B0CfbMOGIENz3iVMFrDw/s320/pentametro.jpg" width="320" /></a></div>Por que Shakespeare atravessa os tempos e continua conquistando mentes e corações? David T. Freeman e Gregory Taylor revelam o poder do pentâmetro iâmbico.<a name='more'></a><br />
Para alguém vendo pela primeira vez as obras de William Shakespeare, a linguagem pode parecer estranha.<br />
<br />
Mas há um segredo para apreciá-la.<br />
<br />
Embora ele fosse famoso por suas peças, Shakespeare era antes de tudo um poeta.<br />
<br />
Uma das coisas mais importantes na linguagem de Shakespeare é o seu uso do acento tônico.<br />
<br />
Não esse tipo de acento, mas a forma de enfatizar certas sílabas mais que outras.<br />
<br />
Estamos tão acostumados a fazer isso que podemos nem notá-lo.<br />
<br />
Mas se você disser a palavra lentamente, você pode facilmente identificá-los.<br />
<br />
Dramaturgo, computador, telefone.<br />
<br />
Os poetas estão muito conscientes desses acentos, tendo experimentando bastante com o número e a ordem de sílabas tônicas e sílabas átonas, e combinado-as de diferentes maneiras para criar ritmo em seus poemas.<br />
<br />
Como os compositores, poetas frequentemente expressam ideias através da repetição destes ritmos, ou métrica poética.<br />
<br />
E como a música, a poesia tem seu próprio conjunto de termos para descrever isso.<br />
<br />
Em uma linha de verso, um pé é um certo número de sílabas tônicas e átonas formando uma unidade distinta, assim como um compasso musical consiste de um certo número de batidas.<br />
<br />
Uma linha de verso é geralmente feita de vários pés.<br />
<br />
Por exemplo, o dáctilo é um pé métrico de três sílabas, com a primeira tônica e a segunda e terceira átonas.<br />
<br />
Dáctilos podem criar linhas que se movem rapidamente e ganham força, como no poema de Robert Browning, “The Lost Leader”.<br />
<br />
“Just for a handful of silver he left us. Just for a rib and to stick in his coat.”<br />
<br />
Outro tipo de pé é o troqueu de duas sílabas, uma sílaba tônica seguida de uma átona.<br />
<br />
Os troqueus nessas linhas de “Macbeth” de Shakespeare conferem um tom ameaçador e assustador para o canto das bruxas.<br />
<br />
"Double, double, toil and trouble; fire burn and cauldron bubble." Mas em Shakespeare, tudo é iâmbico.<br />
<br />
Esse pé de duas sílabas é como um troqueu reverso, assim, a primeira sílaba é átona e a segunda é tônica, como em: “To be, or not to be.” A métrica favorita de Shakespeare, em particular, foi o pentâmetro iâmbico, onde cada linha de verso é composta de cinco Iambos de duas sílabas, com um total de dez sílabas.<br />
<br />
E ele é usado em muitas das frases mais famosas de Shakespeare: <br />
“Shall I compare thee to a summer's day?”<br />
“Arise fair sun, and kill the envious moon.”<br />
<br />
Observe como os iambos cruzam a pontuação e a separação das palavras.<br />
<br />
A métrica tem a ver com o som, não com a ortografia.<br />
<br />
O pentâmetro iâmbico pode parecer técnico, mas há uma maneira fácil para lembrar o que ele significa.<br />
<br />
A palavra inglesa “iamb” é pronunciada assim como a frase: “I am.” Agora, vamos expandir isso para uma sentença que corresponde a um pentâmetro iâmbico: “I am a pirate with a wooden leg.” O pirata só pode andar em iambos, um lembrete vivo da métrica favorita de Shakespeare.<br />
<br />
O pentâmetro iâmbico é quando ele dá dez passos.<br />
<br />
Nosso pirata pode até nos ajudar a lembrar como marcá-la corretamente se imaginarmos as pegadas que ele deixa ao caminhar por uma praia deserta: uma curva para sílabas átonas, e uma pegada para as tônicas.<br />
<br />
“If music be the food of love, play on.” É claro, a maioria das linhas das peças de Shakespeare são escritas em prosa regular.<br />
<br />
Mas se você ler atentamente, vai perceber que os personagens de Shakespeare usam a poesia, e o pentâmetro iâmbico em particular, pelas mesmas razões por que usamos a poesia em nossas vidas: quando nos sentimos apaixonados, introspectivos, ou sérios.<br />
<br />
Quer se trate de Hamlet ponderando sua existência, ou Romeu professando seu amor, os personagens mudam para o pentâmetro iâmbico ao falar sobre suas emoções e seu lugar no mundo.<br />
<br />
O que deixa apenas uma última pergunta: por que Shakespeare escolheu o pentâmetro iâmbico para esses momentos, em vez de, digamos, um hexâmetro troqueu ou um tetrâmetro datílico?<br />
<br />
Dizem que o pentâmetro iâmbico era fácil para os atores memorizarem e para o público compreender porque é naturalmente adequado para o idioma inglês.<br />
<br />
Mas pode haver outra razão.<br />
<br />
Quando você estiver numa situação altamente emocional, como as que fazem os personagens de Shakespeare explodirem em verso, ponha a mão sobre o lado esquerdo do seu peito.<br />
<br />
O que você sente?<br />
<br />
Esse é seu coração batendo em iambos.<br />
<br />
Ti Bum, ti bum, ti bum, ti bum, ti bum.<br />
<br />
As linhas mais poéticas de Shakespeare não falam apenas das coisas do coração.<br />
<br />
Elas seguem o seu ritmo.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://ed.ted.com/lessons/why-shakespeare-loved-iambic-pentameter-david-t-freeman-and-gregory-taylor" target="_blank">TED Ed</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-87207128260922834102017-04-16T07:59:00.001-03:002017-04-19T07:26:56.741-03:00Hamlet e o Mundo Como Palco - Leandro KarnalO historiador Leandro Karnal analisa essa obra de Willian Shakespeare conectando-a à nossa realidade atual.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji0_PeqMpSrehKweKXFJ8kSypucaCn2ElAuoHSTqBV1EibtSKM-kkXynMnWYLIom5QH1ylCp782O9it2xsPqblpHBJ0g_Os6bn1dXV2QznxItI1JbBrMSmbk7lWhzMhicUaC7_WS25jc4/s1600/hamlet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji0_PeqMpSrehKweKXFJ8kSypucaCn2ElAuoHSTqBV1EibtSKM-kkXynMnWYLIom5QH1ylCp782O9it2xsPqblpHBJ0g_Os6bn1dXV2QznxItI1JbBrMSmbk7lWhzMhicUaC7_WS25jc4/s320/hamlet.jpg" width="320" /></a></div><a name='more'></a><br />
Hamlet é o personagem fundador da modernidade, dono de seu destino. É o primeiro personagem que vive “O Príncipe”, de Maquiavel, com a crença no poder do eu e na glória. É dele, e de mais ninguém, o poder de se proclamar e a decisão de não se matar. Ele é, sobretudo, um grande crítico da retórica da etiqueta, dos personagens que interpretam o tempo todo e que sempre dizem apenas o que deve ser dito.<br />
<br />
<center><a href="http://null/" name="vid1"></a><br />
<div class="lightsoff"><b>Clique</b> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><br />
<div id="video1"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://player.vimeo.com/video/161770013" width="560"></iframe><br />
</div></div></center><a href="http://blog.brasilacademico.com/2017/04/hamlet-e-o-mundo-como-palco-leandro.html#vid1" onclick="tocarVimeo(1,'00:01:17','161770013')">[00:01:17 ##film##]</a><br />
<br />
<br />
<blockquote>A perda de meu pai me fez ver Hamlet com outro olhar. Isso é uma obra clássica. Ele é uma companhia permanente. Uma companhia que não desaparece. E os livros como o de Shakespeare fazem a gente viajar de uma forma extraordinário. Porque ele unem o alto e o baixo. Eles unem o vulgar e o sublime. Ao contrário de outras obras, eles são universais.<a href="http://blog.brasilacademico.com/2017/04/hamlet-e-o-mundo-como-palco-leandro.html#vid1" onclick="tocarVimeo(1,'00:03:50','161770013')">[00:03:50 ##film##]</a></blockquote><br />
Segundo Karnal, o personagem era um grande crítico da sociedade contemporânea. Hamlet é melancólico, tem uma consciência brutal e quem tem consciência brutal não sorri nem compartilha sua vida medíocre o tempo todo. “Ele é o anti-facebook”, analisa o historiador. <a href="http://blog.brasilacademico.com/2017/04/hamlet-e-o-mundo-como-palco-leandro.html#vid1" onclick="tocarVimeo(1,'00:13:05','161770013')">[00:13:05 ##film##]</a> Para ele, somos cada vez mais solitários porque temos cada vez mais dificuldade em estabelecer algo significativo com o mundo.<br />
<br />
<blockquote>O que tem Hamlet para dizer hoje, nesse mundo de Facebook? O que Hamlet diria ao publicar foto no Instagram? <a href="http://blog.brasilacademico.com/2017/04/hamlet-e-o-mundo-como-palco-leandro.html#vid1" onclick="tocarVimeo(1,'00:06:20','161770013')">[00:06:20 ##film##]</a></blockquote><br />
Na peça de Shakespeare, o príncipe se questiona o tempo todo. O que Hamlet nos diz é: só interpretamos cenas, etiquetas e formalidades porque não aguentamos saber que todos fazem parte de um teatro.<br />
Hamlet, lembra o palestrante desta edição do Café Filosófico, não governou seu reino, ele foi o primeiro homem livre, o primeiro homem moderno. E pagou um preço altíssimo por isso. <a href="http://blog.brasilacademico.com/2017/04/hamlet-e-o-mundo-como-palco-leandro.html#vid1" onclick="tocarVimeo(1,'00:06:58','161770013')">[00:06:58 ##film##]</a><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://tvbrasil.ebc.com.br/cafefilosofico/episodio/hamlet-e-o-mundo-como-palco" target="_blank">EBC</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-35866697950925832652016-11-03T23:33:00.001-02:002016-11-04T00:11:43.755-02:00100 Anos de Solidão, CrashCourse por John GreenJohn Green destrincha o romance de Gabriel Garcia Marques, 100 Anos de Solidão, na primeira parte desse CrashCourse.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9h6lDPEkvHjs_c1OJcX3HwhxHJlhu0UxSWXAJa1a7emKuSgtbGndUfjwVpsQ8f8skRxPU3B1EY39UeRyKzioXzGmEp8en3rCV5YggQ51CZQ4zsrqcVTLgVQyESkLrfPwuzt3yPyjNoY4/s1600/ccGabriel01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9h6lDPEkvHjs_c1OJcX3HwhxHJlhu0UxSWXAJa1a7emKuSgtbGndUfjwVpsQ8f8skRxPU3B1EY39UeRyKzioXzGmEp8en3rCV5YggQ51CZQ4zsrqcVTLgVQyESkLrfPwuzt3yPyjNoY4/s400/ccGabriel01.jpg" width="400" /></a></div><a name='more'></a><br />
Olá, eu sou o John Green, este é o Crash Course Literatura, e você e eu vamos experienciar Cem Anos de Solidão. Juntos, acho. Então não é bem Solidão.<br />
<br />
<center><a href="http://null/" name="vid1"></a><br />
<div class="lightsoff"><b>Clique</b> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><br />
<div id="video1"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/YWNcCs__vQg?rel=0&showinfo=0" width="560"></iframe><br />
</div></div></center><!--<a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/11/100-anos-de-solidao-crashcourse-por.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:23','YWNcCs__vQg')">[00:01:23 ##film##]</a>--><br />
<br />
Sr. Green, Sr. Green... Não entendi. Tipo, tem tanta coisa que acontece no livro que é, tipo, impossível.<br />
<br />
Realmente, Eu do Passado, esse é o tipo de calorosa revelação que espero de você.<br />
<br />
Mas há uma razão para William Kennedy, no The New York Times Book Review, ter chamado <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Cem_Anos_de_Solid%C3%A3o" alt="Cem Anos de Solidão" title="Wikipedia" hint="Acessado em 04/11/2016" class="ref">100 Anos de Solidão</a> de:<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">"A primeira literatura, desde o Livro de Gênesis, que deveria ser leitura obrigatória para toda a raça humana."</blockquote>O que, devo dizer, é um pouco hiperbólico, tanto sobre 100 Anos de Solidão quanto ao Livro de Gênesis.<br />
<br />
Além disso há o poeta chileno e ganhador do Nobel, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Neruda" alt="Pablo Neruda" title="Wikipedia" hint="Acessado em 04/11/2016" class="ref">Pablo Neruda</a>, que afirmou que é:<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">"A maior revelação na língua espanhola desde que Don Quixote de Cervantes".</blockquote><br />
Esta novela é uma obra de magia. E não apenas porque há muita magia nisso.<br />
<br />
[Música-tema]<br />
<br />
Assim, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Garc%C3%ADa_M%C3%A1rquez" alt="Gabriel García Márquez" title="Wikipedia" hint="Acessado em 04/11/2016" class="ref">Gabriel García Márquez</a> ambienta seu romance na fictícia cidade colombiana de Macondo, fundada pela ilustre e pura família Buendía.<br />
<br />
Desde a sua criação, Macondo é isolada do mundo externo.<br />
<br />
Ciganos em passeio introduzem "invenções" fabulosas do exterior - incluindo telescópios, dentes falsos, tapetes voadores e gelo.<br />
<br />
E o romance relata a história dos incestuosos fundadores da cidade, José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán, e seis gerações de seus descendentes.<br />
<br />
Ele narra a vida e amores dos Buendía enquanto eles sofrem levantes civis e guerras civis; invasões de formigas e norte-americanos; greves, massacres e pragas; e - talvez o mais devastador - a sua própria nostalgia trágica.<br />
<br />
E esta é também uma daquelas famílias que usa os mesmos nomes repetidamente, o que pode ser um pouco confuso para os leitores, também não ajuda a esclarecer as coisas o fato dos personagens compartilharem traços de personalidade.<br />
<br />
Os Aurelianos tendem a ser "introvertidos, mas com mentes lúcidas" enquanto os José Arcadios tendem a ser "impulsivos e empreendedores."<br />
<br />
Esta repetição de nomes e características carrega uma ideia importante do livro, que é que os limites da identidade pessoal podem não ser claros.<br />
<br />
Tipo, esses personagens estão repetindo os erros de seus antepassados continuamente o que sugere que a natureza humana não pode mudar tanto ao longo do tempo.<br />
<br />
100 Anos de Solidão é também uma obra-prima de ficção experimental, porque se mistura o imaginário e o mágico para apresentar perspectivas que são muitas vezes ausentes na história escrita.<br />
<br />
Gabriel Garcia Marquez trouxe vozes e tradições orais de contação de histórias que, tradicionalmente, não haviam sido associadas com a grande arte, e mostrou que eles poderiam ser excelentes.<br />
<br />
Mas, falando em magia e tempo, Garcia Marquez pula no tempo muito no livro, começando com a primeira frase:<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">"Muitos anos mais tarde, quando ele enfrentou o pelotão de fuzilamento, O Coronel Aureliano Buendía recordou-se daquela remota tarde em que seu pai o levou para conhecer o gelo."</blockquote><br />
Então há um monte de diferentes períodos nesta frase, certo?<br />
Quer dizer, Garcia Marquez está descrevendo o futuro ato de recordar, do coronel, como se já tivesse acontecido.<br />
<br />
E, assim como um cartógrafo representa espaços díspares, como se pudessem ser vistos a partir de um único ponto de vista, Gabriel García Márquez está mostrando ao leitor o passado, o presente, e o futuro, simultaneamente.<br />
<br />
Mais tarde, isso acontecerá de novo e de novo no romance.<br />
<br />
Na verdade, se você quiser contar, a frase "Muitos anos mais tarde" aparece <b>9</b> vezes na tradução em inglês.<br />
<br />
Sua versão truncada, "anos mais tarde," aparece <b>11</b> vezes.<br />
<br />
"Meses mais tarde", <b>14</b> vezes; "Semanas mais tarde", <b>5</b>; "Dias depois", <b>13</b>; "Horas mais tarde", <b>2</b>;<br />
"Minutos mais tarde", <b>1</b>; e "depois" (por conta própria), <b>83</b> vezes.<br />
<br />
E García Márquez segue cada um desses "mais tarde" com uma cena em que seu narrador usa o verbo no passado.<br />
<br />
E isso não apenas enfatiza a conexão entre passado, presente e futuro: Põe à prova a noção de que narrativas lineares são as únicas narrativas que fazem sentido.<br />
<br />
Nessa linha de abertura, seria lógico supor que o coronel lembrou a descoberta de gelo bem antes dele ser baleado e morto.<br />
<br />
Mas, <b>alerta de spoiler</b>: Isso não acontece. Assim, tanto por uma dica.<br />
<br />
Eu reparei que até agora só discutimos a primeira frase do livro, mas se eu pudesse pausá-lo por mais um instante, ele também revela outro grande tema do romance: Como perspectivas individuais influenciam a ideia de história.<br />
<br />
Deixe-me apenas lê-la mais uma vez, você sabe, porque o Tought Café fez esse belo gráfico, e também só porque ela soa bem.<br />
<br />
<blockquote>"Muitos anos mais tarde, quando ele enfrentou o pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía recordou-se daquela remota tarde em que seu pai o levou para conhecer o gelo."</blockquote><br />
Descobrir é uma palavra engraçada aqui, quer dizer, eu acho que descoberta poderia significar "Tornar-se consciente de."<br />
<br />
Mas geralmente usamos para dizer, como, "Ser o primeiro a encontrar ou a observar."<br />
<br />
O coronel "descobriu" gelo assim como Colombo "descobriu" a América.<br />
<br />
A história é construída por aqueles que têm o privilégio de nomeação.<br />
<br />
E num trecho posterior, Gabriel García Márquez deixa claro que esses "nomeadores" podem estar errados.<br />
<br />
Embora o pai do coronel pronuncie gelo como sendo "a grande invenção da nossa época", nós sabemos, é claro, que o gelo não é um produto da invenção humana nem é confinado à existência temporal da humanidade.<br />
<br />
Quero dizer, gelo antecedeu seres humanos por tipo, literalmente a maior parte do tempo.<br />
<br />
Mas já que o passado é ilustrado pelas memórias daqueles que o gravam, muitas vezes ele pode se misturar com fantasia.<br />
<br />
Em 100 Anos de Solidão, Gabriel García Márquez mistura descrições mundanas de pessoas do mundo real, e de lugares reais, e eventos com contos fantásticos de seres sobrenaturais, e lugares e ações [míticos].<br />
<br />
Na crítica literária, nós chamamos isso de "<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo_m%C3%A1gico" target="_blank" alt="Realismo mágico" title="Wikipedia" hint="Acessado em 04/11/2016" class="ref">realismo mágico</a>".<br />
<br />
Em <b>1949</b> o romancista cubano Alejo Carpentier começou a experimentar com o que ele chamou de "lo real maravilloso".<br />
<br />
Ou, realismo maravilhoso.<br />
<br />
E críticos literários têm argumentado que integrar a "lógica" do mundo visível com elementos mágicos fornece uma maneira para escritores de partes colonizadas do mundo encontrarem sentido em múltiplas realidades: Isso permite que escritores contem histórias a partir das perspectivas de ambos os colonizadores e os colonizados.<br />
<br />
E a América Latina produziu um monte de escritores realistas fantásticos, incluindo: Isabel Allende (do Chile), Jorge Amado (do Brasil), Miguel Ángel Asturias Rosales (da Guatemala), Jorge Luis Borges e Julio Cortazar (da Argentina), e Arturo Uslar Pietri-(da Venezuela), entre muitos outros.<br />
<br />
<blockquote>Obras de realismo mágico livram-se muito do material que leitores esperam de romances.</blockquote><br />
Todas as coisas indigestas como narrativa, e estrutura de tempo linear, e certeza.<br />
<br />
Eles estão todos descartados.<br />
<br />
E seus narradores descrevem frequentemente elementos fantásticos num tom casual.<br />
<br />
E, ao situar esses elementos fantásticos num cenário do mundo real, eles meio que subvertem estruturas de poder existentes, e também nos lembra, como leitores, que temos um papel na criação de significados.<br />
<br />
Certo? Um romance que você lê existe principalmente, para você, pelo menos, em sua mente.<br />
<br />
E logo na primeira linha, García Márquez enfraquece a noção de tempo linear, e também de certas convenções de narrativa.<br />
<br />
E, sobre o resto de tudo isso, seu narrador descreve eventos fantásticos, traços de personalidade, e seres paranormais/mitológicos como se fossem normais durante todo o romance.<br />
<br />
Vamos para o Balão de Pensamento.<br />
<br />
Por exemplo, há uma praga de insônia, cujo mais terrível sintoma é:<br />
<br />
"...não a impossibilidade de dormir, pois o corpo não sente qualquer fadiga, mas a sua inexorável evolução numa manifestação mais crítica: a perda de memória" há a "chuva de pequenas flores amarelas" que cai depois que José Arcadio Buendía morre, e que "cobriu os telhados e bloquearam as portas e sufocou os animais que dormiam ao ar livre." O dilúvio, que começa depois de um massacre e dura por quase <b>5 anos</b>, arranca bananais e deixa a cidade "em ruínas".<br />
<br />
E fantásticas personagens habitam Macondo, incluindo: Melquíades, o "taciturno armeniano" cigano, que assombra a família Buendía "porque ele não podia suportar a solidão da morte" e Rebecca, que "gostava de comer a úmida terra do pátio externo e o bolo de cal que ela pegava das paredes com as unhas". O Padre Nicanor oferece "provas inegáveis do poder infinito de Deus" repetindo demonstrações de "levitação por meio do chocolate". E há José Arcadio Buendía, que, "Durante a sua estada prolongada debaixo do castanheiro ... desenvolveu a habilidade de aumentar seu peso à vontade". Ursula, ao perder sua visão, ganhou tal clarividência que, "Pela primeira vez ela viu claramente as verdades que a sua ocupada vida em épocas anteriores havia impedido-a de ver." <br />
<br />
O narrador descreve eventos fantásticos e os personagens num tom casual.<br />
<br />
Assim, considere o "fio de sangue" que desafia convenções, lógica e gravidade.<br />
<br />
Depois de deixar a balada na cabeça de José Arcadio, este fio de sangue atravessa o mapa de Macondo e pela casa Buendía.<br />
<br />
Obrigado, Balão de Pensamento.<br />
<br />
Portanto, este tom simples que o narrador usa para falar sobre a violência continua durante todo o romance.<br />
<br />
Há o "galinheiro eletrificado" que envolve o terreno da empresa de banana, os "sicários" que guardam as suas portas, o silêncio que ocorre antes que os soldados abram fogo contra <b>3000</b> homens, mulheres e crianças.<br />
<br />
Este método de normalização da violência é, em muitos aspectos, uma poderosa crítica das estruturas de poder coloniais (e pós-coloniais), sobre as quais falaremos na próxima semana.<br />
<br />
Mas, por ora, eu só quero voltar quanto a como Garcia Marquez lembra o leitor do seu papel na criação de significados.<br />
<br />
Assim, García Márquez inclui na novela um pedaço de "literatura enigmática" - as previsões que Melquíades, o cigano morto, escreveu em sânscrito em pergaminhos podres.<br />
<br />
Melquíades não podia suportar a solidão da morte e por isso voltou para a casa dos Buendía.<br />
<br />
Ele escreveu profecias que, "quando lidas em voz alta, eram como encíclicas sendo cantadas" Mas ele se recusou a traduzir o significado destas profecias.<br />
<br />
E ele explicou a um dos Aurelianos, "Ninguém deve saber o significado [dos pergaminhos] até que se tenha chego aos cem anos de idade." Nós aprendemos mais tarde que estes "cem anos" não se referem ao tempo de vida de um indivíduo, porém.<br />
<br />
Em vez disso, refere-se aos próprios pergaminhos.<br />
<br />
Melquíades explica que é apenas quando os "pergaminhos tornarem-se de cem anos de idade" que podem "ser decifrados" Mas Aurieliano queria lê-los mesmo assim.<br />
<br />
Então, desesperado quanto a decifrar o texto, ele aprende a traduzir do sânscrito para o espanhol.<br />
<br />
E quando ele descobre que os pergaminhos contem "previsões em meio a linhas codificadas de poesia" ele inventa um sistema complexo para decodificá-los.<br />
<br />
E esta decodificação é ainda mais complicada pelo fato de que Melquíades não tenha traçado a história "Na ordem de tempo convencional do homem, mas tinha-se concentrado num século de episódios diários de tal forma que eles coexistiram num instante".<br />
<br />
Que é precisamente, é claro, o livro que nós estamos lendo! Nós, também, estamos lendo um livro traduzido que é preenchido com poesia - que descreve eventos fantásticos e desafia as noções convencionais de tempo.<br />
<br />
Mas há uma diferença significativa entre o processo de leitura do Aurieliano e a nossa.<br />
<br />
Quando Aurieliano se aproxima do fim dos pergaminhos, o vento lá fora se transforma num "furacão de proporções bíblicas" que acaba com Macondo, os seus habitantes, e suas memórias.<br />
<br />
Não há esperança de Aurieliano agir sobre o que ele aprende.<br />
<br />
Esta informação "...era irrepetível desde tempos imemoriais e sempre mais, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda chance na Terra." Mas, claro, a minha cópia de 100 Anos de Solidão não se autodestruiu quando cheguei à última linha.<br />
<br />
Não havia nenhum furacão.<br />
<br />
E, ao contrário de Aurieliano, eu sobrevivi à leitura.<br />
<br />
E esta sobrevivência, mesmo que definitivamente aconselhável, apresenta algumas questões éticas: Quer dizer, se a história é tão provisória como Gabriel Garcia Marquez argumenta, como devemos reagir à história em geral? É mesmo possível combater a amnésia coletiva e a estreita narrativa que permite que os seres humanos cometam os mesmos erros, geração após geração? É possível que os seres humanos resistam à armadilha nostálgica que tantas vezes nos impede de avançar? É, eu não sei.<br />
<br />
Quero dizer, outra coisa sobre 100 Anos de Solidão que o torna diferente e especial é que ele não é, pelo menos em um sentido tradicional, esperançoso.<br />
<br />
Em vez disso, ele se esforça em contar os tipos de verdades que o chamado realismo não pode tocar.<br />
<br />
Obrigado por assistir. <br />
<br />
<hr/>Crash Course é filmado no Chad and Stacy Emigholz Studio aqui em Indianapolis, e é feito por todas essas pessoas maravilhosas, e é possível por causa de seu apoio pelo Patreon, um serviço de subscrição voluntária que nos permite manter o Crash Course gratuito para todos, para sempre.<br />
<br />
Então, obrigado a todos no Patreon que tornam isso possível.<br />
<br />
Por favor, consulte a página na patreon.com/crashcourse Há várias belas vantagens.<br />
<br />
Mais uma vez obrigado por assistir.<br />
<br />
E como se diz na minha cidade natal, "Não se esqueça de ser impressionante".<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fonte: Canal do CrashCourse<br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-69168583530028824692016-11-02T09:27:00.003-02:002016-11-02T09:27:50.054-02:00Literature-Map ajuda a achar autores que você vai amarGostaria de encontrar autores que você provavelmente vai adorar ler suas obras? Pergunte-me como.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB1QrfeKq2hIn2lBE9dZbTGD-RpqNgbVBsOhMrvbWa35kM947qlh9EnwsbaPF8er6jVQeUFfXxX2mvwvVWlahd64FpJ54deAS0HHrQadlcrgDPt88UFUBwlHKdmqwRVFRBahGEKzp7ZUw/s1600/machado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB1QrfeKq2hIn2lBE9dZbTGD-RpqNgbVBsOhMrvbWa35kM947qlh9EnwsbaPF8er6jVQeUFfXxX2mvwvVWlahd64FpJ54deAS0HHrQadlcrgDPt88UFUBwlHKdmqwRVFRBahGEKzp7ZUw/s320/machado.jpg" width="320" /></a></div><a name='more'></a><br />
Essa é mais uma ferramenta que recomenda autores baseado na preferência de seus leitores no melhor estilo clientes-que-compraram-este-item-também-compraram. Isso nem chega a ser uma novidade. Mas essa ferramenta tem um diferencial notável: Ela mostra os resultados de uma forma gráfica.<br />
<br />
Funciona assim você coloca o nome de um autor que você aprecia. Ao realizar a busca, o <a href="http://www.literature-map.com/" target="_blank">Literature-Map</a> coloca o nome do autor que você digitou no centro do mapa e, como se estivesse gravitando em torno dele, dezenas de outros autores relacionados se "acotovelam" como se quisesse se aproximar mais do centro. <br />
<br />
Por fim, depois dos nomes se acomodarem. Você terá um gráfico no qual os nomes que estejam mais próximos do centro provavelmente se assemelham com o estilo do autor digitado e tem grande chance de agradar.<br />
<br />
O contrário também é verdadeiro. Quanto mais, um autor, esteja distante do centro, mais difícil do gosto do usuário ser compatível com a obra daquele escritor.<br />
<br />
O LM faz parte do projeto GNOD - the global network of discovery, que inclui outros mapas para se descobrir novidades baseadas nas conexões entre autores que, além de obras literárias, também englobam músicas, filmes e outros produtos.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fonte: <a href="http://www.gnod.com/" target="_blank">GNOD</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-83626265207966789612016-10-03T02:29:00.001-03:002016-10-03T02:42:11.050-03:00O que faz um herói?O que Harry Potter, Katniss Everdeen e Frodo têm em comum com os heróis dos mitos da Antiguidade? E se eu lhe dissesse que todos eles são variantes do mesmo herói? Você acredita nisso? Joseph Campbell sim. Por Matthew Winkler.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCm2NOaSKJlUU1VKwQTAzu1tWu-APuBSxxiXhZOgLv3XtGmIzRPjbaDdc4Vw8V0A2rC3yx5aUeLTTlrJWw5w6-IQGfnOINVZSa99zwzWD2OV-CmdDc75xDZi_tpD56KOOHkMMn8OUSwfc/s1600/hero.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCm2NOaSKJlUU1VKwQTAzu1tWu-APuBSxxiXhZOgLv3XtGmIzRPjbaDdc4Vw8V0A2rC3yx5aUeLTTlrJWw5w6-IQGfnOINVZSa99zwzWD2OV-CmdDc75xDZi_tpD56KOOHkMMn8OUSwfc/s320/hero.jpg" width="320" /></a></div><a name='more'></a><br />
Ele estudou os mitos em todo o mundo e publicou um livro chamado "The Hero with a Thousand Faces" ("O Herói com Mil Faces"), recontando dezenas de histórias e explicando como cada uma representa o mono-mito ou a jornada do herói.<br />
<br />
<center><a href="http://null/" name="vid1"></a><br />
<div class="lightsoff"><b>Clique</b> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><div id="video1"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Hhk4N9A0oCA?rel=0&showinfo=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
</div></div></center><br />
Então, o que é a "jornada do herói"? Pense nisso como um ciclo.<br />
<br />
A jornada começa e termina no mundo normal do herói, mas a missão passa por um mundo especial, não conhecido.<br />
<br />
Ao longo do caminho, há alguns eventos decisivos.<br />
<br />
Pense no seu livro ou filme predileto.<br />
<br />
Ele segue este padrão? Situação normal, aqui é onde começamos.<br />
<br />
<h3>1. Chamado para a Aventura.</h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:06','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:06 ##film##]</a><br />
<br />
O herói recebe uma mensagem misteriosa. Um convite? Um desafio? <br />
<br />
<h3>2. Ajuda.</h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:14','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:14 ##film##]</a><br />
<br />
O herói precisa de auxílio, provavelmente de alguém mais velho, mais sábio.<br />
<br />
<h3>3. Partida </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:21','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:21 ##film##]</a><br />
<br />
O herói cruza o portal de seu lar normal e seguro e entra no mundo especial e na aventura.<br />
<br />
Não estamos mais em Kansas.<br />
<br />
<h3>4. Testes </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:30','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:30 ##film##]</a><br />
<br />
Ser um herói é um trabalho duro: nosso herói soluciona um enigma, esmaga um monstro, escapa de uma armadilha.<br />
<br />
<h3>5. Abordagem </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:39','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:39 ##film##]</a><br />
<br />
É hora de encarar a maior provação, o pior medo do herói.<br />
<br />
<h3>6. Crise </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:48','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:48 ##film##]</a><br />
<br />
Esta é a hora mais negra do herói.<br />
<br />
Ele enfrenta a morte e pode ser que até mesmo morra apenas para renascer.<br />
<br />
<h3>7. Recompensa </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:01:58','Hhk4N9A0oCA')">[00:01:58 ##film##]</a><br />
<br />
Como prêmio, o herói reivindica algum tesouro, reconhecimento especial ou poder.<br />
<br />
<h3>8. Desfecho </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:02:08','Hhk4N9A0oCA')">[00:02:08 ##film##]</a><br />
<br />
Este pode variar entre as histórias.<br />
<br />
Os monstros se curvam diante do herói ou o perseguem enquanto ele foge desse mundo peculiar? <br />
<br />
<h3>9. Retorno </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:02:18','Hhk4N9A0oCA')">[00:02:18 ##film##]</a><br />
<br />
Depois de toda essa aventura, o herói retorna a seu mundo normal.<br />
<br />
<h3>10. Nova Vida </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:02:25','Hhk4N9A0oCA')">[00:02:25 ##film##]</a><br />
<br />
Essa missão mudou o herói; ele sobrepujou sua vida anterior.<br />
<br />
<h3>11. Resolução </h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:02:32','Hhk4N9A0oCA')">[00:02:32 ##film##]</a><br />
<br />
Todas as tramas do enredo são resolvidas.<br />
<br />
<h3>12. Situação Normal, mas elevada a um novo nível.</h3><a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid1" onclick="tocarTempo(1,'00:02:38','Hhk4N9A0oCA')">[00:02:38 ##film##]</a><br />
<br />
Nada é o mesmo uma vez que você é um herói. Muitos livros e filmes populares seguem esta fórmula antiga muito de perto.<br />
<br />
Mas, vejamos quão bem "Jogos Vorazes" se encaixa no modelo da jornada do herói.<br />
<br />
Quando Katniss Everdeen ouve seu chamado para a aventura que movimenta a história? Quando o nome de sua irmã é anunciado no sorteio.<br />
<br />
E sobre a ajuda? Alguém vai ajudá-la em sua aventura? Haymitch.<br />
<br />
E sobre a partida? Ela deixa seu mundo normal? Ela embarca em um trem para a capital.<br />
<br />
Ok, então você pegou a ideia.<br />
<br />
O que você tem em comum com Harry Potter, Katniss Everdeen e Frodo? Bem, você é humano, exatamente como eles.<br />
<br />
O mito da jornada do herói existe em todas as culturas humanas e continua sendo atualizado, porque nós, humanos, refletimos sobre nosso mundo através de histórias simbólicas de nossas próprias vidas.<br />
<br />
Você deixa sua zona de conforto, tem uma experiência que o transforma e, então, você se recupera e faz isso novamente.<br />
<br />
Literalmente, você não esmaga dragões ou combate Voldemort, mas você enfrenta problemas assustadores da mesma forma.<br />
<br />
Joseph Campbell disse:<br />
<br />
<blockquote class="wow fadeInUp" data-wow-duration="4s">Na caverna em que você tem medo de entrar está o tesouro que você busca.</blockquote><br />
Qual é a caverna simbólica em que você tem medo de entrar? Testes para a peça da escola? Testes para beisebol? Amor? Observe esta fórmula em livros, filmes e shows de TV com que você se deparar.<br />
<br />
Com certeza você a verá novamente. Mas, também seja sensível a ela em sua própria vida.<br />
<br />
Ouça seu chamado para a aventura. Aceite o desafio. Vença seu medo e reivindique o tesouro que busca.<br />
<br />
E, então, faça tudo outra vez.<br />
<br />
<hr /><br />
A seguir, um vídeo do canal Teclado Disléxico do YouTube com um monte de exemplos de filmes e reacheado de spoilers apresentando o Monomito com a Jornada do Heroi com mais passos. Baseado no livro "<a href="https://projetophronesis.files.wordpress.com/2009/08/joseph-campbell-o-heroi-de-mil-faces-rev.pdf" target="_blank">O Herói de Mil Faces</a>" de Joseph Campbell.<br />
<br />
<center><a href="http://null/" name="vid2"></a><br />
<div class="lightsoff"><b>Clique</b> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><div id="video2"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/tgowsrQhGBc?rel=0&showinfo=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
</div></div></center><!--<a href="http://blog.brasilacademico.com/2016/10/o-que-faz-um-heroi.html#vid2" onclick="tocarTempo(2,'00:01:23','tgowsrQhGBc')">[00:01:23 ##film##]</a>--><br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://ed.ted.com/lessons/what-makes-a-hero-matthew-winkler">TED Ed</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-16277088682329571642016-08-08T01:26:00.000-03:002016-08-08T01:29:41.590-03:00Como construir um mundo ficcionalO que torna O Senhor dos Anéis de J. R. R. Tolkien tão atraente? E quanto a Matrix ou Harry Potter? O que faz mundos tão díspares ganharem vida são regras claras e consistentes sobre como as pessoas, sociedades e até mesmo as leis da física funcionam nesses universos ficcionais.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7qniJIljDpaqshzkuZ96rlNg40bCYrVDZstZ5WAsXzds2eRmBIPnfQa-p1ze_C4Nh7fxYll0Cl9hPlMRqDKWtxQpTvvPlBAwe0LPRk5n1KMYfb0zrQaIQFEHLVrTXgeNt70PYSAGyrAw/s1600/mundo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="174" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7qniJIljDpaqshzkuZ96rlNg40bCYrVDZstZ5WAsXzds2eRmBIPnfQa-p1ze_C4Nh7fxYll0Cl9hPlMRqDKWtxQpTvvPlBAwe0LPRk5n1KMYfb0zrQaIQFEHLVrTXgeNt70PYSAGyrAw/s320/mundo.jpg" width="320" /></a></div><a name='more'></a><br />
No mundo de Tolkien, Gandalf é um dos cinco magos enviados pelos Valar para guiar os habitantes da Terra Média em seus esforços contra o Poder Escuro de Sauron. O corpo de Gandalf era mortal, sujeito às leis físicas da Terra Média, mas seu espírito era imortal, como visto quando ele morreu como Gandalf, o Cinzento, e ressuscitou como Gandalf, o Branco.<br />
<br />
<center><a href="http://null/" name="vid1"></a><br />
<div class="lightsoff"><b>Clique</b> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><div id="video1"><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/ZQTQSbjecLg?rel=0&showinfo=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
</div></div></center><br />
De acordo com o roteiro dos Wachowski, um humano despertado só tem que se conectar e hackear o código binário da Matriz para aprender a pilotar um helicóptero em questão de segundos.<br />
<br />
Ou, se você for o Escolhido ou um dos Escolhidos, você nem precisa de um helicóptero, você só precisa de um par de óculos bacana.<br />
<br />
Gatos do País das Maravilhas podem fazer malabarismos com suas cabeças.<br />
<br />
iPads são rudimentares.<br />
<br />
Nenhum jogo de Quadribol termina até que o Pomo de Ouro seja capturado.<br />
<br />
E a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais é certamente 42.<br />
<br />
Assim como na vida real, mundos ficcionais operam de forma consistente dentro de um espectro de regras físicas e sociais.<br />
<br />
Isso é o que torna esses detalhados mundos coerentes, compreensíveis, e dignos de exploração.<br />
<br />
Na vida real, a Lei da Gravidade segura os sete livros de "Harry Potter" em milhões de estantes ao redor do mundo.<br />
<br />
Sabemos que isso é verdade, mas também sabemos que, desde que J. K. Rowling digitou as palavras bruxo, varinha, e "Wingardium Leviosa" a Lei da Gravidade deixou de existir nos trilhões de páginas descansando entre essas prateleiras.<br />
<br />
Autores de ficção científica e fantasia literalmente constroem mundos.<br />
<br />
Eles criam regras, mapas, linhagens, idiomas, culturas, universos, universos alternativos dentro de universos, e, desses mundos, surge história, após história, após história.<br />
<br />
Quando é bem feito, os leitores podem entender mundos ficcionais e suas regras tão bem quanto os personagens que vivem neles e, por vezes, tão bem ou ainda melhor do que o leitor entende o mundo fora do livro.<br />
<br />
Mas como? Como podem rabiscos feitos por um humano em uma página refletir luz em nossos olhos, que enviam sinais para o cérebro, que nós decodificamos lógica e emocionalmente como narrativas complexas que nos levam a lutar, chorar cantar, e pensar, que são fortes o suficiente não só para manter um mundo que é completamente inventado pelo autor, mas também para modificar a perspectiva do leitor sobre o mundo real, que retorna somente após o rabisco final ser lido? Tenho dúvidas que alguém saiba a resposta a essa pergunta, porém, mundos ficcionais fantásticos são criados todos os dias em nossas mentes, em computadores, mesmo em guardanapos no restaurante rua abaixo.<br />
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A verdade é que a sua imaginação e uma vontade de, em sentido figurado, viver em seu próprio mundo são tudo o que você precisa para começar a escrever um romance.<br />
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Eu não inventei Hogwarts nem a Cantina de Star Wars, mas eu escrevi algumas tramas científicas para jovens e crianças.<br />
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Aqui estão algumas perguntas e métodos que eu usei para ajudar a construir os mundos em que esses livros acontecem.<br />
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Eu começo com um local e tempo básicos.<br />
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Seja um mundo de fantasia ou um cenário futurista no mundo real, é importante saber onde você está e se você está trabalhando no passado, presente, ou futuro.<br />
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Eu gosto de criar uma linha do tempo mostrando como o mundo veio a existir.<br />
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Que eventos passados o moldaram? Então, eu penso nas respostas às perguntas para delinear os detalhes do meu mundo ficcional.<br />
<br />
Que regras estão em vigor? Isto cobre tudo, desde leis da gravidade (ou não) às regras sociais e as punições para os indivíduos que as quebram.<br />
<br />
Que tipo de governo esse mundo tem? Quem tem poder, e quem não tem? No que as pessoas acreditam aqui? E o que essa sociedade valoriza mais? Em seguida, é hora de pensar sobre a vida do dia a dia.<br />
<br />
Como é o clima nesse mundo? Onde os habitantes vivem, trabalham, e estudam? O que eles comem e como eles brincam? Como eles tratam seus jovens e seus idosos? Quais as relações que eles têm com os animais e plantas do mundo? E os animais e as plantas se parecem com o quê? Que tipo de tecnologia existe? Transporte? Comunicação? Acesso à informação? Tem tanta coisa para pensar! Então, gaste algum tempo nessas tarefas e nas respostas a essas perguntas, e você está no caminho certo para construir o seu próprio mundo ficcional.<br />
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Depois de conhecer o seu mundo tão bem quanto você espera que o seu leitor vá conhecer, liberte seus personagens nele e veja o que acontece.<br />
<br />
E pergunte a si mesmo: <br />
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<blockquote>Como esse mundo que você criou molda as pessoas que vivem nele? E que tipo de conflito é provável que surja?</blockquote><br />
Responda essas perguntas, e você tem a sua história.<br />
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Boa sorte, futuro construtor de mundos!<br />
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<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://ed.ted.com/lessons/how-to-build-a-fictional-world-kate-messner" target="_blank" alt="How to build a fictional world - Kate Messner" title="TED-Ed" hint="Acessado em 08/08/2016" class="ref">TED-Ed</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-7698362459108892792016-06-18T03:12:00.000-03:002016-06-18T04:15:21.161-03:00Ulysses: um livro para se reler ad infinitumCada episódio mais ou menos equivale a uma ou mais rapsódias de Odisseia, uma cena, uma hora, um órgão do corpo humano, uma arte, uma cor, um símbolo e uma técnica narrativa. São perto de mil páginas condensadas em um único dia: 16 de junho de 1904, o chamado “Bloom’s day”, ou simplesmente “Bloomsday”<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGpGaPZ613wVKc6EljoJYCegvKazLr2pQ41fNYbHFwO7TgWQVbnHRpIaXPlv_Kc5mGgEwafN9WaSaEDH3-ifyRLgbz8fEnTboNsVL8kJlqxqXzZn5P6gRQDIdYTyQOb4RFJw7U3pCUSj0/s1600/ulysses.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGpGaPZ613wVKc6EljoJYCegvKazLr2pQ41fNYbHFwO7TgWQVbnHRpIaXPlv_Kc5mGgEwafN9WaSaEDH3-ifyRLgbz8fEnTboNsVL8kJlqxqXzZn5P6gRQDIdYTyQOb4RFJw7U3pCUSj0/s400/ulysses.jpg" width="400" /></a></div><a name='more'></a><br />
<ul><li>[message]</li>
<ul><li>“Stately, plump Buck Mulligan came from the stairhead, bearing a bowl of lather on which a mirror and a razor lay crossed. A yellow dressing-gown, ungirdled, was sustained gently behind him by the mild morning air. He held the bowl aloft and intoned:<br />
– Introibo ad altare Dei.<br />
Halted, he peered down the dark winding stairs and called up coarsely:<br />
<a alt="Ulysses, with na introduction by Declan Kiberd. London, Penguin Books, 2000" class="ref" name="" title="James Joyce">– Come up, Kinch. Come up, you fearful jesuit.”</a></li>
</ul></ul><ul><li>[message]</li>
<ul><li>“Sobranceiro, fornido, Buck Mulligan vinha do alto da escada, com um vaso de barbear, sobre o qual se cruzavam um espelho e uma navalha. Seu roupão amarelo, desatado, se enfunava por trás à doce brisa da manhã. Elevou o vaso e entoou:<br />
– Introibo ad altare Dei.<br />
Parando, perscrutou a escura escada espiral e chamou asperamente:<br />
<a alt="Ulisses. Tradução de Antonio Houaiss. Rio de Janeiro, Civilização Grasileira, 1999" class="ref" name="" title="James Joyce">– Suba, Kinch. Suba, jesuíta execrável.”</a></li>
</ul></ul><ul><li>[message]</li>
<ul><li>“Majestoso, o gorducho Buck Mulligan apareceu no topo da escada, trazendo na mão uma tigela com espuma sobre a qual repousavam, cruzados, um espelho e uma navalha de barba. Um penhoar amarelo, desamarrado, flutuando suavemente atrás dele no ar fresco da manhã. Ele ergueu a tigela e entoou:<br />
– Introibo ad altare Dei.<br />
Parado, ele perscrutou a escada sombria de caracol e gritou asperamente:<br />
<a alt="Ulysses. Tradução de Bernardina da Silveira Pinheiro. São Paulo, Objetiva, 2005" class="ref" name="" title="James Joyce">- Suba, Kinch! Suba, seu temível jesuíta!”</a></li>
</ul></ul><ul><li>[message]</li>
<ul><li>“Solene, o roliço Buck Mulligan surgiu no alto da escada, portando uma vasilha de espuma em que cruzados repousavam espelho e navalha. Um roupão amarelo, com cíngulo solto, era delicadamente sustentado atrás dele pelo doce ar da manhã. Elevou a vasilha e entoou:<br />
– Introibo ad altare Dei.<br />
Detido, examinou o escuro recurvo da escada e invocou ríspido:<br />
<a alt="Ulysses. Tradução de Caetano W. Galindo. Introdução de Declan Kiberd. Coordenação editorial de Paulo Henrique Britto. Penguin Classics/Companhia das Letras, 2012" class="ref" name="" title="James Joyce">– Sobe, Kinch. Sobe, seu jesuíta medonho.”</a></li>
</ul></ul><strike><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-large;">É</span></strike> dessa forma que começa uma das obras-primas do escritor irlandês James Joyce, Ulysses – na versão original e, respectivamente, nas traduções de Antonio Houaiss, Bernardina da Silveira Pinheiro e Caetano W. Galindo –, uma das maiores paródias literárias de todos os tempos: a história do judeu húngaro Leopold Bloom em sua odisseia de quase <strong>18 horas</strong> por Dublin, capital da Irlanda. Ao tomar como base a Odisseia, de Homero – o livro-fundador por excelência da cultura ocidental –, e recriar o arquétipo da “volta para casa”, Joyce constrói o romance-símbolo do projeto moderno do século XX. Para tanto, fundiu as <strong>24 rapsódias</strong> do clássico grego em dezoito episódios e transformou o guerreiro Ulisses no medíocre redator de anúncios publicitários Leopold Bloom; sua mulher, a doce e determinada Penélope, na moderníssima, sensual e descolada cantora de ópera Molly; e seu filho, o corajoso Telêmaco, no indeciso intelectual Stephen Dedalus. Dessa forma, nasceu Ulysses, o “romance para acabar com todos os romances”, uma vez que Joyce esgotou praticamente todas as formas de narrativa existentes até então (monólogo interior, catecismo, dialética, tumescência e intumescência, narrativa sênior, catecismo, teatro etc.) para recriar, em um único dia, toda a experiência do homem contemporâneo.<br />
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A história é mais ou menos a seguinte: transtornado pela suspeita de que Molly o está traindo com o produtor musical Blazes Boylan, Bloom sai de casa às <strong>8 horas</strong> da manhã, enquanto sua esposa ainda está dormindo. Volta pouco tempo depois para fritar rim de porco e servi-lo como café da manhã para ela e também deixar algumas correspondências que pegou no correio. Tem uma conversa cheia de entrelinhas com Molly e, depois, sai, novamente, e anda errante por vários locais de Dublin, cruzando com pessoas com as quais queria evitar o contato, bêbados, poetas, jornalistas, prostitutas, ateus, excêntricos e, por fim, com o “órfão” Stephen Dedalus, que acaba sendo “adotado” por ele lá pelas duas horas da madrugada do dia seguinte. Pelo caminho, monólogos interiores, blasfêmias, (muita) escatologia, momentos sublimes, piadas infames, reflexões sobre a vida e a morte e um roteiro fidedigno da capital irlandesa relatados em dezoito episódios divididos em três partes (conforme a tradução de Caetano W. Galindo): “Telemaquia”, “Odisseia” e “Nostos”. Na primeira parte, os episódios são “Telêmaco”, “Nestor” e “Proteu”; na segunda, “Calipso”, “Lotófagos”, “Hades”, “Éolo”, “Lestrigões”, Cila e Caribde”, “Rochedos errantes”, “Sereias”, “Ciclope”, Nausícaa”, “O gado do Sol” e “Circe”; e na terceira e última, “Eumeu”, “Ítaca” e “Penélope”. Cada episódio mais ou menos equivale a uma ou mais rapsódias de Odisseia, uma cena, uma hora, um órgão do corpo humano, uma arte, uma cor, um símbolo e uma técnica narrativa. São perto de mil páginas condensadas em um único dia: 16 de junho de 1904, o chamado “Bloom’s day”, ou simplesmente “Bloomsday”.<br />
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Essa data, aliás, que já se tornou universal, é possivelmente o maior spoiler da história da literatura mundial. Explico. Como Joyce, com Ulysses, decidiu estraçalhar com a ideia de romance – e, por extensão, de narrativa, muito embora isso ele faça com muito mais força em Finnegans Wake –, nada no livro é mostrado de forma simples. Quem vai ler o livro pela primeira vez que não espere por facilidades – muito pelo contrário. Só que, na leitura cerrada do livro, o leitor só vai começar a ter uma vaga noção de que se trata do dia <b>16 de junho de 1904</b> lá pelo quinto capítulo (“Lotófagos”; mais um spoiler). Essa informação básica, digamos assim, é distribuída em pequenos sinais ao longo da obra, assim como inúmeras outras. Logo, se considerar que o Bloomsday é comemorado desde quando o livro foi publicado, em <b>1922</b>, é de se concluir que praticamente já não existem mais leitores de Ulysses que não saibam de antemão da famosa data.<br />
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Mas o que é essa data? Eis uma das marcas registradas de Joyce: a pessoalidade. O dia 16 de junho de 1904 marca o primeiro encontro entre ele e aquela que viria a tornar-se sua única esposa: a camareira de hotel Nora Barnacle. E não é somente a referência a essa data o único detalhe pessoal utilizado por Joyce em Ulysses. Praticamente todas as suas obras são impregnadas por episódios da sua vida conturbada: de Dublinenses, passando por Retrato do Artista quando Jovem, Giacomo Joyce até sua outra obra capital, Finnegans Wake, onde exercitou todo o seu inesgotável talento e prodigiosa memória para criar um romance onírico com palavras reinventadas a partir de <b>65</b> línguas.<br />
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<h3>Leitores-modelo</h3><br />
Mas o que também é importante falar acerca de Ulysses é sobre o processo orgânico e até mesmo fisiológico do ato de ler o livro. Passados <strong>94 anos</strong> da sua publicação, a obra continua ao mesmo tempo encantando e incomodando leitores em todo o mundo. E o que toca especificamente Ulysses são as duas dimensões desse processo de leitura: o ato físico de ler, e o que isso significa para a compreensão da leitura, e em que medida essa leitura impacta na vida do leitor.<br />
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É o filósofo, ensaísta, teórico da comunicação e escritor italiano Umberto Eco quem dá algumas pistas valiosas de como dar conta desse processo. Em <a alt="Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção. São Paulo, Companhia das Letras, 1994" class="ref" name="" title="Umberto Eco">Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção</a>, Eco define dois tipos de “leitor-modelo”: o de primeiro nível e o de segundo nível. No capítulo “Os Bosques de Loisy”, ele compara a leitura de um livro com o ato de percorrer um bosque e afirma que há duas maneiras de fazer isso: a primeira é experimentar um ou vários caminhos e a segunda, <a alt="Op. Cit., p. 33" class="ref" name="" title="">“andar para ver como é o bosque e descobrir por que algumas trilhas são acessíveis ou não”.</a> “Todo texto desse tipo se dirige sobretudo a um leitor-modelo do primeiro nível, que quer saber muito bem como a história termina (se Ahab consegue capturar a baleia e se Leopold Bloom encontrará Stephen Dedalus depois de cruzar com ele algumas vezes no dia <strong>16 de junho de 1904</strong>). Mas também todo texto se dirige a um leitor-modelo de segundo nível, que se pergunta que tipo de leitor a história deseja que ele se torne e que quer descobrir precisamente como o autor-modelo faz para guiar o leitor. Para saber como uma história termina, basta em geral lê-la uma vez. Em contrapartida, para identificar o autor-modelo é preciso ler o texto muitas vezes e algumas histórias incessantemente. Só quando tiverem descoberto o autor-modelo e tiverem compreendido (ou começado a compreender) o que o autor queria deles é que os leitores empíricos se tornarão leitores-modelo <a alt="Ibidem" class="ref" name="">maduros”.</a><br />
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Em outro livro, <a alt="Obra Aberta. São Paulo, Perspectiva, 1997" class="ref" name="" title="Umberto Eco">Obra Aberta</a>, Umberto Eco afirma que toda obra de arte é aberta porque não comporta apenas uma <a alt="Obra Aberta" class="ref" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Obra_Aberta" title="Wikipedia">interpretação.</a> “A ‘obra aberta’ não é uma categoria crítica, mas um modelo teórico para tentar explicar a arte contemporânea; qualquer referencial teórico usado para analisar a arte contemporânea não revela suas características estéticas, mas apenas um modo de ser dela segundo seus próprios <a alt="Ibidem" class="ref" name="">pressupostos”.</a><br />
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Eco categoriza Ulysses como exemplo máximo de uma “obra aberta”. “É supérfluo lembrar aqui ao leitor, como exemplo máximo de obra ‘aberta’ – com o intuito justamente de proporcionar uma imagem de certa condição existencial e ontológica do mundo contemporâneo –, a obra de James Joyce. Em Ulysses, um capítulo como ‘Wandering Rocks’ [‘Rochedos errantes’, na tradução de Caetano W. Galindo] constitui um pequeno universo observável dentro de perspectivas sempre novas, onde desapareceu totalmente o último vestígio de uma poética de molde aristotélico, e com ela um decurso unívoco do tempo dentro de um espaço <a alt="Op, Cit., p. 48" class="ref" name="">homogêneo”.</a><br />
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Mais adiante, Eco cita o teórico e escritor Edmund Wilson, que diz que a força de Ulysses, “ao invés de acompanhar uma linha, expande-se a si mesma em todas as dimensões (inclusive a do Tempo) em torno de um único ponto. O mundo de Ulysses é animado por uma vida complexa e inexaurível: revisitamo-lo tal como faríamos com uma cidade, à qual voltamos mais vezes para reconhecer os rostos, compreender as personalidades, estabelecer relações e correntes de interesses. Joyce desenvolveu considerável mestria técnica para apresentar-nos os elementos de sua história numa ordem tal que nos torne capazes de encontrar sozinhos os nossos caminhos: duvido bastante que uma memória humana consiga satisfazer todas as exigências de Ulisses, na primeira leitura. E, quando voltamos a lê-lo, podemos começar de um ponto qualquer, como uma cidade que existe realmente no espaço e na qual pode entrar por onde quer que se queira – aliás, o próprio Joyce declarou, ao compor o livro, ter trabalhado simultaneamente em várias de suas <a alt="Ibidem" class="ref" name="">partes”.</a><br />
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<h3>Odisseia de uma leitura</h3><br />
Bem, como todo mundo, eu comecei como leitor-modelo de primeiro nível em relação a Ulysses. Muito tempo depois é que iniciei meus primeiros passos no segundo nível. E confesso que ainda estou nessa fase, digamos, embrionária.<br />
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O primeiro contato que tive com Ulysses foi em <strong>1991</strong>. Eu morava em São Paulo, capital, e, numas das minhas muitas andanças por sebos ali nas proximidades da biblioteca Mario de Andrade, bem no final da rua da Consolação, deparei com um exemplar do livro publicado pelo saudoso Clube do Livro – ainda com a tradução, claro, de Antonio Houaiss. Era uma época em que era raríssimo encontrar o livro, mesmo em sebos. Como não tinha dinheiro na hora, fiquei a ver navios britânicos imaginários.<br />
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Certo dia, estava eu em uma livraria da rua Pamplona, na região dos Jardins, quando me ocorreu de perguntar ao livreiro se ele tinha o Ulysses. Ele respondeu que não e reafirmou o que eu já sabia: havia tempos que o livro não era publicado no Brasil. Eis que se aproxima de mim um homem de cavanhaque e pergunta se eu já tinha lido Ulysses. Respondi que não e, então, ele contou que tinha um exemplar e que poderia me vender. Topei na hora, meio sem pensar. Anotei o telefone e o endereço, que era do seu consultório de psicanálise, bem próximo da livraria, e também a data e o horário da provável compra. Quando saí da livraria é que me dei conta de que dificilmente iria ter dinheiro para tal negociação. Cheguei em casa e me pus a pensar o que fazer. Olhei para os meus poucos livros e mirei num exemplar de Os Sertões, de Euclides da Cunha, cuja publicação era – vejam só! – de <strong>1906</strong>, apenas a quarta edição. Claro que entrei em conflito, pois era trocar um livro-raridade por outro que, à época, também era de certa forma uma raridade, muito embora de publicação bem mais recente. Pelo sim, pelo não, resolvi ligar ao psicanalista. Quando ele ouviu a minha proposta, aceitou na hora. Desliguei o telefone e me arrependi na hora. Mas já não dava para retroceder. Com toda a dor que um rato de sebo pode ter, e paradoxalmente com vontade de enfim ter Ulysses nas mãos, lá fui eu rumo aos Jardins com um livro de 85 anos embaixo do braço.<br />
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A cena da troca dos livros eu diria que foi joyciana. Dois seres abestalhados trocando, meio a contragosto, duas preciosidades da literatura universal – uma mais do que a outra. De qualquer forma, saí do consultório maravilhado pela aquisição de um Joyce, mas ao mesmo tempo com dor no ventrículo esquerdo por ter deixado escapar um Euclides. Subi a Pamplona, cheguei à Paulista e atravessei-a como quem está jogando Genius: absorto e sob o risco de ser atropelado. Não sei como subi no ônibus rumo a Pinheiros e decidi que ali mesmo eu começaria a ler o livro.<br />
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Hu-hum, tá, ok. Ledo e Ivo engano. O que entendi das três primeiras páginas que li foi zero vezes necas. Como leitor de Ulysses eu era um bom engenheiro químico. À medida que folheava o livro nos capítulos mais à frente, ficava me perguntando do porquê de tudo aquilo. Que diabos Joyce queria dizer com aquele calhamaço? Quando inadvertidamente cheguei lá no final, no monólogo da Molly Bloom, aí é que eu me senti um pedaço de isopor boiando na água. E me arrependi mais ainda de ter deixado Os Sertões com o psicanalista. Das duas, uma: ou tinha feito a troca da minha vida, ou uma tremenda besteira.<br />
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Ironicamente, não passou muito tempo e eu tive de passar nos cobres, não só o Ulysses, como também alguns Kafkas, Manns, Becketts e Gracilianos. A infraestrutura falou mais alto que a superestrutura. Estava sem grana e tinha de vir a Ponta Grossa visitar meus pais. Uma situação bem joyciana, eu diria.<br />
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Curiosamente, aos poucos comecei a perceber que, quanto mais eu não entendia nada de Ulysses, mais eu me aproximava dele, e decidi encarar aquela sopa fumegante fazendo o óbvio: tomando-a pelas bordas e ainda assoprando na colher. Tomei de assalto a hemeroteca da Mario de Andrade e vasculhei por artigos e ensaios sobre o livro e também sobre Joyce. Consegue imaginar, caro leitor, uma vida sem Google? Pois é, eu vivi isso. Era conhecimento adquirido no braço.<br />
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Em <strong>2000</strong>, quando já estava bem fornido, tal qual um Buck Mulligan up to date, de informações várias sobre as obras de Joyce (tinha até comprado Retrato do Artista Quando Jovem, no sebo, claro), um amigo me mostrou um exemplar de <a name="" alt="Homem Comum Enfim – Uma Introdução a James Joyce para o Leitor Comum. tradução de José Antonio Arantes. São Paulo, Companhia das Letras, 1994" title="Anthony Burgess" class="ref">Homem Comum Enfim – Uma Introdução a James Joyce para o Leitor Comum</a>. A-rá! Era do que eu precisava! Pedi emprestado e fotocopiei o dito. Eu já era joyciano desde a medula, mas ainda não sabia disso, porque, exatamente no dia <strong>16 de junho de 2000</strong>, eu comprei um Ulysses que havia sido republicado pela Civilização Brasileira um ano antes.<br />
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Bem, para completar a sina joyciana, decidi que o livro seria o primeiro que eu iria ler no <strong>século 21</strong>. E assim o fiz. Havia terminado de ler <a name="" alt="Submundo. Tradução de Paulo Henrique Brito, São Paulo, Companhia das Letras, 1999" title="Don DeLillo" class="ref">Submundo</a>, do escritor norte-americano Don DeLillo (que, diga-se de passagem, me impulsionou mais ainda a ler Ulysses), e, exatamente no dia 1º de janeiro de 2001, comecei a minha odisseia de ler o livro – sem trocadilhos. Como gato escaldado tem medo de ducha fria, me fiz acompanhar de ninguém menos que o guia de Anthony Burgess, e, durante exatos <strong>42 dias</strong>, eu não olhei nem para a data da folhinha do Sagrado Coração de Jesus, que era para não me desconcentrar.<br />
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Passei pelos três episódios da “Telemaquia” – “Telêmaco”, “Nestor” e “Proteu” – com dificuldades, mas sem maiores sobressaltos. Enquanto um olho vidrava no Ulysses, o outro escapava para o Homem Comum Enfim. O início da “Odisseia” foi recompensador, principalmente em “Calipso”, “Lotófagos” e “Hades”. Em “Éolo”, “Lestrigões”, Cila e Caribde” e “Rochedos errantes”, o caldo começou a engrossar. Já estava varando madrugadas, mas venci com muitas dificuldades “Sereias”, “Ciclope”, Nausícaa” e “O gado do Sol”. Mas, quando cheguei ao último episódio dessa parte, “Circe”, o bicho pegou. Travou tudo. As voltas ao texto começaram a ficar mais recorrentes e mais concentradas. Foi doloroso, confesso. Mas consegui chegar ao final. Senti-me, então, mais preparado para enfrentar a última parte, “Nostos”. “Eumeu” e “Ítaca” foram divertidíssimos. Porém, quando finalmente aportei em “Penélope”, o célebre monólogo interior de Molly Bloom, aí eu fui pra galera. E comecei a fazer algo que é recorrente quando chego ao final de um livro do qual gostei muito: comecei a ralentar a leitura para que demorasse para chegar ao final. Só que, no caso do monólogo, isso foi conflitante, porque um texto de mais de <strong>60 páginas</strong> sem pontuação alguma impede o leitor, que já está embalado, de pisar no freio. Quando cheguei à palavra “Sims”, era o amanhecer do dia <strong>12 de fevereiro</strong> – joycianamente, dez dias após a data de aniversário de James Joyce.<br />
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Dormi <strong>13 horas</strong> seguidas e, claro, sonhei com Molly Bloom. (...) Você queria o que?<br />
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Em <strong>2012</strong>, já devidamente mais equipado, devorei (bom, nem tanto...) a tradução de Caetano W. Galindo. Ainda quero ler a de Bernardina da Silveira Pinheiro. E, no momento, estou lendo <a name="" alt="Sim, eu Digo Sim – uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce. São Paulo, Companhia das Letras, 2016" title="Caetano W. Galindo" class="ref">Sim, eu Digo Sim – Uma Visita Guiada ao Ulysses de James Joyce</a>, de Caetano W. Galindo. E constatei que, enfim, sou um homem comum e um leitor de segundo nível. Peleei, mas cheguei a esse patamar. Mas sei que ainda tenho um bosque entrelaçado de raízes para percorrer, e com direito a uma neblina cerrada.<br />
<br />
Porque, definitivamente, Ulysses não é um livro para se ler. Mas, sim, para se reler, reler, reler e reler. Ad infinitum.<br />
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Helcio Kovaleski<br />
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<b>Helcio Kovaleski</b> é jornalista, roteirista e crítico de teatro, autor do livro Festival crítico: dez anos escrevendo sobre o Fenata (Festival Nacional de Teatro). Atualmente é assessor parlamentar da Câmara Municipal de Ponta Grossa, Paraná.<br />
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<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=3236&tipo=acervo" target="_blank">Le Monde Diplomatique Brasil</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-78619923280060641252016-04-04T00:04:00.001-03:002016-04-04T00:12:22.121-03:00Um computador pode escrever poesia?Se lerem um poema e se sentirem emocionados com ele, mas depois descobrirem que foi escrito por um computador, você se sentiria diferente com relação à experiência? Você sentiria que o computador se expressou e foi criativo, ou sentiria que caiu em um truque barato?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI_IE_3Ja62tC4R1iqh-Wf5JcMtYvt9yY5bZpEmhhgCa_odtuUu72fJbREjpHNhIXPaSH0nxZ514RQBDCnaOxH31Az_4ojwNEyyw-0tIrpUGdhmZSieh9iAD6kofIHWb6vlPPwcttzhfc/s1600/botpoet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="174" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI_IE_3Ja62tC4R1iqh-Wf5JcMtYvt9yY5bZpEmhhgCa_odtuUu72fJbREjpHNhIXPaSH0nxZ514RQBDCnaOxH31Az_4ojwNEyyw-0tIrpUGdhmZSieh9iAD6kofIHWb6vlPPwcttzhfc/s320/botpoet.jpg" width="320" /></a></div>
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<a name='more'></a> <br />
<strike><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><b>E</b></span></strike>u tenho uma pergunta. Um computador consegue escrever poesia? É uma pergunta provocativa. Se você pensar nela por um minuto, de repente vêm várias outras perguntas como: o que é um computador? O que é poesia? O que é criatividade? Mas essas são perguntas que pessoas passaram a vida inteira tentado responder, não numa única palestra TED. Então vamos ter que tentar uma abordagem diferente.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="https://embed-ssl.ted.com/talks/lang/pt-br/oscar_schwartz_can_a_computer_write_poetry.html" webkitallowfullscreen="" width="560"></iframe><br />
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Aqui nós temos dois poemas. Um deles foi escrito por um humano, e o outro escrito por um computador. Vou pedir que vocês digam qual é qual. Tentem:<br />
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<b>Poema 1</b>: Mosquinha / Tua peça de verão, / Minha mão descuidada / A afastou. Será que não sou / uma mosquinha também? / Ou será que és / Um homem como eu?<br />
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<b>Poema 2</b>: Podemos sentir-nos / Ativistas por nossas vidas / manhãs / Pausa para ver, papa odeio / Não a noite para começar uma grande a não ser (...)<br />
<br />
<br />
Certo, acabou o tempo. Levantem a mão se pensam que o poema 1 foi escrito por um humano. Certo, a maioria. Levantem a mão se pensam que o poema 2 foi escrito por um humano. Muito corajosos vocês, porque o primeiro foi escrito pelo poeta humano William Blake. O segundo foi escrito por um algoritmo que pegou toda a linguagem da minha página do Facebook em um dia e a regenerou com um algoritmo, de acordo com métodos que vou descrever mais adiante. Vamos tentar outro teste. De novo, vocês não têm muito tempo para ler, então confiem no seu instinto.<br />
<br />
<br />
<b>Poema 1</b>: Um leão urra e um cachorro late. É interessante / e fascinante que uma ave voa e não / urra ou late. Histórias fascinantes sobre animais estão em meus sonhos e vou cantá-las todas se eu / não estiver cansado ou exausto.<br />
<br />
<b>Poema 2</b>: Oh! cangurus, lantejoulas, chocolate! / Vocês são muito bonitos! Pérolas, / gaitas, jujubas, aspirinas! Todas / as coisas de sempre falaram (...)<br />
<br />
<br />
Certo, acabou o tempo. Se vocês acham que o primeiro poema foi escrito por um humano, levantem a mão. Certo. E se pensam que o segundo poema foi escrito por um humano, levantem a mão. Temos, mais ou menos, uma divisão 50/50. Estava mais difícil.<br />
<br />
<br />
A resposta é: o primeiro poema foi gerado por um algoritmo chamado Racter, que foi criado na década de 70, e o segundo poema foi escrito por um cara chamado Frank O'Hara, que, por acaso, é um dos meus poetas humanos favoritos.<br />
<br />
(Risos)<br />
<br />
E o que acabamos de fazer agora foi um teste de Turin para poesia. O teste de Turin foi proposto por esse cara, Alan Turing em 1950, a fim de responder a pergunta: os computadores conseguem pensar? Alan Turing acreditava que se um computador fosse capaz de ter uma conversa em texto com um ser humano, com tal proficiência que o ser humano não saberia se estava falando com um computador ou com um ser humano, assim se diria que o computador tinha inteligência.<br />
<br />
E em 2013, meu amigo Benjamin Laird e eu, nós criamos um teste de Turing para poesia on-line. Ele se chama "bot or not", e vocês podem ir e tentar vocês mesmos. Mas basicamente é o jogo que acabamos de jogar. É apresentado um poema, você não sabe se foi escrito por um ser humano ou por um computador e você tem que adivinhar. Milhares e milhares de pessoas já fizeram esse teste online, e temos os resultados.<br />
<br />
<br />
E quais são os resultados? Bem, Turing dizia que se um computador conseguisse enganar um humano 30% das vezes como se fosse um humano, então ele passaria o teste de Turing de inteligência. Nós temos poemas no banco de dados do "bot or not" que enganaram 65% dos humanos leitores a pensarem que tinha sido escrito por um humano. Bem, acho que temos uma resposta para a nossa pergunta. De acordo com a lógica do teste de Turing, um computador consegue escrever poesia? Bem, sim, absolutamente. Mas se você estiver se sentindo um pouco desconfortável com essa resposta, tudo bem. Se você estiver tendo uma reação instintiva, também está tudo bem porque esse não é o final da história.<br />
<br />
Vamos fazer nosso terceiro e último teste. De novo, vocês vão ter que ler e me dizer qual vocês acham que é humano.<br />
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<b>Poema 1</b>: O vermelho indica a razão para bandeiras bonitas. / e laços. laços de bandeiras / Material de vestir / Razões para vestir o material. (...)<br />
<br />
<b>Poema 2</b>: Um cervo salta mais alto, / Eu escutei o narciso Eu escutei a bandeira hoje / Eu escutei o caçador dizer; / Isso mas o êxtase da morte, / E então o freio está quase pronto (...)<br />
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Acabou o tempo. Levantem a mão se vocês acham que o poema 1 foi escrito por um humano. Levantem a mão se vocês acham que o poema 2 foi escrito por um humano. Uau, tem muito mais gente. Vocês ficariam surpresos de saber que o poema 1 foi escrito pela poetisa muito humana Gertrude Stein. E o poema 2 foi gerado por um algoritmo chamado RKCP. Agora, antes de continuar, vou descrever de maneira breve e simples, como funciona o RKCP. O RKCP é um algoritmo criado por <a href="http://blog.brasilacademico.com/2011/06/raymond-kurzweil-imortalidade-e.html" target="">Ray Kurzweil</a>, que é diretor de engenharia no Google e acredita firmemente em inteligência artificial. E nós damos ao RKCP um texto fonte, ele analisa o texto fonte a fim de descobrir como a linguagem é usada, e então regenera linguagem que emula o primeiro texto.<br />
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<br />
E no poema que acabamos de ver, o poema 2, aquele que vocês todos pensaram que era humano, ele recebeu um monte de poemas de uma poetisa chamada Emily Dickinson, observou a maneira como ela usa a linguagem, aprendeu o modelo, e então regenerou um modelo de acordo com aquela mesma estrutura. Mas o importante para saber sobre o RKCP é que ele não sabe o significado das palavras que está usando. A linguagem é só a matéria prima, poderia ser chinês, poderia ser sueco, poderia ser a linguagem coletada da sua página do Facebook em um dia. É só matéria prima. E mesmo assim, ele é capaz de criar um poema que parece mais humano do que o poema de Gertrude Stein e Gertrude Stein é um ser humano.<br />
<br />
<br />
E o que fizemos aqui, é mais ou menos um teste de Turing inverso. Gertrude Stein, que é um ser humano, consegue escrever um poema que engana a maioria dos seres humanos a pensar que foi escrito por um computador.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
Portanto, de acordo com a lógica do teste de Turing inverso, Gertrude Stein é um computador.</blockquote>
<br />
(Risos)<br />
<br />
Parece confuso? Acho que vocês têm razão.<br />
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<br />
Até agora tivemos humanos que escrevem como humanos, temos computadores que escrevem como computadores, temos computadores que escrevem como humanos, mas também temos, talvez o mais confuso, humanos que escrevem como computadores.<br />
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<br />
E o que aprendemos com isso tudo? Aprendemos que William Blake é de alguma maneira mais humano do que Gertrude Stein? Ou que Gertrude Stein é mais computador do que William Blake?<br />
<br />
<br />
(Risos)<br />
<br />
<br />
Essas são perguntas que eu venho me fazendo há uns dois anos, e eu não tenho respostas. Mas o que eu tenho são várias descobertas sobre nosso relacionamento com a tecnologia.<br />
<br />
<br />
E minha primeira descoberta é que, por alguma razão, nós associamos a poesia com ser humano. Tanto que quando perguntamos: "Um computador consegue escrever poesia?" também perguntamos: "O que significa ser humano e como definimos limites para essa categoria? Como definimos quem ou o que pode ser parte dessa categoria?" Essa é uma pergunta essencialmente filosófica, acredito eu, e não pode ser respondida com um teste sim ou não, como o teste de Turing. Eu também acredito que Alan Turing entendia isso, e quando ele criou seu teste em 1950, ele o fazia como uma provocação filosófica.<br />
<br />
<br />
E minha segunda descoberta é que, quando fazemos o teste de Turing para poesia, não estamos realmente testando a capacidade dos computadores, porque algoritmos de geração de poesia são bem simples e já existem mais ou menos desde a década de 1950. O que estamos fazendo com o teste de Turing para poesia, melhor, é coletar opiniões sobre o que constitui a natureza humana. E o que eu compreendi, nós vimos isso hoje mais cedo, quando dissemos que William Blake é mais humano do que Gertrude Stein. Claro que isso não significa que William Blake era realmente mais humano ou que Gertrude Stein era mais computador. Simplesmente significa que a categoria de humano é instável. E isso me levou a entender que o ser humano não é um fato frio e duro. Mas sim, é algo construído com nossas opiniões e algo que muda com o tempo.<br />
<br />
<br />
E minha descoberta final é que o computador, mais ou menos, funciona como um espelho que reflete qualquer noção de humano que lhe mostramos. Nós lhe mostramos Emily Dickinson, ele nos devolve Emily Dickinson. Nós lhe mostramos William Blake, é isso que ele reflete de volta para nós. Nós lhe mostramos Gertrude Stein, e o que recebemos é Gertrude Stein. Mais do que qualquer pedaço de tecnologia, o computador é um espelho que reflete a noção de humano que lhe mostramos.<br />
<br />
<br />
Tenho certeza de que vários de vocês vêm escutando muito sobre inteligência artificial recentemente. E muito do que se fala é: será que conseguimos construí-la? Será que conseguimos construir um computador inteligente? Será que conseguimos construir um computador criativo? O que parece que estamos perguntando repetidamente é será que conseguimos construir um computador que pareça humano?<br />
<br />
<br />
Mas o que acabamos de ver é que o ser humano não é um fato científico, que é uma ideia em constante mudança e concatenação e que muda com o tempo. Tanto que quando começamos a nos agarrar à ideia de inteligência artificial no futuro, não deveríamos somente nos perguntar: "Será que conseguimos construir?" Mas também deveríamos nos perguntar: "Que noção de humano gostaríamos de receber refletida para nós?" Essa é uma ideia essencialmente filosófica, e uma que não pode ser respondida somente com software, mas acho que exige um momento de reflexão existencial para uma espécie.<br />
<br />
Obrigado.<br />
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(Aplausos)<br />
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<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://www.ted.com/talks/oscar_schwartz_can_a_computer_write_poetry" target="_blank">TED</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-80164968463896280752016-01-19T12:33:00.000-02:002016-01-21T02:09:35.751-02:00Você sabia que D. João VI tinha um masturbador real?Ou que Paulo Maluf tinha seu nome em uma placa sobre o túmulo de Pedro Álvares Cabral, em Portugal? O escritor Mario Prata conta essas e outras histórias na arena do programa Roda Viva.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40dG_yzStACFcNl9e_91OFmxsldaBuyeuaNcBYxsBEriQdWseL39izJIJ5Nqzjt-039j2dn-OdVkzaFtQ4q_Q590cxbfOhyphenhyphenmZTVQbB7QxJ_j7AXD9kwjfBnMc1C9SmHlMXed7bfeVX8g/s1600/marioPrata.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40dG_yzStACFcNl9e_91OFmxsldaBuyeuaNcBYxsBEriQdWseL39izJIJ5Nqzjt-039j2dn-OdVkzaFtQ4q_Q590cxbfOhyphenhyphenmZTVQbB7QxJ_j7AXD9kwjfBnMc1C9SmHlMXed7bfeVX8g/s400/marioPrata.jpg" width="400" /></a></div><a name='more'></a><br />
<strike><span style="font-size: x-large;">O</span></strike> programa Roda Viva exibiu, dia 11/01/2016, uma entrevista inédita com o escritor, dramaturgo (tendo escrito novelas como <a alt="Memória Globo - MARIO PRATA" class="ref" hint="Acessado em 19/01/2016" href="http://memoriaglobo.globo.com/perfis/talentos/mario-prata/trabalhos-na-tv-globo.htm" target="_blank" title="Wikipedia">Estúpido Cupido e Sem Lenço, sem Documento</a>), cronista e jornalista Mario Prata, fala de suas obras, principalmente de seu último lançamento, em 2015. <br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/NC0w7nCcceM?rel=0&showinfo=0" width="560"></iframe><br />
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Seu último livro, Mario Prata Entrevista Uns Brasileiros, Prata realiza entrevistas fictícias com personalidades já falecidas como Dom Pedro I, Marquesa de Santos, Dona Maria, a Louca (revelando que, em Portugal, ela é conhecida como Dona Maria, a Pia), Pedro Álvares Cabral, entre outros.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">Eu quis pegar de cada personagem fatos não conhecidos, né? Como o masturbador que D. João VI trouxe em 1808. O que é verdade, tem muito mais de uma fonte.</blockquote><br />
Nele, o autor relata diálogos insólitos com boa dose de humor, como a que teria travado com o realizador do "achamento" do Brasil, quando ele pergunta a Cabral sobre a placa que o ex-governador Paulo Maluf deixou em sua homenagem, em cima de seu túmulo. Segundo Prata, ela existe de verdade e lá está escrito “Ao descobridor do Brasil, uma homenagem do Paulo Maluf”. <br />
<br />
<blockquote class="sombra curled">Depois começou essa onda de ódio. Essa crise de ódio. Que eu não acho que nem é crise econômica nem política. É de ódio. Eu nunca vi tanto ódio assim de todas as partes. As pessoas estão se odiando. Um horror.</blockquote><br />
Mario Prata também aproveita para mostrar todo seu descontentamento com a imprensa e com a ausência de cronistas nos grandes jornais.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">Hoje no Brasil nós não temos três cronistas, (...) o resto "caga regra". O cronista virou um articulista que é dono da verdade. Qualquer crônica - está escrito "crônica" - você vai ler... é um cara cagando regra.</blockquote><br />
O entrevistado também fala de suas outras obras e da carreira na dramaturgia. Mineiro de Uberaba, Mario Prata viveu boa parte da infância e adolescência em Lins, interior de São Paulo. Em mais de 50 anos de escrita, tem no currículo três mil crônicas e cerca de 80 títulos publicados, entre romances, livros de contos, roteiros e peças teatrais.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">[Rui Barbosa responde sobre o Brasil de hoje] O Fernando Henrique colocou o Mundo no Brasil. O Lula colocou o Brasil no Mundo. Nem o Mundo, nem o Brasil, souberam aproveitar isso. O maior problema do Brasil, na minha velha e ranheta sabedoria, não é a corrupção, é a incompetência. O Brasil está cada vez mais incompetente. A culpa? Da educação. O Brasil é um país sem educação. E só vai piorar. Não tem que combater a corrupção -isso existe no mundo todo- tem que combater a falta de educação. Quer que eu diga isso em latim?</blockquote><br />
Recebeu 18 prêmios nacionais e estrangeiros, com obras reconhecidas no cinema, literatura, teatro e televisão. É autor, entre outros, dos livros Diário de um magro, Minhas mulheres e meus homens, Os anjos de Badaró (primeiro romance brasileiro escrito online, com a participação dos leitores), Minhas tudo e Os viúvos.<br />
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<ul><li>[message]</li>
<ul><li><span style="background-color: #fff2cc;">"Poucos historiadores se arriscam a entrar na vida íntima de Dom João VI. Dois deles, Tobias Monteiro e Patrick Wilcken, apontam evidências de que, na ausência da mulher, ele manteve um relacionamento homossexual - mais por conveniência do que por convicção - com <a alt="Francisco José Rufino de Sousa Lobato" class="ref" hint="Acessado em 21/01/2016" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_Rufino_de_Sousa_Lobato" target="_blank" title="Wikipedia">Francisco Rufino de Sousa Lobato</a>, um dos camareiros reais. Monteiro sugere que as funções de Francisco Rufino incluíam masturbar o rei com certa regularidade. Um frade, identificado apenas como padre Miguel, teria assistido, sem querer, a cenas de intimidade entre o rei e seu vassalo na fazenda Santa Cruz, onde ficava o palácio de verão da corte no Rio. Depois desse episódio, o padre foi transferido para Angola, mas, antes de partir, deixou registrado, por escrito, seu testemunho sobre o que teria <a alt="1808" class="ref" hint="Editora Planeta. 2007. [Acessado em 21/01/2016]" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/1808_(livro)" target="_blank" title="GOMES, Laurentino">visto</a>."</span></li>
<ul><li style="text-align: right;"><span style="background-color: #999999; color: white;">Laurentino Gomes <i>in</i> 1808</span></li>
</ul></ul></ul>Essa edição do Roda Viva contou com a seguinte bancada: Reinaldo Moraes, escritor e roteirista; Matthew Shirts, coordenador editorial do site Planeta Sustentável; Antonio Prata, escritor e colunista do jornal Folha de S.Paulo; Guilherme Evelin, editor-executivo da revista Época; e Ilan Brenman, escritor. O cartunista Paulo Caruso também participa com suas charges (embora tenha solicitado uma licença para participar com perguntas).<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=NC0w7nCcceM" target="_blank">Roda Viva</a>, <a href="http://fpa.com.br/assessoria/33_mario-prata-ocupa-o-centro-do-roda-viva.html">Fundação Padre Anchieta</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-87235775894659397612016-01-06T01:59:00.000-02:002016-01-06T02:09:07.604-02:00Macunaíma, de Mário de Andrade, entra em domínio públicoUm dos maiores clássicos da literatura brasileira, Macunaíma, de Mário de Andrade, entrou em domínio público este ano (2016).<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjGpCO_LihtMLC7Il2WmQauwqom6GVqnUaRmnf0F09VX3k9mk5r2o8uft87jRmqAaIgCRWACCpW5jil-YsU_kFoy1sjRRfd9d-L-mycDBZNA-g7yQTSZ8gMK1kHOmCtLAAj6-72VCqpwg/s1600/Mario_de_andrade_1928b.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjGpCO_LihtMLC7Il2WmQauwqom6GVqnUaRmnf0F09VX3k9mk5r2o8uft87jRmqAaIgCRWACCpW5jil-YsU_kFoy1sjRRfd9d-L-mycDBZNA-g7yQTSZ8gMK1kHOmCtLAAj6-72VCqpwg/s400/Mario_de_andrade_1928b.png" /></a></div><a name='more'></a> <br />
<strike><span style="font-size: x-large;">I</span></strike>sso acontece porque o primeiro dia do ano é "tradicionalmente" o Dia do <a alt="Domínio público" class="ref" hint="Acessado em 06/01/2016" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom%C3%ADnio_p%C3%BAblico" title="Wikipedia">Domínio Público</a> e as obras podem ser usadas livremente por qualquer pessoa, sem restrições ou necessidade de pagamento ou autorização. Isso significa que a obra poderá ser copiada, xerocopiada, reproduzida e adaptada livremente, assim como todas as outras obras do autor modernista.<br />
<br />
As regras de domínio público variam conforme o país. No Brasil, de acordo com a legislação, as obras ficam livres de direitos autorais no primeiro dia do ano seguinte em que se completam 70 anos da morte do autor. Logo, todas as obras de Mário de Andrade entram em domínio público neste ano.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><a alt="Mário de Andrade" class="ref" hint="Acessado em 06/01/2016" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_Andrade" target="_blank" title="Wikipedia">Mário de Andrade</a></span><br />
<br />
O escritor brasileiro morreu em fevereiro de 1945. Ele foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo e figura-chave do movimento <a alt="Modernismo no Brasil" class="ref" hint="Acessado em 06/01/2016" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil" target="_blank" title="Wikipedia">modernista</a> que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922. O escritor foi um dos integrantes do “Grupo dos Cinco”, que deu início ao modernismo no Brasil, formado também por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti Del Picchia.<br />
<br />
A descentralização da cultura é um dos objetivos do Modernismo e pode ser percebida na obra de Andrade. Suas obras mais conhecidas são o livro de poesias Pauliceia Desvairada, que inspirou a Semana Moderna, e os romances Amar, verbo intransitivo, de 1927, e <a alt="Macunaíma" class="ref" hint="Acessado em 06/01/2016" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Macuna%C3%ADma" title="Wikipedia">Macunaíma</a>, de 1928.<br />
<br />
Seu livro mais conhecido, Macunaíma, busca uma valorização da cultura nacional. A obra foi adaptada para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade em 1969, com Grande Otelo interpretando o protagonista.<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Conheça a obra Macunaíma</span><br />
<br />
Ao nascer, Macunaíma manifesta sua principal característica: a preguiça. O herói vive às margens do mítico Rio Uraricoera com sua mãe e seus irmãos, Maanape e Jiguê, numa tribo amazônica. Após a morte da mãe, os três irmãos partem em busca de aventuras. Macunaíma encontra Ci, Mãe do Mato, rainha das Icamiabas. Depois de dominá-la, com a ajuda dos irmãos, faz dela sua mulher, tonando-se assim imperador do Mato Virgem.<br />
<br />
O herói tem um filho com Ci e esse morre, ela morre também e é transformada em estrela. Antes de morrer dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (pedra verde em forma de sáurio), que ele perde e que vai parar nas mãos do mascate peruano Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, comedor de gente. Como o gigante mora em São Paulo, Macunaíma e seus irmãos vão para lá, na tentativa de recuperar a muiraquitã.<br />
<br />
Depois de muitas aventuras por todo o Brasil na tentativa de reaver sua pedra, o herói a resgata e regressa para a sua tribo.<br />
<br />
Ao fim da narrativa, após uma vingança, ele perde a pedra de novo, dessa vez sem chance de recuperação. Cansado de tudo, Macunaíma vai para o céu transformado na Constelação da Ursa Maior.<br />
<br />
<center><div id="apagador"><a class="lightSwitcher" href="javascript:void(0);">Apagar as luzes</a></div><div id="videoLuces"><span class="tec"><b>Clique</b></span> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/FNoga3IxPHs?rel=0&showinfo=0" width="480"></iframe><br />
</div><small>Macunaíma (1969) - Filme de Joaquim Pedro de Andrade com Grande Otelo e Paulo José</small></center><br />
<span style="font-size: large;">Domínio Público</span><br />
<br />
Quando dizemos que uma obra entrou em domínio público significa que, se você copiar o trabalho, não vai estar infringindo direitos autorais. As pessoas podem reproduzir, copiar, criar obras derivadas, remixar e o que mais lhe vier à cabeça.<br />
<br />
Domínio público, no Direito da Propriedade Intelectual, é o conjunto de obras culturais, de tecnologia ou de informação (livros, artigos, obras musicais, invenções e outros) de livre uso comercial, porque não são submetidas a direitos patrimoniais exclusivos de alguma pessoa física ou jurídica, mas que podem ser objeto de direitos morais.<br />
<br />
Em geral, os países tornam uma obra pública no primeiro dia do ano seguinte em que se completam 50 ou 70 anos da morte do autor.<br />
<br />
Líria Jade - Portal EBC<br />
Edição: Gésio Passos<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2016-01/macunaima-de-mario-de-andrade-esta-em-dominio-publico-partir-de-2016" target="_blank">Agência Brasil</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-44120161449866625552015-11-12T01:48:00.002-02:002015-11-12T01:48:49.643-02:00A arte da metáforaComo a metáfora nos ajuda a entender melhor o mundo? E o que faz uma boa metáfora? Explore estas questões com escritores tais como Langston Hughes e Carl Sandburg, que dominaram a arte de criar uma cena ou trazer emoção para a vida.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmLEPvqso8-mCml3cZgcBCB_egPU7fMcbVwPIcpxWP_VBa8-5VMsPvytWV6vmCP1yN5rceegZ7fD-DfCEpKvJPZPESqrt5PSo3zBuguWuLnDvYt22irRivn42zc6sBnYO2HPi3S724ypY/s1600/metafora.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmLEPvqso8-mCml3cZgcBCB_egPU7fMcbVwPIcpxWP_VBa8-5VMsPvytWV6vmCP1yN5rceegZ7fD-DfCEpKvJPZPESqrt5PSo3zBuguWuLnDvYt22irRivn42zc6sBnYO2HPi3S724ypY/s400/metafora.jpg" /></a></div><br />
<a name='more'></a> <br />
Quando falamos, algumas vezes falamos diretamente: "Vou à loja, voltarei em 5 minutos". <br />
<br />
<center><div id="apagador"><a class="lightSwitcher" href="javascript:void(0);">Apagar as luzes</a></div><div id="videoLuces"><span class="tec"><b>Clique</b></span> <i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-left"></i></b></span> Retroceder <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-right"></i></b></span> Avançar <span class="tec"><b>Espaço</b></span> <i class="fa fa-pause"></i>/<i class="fa fa-youtube-play"></i> <span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-up"></i></b></span><span class="tec"><b><i class="fa fa-arrow-down"></i></b></span> <i class="fa fa-volume-down"></i>/<i class="fa fa-volume-up"></i> <span class="tec"><b>F</b></span> <i class="fa fa-arrows-alt"></i><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/A0edKgL9EgM?rel=0&showinfo=0" width="560"></iframe><br />
</div></center><br />
Outras vezes, falamos de um jeito que invoca a imagem de uma pequena cena: "Está chovendo cães e gatos" (chover torrencialmente), dizemos, ou "Tô esperando o outro sapato cair." (aguardar evento aparentemente inevitável) <br />
<br />
As metáforas são uma forma de falar de algo descrevendo outra coisa. Podem parecer desvios, mas não são. Vendo, ouvindo e degustando é como tomamos contato com o novo.<br />
<br />
O filósofo William James descreveu o mundo de recém-nascidos como "zumbido e intensa confusão".<br />
<br />
Ideias abstratas são coisas pálidas se comparadas com abelhinhas e floradas. As metáforas pensam com a imaginação e os sentidos. Nelas as pimentas ardidas explodem na boca e na mente. São também precisas. <br />
<br />
Não paramos para pensar sobre um pingo de chuva na forma de gatos ou cães, mas, assim que penso, percebo que tenho certeza de que o cão precisa ser pequeno - um 'cocker spaniel', ou um 'dachshund' - e não um 'golden lab' ou 'Newfoundland', acho que um 'beagle' é de bom tamanho.<br />
<br />
Uma metáfora não é verdade nem mentira ao pé da letra. As metáforas são uma arte, não uma ciência, mas mesmo assim podemos perceber o certo e o errado. Uma metáfora que não é boa o deixa confuso. Você sabe o que significa sentir-se como uma roda quadrada, mas não o que é estar cansado como uma baleia.<br />
<br />
Há um paradoxo nas metáforas. Elas quase sempre enunciam algo que não é verdadeiro. Se você diz: <br />
<br />
<blockquote>Há um elefante na sala.</blockquote><br />
Não existe um de verdade, procurando pelo prato de amendoim na mesa.<br />
<br />
As metáforas vão por baixo de sua pele, voando direto para a mente lógica. Mais, estamos acostumados a pensar em imagens. Toda noite sonhamos coisas impossíveis. E quando acordamos, aquele modo de pensar ainda está conosco. Nós saímos de nossos sonhos e nos ligamos à nossa vida. <br />
<br />
Algumas metáforas usam as palavras "como" ou "tão quanto". "Tão doce quanto o mel", "forte como uma árvore". São chamadas de símiles. Um símile é uma metáfora que admite estar fazendo uma comparação. Símiles tendem a fazer você pensar.<br />
<br />
Metáforas lhe permitem sentir as coisas diretamente. Por exemplo, a famosa metáfora de Shakespeare:<br />
<br />
<blockquote>O mundo é um palco.</blockquote><br />
"O mundo é como um palco" parece pobre, mais entediante. <br />
<br />
As metáforas podem viver nos verbos. Emily Dickinson inicia um poema: <br />
<br />
<blockquote>Não vejo caminhos, os ceús foram enlaçados.</blockquote><br />
E sabemos imediatamente como sentiríamos se o céu fosse um tecido costurado.<br />
<br />
Elas podem viver nos adjetivos também: <br />
<br />
<blockquote>Águas paradas correm fundo.</blockquote><br />
Dizemos de alguém quieto e pensativo. E a profundidade importa tanto quanto a imobilidade e a água. <br />
<br />
Um dos lugares óbvios para se encontrar boas metáforas é num poema. Tomemos um haicai japonês do séc. XVIII, do poeta Issa: <br />
<br />
<blockquote>Em um tronco flutuando na corrente, um grilo canta.</blockquote><br />
O modo direto de se encontrar uma metáfora é ver o mundo pelos olhos dela: um inseto canta do tronco que passa no meio do rio. <br />
<br />
Quando visualiza esse pensamento, parte de você reconhece na imagem um pequeno retrato de como é viver neste mundo de mudanças e de momentos, o destino humano é desaparecer, tão certo quanto o daquele pequeno grilo, e, ainda assim, fazemos o que ele faz. Vivemos, cantamos.<br />
<br />
Algumas vezes, um poema pega uma metáfora e a expande, construindo uma ideia em muitas formas. Aqui está o começo do famoso poema "Mãe para filho", de Langston Hughes:<br />
<br />
<blockquote>Bem, filho, vou te contar. A vida para mim não foi uma escadaria de cristal.<br />
Tinha tachinhas nela, e lascas, e degraus carcomidos, e locais sem carpete no chão.</blockquote><br />
Langston Hughes está fazendo uma metáfora que compara a vida dura com uma casa aos pedaços na qual você ainda tem de viver. Essas lascas e tachinhas parecem reais, elas machucam seus pés e seu coração, mas a mãe está descrevendo sua vida, e não a casa real. E fome, e trabalho exaustivo, e pobreza são o que se encontra dentro daquelas lascas.<br />
<br />
As metáforas não são sempre sobre nossas vidas e sentimentos. O poeta de Chicago, Carl Sandburg, escreveu: <br />
<br />
<blockquote>A neblina vem nos pés de um gatinho. Senta-se olhando o porto e a cidade em silenciosos arcos, e daí segue adiante.</blockquote><br />
A comparação aqui é simples. A neblina é descrita como um gato. Mas uma boa metáfora não é um quebra-cabeças, ou uma forma de transmitir um significado escondido, é um modo de permitir a você sentir e conhecer algo diferente. Ninguém que escuta este poema o esquece. Você vê a neblina, e há um gatinho cinza nas vizinhanças. <br />
<br />
As metáforas dão às palavras um jeito de ir além de seu próprio significado. São maçanetas nas portas do que podemos saber, e do que podemos imaginar. Cada porta leva a uma casa nova, e a algum mundo novo que apenas aquela maçaneta pode abrir. E o extraordinário é isto: ao criar uma maçaneta, você pode criar um mundo.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://ed.ted.com/lessons/jane-hirshfield-the-art-of-the-metaphor" target="_blank">Ted-Ed</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-25308962277748644852015-08-27T22:52:00.005-03:002015-08-28T00:18:02.364-03:00Agatha Christie: Algoritmo revela o assassino em seus romancesPara marcar 125 anos da Dama do Crime, peritos analisaram os métodos, motivos e locais em suas histórias de detetive para descobrir como deduzir o assassino.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxysfVzZog2Rk0F0ub6t8N9kQ1aepC09C8geu62ynsJ9Q_DAfgAsgjw6-iVVrVYbN00MBgPhgpS_WY0iFRIxSNtuWxuH5utotjASgt8FZo_JwrQtY3DP_4CfYKeyE2VWDDLM4nNOsdavk/s1600/agathachristie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxysfVzZog2Rk0F0ub6t8N9kQ1aepC09C8geu62ynsJ9Q_DAfgAsgjw6-iVVrVYbN00MBgPhgpS_WY0iFRIxSNtuWxuH5utotjASgt8FZo_JwrQtY3DP_4CfYKeyE2VWDDLM4nNOsdavk/s400/agathachristie.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Agatha Christie</td></tr>
</tbody></table>
<a name='more'></a><br />
Agatha Mary Clarissa Christie foi revelada e o Código Agatha Christie foi hackeado. Agora todos poderão saber qual é o padrão estabelecido em suas obras para se chegar ao assassino. Isso porque o canal de TV Drama encomendou uma pesquisa onde um painel de especialistas analisaram 27 dos 83 livros da prolífica escritora.<br />
<br />
<blockquote class="sombra curled">
A escrita é um grande conforto para pessoas como eu, que estão inseguros sobre si mesmos e têm dificuldade para expressar-se corretamente. <br />
<b><a alt="Agatha Christie: Modus Operandi" class="ref" hint="Acessado em 27/08/2015" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Agatha_Christie#Modus_Operandi" title="Wikipedia">Agatha Christie</a></b></blockquote>
<br />
Segundo o The Gardian, os peritos concluíram que, quando o romance foi definido, o principal modo de transporte usado e como a vítima morria estavam entre as pistas principais. <br />
<br />
<span style="font-size: large;">Como descobrir quem matou</span><br />
<br />
Dominique Jeannerod, da Universidade de Queen, em Belfast, disse que há muito se questionava se Christie seguia um padrão. Segundo Jeannerod, foram analisados dados como: o número de culpados mencionados por capítulo, como o culpado era mencionado, o tipo de transporte envolvido na trama e várias outras referências cruzadas com outros conceitos-chave dos romances.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu5efOR5vO2Qc0oKrsyG5vrKAVDFqWfHkusXkjdfXGdQZc2OFtj6s9422FPXRYQxOkUBenykuMWDI5QPOW0FDZhePnXfv6KL3thr6zVhUfUhRxNjk0EE-nGqhO-SvWy4bUHpr2gc8syGE/s1600/whodunnitformula.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu5efOR5vO2Qc0oKrsyG5vrKAVDFqWfHkusXkjdfXGdQZc2OFtj6s9422FPXRYQxOkUBenykuMWDI5QPOW0FDZhePnXfv6KL3thr6zVhUfUhRxNjk0EE-nGqhO-SvWy4bUHpr2gc8syGE/s400/whodunnitformula.png" /></a></div>
<br />
O primeiro detalhe a ter em conta é a relação - representado na fórmula pela letra (<b>r</b>) - entre o assassino e a vítima. O assassino (<b>k</b>) é quase sempre envolvido emocionalmente com a vítima, e é geralmente um cônjuge ou parente.<br />
<br />
O leitor também deve examinar em qual capítulo cada personagem é introduzido (<b>c</b>), bem como o número de vezes em que são mencionadas (<b>n</b>). Assassinos sempre aparecem na primeira metade do conto, e, geralmente, na primeira quinta parte.<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sexismo</span><br />
<br />
A linguagem (<b>l</b>) usada para descrevê-los também é fundamental. De acordo com o "programa de análise de sentimento" dos pesquisadores, assassinos do sexo feminino são geralmente descritos em termos negativos, em contrapartida Christie usa "níveis mais elevados de sentimento neutro ou positivo" para falar de assassinos do sexo masculino.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9z_0VYYseEzaUKptl48kAUdAAt2oj_IeoaQHiKb31afDFgYNbqFSHoLJxBgOQzt4_CZrrEYcvNODyl2EI2utHco7iPa6lTeroeFe65KEEp13SVmC0M1hPX9hxVKyR2eKE0N5e78Cz0I/s1600/semantria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9z_0VYYseEzaUKptl48kAUdAAt2oj_IeoaQHiKb31afDFgYNbqFSHoLJxBgOQzt4_CZrrEYcvNODyl2EI2utHco7iPa6lTeroeFe65KEEp13SVmC0M1hPX9hxVKyR2eKE0N5e78Cz0I/s400/semantria.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Demonstração do Semantria: Analisando esse post.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<blockquote class="sombra curled">
Nós também avaliamos o sentimento da primeiro menção ao culpado em cada trabalho, usando um programa de análise de sentimento, <a alt="Semantria" class="ref" hint="Acessado em 27/08/2015" href="https://semantria.com/" title="Lexalytics">Semantria</a>, para desmascarar os temas nos padrões de palavras de Christie e opções ao mencionar o culpado. Descobrimos que, em geral, por exemplo, ela emprega sentimento mais negativo quando o culpado é do sexo feminino, ao passo que um culpado masculino tem níveis mais elevados de sentimento neutro ou positivo. <br />
<b>Dominique Jeannerod</b></blockquote>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAl914zcxthCTU-ieyh7i0mug-taiGnIOjcTzKfMlMJfKCBlzRQAL17-loKo_EZtUUB3Dtn5D7DMMgipzi6e4jzjMcijkfIqzXYPlmizF6PBFazmhoCIiJLu34QhlNZjecJAgLZUQmB0k/s1600/semantria2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAl914zcxthCTU-ieyh7i0mug-taiGnIOjcTzKfMlMJfKCBlzRQAL17-loKo_EZtUUB3Dtn5D7DMMgipzi6e4jzjMcijkfIqzXYPlmizF6PBFazmhoCIiJLu34QhlNZjecJAgLZUQmB0k/s400/semantria2.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.8000001907349px;">Demonstração do Semantria: Detectando entidades e temas desse post.</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Homens que assassinam nos romances de Agatha Christie geralmente escolhem um método muito mais violenta (<b>θ</b>) do que os seus homólogos do sexo feminino.<br />
<br />
Enquanto envenenadores tendem a ser mulheres, assassinos do sexo masculino, muitas vezes estrangular ou esfaquear suas vítimas - especialmente se o assassino é um médico.<br />
<br />
E não para por aí sua distinção sexual, culpados do sexo feminino foram geralmente descoberto graças a um produto doméstico manchado ou fora de lugar, enquanto os machos eram normalmente descobertos através de informações ou lógica.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ6axdPpXRaNuddFalrYnefsI9U8CIcigX9Gdgx5VwNYUaij7A2UH-ccBEhyphenhyphenXgN5dZIMUp1b-KNdK9LejoTwEAG7gGZziGa6nffY_s0vuayCCz231nGNoet_CtSjrIqtwXwb2kLyTbQ-c/s1600/success.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ6axdPpXRaNuddFalrYnefsI9U8CIcigX9Gdgx5VwNYUaij7A2UH-ccBEhyphenhyphenXgN5dZIMUp1b-KNdK9LejoTwEAG7gGZziGa6nffY_s0vuayCCz231nGNoet_CtSjrIqtwXwb2kLyTbQ-c/s400/success.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Location, location, location</span><br />
<br />
O cenário (<b>s</b>) também tem uma relação: a cada quatro assassinatos que têm lugar em casas de campo três foram cometidos por uma mulher. <br />
<br />
Surpreendentemente, o principal meio de transporte (<b>δ</b>) na novela também é um fator central. Histórias envolvendo barcos e aviões são mais propensos a ter um homicida masculino, enquanto contos que caracterizam carros, vans e caminhões geralmente levam a uma criminosa. Brett Jacob, analista de dados e membro do painel, afirma:<br />
<br />
<blockquote class="sombra curled">
Do ponto de vista do leitor, o assassino pode ser identificado por olhar para as principais características associadas com o romance. Estes incluem a relação da vítima para o assassino - na maioria dos casos, a vítima é relacionado por sangue ou de um cônjuge do assassino ... em conjunto com as outras características, tais como o principal meio de transporte associados com o romance, que aponta para o assassino ser do sexo feminino (terra / carro ou trem) ou masculino (náutico / ar).</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyPpPiLyMqCKPXaIw01WyJ4GdHLPS7MaCtOe0ir7D2t-39ZYMTN1M6IFW5GMnhYuYSdcgw0qCDDIsXnLAD9Z8c5b0v3xYUJY2tmCqZCQf7-HcU02mw8QmGMJn2PxLSGZEn9lThiy_GbKk/s1600/assassinato-no-expresso-do-oriente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyPpPiLyMqCKPXaIw01WyJ4GdHLPS7MaCtOe0ir7D2t-39ZYMTN1M6IFW5GMnhYuYSdcgw0qCDDIsXnLAD9Z8c5b0v3xYUJY2tmCqZCQf7-HcU02mw8QmGMJn2PxLSGZEn9lThiy_GbKk/s320/assassinato-no-expresso-do-oriente.jpg" width="216" /></a></div>
<br />
Adrian Wills, gerente geral da UKTV para drama, disse que a fórmula matemática daria aos dãs de Christie uma nova visão sobre seus livros.<br />
<br />
<br />
<br />
Ele disse: "Dada a sua contínua popularidade, nós queríamos saber sua fórmula para o sucesso, especialmente desde que o whodunit é um clássico do gênero drama policial.<br />
<br />
<blockquote class="sombra curled">
Esperamos que as suas legiões de fãs dedicados irão revisitar seus favoritos <a alt="Quem matou?" class="ref" hint="Acessado em 27/08/2015" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Quem_matou%3F" target="_blank" title="Wikipedia">whodunits</a> com uma melhor compreensão de como quebrar o código final.<br />
<b>Adrian Wills</b></blockquote>
<br />
<span style="font-size: xx-small;"><br />
Fonte: <a href="http://www.theguardian.com/books/2015/aug/02/academics-unlock-formula-agatha-christies-mysteries">The Gardian</a>, <a href="http://www.dailymail.co.uk/news/article-3183377/How-maths-solve-Agatha-Christie-s-whodunnits-Researchers-devise-formula-looking-setting-language-work-killer-crime-writer-s-novels.html" target="_blank">Daily Mail</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>]<br />
</span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-28609912812723506662015-08-01T13:02:00.000-03:002016-01-08T10:26:45.989-02:00Rememorando antigos e lindos contosEra uma rainha muito bonita, sensual, perfumada, alinhando os cabelos, conferindo os dentes recém escovados, e fazendo beicinho enquanto dava uns retoques no batom. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoYc7q0etO2oLrloFL4OE66ZfKI4vyQQwrUCVQ-geEn3vRiv_q16K29dTDBwZiq720i89RurqNAwN0kzSCGlDT0O7rA4ohCFYiLonqz2frMRg4bnS3hSHhApGeM8RwrJKZJBOPX2dEWOY/s1600/578px-Snow_White_Mirror_1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoYc7q0etO2oLrloFL4OE66ZfKI4vyQQwrUCVQ-geEn3vRiv_q16K29dTDBwZiq720i89RurqNAwN0kzSCGlDT0O7rA4ohCFYiLonqz2frMRg4bnS3hSHhApGeM8RwrJKZJBOPX2dEWOY/s320/578px-Snow_White_Mirror_1.png" width="308" /></a></div>
<a name='more'></a><strike><span style="font-size: x-large;"> E</span></strike>spelho ,espelho meu, haverá alguém no mundo mais bonita do que eu? O espelho olhou... olhou, refletiu incontáveis raios de luz de diferentes comprimentos de onda vindos da apetitosa rainha, depois meditou e refletiu longamente (agora reflexão mental).<br />
<br />
Hum!.... Pensou o polidíssimo e ovalado segmento de cristal. Era um espelho do mais fino cristal, ovalado, perfeito em sua superfície e adornado em suas bordas por uma moldura de couro esmeradamente tratado e fina e artisticamente trabalhado com flores a arabescos de cuja criação e execução participaram artífices do mais alto nível, artistas os mais refinados e inspirados.<br />
<br />
O espelho olhava, sem ser percebido no conteúdo de seu olhar. Olhava a bela rainha, a mulher maravilhosa postada à sua frente, como se cumprisse a sua modesta e repetitiva função de espelhar, de refletir fielmente a imagem dela mas, longe disso, o pobre espelho a devorava com os olhos. Tão afeito estava a ela, a bela madona que todos os dias, várias vezes por dia; nos mais variados momentos; nas mais diversas condições vinha se postar diante dele sem desconfiar que cada imagem dela projetada no interior dele; ali ficava para sempre retida num mecanismo de memória sensorial ou imunológica leucocitária que ainda hoje não compreendemos bem. Espelho, espelho meu... haverá alguém no mundo mais bonita do que eu?... Insistia a rainha.<br />
<br />
Às vezes a pergunta era feita por uma rainha toda produzida, com echarpe verde-musgo no pescoço, um vestido encantador e um casaco que destacava a beleza dela e do conjunto. E o espelho prontamente dizia: Não!.... Não há nem nunca haverá. Como a sala de toalete ficava no quarto quase como uma extensão do banheiro; havia as vezes em que ela vinha apenas com uma felpuda e bela toalha envolvendo parcialmente o corpo escultural e de pele maravilhosa. O espelho quase perdia a voz ao ter que responder à pergunta de sempre. Porém respondia sem ter nunca que mentir: Não há e nunca haverá!...<br />
<br />
Enquanto isso... Não muito distante dali... Na floresta negra... Morando escondida entre respeitosos e simpáticos anões, vivia Branca de Neve que ia pouco a pouco deixando de ser criança e já era agora uma adolescente vivaz, lépida, formosa, louçã, com o mais encantador sorriso sempre presente nos lábios, os dentes tão brancos que chegavam a ser luminosos, a face de um rubor tão belo e juvenil que poderia se rivalizar com as mais belas romãs; com os lábios castos e atrevidos; róseos úmidos e inocentes. Nenhuma beleza é tão bela quanto a beleza que se desperta, quanto uma beleza que todo dia é mais bela. Quanto um conjunto maravilhoso que se aprimora a cada instante, continua se aprimorando incessantemente mesmo no momento em que está sendo analisado, comparado ou julgado. Espelho, espelho meu, haverá alguém no mundo mais bonita do que eu?...<br />
<br />
O pobre espelho nunca tinha visto Branca de Neve mas pressentia, sabia por uma propriedade do mundo das imagens, que Branca de Neve estava vindo com tudo: encantadora, juvenil, meiga, inocente, correndo pela floresta, comendo frutos silvestres e sem agrotóxico, bebendo a mais pura água das nascentes, se banhando ao sol, dormindo do pôr ao nascer do astro rei, respirando o mais puro ar, vivendo entre amigos e em contato com o frescor e os sons da natureza. Branca de neve tinha todos os atributos do DNA da família, e portanto sangue azul, pele alva, traços sutis e bem delineados, gestos delicados e encantadores, lábios rosados e mais, e mais... Branca de Neve tinha tudo o mais que a natureza acrescenta aos seres que mantêm com ela um contato saudável e longo. O pobre espelho não sabia mentir. Balbuciou gaguejando numa última tentativa de não desagradar sua dona, sua musa. Si.... si... sim...! No bosque, isto é na Floresta Negra há uma petiz que desabrocha e está prestes... ou melhor que já ocuparia hoje o pódium da beleza aqui de nossa região. Talvez por uns meros e insignificantes pontos. Não no meu coração!... Mas para o mundo sim!....<br />
<br />
A rainha enfurecida, nem ouviu a frase: não no meu coração. Arremessou o pobre do espelho contra a parede que era de pedra polida e o espelho se fragmentou em incontáveis fragmentos que repetiam sem parar: sim, sim, sim... exasperando ainda mais a rainha. Enfurecida e enlouquecida a rainha partiu para a floresta em busca de Branca de Neve para eliminá-la e, possivelmente apagar todos os vestígios do crime. Nem eliminou a branquela, nem os vestígios pois o caso se tornou público e até hoje todo mundo sabe da história. Menos este autor que não lembra muito bem o final... Deculpem!. (kz...kz...kz...)<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> [Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Rilmarhttp://www.blogger.com/profile/00164835708738747408noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-4331617135437547312015-07-19T10:39:00.000-03:002015-07-20T08:34:32.086-03:00Harry Potter é na essência Star WarsVeja como a sinopse de Harry Potter se encaixa perfeitamente na sinopse de Star Wars.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSNgpklJQzXuA1cycevk70XMFyirsZGty4mNOVrDSyEU68UY5EQfeZ-S6HkCCuiEVBVIu5mSuEvhchWRkkd4djeECF7k3BghsSlly36xpkUvmzyb4navR-JeqcLxNcyqIzIXF-GWmh_4o/s1600/luke-vs-harry.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSNgpklJQzXuA1cycevk70XMFyirsZGty4mNOVrDSyEU68UY5EQfeZ-S6HkCCuiEVBVIu5mSuEvhchWRkkd4djeECF7k3BghsSlly36xpkUvmzyb4navR-JeqcLxNcyqIzIXF-GWmh_4o/s400/luke-vs-harry.jpg" /></a></div><br />
<a name='more'></a><br />
Como alguns pensadores defendem, nada se cria, tudo se cópia. Ou ainda, que <a href="http://blog.brasilacademico.com/2013/12/tudo-e-um-remix.html" target="_blank">tudo é um remix</a>. Basta preencher as lacunas.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9NjHO_M1AhGPDr7JzNkCnNogYmClDt6zPbaax5p7rZicUwUpNWWmBJY1ymrgvtXW269njTkViAMgfnnBQ5y3QEz0DkFUtJ85lj3DGuQEkFGfQ0MBwAQ8jnfETvOTN9I8es5qXJqw51o0/s1600/harryLuke.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9NjHO_M1AhGPDr7JzNkCnNogYmClDt6zPbaax5p7rZicUwUpNWWmBJY1ymrgvtXW269njTkViAMgfnnBQ5y3QEz0DkFUtJ85lj3DGuQEkFGfQ0MBwAQ8jnfETvOTN9I8es5qXJqw51o0/s400/harryLuke.png" width="280" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">(Star Wars: Uma nova esperança/Harry Potter e a Pedra Filosofal)</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Sinopse</span></div><br />
(<b>Harry Potter</b>/<b>Luke Skywalker</b>) é um ófão que vive com seu tio e sua tia no remoto deserto de (<b>Tatooine</b>/<b>subúrbio</b>).<br />
<br />
O barbudo (<b>Ben Kenobi</b>/<b>Hangrid</b>) tira ele de lá para torná-lo um (<b>Jedi</b>/<b>Bruxo</b>).<br />
<br />
(<b>Ben</b>/<b>Hangrid</b>) revela a (<b>Luke</b>/<b>Harry</b>) que seu pai já foi um (<b>Jedi</b>/<b>Bruxo</b>), e também o melhor (<b>piloto</b>/<b>jogador de quadribol</b>) já visto.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/9N5KyjM5v0c?rel=0&showinfo=0" width="560"></iframe><br />
<br />
(<b>Luke</b>/<b>Harry</b>) aprende como usar (<b>o sabre de luz</b>/<b>a varinha</b>) durante seu treinamento de (<b>Jedi</b>/<b>Bruxo</b>).<br />
<br />
(<b>Luke</b>/<b>Harry</b>) passa por várias aventuras (na <b>galáxia</b>/em <b>Hogwarts</b>) e faz novos amigos como (<b>Han Solo</b>/<b>Ron</b>) e (<b>Princesa Leia</b>/<b>Hermione</b>).<br />
<br />
No decorrer da aventura ele se destaca como o melhor (<b>piloto de X-Wing</b>/<b>apanhador</b>) na batalha da (<b>Estrela da Morte</b>/<b>copa de quadribol</b>), fazendo um (<b>dano direto</b>/<b>ponto</b>) que garantiu a vitória da (<b>rebelião</b>/<b>Grifinória</b>) contra (as <b>forças do mal</b>/a <b>Sonserina</b>).<br />
<br />
(<b>Luke</b>/<b>Harry</b>) tem um encontro com (<b>Darth Vader</b>/<b>Voldemort</b>), o qual todos sabemos, matou seus pais.<br />
<br />
No final, (<b>Luke</b>/<b>Harry</b>) e seus novos amigos (recebem <b>medalhas de honra</b>/ganham o <b>Troféu das Casas</b>).<br />
<br />
E tudo isso ao som das músicas compostas e orquestradas por <b>John Williams</b>.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Z2zTwB1el2g?rel=0&showinfo=0" width="560"></iframe><br />
<br />
Quem já conhece <a href="http://blog.brasilacademico.com/2010/08/o-sete-enredos-basico-do-cinema.html">os 7 enredos básicos do cinema</a> ou os <a href="http://www.revistafantastica.com.br/em-foco/a-jornada-do-heroi-os-12-passos-de-campbell/" target="_blank">12 passos da jornada do Herói</a> não vai se admirar tanto. Para quem não conhece segue abaixo os 12 passos:<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 1</b></span> – O Mundo comum</span><br />
O herói é apresentado em seu cotidiano convencional.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Em Harry Potter, Harry nos é apresentando em sua vida comum, no subúrbio.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 2</b></span> – O chamado à aventura</span><br />
Subitamente, a rotina do herói é quebrada por algo inesperado ou incomum.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Em Star Wars, ao limpar o robô R2, Luke descobre uma mensagem holográfica da princesa Leia. Ela é endereçada a Obi-Wan Kenobi e Luke se lembra de Ben Kenobi, um ermitão que vive nas montanhas..<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 3</b></span> – A recusa do chamado</span><br />
Nessa etapa, nosso herói não quer se envolver e prefere continuar sua vidinha.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Harry começa a receber cartas (nunca tinha recebido cartas na vida) que sabiam até onde ele dormia. Os tios de Harry o proíbem de ler as cartas.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 4</b></span> – Encontro com o Mentor</span><br />
O encontro com o mentor pode ser tanto com alguém mais experiente que fornecerá pistas e motivação, ou com uma situação que o force a tomar uma decisão.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Na noite de seu aniversário Harry é visitado por Hagrid (meio-gigante que trabalha para Hogwarts), o qual revela que Harry é filho de bruxos e muito famoso.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 5</b></span> – Travessia do Primeiro Limiar</span><br />
Nessa ponto, o herói ingressa em um novo mundo. Isso pode ser motivada por vários fatores, dentre os quais algo que o obrigue, mesmo que não seja essa a sua opção.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Ben Kenobi assiste a mensagem de Leia e decide ajudá-la, mas Luke se recusa a viajar até Alderaan. Ao retornar para casa, descobre que seus tios foram mortos por soldados do Império, não lhe restando alternativa a não ser ajudar Ben Kenobi.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 6</b></span> – Testes, aliados e inimigos.</span><br />
A maior parte da história se desenvolve nesse ponto. No mundo especial – fora do ambiente normal do herói – é que ele irá passará por testes, receberá ajuda (esperada ou inesperada) de aliados e terá que enfrentar os inimigos. Isso fará com que ele vá se transformando.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Passam-se os primeiros dias em que Harry está na sua nova escola, em um mundo diferente. Faz amigos e inimigos e descobre sobre a existência da pedra filosofal.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 7</b></span> – Aproximação do objetivo</span><br />
O herói se aproxima do objetivo de sua missão, mas o nível de tensão aumenta e tudo fica indefinido.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Dentro da Estrela da Morte, Luke e seus amigos, Solo e Chewbacca, conseguem se disfarçar de guardas e localizam a princesa, enquanto Ben Kenobi desativa o raio trator que impede a decolagem da nave. Ben Kenobi enfrenta Darth Vader, seu antigo aprendiz e é morto. Luke, Solo, Chewbacca e os robôs libertam a princesa e fogem com a nave.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 8</b></span> – A provação máxima</span><br />
O herói enfrenta o apogeu da crise. O clímax.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Apesar de ser um bruxo muito jovem, Harry enfrenta Voldemort, o qual tomou posse do corpo do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Quirinus Quirrel.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 9</b></span> – Conquista da recompensa</span><br />
Passada a provação máxima, o herói conquista a recompensa.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Luke, Solo e Chewbacca são condecorados pela princesa Leia.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 10</b></span> – Caminho de volta</span><br />
É a parte mais curta da história – sendo que em algumas delas, sequer aparece. Depois de conquistado seu objetivo, ele retorna ao mundo inicial, às vezes com algumas perseguições e armadilhas.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Harry se recupera em Hogwarts e prepara-se para retornar ao mundo dos trouxas.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 11</b></span> – Depuração</span><br />
Aqui o herói pode ter que enfrentar uma trama secundária não totalmente resolvida anteriormente.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Harry e seus amigos, pelos seus últimos feitos em auxílio à Hogwarts, somam pontos à casa Grifinória e vencem a disputa entre as casas.<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span class="tec"><b>Passo 12</b></span> – Retorno transformado</span><br />
É a finalização da história. O herói volta ao seu mundo, mas transformado – já não é mais o mesmo.<br />
<br />
<b>Exemplo</b>: Após o primeiro ano na escola de magia, os alunos se despedem de Harry, que retorna ao mundo dos trouxas, onde a convivência com os seus tios nunca mais será a mesma.<br />
<br />
<blockquote class="sombra curled">Afinal, o motivo de um cliché ser cliché é justamente por que ele funciona.</blockquote><br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: 9Gag, YouTube, <a href="http://www.revistafantastica.com.br/em-foco/a-jornada-do-heroi-os-12-passos-de-campbell/" target="_blank">Revista Fantástica</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-29814976675440524902015-05-24T00:01:00.002-03:002015-05-24T00:01:54.465-03:00Roda dos sentimentos em inglês e portuguêsTem dificuldade para expressar seus sentimentos? Com essa prática roda dos sentimentos você encontrará as palavras certas.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCXcK6_15YH5fLBInLdMnU5V0YMuH1xsMY7bdXXTCTljLYPqtfTmWCa1sA0AI-0-GyD8nPG1FMF9RCXvwUsJMeJtSUWbt-73CmkjGp-zisOWmfmRfE9QSQK2SFghUwI8i1FlVy2d2to8k/s1600/RODA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCXcK6_15YH5fLBInLdMnU5V0YMuH1xsMY7bdXXTCTljLYPqtfTmWCa1sA0AI-0-GyD8nPG1FMF9RCXvwUsJMeJtSUWbt-73CmkjGp-zisOWmfmRfE9QSQK2SFghUwI8i1FlVy2d2to8k/s1600/RODA.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
Algumas vezes é difícil explicar exatamente como você se sente. Mas com esse disco de vocabulário você obterá a ajuda necessária para dizer exatamente a palavra que melhor expressa o seu estado emocional.<br />
<br />
Caso você seja um escritor, ou esteja criando um personagem para jogos e outras dramatizações ou mesmo se você estiver falando de si próprio, é fácil ficar repetindo os mesmo termos. Para isso não acontecer o professor de Inglês Kaitlin Robbs criou esse diagrama que auxilia na hora de buscar a palavra mais certa (...vê se entende esse grito de alerta... Desculpe, me empolguei). <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0P-nrgBQvMPEY3Afy4nfRU-2duER2M2_fI4hioDeCcJgWYKQNk5girjirH1L5oFh7p_-EUnxr2H4ohNVvBmP6_ktVdtZCxJLtFh0TIPQGte2z7km-AEn8Iwl5Nu6krp9PRiK0muGdfOQ/s1600/rodaBr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0P-nrgBQvMPEY3Afy4nfRU-2duER2M2_fI4hioDeCcJgWYKQNk5girjirH1L5oFh7p_-EUnxr2H4ohNVvBmP6_ktVdtZCxJLtFh0TIPQGte2z7km-AEn8Iwl5Nu6krp9PRiK0muGdfOQ/s1600/rodaBr.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
Para usar, comece com uma emoção básica e, em seguida, mova de dentro para fora até que você tenha o melhor sinônimo para o caso. <br />
<br />
A roda é bastante útil para quem quiser melhorar seu vocabulário na língua inglesa. E para que seja útil também para os textos em português, traduzimos e adaptamos a roda para o nosso idioma (o que acaba auxiliando ainda mais quem quer melhorar o seu inglês).<br />
<br />
É mais uma ferramenta para o arsenal de quem trabalha com autoria.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> Fonte: <a href="http://lifehacker.com/find-the-perfect-word-for-your-feelings-with-this-vocab-1653013241" target="_blank">Life Hacker</a><br />
[Visto no <a href="http://blog.brasilacademico.com/">Brasil Acadêmico</a>] </span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-89355344098532322942014-11-22T15:52:00.000-02:002016-01-06T15:00:19.499-02:00Como Escrever Um Bom ArtigoO articulista Stephen Kanitz nos dá as suas dicas de como escrever um bom artigo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCPEkbK47Tu0IPGBP9OouU7ohzYP8oKedIqrGzqg44s3Z5DBbAnBnUD4PIaupQ6xW_UM_IP_MLkhYkTDS1IiKrSvje9cAZFEv1LKLmU9MJm4jQuCI9dyxv9_sz_Z-68ibEPF39v55AcPc/s1600/kanitz.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCPEkbK47Tu0IPGBP9OouU7ohzYP8oKedIqrGzqg44s3Z5DBbAnBnUD4PIaupQ6xW_UM_IP_MLkhYkTDS1IiKrSvje9cAZFEv1LKLmU9MJm4jQuCI9dyxv9_sz_Z-68ibEPF39v55AcPc/s400/kanitz.jpeg" width="200" /></a></div>
<br />
<a name='more'></a><br />
Português sempre foi a minha pior matéria.<br />
<br />
Meu professor de português, o velho Sales, deve estar se revirando na cova.<br />
<br />
Ele que dizia que eu jamais seria lido por alguém.<br />
<br />
Portanto, se você sente que nunca poderá escrever, não desanime. Eu sentia a mesma coisa na sua idade.<br />
<br />
Escrever bem pode ser um dom para poetas e literatos, mas a maioria de nós está apta para escrever um simples artigo, um resumo, uma redação tosca das próprias ideias, sem mexer com literatura nem com grandes emoções humanas.<br />
<br />
O segredo de um bom artigo não é talento, mas dedicação, persistência e manter-se ligado a algumas regras simples.<br />
<br />
Cada colunista tem os seus padrões.<br />
<br />
Eu vou detalhar alguns dos meus e espero que sejam úteis para você também.<br />
<br />
1. Eu sempre escrevo tendo uma nítida imagem da pessoa para quem eu estou escrevendo.<br />
<br />
Na maioria dos meus artigos para a Veja, por exemplo, eu normalmente imaginava alguém com 16 anos de idade ou um pai de família.<br />
<br />
Alguns escritores e jornalistas escrevem pensando nos seus chefes. Outros escrevem pensando num outro colunista que querem superar, alguns escrevem sem pensar em alguém especificamente.<br />
<br />
A maioria escreve pensando em todo mundo, querendo explicar tudo a todos ao mesmo tempo, algo na minha opinião meio impossível.<br />
<br />
Ter uma imagem do leitor ajuda a lembrar que não dá para escrever para todos no mesmo artigo.<br />
<br />
Você vai ter que escolher o seu público alvo de cada vez, e escrever quantos artigos forem necessários para convencer todos os grupos.<br />
<br />
O mundo está emburrecendo porque a TV em massa e os grandes jornais não conseguem mais explicar quase nada, justamente porque escrevem para todo mundo ao mesmo tempo.<br />
<br />
E aí, nenhum entre as centenas de grupos que compõem a sociedade brasileira entende direito o que está acontecendo no país, ou o que está sendo proposto pelo articulista. Os poucos que entendem não saem plenamente ou suficientemente convencidos para mudar alguma coisa.<br />
<br />
2. Há muitos escritores que escrevem para afagar os seus próprios egos e mostrar para o público quão inteligentes são.<br />
<br />
Se você for jovem, você é presa fácil para este estilo, porque todo jovem quer se incluir na sociedade.<br />
<br />
Mas não o faça pela erudição, que é sempre conhecimento de segunda mão.<br />
<br />
Escreva as suas experiências únicas, as suas pesquisas bem sucedidas, ou os erros que já cometeu.<br />
<br />
Querer se mostrar é sempre uma tentação, nem eu consigo resistir de vez em quando de citar um Rousseau ou Karl Marx.<br />
<br />
Mas, tendo uma nítida imagem para quem você está escrevendo, ajuda a manter o bom senso e a humildade.<br />
<br />
Querer se exibir nem fica bem.<br />
<br />
Resumindo, não caia nessa tentação. Leitores odeiam ser chamados de burros.<br />
<br />
Leitores querem sair da leitura mais inteligentes do que antes, querem entender o que você quis dizer.<br />
<br />
Seu objetivo será deixar o seu leitor, no final da leitura, tão informado quanto você, pelo menos na questão apresentada.<br />
<br />
Portanto, o objetivo de um artigo é convencer alguém de uma nova ideia, não convencer alguém da sua inteligência.<br />
<br />
Isto, o leitor irá decidir por si, dependendo de quão convincente você for.<br />
<br />
3. Reescrevia cada artigo, em média, 40 vezes.<br />
<br />
Relia 40 vezes, seria a frase mais correta porque na maioria das vezes só mudava uma ou outra palavra, trocava a ordem de um parágrafo ou eliminava uma frase, processo que levava praticamente um mês.<br />
<br />
Ninguém tem coragem de cortar tudo o que tem de ser cortado numa única passada.<br />
<br />
Parece tudo tão perfeito, tudo tão essencial.<br />
<br />
Por isto, os cortes eram feitos aos poucos.<br />
<br />
Depois tem a leitura para cuidar das vírgulas, do estilo, da concordância, das palavras repetidas e assim por diante.<br />
<br />
Para nós, pobres mortais, não dá para fazer tudo de uma vez só, como os literatos.<br />
<br />
Melhor partir para a especialização, fazendo uma tarefa BEM FEITA por vez.<br />
<br />
Pensando bem, meus artigos são mais esculpidos do que escritos.<br />
<br />
Quarenta vezes talvez seja desnecessário para quem for escrever numa revista menos abrangente.<br />
<br />
Vinte das minhas releituras são devido a Veja, com seu público heterogêneo onde não posso ofender ninguém.<br />
<br />
Por exemplo, escrevi aqui na Veja um artigo “Em terra de cego quem tem um olho é rei”.<br />
<br />
É uma análise sociológica do Brasil e tive de me preocupar com quem poderia se sentir ofendido com cada frase.<br />
<br />
O Presidente Lula, apesar do artigo não ter nada a ver com ele, poderia achar que é uma crítica pessoal?<br />
<br />
Ou um leitor achar que é uma indireta contra este governo?<br />
<br />
Devo então mudar o título ou quem lê o artigo inteiro percebe que o recado é totalmente outro?<br />
<br />
Este é o tipo de problema que eu tenho, e espero que um dia você tenha também.<br />
<br />
O meu primeiro rascunho é escrito quando tenho uma inspiração, que ocorre a qualquer momento lendo uma ideia num livro, uma frase boba no jornal ou uma declaração infeliz de um ministro.<br />
<br />
Às vezes, eu tenho um bom título e nada mais para começar.<br />
<br />
Inspiração significa que você tem um bom início, o meio, e dois bons argumentos. O fechamento vem depois.<br />
<br />
Uma vez escrito o rascunho, ele fica de molho por algum tempo, uma semana, até um mês.<br />
<br />
O artigo tem de ficar de molho por algum tempo. Isso é muito importante.<br />
<br />
Escrever de véspera é escrever lixo na certa.<br />
<br />
Por isto, nossa imprensa vem piorando cada vez mais, e com a internet nem de véspera se escreve mais. Internet de conteúdo é uma ficção. A não ser que tenha sido escrito pelo próprio protagonista da notícia, não um intermediário.<br />
<br />
A segunda leitura só vem uma semana ou um mês depois e é sempre uma surpresa.<br />
<br />
Há frases que nem você mais entende, há parágrafos ridículos, mas que pelo jeito foi você mesmo que escreveu.<br />
<br />
Há frases ditas com ódio que soam exageradas e infantis, coisa de adolescente frustrado com o mundo. A única solução é sair apagando.<br />
<br />
O artigo vai melhorando aos poucos com cada releitura, com o acréscimo de novas ideias, ou melhores maneiras de descrever uma ideia já escrita. Estas soluções e melhorias vão aparecendo no carro, no cinema ou na casa de um amigo.<br />
<br />
Por isto, os artigos andam comigo no meu Iphone, para estarem sempre à disposição.<br />
<br />
Normalmente, nas primeiras releituras tiro excessos de emoção.<br />
<br />
Para que taxar alguém de neoliberal? Só para criar mais um inimigo?<br />
<br />
Por que dar uma alfinetada extra?<br />
<br />
É abuso do seu poder, embora muitos colunistas fazem destas alfinetadas a sua razão de escrever.<br />
<br />
Vão existir neoliberais moderados entre os seus leitores e por que torná-los inimigos à toa?<br />
<br />
Vá com calma com suas afirmações preconceituosas, seu espaço não é uma tribuna de difamação.<br />
<br />
4. Isto leva à regra mais importante de todas: você normalmente quer convencer alguém que tem uma convicção contrária à sua.<br />
<br />
Se você quer mudar o mundo você terá que começar convencendo os conservadores a mudar.<br />
<br />
Dezenas de jornalistas e colunistas desperdiçam as suas vidas e a de milhares de árvores, ao serem tão sectários e ideológicos que acabam sendo lidos somente pelos já convertidos. Não vão acabar nem mudando o bairro, somente semeando ódio e cizânia.<br />
<br />
Quando detecto a ideologia de um jornalista eu deixo de ler a sua coluna de imediato.<br />
<br />
Afinal, quero alguém imparcial noticiando os fatos, não o militante de um partido.<br />
<br />
Se for para ler ideologia, prefiro ir direto na fonte, seja Karl Marx ou Milton Friedman. Pelo menos, eles sabiam o que estavam escrevendo.<br />
<br />
É muito mais fácil escrever para a sua galera cativa, sabendo que você vai receber aplausos a cada “Fora Governo” e “Fora FMI”.<br />
<br />
Mas resista à tentação, o mercado já está lotado deste tipo de escritor e jornalista.<br />
<br />
Economizaríamos milhares de árvores e tempo se graças a um artigo seu, o Governo ou o FMI mudassem de ideia.<br />
<br />
5. Cada ideia tem de ser repetida duas ou mais vezes.<br />
<br />
Na primeira vez você explica de um jeito, na segunda você explica de outro. Muitas vezes, eu tento encaixar ainda uma terceira versão.<br />
<br />
Nem todo mundo entende na primeira investida, a maioria fica confusa. A segunda explicação é uma nova tentativa e serve de reforço e validação para quem já entendeu da primeira vez.<br />
<br />
Informação é redundância.<br />
<br />
Você tem que dar mais informação do que o estritamente necessário.<br />
<br />
Eu odeio aqueles mapas de sítio de amigo que se você errar uma indicação estará perdido para sempre.<br />
<br />
Imagine uma instrução tipo: “se você passar o posto de gasolina, volte, porque você ultrapassou o nosso sítio”.<br />
<br />
Ou seja, repeti acima uma ideia mais ou menos quatro vezes, e mesmo assim muita gente ainda não vai saber o que quer dizer “redundância” e muitos nunca vão seguir este conselho.<br />
<br />
Neste mesmo exemplo acima também misturei teoria e dois exemplos práticos.<br />
<br />
Teoria é que informação para ser transmitida precisa de alguma redundância, o posto de gasolina foi um exemplo.<br />
<br />
Não sei porque tanto intelectual teórico não consegue dar a nós, pobres mortais, um único exemplo do que ele está expondo.<br />
<br />
Eu me recuso a ler intelectual que só fica na teoria, suspeito sempre que ele vive numa redoma de vidro.<br />
<br />
6. Se você quer convencer alguém de alguma coisa, o melhor é deixá-lo chegar à conclusão sozinho, em vez de você impor a sua.<br />
<br />
Se ele chegar à mesma conclusão, você terá um aliado.<br />
<br />
Se você apresentar a sua conclusão, terá um desconfiado.<br />
<br />
Então, o segredo é colocar os dados, formular a pergunta que o leitor deve responder, dar alguns argumentos importantes, e parar por aí.<br />
<br />
Se o leitor for esperto, ele fará o passo seguinte, chegará à terrível conclusão por si só, e se sentirá um gênio.<br />
<br />
Se você fizer todo o trabalho sozinho, o gênio será você, mas você não mudará o mundo e perderá os aliados que quer ter.<br />
<br />
Num artigo sobre erros graves de um famoso Ministro, fiquei na dúvida se deveria sugerir que ele fosse preso e nos pagar pelo prejuízo de 20 bilhões que causou, uma acusação que poderia até gerar um processo na Justiça por difamação.<br />
<br />
Por isto, deixei a última frase de fora.<br />
<br />
Mostrei o artigo a um amigo economista antes de publicá-lo, e qual não foi a minha surpresa quando ele disse indignado: “um ministro desses deveria ser preso”.<br />
<br />
Portanto, a minha última frase nem teria sido necessária.<br />
<br />
Portanto, não menospreze o seu leitor.<br />
<br />
Você não estará escrevendo para perfeitos idiotas e seus leitores vão achar seus artigos estimulantes. Vão achar que você os fez pensar.<br />
<br />
7. O sétimo truque não é meu, aprendi num curso de redação.<br />
<br />
O professor exigia que escrevêssemos um texto de quatro páginas.<br />
<br />
Feita a tarefa, pedia que tudo fosse reescrito em duas páginas sem perder conteúdo.<br />
<br />
Parecia impossível, mas normalmente conseguíamos. Têm frases mais curtas, têm formas mais econômicas, tem muita linguiça para retirar.<br />
<br />
Em dois meses aprendemos a ser mais concisos, diretos, e achar soluções mais curtas. Depois, éramos obrigados a reescrever tudo aquilo novamente em uma única página, agora sim perdendo parte do conteúdo.<br />
<br />
Protesto geral, toda frase era preciosa, não dava para tirar absolutamente nada. Mas isto nos obrigava a determinar o que de fato era essencial ao argumento, e o que não era.<br />
<br />
Graças a esse treino, a maioria das pessoas me acha extremamente inteligente, o que lamentavelmente não sou, fui um aluno médio a vida inteira. O que o pessoal se impressiona é com a quantidade de informação relevante que consigo colocar numa única página de artigo, e isto minha gente não é inteligência, é treino.<br />
<br />
Portanto, mãos à obra.<br />
<br />
Boa sorte para ele e vocês, e mudem o mundo com suas pesquisas e observações fundamentadas, não com seus preconceitos.<br />
<br />
Stephen Kanitz*<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">* Reproduzido com base na licença Creative Commons 3.0 - Atribuição do Site e Autor, Para Fins Não Comerciais</span><br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fonte: <a href="http://blog.kanitz.com.br/escrever-artigo/">Artigos Para Se Pensar</a><br />
[Via <a href="http://blog.brasilacademico.com/">BBA</a>]</span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-81818229953903554082014-11-12T11:00:00.000-02:002016-01-07T00:48:10.538-02:00Eles não leem livrosOs suecos, tranquilos em sua segura felicidade, gostam mesmo é da França. No período em que a economia francesa está pior que apática, com gestão duramente questionada, afundando um pouco mais o moral do país, em Estocolmo uma dobradinha francesa de prêmios Nobel, em Literatura e Economia, salvou a pátria de Asterix.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnHaFanhflbltZ5tFZdB7lqzJXT2rdXKVd3SslHB-XqXpQURYzON31dXaBUQ56Jy5TwBEKxZeqColR_OIy1bVJBC_C3X6s2NPHV5S7xWhBVYidlQu_EBR-GdQmJcul-IlXTUtNPJ667YQ/s1600/Medalla_premio_nobel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnHaFanhflbltZ5tFZdB7lqzJXT2rdXKVd3SslHB-XqXpQURYzON31dXaBUQ56Jy5TwBEKxZeqColR_OIy1bVJBC_C3X6s2NPHV5S7xWhBVYidlQu_EBR-GdQmJcul-IlXTUtNPJ667YQ/s400/Medalla_premio_nobel.jpg" /></a></div><br />
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Com o gosto apurado pela influência de sua cultura, ciência e política no cenário global “estamos contentes que sejamos nós”, disse um orgulhoso presidente Hollande sobre o economista agraciado Jean Tirole, apesar de tê-lo como crítico da timidez das reformas do seu pífio governo. “Tanto pior para as sirenes do declínio e os amantes do denegrir nacional”, ufanou-se em editorial o normalmente sóbrio jornal “Le Monde”.<br />
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Patrick Modiano, o novo Nobel de Literatura, é pouco conhecido e muito menos ainda lido fora da França. No Brasil, por exemplo, seria somente encontrado em sebos, não fosse o badalado desenhista Jean-Jacques Sempé, que ilustra um livro infantil de Modiano — de uma série dedicada aqui à obra do ilustrador. Chega a ter tiragens iniciais de cem mil exemplares em seu país. Por isso a saia justa criada quando a ministra da Cultura da França disse semana passada, depois de haver almoçado com Modiano, não saber sequer o título de qualquer um de seus livros. O que conversaram no almoço é um mistério. A situação piorou quando a ministra se desculpou dizendo que não lia livros há dois anos por causa da política. Deve estar aí mais uma das razões para o sucesso do casamento arranjado do marqueteiro com o político. Duas cabeças vazias, seguras de que a política é tudo, não se importam com mais nada na vida.<br />
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A verdade é que o Prêmio Nobel, com suas escolhas subjetivas, escreve seu próprio script. Às vezes escuta o mundo, às vezes só quer ser escutado. O silêncio das ausências incômodas é escolha irreversível e nunca explicará, na literatura, a ausência de Leon Tolstoi, Franz Kafka, Marcel Proust e Jorge Luis Borges entre os escolhidos.<br />
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Belo exemplo<br />
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Se na literatura a escolha foi surpreendente, no principal prêmio político, o da paz, o Nobel se alinhou às expectativas do tempo atual. Consagrou a luta contra a opressão e o extremismo, especialmente a da jovem paquistanesa Malala Yousafzai.<br />
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Inesquecível a história desse prêmio. “O mercador da morte está morto.” Quando Alfred Nobel sentiu o privilégio que foi ler em vida a notícia da própria morte, não gostou de saber como andava sua reputação. O químico sueco, que fez sua fortuna ao inventar a dinamite, leu seu obituário num jornal francês que o confundiu com seu irmão, morto em Cannes dois dias antes. Disposto a não ser lembrado pelo mal que sua invenção fez à humanidade, colocou sua riqueza a serviço da mais poderosa filantropia humanitária em forma de prêmios que temos no mundo.<br />
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Nada sabe verdadeiramente da riqueza aquele que a deseja inteira para si. Com mais de um século de existência, o Nobel continua marcado por saudáveis desencontros mas também sendo um belo exemplo de afortunado homem que soube colocar no elogio aos outros sua paixão.<br />
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Paulo Delgado é sociólogo<br />
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<span style="font-size: xx-small;">Fonte: [Via <a href="http://blog.brasilacademico.com/">BBA</a>]</span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3049085869098582068.post-74110960200680715752014-07-18T23:55:00.000-03:002016-01-07T13:29:48.836-02:00João Ubaldo Ribeiro no Roda VivaEm homenagem ao imortal João Ubaldo Ribeiro. Reveja sua participação no programa Roda Viva.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGs9g_DL0sYsL1cz0s3G4DBLZZQAfzFMDvZyezSwGI8FxKPIqqhZxxrfSy2jKwIRqkl2_XnIZH5Srcu-3oM6nZdxVlPAjnazSZUt0cTgzuIQWqN0PupoI0t5KzKLOZUXnkUhgqRLant44/s1600/joao-ubaldo-ribeiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGs9g_DL0sYsL1cz0s3G4DBLZZQAfzFMDvZyezSwGI8FxKPIqqhZxxrfSy2jKwIRqkl2_XnIZH5Srcu-3oM6nZdxVlPAjnazSZUt0cTgzuIQWqN0PupoI0t5KzKLOZUXnkUhgqRLant44/s400/joao-ubaldo-ribeiro.jpg" /></a></div><a name='more'></a> <br />
Antes, uma reportagem sobre o autor ao completar 70 anos, mostrando sua trajetória profícua.<br />
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<iframe src="//player.vimeo.com/video/23635152?title=0&byline=0&portrait=0&color=ffffff" width="500" height="331" frameborder="0" webkitallowfullscreen mozallowfullscreen allowfullscreen></iframe><br />
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No primeiro bloco, João Ubaldo Ribeiro fala das dificuldades dos escritores em criar sua obra e responde a críticas feitas à Academia Brasileira de Letras. <br />
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Bloco 1<br />
<iframe width="480" height="360" src="//www.youtube.com/embed/XZ6nnCNbPxQ?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
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Sobre algumas palavras da computação, como o uso do verbo "salvar" entre outros:<br />
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<blockquote class="sombra curled">Este aparelho ou este ambiente não "suporta" não-sei-o-quê. Ou seja, o Windows detesta, não suporta, não pode nem ver. Essas coisas de maluco.</blockquote><br />
Bloco 2<br />
<iframe width="480" height="360" src="//www.youtube.com/embed/hYsKzsS-i_0?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
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Sobre escrever seus livros diretamente em inglês para tirar proveito de um mercado maior: <br />
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<blockquote class="sombra curled">Eu não me sinto um americano ou inglês. Era um caça-níqueis visível demais. Não que eu queira falar mal das prostituas. Pelo contrário. Mas seria um pouco, no mal sentido, me prostituir.</blockquote><br />
Bloco 3<br />
<iframe width="480" height="360" src="//www.youtube.com/embed/t2fiur1ApkA?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
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<blockquote class="sombra curled">Eu me sinto num país muito atrasado, às vezes, sabe?. Eu sou parte dele. Eu não estou aqui olhando olimpicamente para meus conterrâneos, meus compatriotas como se eles fossem um bando de trogloditas e eu algum habitante do Parnasus. Eu sou também o jornalista que eles merece. Todos nós somos.</blockquote><br />
Bloco 4<br />
<iframe width="480" height="360" src="//www.youtube.com/embed/wllLL_xSDkQ?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
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<span style="font-size: xx-small;"> [Via <a href="http://blog.brasilacademico.com/">BBA</a>]</span>Warhttp://www.blogger.com/profile/12831025092728917775noreply@blogger.com0